Cantos em Novembro

Tenho ouvido collybitas quase todos os dias, e atricapillas todos os dias.
Também tenho quase a certeza de já ter ouvido lugres a cantar em Novembro, em anos anteriores.

Hoje na zona de Lagos: Upupa epops e Carduelis carduelis.

Olá,

Ontem (17 Nov 2014) vi e ouvi um cartaxo (Saxicola rubicola) a cantar em Labruge, concelho de Vila do Conde. Acho que foi a primeira vez que ouvi esta espécie a cantar em Novembro.
E o canto deste cartaxo desencadeou uma boa imitação por parte de uma das duas Cotovias-de-poupa (Galerida cristata) que também lá estavam. Também conta como canto ou vai para a lista das imitações?

Pedro Cardia

Boa pergunta Pedro. Eu diria que conta como canto (não foi estimulação por gravações, mas sim um estímulo natural).

Hoje em Sampaio (Ermesinde):

- carriça;
- rola-turca;
- pisco-de-peito-ruivo;
- felosa-comum;
- rabirruivo-preto;
- chamariz.

Ontem em Lagos: Sylvia atricapilla.
Hoje na ria de Alvor: Carduelis chloris

Turdus philomelos, Caldas da Rainha (ontem de madrugada).

Agora (e há já alguns anos), no Litoral Oeste pelo menos até Óbidos/Bombarral, não confundam os residentes com os migradores
Durante o dia vejo regularmente um par nas Caldas/Nadadouro (mais há mais residentes no local) que exibe comportamento um pouco distinto do que se observa nos Invernantes.

Se o sedentarismo das populações Sul e Oeste da Europa é regra para todos os indivíduos, tenho quase a certeza de que ouvi um dos machos residentes e não um migrador Invernante. A julgar pelo passado, parece-me muitíssimo raro um migrador cantar antes do fim do Inverno e só me lembro a partir de Fevereiro inclusive, também muito cedo de madrugada. Mas há que dar o desconto de não ter sido assíduo observador a essas horas para afirmar seguramente que o canto Outonal dos migradores é raro...

Paulo Lemos escreveu:
Agora (e há já alguns anos), no Litoral Oeste pelo menos até Óbidos/Bombarral, não confundam os residentes com os migradores
Durante o dia vejo regularmente um par nas Caldas/Nadadouro (mais há mais residentes no local) que exibe comportamento um pouco distinto do que se observa nos Invernantes.

Mas notas algo diferente? Talvez mais esquivos?

Depende das circunstancias, já que não são sempre fáceis de observar. Noto diferenças porque conheço os hábitos dos residentes, talvez a vocalização também difira (mas só gravando e analisando para confirmar, grito, contacto em voo, etc). Pelo menos a intensidade ou circunstancias em que são emitidos, ou até omitidos pois parecem menos vocais, diferem. Os movimentos são mais típicos de ave residente e instalada que conhece bem o território (observem os movimentos dos Merlos por exemplo) no local observa-se regularmente um par, uma ave segue calmamente a outra de poiso em poiso e em voo por exemplo, podem sobrevoar-me a curta distancia "ignorando-me", parecem usar de voos mais descontraídos, menos directos e menos rápidos, podem pousar abertamente em certos nichos tal como são vistos aí no Verão, mas não implicando isto que são pouco tímidos, apenas que controlam certas situações nos locais que já bem conhecem.
De acordo com observações antigas, no fim do Inverno alguns migradores podem também parecer "bem instalados" (provavelmente estão mesmo, temporariamente teimosos a um local) mas...
Eventualmente, na época outonal misturam-se todos no local desta observação, mas penso que os residentes permanecem nos seus territórios perto do habitat típico e os outros dispersam por qualquer ambiente arbóreo ou arbustivo.

Hoje em Sagres e arredores:

Alauda arvensis
Phoenicurus ochruros
Cisticola juncidis
Phylloscopus collybita
Carduelis carduelis

Strix aluco, Gondomar 6 Novembro 2015

Hoje na UTAD:

2 Emberiza cirlus;
Sylvia atricapilla;
Erithacus rubecula;
Troglodytes troglodytes;
Cettia cetti;
Serinus serinus;

Domingo em Sampaio (Ermesinde):

- carriça;
- rola-turca;
- pisco-de-peito-ruivo;
- felosa-comum;
- rabirruivo-preto;
- chamariz;
- bico-de-lacre;
- pica-pau-verde;
- chapim-real;
- rouxinol-bravo.

Ricardo, o que consideras canto do bico-de-lacre?

(tenho ideia de isto já ter sido abordado noutro tópico mas não estou a conseguir localizar)

Eu considero como canto uma sequência deste tipo:
- compasso de 3 por 8
- duas semicolcheias no primeiro tempo, colcheia no segundo tempo, colcheia no terceiro tempo

Gonçalo Elias escreveu:Ricardo, o que consideras canto do bico-de-lacre?
(tenho ideia de isto já ter sido abordado noutro tópico mas não estou a conseguir localizar)

O tópico que referes é este, Gonçalo.

Eu considero como canto uma sequência deste tipo:
- compasso de 3 por 8
- duas semicolcheias no primeiro tempo, colcheia no segundo tempo, colcheia no terceiro tempo

Temos artista...!      
Será a este canto que te referes (ou algo parecido)?

Ricardo Melo escreveu:Temos artista...! Wink Very Happy
Será a este canto que te referes (ou algo parecido)?

Eu considero canto este exemplo que deste

Concordo com o exemplo apresentado.

O timbre é ligeiramente diferente mas o ritmo é exactamente esse!

Ontem dia 12 perto de Lagoa: Saxicola rubicola - primeira vez que registei o canto desta espécie no mês de Novembro.

Ontem na Meia Praia, Lagos:

Streptopelia decaocto
Upupa epops
Cisticola juncidis
Sylvia atricapilla
Phylloscopus collybita
Estrilda astrild
Carduelis chloris

14 Nov Prunella collaris Serra da Estrela
15 Nov Cinclus cinclus Góis

13-14 Nov Loxia curvirostra Serra da Estrela

Que giro, nunca ouvi o canto de Prunella collaris em Portugal, é frequente?

18/11/2015
Carduelis spinus
Phylloscopus collybita
Sturnus vulgaris

Castro Verde 15/11/2015
Galerida theklae
Melanocorypha calandra

Dia 24-Nov na Ponta da Piedade, Lagos: Carduelis cannabina - primeira vez que registo o canto desta espécie em Novembro.

Dia 26 de Novembro no Parque da Cidade da Póvoa do Varzim:

- carriça;
- pisco-de-peito-ruivo;
- felosa-comum;
- chamariz;
- chapim-real;
- rouxinol-bravo;
- toutinegra-de-barrete (durante 1 a 2 segundos).