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Como era ver aves quando não havia Internet nem telemóveis...

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Mensagem por Gonçalo Elias Ter Set 10, 2013 3:50 pm

Quando comecei a ver aves, nos idos da década de 1980, não havia Internet nem telemóveis. Quer dizer, na verdade até havia, mas o número dos que tinham acesso a essas tecnologias era tão reduzido, que para efeitos práticos é como se não houvesse. Pela minha parte, não usei Internet até 1995 nem telemóveis até 1996.

Estar no campo a ver aves sem acesso a tecnologias de qualquer espécie poderá hoje ser uma realidade difícil de imaginar. Conseguem imaginar o que era estar no campo a ver aves sem acesso a telemóvel? O que era estar ausente durante vários dias (ou mesmo semanas) e ficar totalmente incomunicável até ao regresso? Como era a experiência de ver uma raridade e não haver forma de comunicar isso à comunidade? Como é que os observadores trocavam informação há 20 anos - sem internet, parece quase impossível, não é?

E no entanto neste forum há vários membros que não só viveram nessa realidade, como foi nessa mesma realidade que aprenderam a ver aves.

Lembrei-me de criar este tópico para recordarmos a observação de aves numa época em que não havia acesso a tecnologias. Para partilhar histórias, episódios que nos marcaram, experiências próprias de uma altura em que o número de observadores era muito reduzido, em que as estradas não tinham nada a ver com o que são hoje, em que o conhecimento sobre a avifauna portuguesa era talvez um décimo do actual e em que qualquer ida para o campo era uma aventura épica.

Quem quiser contar histórias de observação de aves com 20 ou mais anos, fica desde já convidado a usar este tópico para o efeito Smile
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Mensagem por Carlos Vilhena Qua Set 11, 2013 10:46 am

Xiiiiiiii, és do tempo em que ver uma íbis-preta era um fenômeno? farao 

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Mensagem por Gonçalo Elias Qua Set 11, 2013 11:05 am

Carlos Vilhena escreveu:Xiiiiiiii, és do tempo em que ver uma íbis-preta era um fenômeno?   farao 
Exacto. Mas nesse caso a questão não era a falta de internet ou de telemóveis - era mesmo a falta de íbis Laughing 
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Mensagem por Jorge Saraiva Qua Set 11, 2013 2:49 pm

Ainda nem tinham inventado as ibis pretas hahahahaha
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Mensagem por ribeiroa Qui Set 12, 2013 6:52 am

Realmente muito interessante este topico, eu proprio revejo-me muitas vezes neste contexto.
Saudosos os tempos em que o meu mentor faunistico era Feliz rodrigues de la fuente que me entusiasmava com as suas obras escritas e em video. Antes da partilha de informaçao via net e telemovel para mim era impensavel localizar em portugal uma aguia real, uma imperial, um bufo real,cegonha negra, abutres, etc.
Partilha de expereriencias dessas alturas nao tenho, pois ainda era mais reles observador do que aquilo que sou agora, embora me recorde com alguma nostalgia de os campos estarem repletos de avifauna, facto que agora nao noto.

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Mensagem por alcedo Qui Set 12, 2013 3:58 pm

Sem querer entrar em polémicas a respeito da antiga abundância de aves há umas décadas atrás, e a rareza delas hoje em dia, gostaria de exprimir alguns toscos comentários que se calhar não fugirão muito ao mote proposto pelo Gonçalo.
Sei quase exactamente quando comecei a observar aves algures em finais de Setembro de 1979 tinha eu 18 anos e espantado por ver em Vila Praia de Ancora, que as gaivotas no porto não fugiam das pessoas como na Póvoa, onde a mera aproximação de uma pessoa punha-as a fugir, pedi à minha irmã uma máquina compacta canon ( de rolo claro o digital ainda não tinha sido sequer imaginado) uns binóculos ao meu tio e fui de bicicleta a Azurara onde se viam muitas gaivotas. Estas mal me viram a 100 metros fugiram (convém recordar que aqui se apanhavam gaivotas com fins gastronómicos) e perante a minha desilusão continuei pelo sapal e deparo-me com um maçarico galego. O meu espanto foi imenso e e nasceu aí a paixão pelas aves eu nem imaginava que tais aves andassem por ali, pensei que existiam apenas nos documentários que a nossa televisão ia dando.
Tornei-me fiel e solitário visitante do estuário do Ave, não conhecia nenhum outro observador de aves e as minhas observações guardava-as em caderninhos de campo enquanto ia comprando todos os guias de campo que encontrava (mesmo muitos).
Sem Internet, sem telemóvel, sem máquinas digitais não conhecia verdadeiramente este mundo do birdwatching.
Agora voltando à minha primeira frase, nesse longínquo ano de 1979 gaivotas havia, de resto quase nada pelo menos por onde eu andei. Aves de rapina eram uma absoluta raridade, os meus registos dessa altura, e eu ia muito mais para o campo, dão conta de uma dúzia nos 3 ou 4 primeiros anos peneireiro 1 águia de asa redonda  6 ou 7 gaviões um casal criava no Monte da Cividade em Terroso por isso iam-se vendo.
O estuário do Douro completamente deserto, veja-se as contagens de aves feitas pelo Nuno Gomes de Oliveira nessa altura.
O Ave, algumas narcejas um ou outro pato (recordo um zarro com uma asa partida), corvos marinhos, andorinhas do mar, pilritos, borrelhos, etc. nem vê-los ou então muito raramente.
A migração de primavera dos maçaricos galegos era aguardada por montes de caçadores que deixavam as praias cheias de cartuchos. As dunas da reserva do Mindelo estavam cheias de passarinheiros que faziam de conta que que anilhavam aves, mas guardavam todos os pintassilgos para vender na feira dos passarinhos ao lado da estação de S. Bento no Porto. Aí para além de visgo e armadilhas de todo o género e feitio vi vender sem nenhum problema crias de picapau quase criadas, mochos ou corujas e peneireiros.
O estuário do Cávado era ainda no inicio dos anos 90 um deserto, assisti por essa altura, numa tarde ensolarada de Domingo a uma família que deambulava pela beira rio mãe, filha e filho distantes uns dos outros fazendo barulho enquanto o pai mais atrás disparava a caçadeira a tudo o que levantasse voo. ( Se não acreditam leiam os jornais locais da época onde se alertava para o perigo de ferir alguém com tamanha artilharia)
Quando ía à terra do meu pai na Beira Alta, via mais algumas aves mas as rapinas eram raridade. Quando fui a primeira vez a Salamanca em 1984 não conseguia fechar a boca de espanto milhafres, peneireiros, águias todas pareciam saber onde era a fronteira...
Sem querer, mais uma vez,  polemizar, nestas décadas perdemos sítios incríveis para observar aves, as florestas de pinheiros desapareceram por aqui, substituídas pelo eucalipto as estufas encheram a paisagem e a cidade extravasou os seus limites de forma impensável, mas hoje eu tenho pegas rabudas a andarem no jardim, vejo cegonhas a criarem aqui perto, o porto de pesca tem sempre alguma novidade, pilritos, borrelhos, mergulhão, negrolas, garça real, tudo espécies que eu nem imaginaria poder ver.
As ameaças são muitas, e continuam, mas se hoje há tanta gente a observar aves e a fotografá-las é porque elas existem.
Perdoem-me esta já demasiado longa reflexão de alguém que ainda se maravilha todos os dias com o esvoaçar de uma pequena ave mesmo que às vezes não a consiga identificar (um tarrote como nós dizemos aqui na Póvoa)
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Mensagem por jheitor Sex Set 13, 2013 11:31 am

lembro como se fosse ontem .. com os meus 8\9 anos .. 1971\1972 fui para o campo, bricava ... enquanto os meus pais apanhavam azeitona ouvi perdizes a cantar, estava frio o meu pai comentou que deviam estar ao sol ...comecei a aproximação com todo o cuidado e pude ve-las a uns 100\120 metros... a rastejar por detras do muro smi destruido e o mato cheguei até uns 20 metros e fiquei a observar o perdigão no sitio mais alto sempre de atenção a tudo o que se passava em redor enquanto 5 perdizes se catavam e se deliciavam com o sol da manhã estive cerca de 30 minutos naquela observação...
com a idade descrita anteriormente usei muita vez uns binoculos de um amigo que tinha regressado de Angola em 1969, e que ele dizia que eram utilizados pela tropa ( ainda existem actualmente), e mesmo agora não é facil encontrar binoculos com a qualidade e distância a qual se consegue identificar aves e ver com bom detalhe.. usava-os para observar rapinas e cegonhas em voo que passavam por perto de casa, pois eles eram pesados para a minha idade ...

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Mensagem por Gonçalo Elias Sáb Abr 04, 2015 12:02 pm

Recuperando este tópico de 2013, vou também aproveitar para partilhar algumas histórias do tempo em que se via aves sem telemóveis.

A primeira campanha de Sagres de observação de aves planadoras decorreu em 1990. Éramos talvez uns 10 ou 15 observadores, ficámos todos alojados numa casa cedida pela Câmara Municipal de Vila do Bispo.

De manhã, aí pelas 9-10 horas, a organização distribuía os observadores pelos postos de observação e estes tinham que ficar por lá sozinhos (ou em grupos de dois) até serem recolhidos ao final da tarde, anotando tudo aquilo que viam. À hora de almoço a organização ia lá levar uma sandoca, de resto a comunicação era muito escassa. Lembro-me que havia walkie-talkies mas creio que estes não chegavam para os postos todos e além disso a cobertura nem sempre permitia a comunicação. Como não havia outras formas de comunicar, em muitos casos os resultados só eram conhecidos ao final do dia. Hoje é tudo em real-time Smile
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Mensagem por P.Rodrigues Sáb Abr 04, 2015 1:43 pm

Olá Gonçalo,

Só para contar que estive também em Sagres nesse ano, fui daqui do norte na ponte que fizemos no feriado do 5 de Outubro. Posto de observação nº 7 junto com o Miguel Pimenta e o Francisco Campinho a esposa do Migue e um "Cempa" cujo nome não lembro. O meu grupo teve na origem daquela confusão armada com a observação de uma Imperial Juvenil.

Bons tempos...

Abraço

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Mensagem por Jorge Saraiva Sáb Abr 04, 2015 3:57 pm

Não vou jurar mas acho k tb estive nesse ano. Nao estive muitos dias. E foi dessa vez a historia que contei dos grifos irem mar adentro direito á america de manha e voltarem á tarde uns kms mais abaixo
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Mensagem por Gonçalo Elias Sáb Abr 04, 2015 4:01 pm

P.Rodrigues escreveu:Olá Gonçalo,

Só para contar que estive também em Sagres nesse ano, fui daqui do norte na ponte que fizemos no feriado do 5 de Outubro. Posto de observação nº 7 junto com o Miguel Pimenta e o Francisco Campinho a esposa do Migue e um "Cempa" cujo nome não lembro. O meu grupo teve na origem daquela confusão armada com a observação de uma Imperial Juvenil.

Bons tempos...

Abraço

Olá Paulo, eu estive mais cedo, se a memória não me falha foi entre 23 e 27 de Setembro, aproximadamente. Nesse ano apareceram os primeiros Charadrius morinellus, hoje toda a gente sabe que são regulares por lá mas na altura creio que foi o primeiro registo conhecido para a zona, e por isso foi a excitação geral. bounce

1 abraço
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Mensagem por Gonçalo Elias Dom Abr 26, 2015 11:34 am

Na década de 80 (e numa grande parte da de 90) quando se combinava uma saída de campo, tinha de ficar tudo acertado de véspera e não havia margem para atrasos.

Por exemplo, combinávamos: amanhã às 7 horas no sítio tal. E às 7 horas a malta tinha que lá estar. Quando alguém não comparecia, e como o uso de telemóveis não estava generalizado, a opção de enviar SMS não se colocava. Tal como não se colocava telefonar para casa do "atrasado", para não acordar a casa inteira. Assim só havia duas opções possíveis: esperar ou arrancar. Very Happy
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Mensagem por Gonçalo Elias Dom Jan 10, 2016 6:04 pm

Pegando novamente neste tópico vou recordar como é que se fazia atlas. Por exemplo no caso do atlas das invernantes do Baixo Alentejo, feito entre 1992 e 1995. Íamos dois ou três (ou mais) para o Alentejo para uma área qualquer que tínhamos de prospectar.

No início do dia distribuíamos os observadores pelas quadrículas. Cada observador era largado num determinado lugar, digamos às 9 horas e depois combinava-se uma hora e um local de encontro. Por exemplo "por volta das 13 nesta estrada".

E depois o observador era largado à sua sorte. Chegada a hora, era suposto ele estar ao longo de um dado troço de estrada e era suposto outro observador ir lá buscá-lo de carro. Mas as coisas nem sempre corriam bem e por vezes era preciso apanhar belas secas à espera. Como não havia telemóveis para perguntar "onde andas?", não havia mesmo outra solução senão esperar Smile
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Mensagem por Alexandre Cardoso Seg Jan 11, 2016 4:24 pm

Nessa epoca não observava aves no sentido de ser um oservador conhecendo e registando especies, como faço hoje, em todo o caso, e porque cresci no campo, numa quinta de lavoura, algumas especies conheço-as desde a infancia. E foi justamente o facto de ter voltado a viver no campo, há uns nove anos atrás, e ter voltado a ver algumas dessas especies que não via há 30 anos que deu o click para por em pratica uma paixão adormecida há decadas. A internet atraves fundamentalmente deste mesmo avesdeportugal.info e mais tarde alguns outros sites de outros paises fez o resto.
Mas voltando ás tecnologias, é claro que sem uma forma imediata de comunicar sempre no bolso, de vez em quando se apanhavam umas valentes secas.
Mas essas secas tambem significavam que se vivia muito mais devagar. De facto sem ignorar todas as vantagens e comodidades que a era da comunicação trouxe, a verdade é que essa comunicação imedita veio acelerar tremendamente a vida das pessoas, e os psiquiatras pasaram a ter muito mais trabalho e as farmacias a vender muito mais anti-depressivos...
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Mensagem por Gonçalo Elias Qua Mar 21, 2018 9:02 am

Em 1990 ou 1991 quando aparecia uma raridade, a única forma de comunicar a informação a terceiros em tempo "mais ou menos" real era telefonar. Para casa, claro, porque não havia telemóveis.

Na prática o que isto significava é que o twitching era uma actividade quase inexistente no nosso país. Sabíamos das raridades seis meses ou um ano depois (ou mais), quando saía alguma coisa publicada no Airo. Por isso, salvo raros casos de long-staying birds que ficavam semanas ou meses num sítio acessível e acerca dos quais muita gente acabava por saber, a maioria das raridades era vista apenas por uma ou duas pessoas e acabava ali a história.

Nessa altura, no Reino Unido (onde o birdwatching já estava muito mais avançado e existia grande quantidade de twitchers), existia uma birdline que era uma espécie de 'central de informações', para onde os observadores podiam ligar a comunicar avistamentos de raridades ou a pedir informações sobre o que andava por aí. Imagino que houvesse hordas de observadores a ligar para lá diariamente a perguntar que novidades havia. Smile

(em finais da década de 1990 ainda me passou pela cabeça desenvolver um serviço desses cá em PT mas com a rápida popularização dos telemóveis e do e-mail acabei por nunca avançar com essa ideia, em vez disso criei mais tarde a mailing list raridades, que acabou por ser um canal privilegiado para divulgação rápida de informação)
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Mensagem por Gonçalo Elias Qua Jul 08, 2020 12:05 pm

Há 30 anos não havia cá telemóveis nem e-mails e muito menos mailing lists e ebirds.

Os avistamentos invulgares eram divulgados de seis em seis meses no noticiário ornitológico do Airo.

Aqui fica um exemplo retirado do Airo vol. 3, de 1992.

Algumas das observações mencionadas são hoje perfeitamente banais, ao passo que outras continuariam a ser relevantes na actualidade.

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Mensagem por Samuel Patinha Qua Jul 08, 2020 12:19 pm

muito interessante Smile

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