Ajuda na ID - Gaivota

Bom, em relação á gaivota, eu na minha resposta inicial fiz o do costume e olhei para ela muito á presa, (síndrome de sexta feira á tarde)., quando o Rui levantou duvidas eu olhei melhor para a ave, e devo dizer em abono da verdade que ainda estava a ver uma argenteus, mas não estava realmente com vontade de enfrentar o problema (eu nem os meus casos bicudos de argentatus/michaellis quero enfrentar quanto mais os dos outros).

Ontem depois de ter passado uma tarde muito desagradável a não ver um certo estorninho, voltei a olhar para as fotos, para mim e para todos acho eu, temos dois problemas distintos, 1º é saber a idade da ave, o outro é saber a espécie, ora para fazer a ID em condições temos que determinar 1º a idade, e aqui eu á primeira pensei que era um 2º inverno chapado, mas agora… e isso levanta mais perguntas, a questão de ter penas no manto já de terceira geração não é grave, se uma gaivota depois de fazer a muda de outono perder penas de 2ª geração as penas que as vão substituir já serão de 3ª geração, o problema é a cor destas penas, é que ou eu estou a ver mesmo muito mal, ou uma delas não é branca?????????

Paulo Lemos escreveu:Por acaso acabei por apagar a parte de um comentário que questionava o desgaste/descoloração das penas. O mais impressionante é que uma das fotos em vista inferior acusa penas primária recentes (ondulado nas barbas).

Sim Paulo, é visivel o ondulado nas barbas que referes em algumas fotos do Flávio, é uma caracteristica comum a fuscus, argentatus e "lusitanius", por se reproduzirem mais tarde do que as michahellis do mediterraneo.

Bem pedro em parte concordo contigo, contudo referes que do 2º ano para a frente e inclusive tudo se desmistifica, e não é bem assim, existem grande variação em argentatus, com janelas alares menos pronunciadas, uropigios quase brancos etc etc., e aves como essas entram na variação de "lusitanius", não sou eu que o afirmo, mas sim os tais gurus de que falas, é perfeitamente visivel nos forums pela net e grupos de discussão uma precaução extrema no que toca a darem opiniões assim que se apercebem que a ave vem de Portugal ou do norte de Espanha.

Percebi a questão do duo cachinnans vs michahellis!!!! achas-te a ultima ave muito semelhante, é isso ?
Era bom que o fosse, mas não é, apesar da semelhança que possas ver na cabeça... aqui entra outro factor, conhecer a variação de cachinnans e identifica-la da variação possiel em michahellis de leste.

Mas claro, gaivotas é assunto que dá pano para mangas

Bem a opinião de dois gurus, é que se trata realmente de leucismo, mas concordaram em 1º inverno de micha...

RuiCaratao escreveu:
Bem pedro em parte concordo contigo, contudo referes que do 2º ano para a frente e inclusive tudo se desmistifica, e não é bem assim, existem grande variação em argentatus,

O que eu disse é que as argentatus e especialmente as argenteus podem ser identificadas com alguma facilidade do 2º inverno para a frente, ou seja que comparadas com os 1º invernos são mais fáceis, não quer dizer que sejam fáceis, mas são relativamente mais fáceis. a palavra chave é o relativamente!! Continuam a haver muitas armadilhas, eu que o diga...

Não é por acaso que de todos os registos de argentatus aprovados pelo CPR só 3 sejam de 1º invernos, a maioria são de adultos, ou aves de 3º e 4º ano, eu nunca consegui fazer uma ID 100% convicente de um 1º inverno nem nada que se pareça.

RuiCaratao escreveu:
Percebi a questão do duo cachinnans vs michahellis!!!! achas-te a ultima ave muito semelhante, é isso ?
Era bom que o fosse, mas não é, apesar da semelhança que possas ver na cabeça... aqui entra outro factor, conhecer a variação de cachinnans e identifica-la da variação possiel em michahellis de leste.

Qual ultima ave????? (essa não percebi, eu não estava a falar de nenhum exemplo concreto) O meu ponto é que é mais facil detectar uma cachinnans num bando de argentatus do que faze-lo num bando de michas....

RuiCaratao escreveu:Bem a opinião de dois gurus, é que se trata realmente de leucismo, mas concordaram em 1º inverno de micha...

Sim, eu concordo que pode perfeitamente ser, já que as penas de "3ª" geração parecem ter a mesma cor da parte branca das penas de 2ª (não sei se me estou a fazer compreender), ou seja são brancas, isso explicava também a cor do bico.

Não levem a mal falar aqui na qualidade de alguém que reune experiência noutro grupo faunístico, tão ou ainda mais difícil do que este.
Analisando exemplares através de manipulação directa e com experiência de anos, continuo com alguma dificuldade em o fazer a partir de fotos. E, no geral, diante de parte delas ninguem o consegue também (é talvez impossível).
Para admiração de certos especialistas, apesar de tudo consigo com absoluto rigor separar tantas espécies ao vivo, independentemente de já terem descrição científica ou não (nomenclatura) ou de eu próprio ainda não a ter confirmado. Analiso a maioria dos caractéres objectivamente, acrescentando algo de quase intuitivo também (que dificilmente poderá ser descrito em palavras facilmente entendidas por toda a gente).

Há decerto quem entenda mais de gaivotas do que eu (não é difícil haver, especialmente em gaivotas), a ponto de talvez ter outra opinião.
Mas há aqui duas questões a colocar:

1- Penso que a identificação de um animal só deve ser dada em caso de não haver margem para duvida, caso contrário não se pode tratar de uma identificação, muito menos fácil.

2 - Através de fotos, o processo complica-se bastante! A partir de certas (in)evidências numa foto, sem um animal na mão, julgo prematuro tirar senão meras hipoteses, quer na identificação, quer na apreciação de pormenores.

Paulo Lemos escreveu:Não levem a mal falar aqui na qualidade de alguém que reune experiência noutro grupo faunístico, tão ou ainda mais difícil do que este.
Analisando exemplares através de manipulação directa e com experiência de anos, continuo com alguma dificuldade em o fazer a partir de fotos. E, no geral, diante de parte delas ninguem o consegue também (é talvez impossível).
Para admiração de certos especialistas, apesar de tudo consigo com absoluto rigor separar tantas espécies ao vivo, independentemente de já terem descrição científica ou não (nomenclatura) ou de eu próprio ainda não a ter confirmado. Analiso a maioria dos caractéres objectivamente, acrescentando algo de quase intuitivo também (que dificilmente poderá ser descrito em palavras facilmente entendidas por toda a gente).

Há decerto quem entenda mais de gaivotas do que eu (não é difícil haver, especialmente em gaivotas), a ponto de talvez ter outra opinião.
Mas há aqui duas questões a colocar:

1- Penso que a identificação de um animal só deve ser dada em caso de não haver margem para duvida, caso contrário não se pode tratar de uma identificação, muito menos fácil.

2 - Através de fotos, o processo complica-se bastante! A partir de certas (in)evidências numa foto, sem um animal na mão, julgo prematuro tirar senão meras hipoteses, quer na identificação, quer na apreciação de pormenores.

Hummm, pois.

Aqui vai a opinião de um craque... tardou a responder, mas foi simpático:

Certain gulls are problematic to identify, including this one.It is clearly not a typical michahellis, rather a Herring, but still, with the many thounsands og Herrings we see up here, we would have payed attention to this bird, not at least regarding the strange bill-pattern (with too less black for normal gulls, even Glaucous which the bill pattern bears reminiscence of).
I do not go for smithsonianus, as the barring in under tailcoverts shows too narrow dark barrings. I would not speak against Herring Gull, but will like to have it supported by flight photoes. Do you have one? Light may influence what we see in these photoes.

best wishes
KLaus
..

As fotos que enviei (peço desculpa Flávio) foram a 1, 3, 4 e 6...

Sem fotos em voo, não há grande coisa a fazer tanto para um lado como para o outro das duas possiveis ID´s

De qualquer modo, mesmo salvaguardando conclusões, é interessante discutir.