ESPÉCIE: Faisão "Phasianus colchicus"

Só para concluir o que me esqueci de adicionar quando escrevi esse grande texto:
(...) no meu caso mesmo não existindo rankings ou se as exóticas deixassem-se de contar no Ebird eu continuava a gostar de as observar e registava-as na mesma (as aceites pela plataforma tal como no caso do faisão, que a espécie a que nos estamos a referir) e até deslocava-me de propósito para as observar, embora não contasse, agora a minha pergunta é se outros observadores como tu Gonçalo, continuaram a registar as espécies exóticas que vos aparece à frente se as mesmas não contassem. Continuarias?

Miguel Berkemeier escreveu:
concordas que os rankings não deviam existir, não é?

No eBird? Os rankings pessoais do eBird são algo irrelevantes para mim, as minhas listas a serio estão no Bubo, não é possível jogar no eBird de forma seria, portanto porque tentar? Será eventualmente possível, e quando for, posso mudar as listas, mas para já? Bubo muito obrigado.

Nos rankings de hotspots, confesso que gosto de ver o ponto a amadurecer, mas a minha classificação no mesmo? Irrelevante.

De qualquer modo se não queres ter lugar nos rankings é só optares por saíres, podes faze-lo sabes? É só seleccionar no teu perfil que não queres aparecer nos rankings.

Miguel Berkemeier escreveu: (...) no meu caso mesmo não existindo rankings ou se as exóticas deixassem-se de contar no Ebird eu continuava a gostar de as observar e registava-as na mesma (as aceites pela plataforma tal como no caso do faisão, que a espécie a que nos estamos a referir) e até deslocava-me de propósito para as observar, embora não contasse, agora a minha pergunta é se outros observadores como tu Gonçalo, continuaram a registar as espécies exóticas que vos aparece à frente se as mesmas não contassem. Continuarias?

Olá,

Para mim, o grande interesse em registar as observações de exóticas passa por, no futuro, podermos olhar para esse conjunto de observações e perceber como é que uma espécie passou de exótica recém-introduzida e localizada para uma situação em que está bem estabelecida e espalhada pelo território (exemplo: Estrilda astrild ). Tenho interesse em poder comparar com os outros casos, como os Lonchura atricapilla, que terão "falhado" neste processo.
Ou seja, não é o objectivo de colecionar uma giga-lista de exóticas que me move mas sim o de poder perceber a sua dinâmica demográfica no tempo e no espaço. Para isso nada melhor do que uma base de dados robusta onde se registe tudo o que está a viver autonomamente em liberdade. E repetir esse processo ao longo do tempo, em múltiplos locais. E continuar por bastante tempo ...

Pedro Cardia

Miguel Berkemeier escreveu:Só para concluir o que me esqueci de adicionar quando escrevi esse grande texto:
(...) no meu caso mesmo não existindo rankings ou se as exóticas deixassem-se de contar no Ebird eu continuava a gostar de as observar e registava-as na mesma (as aceites pela plataforma tal como no caso do faisão, que a espécie a que nos estamos a referir) e até deslocava-me de propósito para as observar, embora não contasse, agora a minha pergunta é se outros observadores como tu Gonçalo, continuaram a registar as espécies exóticas que vos aparece à frente se as mesmas não contassem. Continuarias?

Questões culturais, eu não coloco normalmente exóticas que sejam fugas precisamente porque contam, obviamente que se não contassem colocava mais facilmente as fugas já que não iria contaminar a minha lista.

Ps: Tenho que um dia ir ao parque da paz ver os gansos, estou farto de receber o alerta de precisa, claro que também é verdade que aos anos que digo isso, e claro que já passei ao lado do parque n vezes, mas parar para ir ver gansos-de-Magalhães num parque é algo deprimente... E já agora ir ao Porto ver os Quaker, embora já tenha visto ambas as espécies muitas vezes dentro e fora de gaiolas sinto-me pressionado em fazer o esforço para as ver...

mas pronto, é uma questão cultural. Há quem goste de ver aves em liberdade e há quem goste de ver aves em gaiola. Eu criei aves durante muitos anos, mais do que alguns de vocês tem de vida, e não percebo realmente qual o interesse de ir contar aves em cativeiro, mas pronto, para mim é como tudo, há pessoal que faz muita coisa que não compreendo, mas que tem que se aceitar por ser legal. No entanto nas instruções das observações a inserir:

"What Counts:
Do not report captive birds. You may report wild birds you see at outdoor zoos, but do not include caged birds, pinioned waterfowl, or birds that are part of the collection. As a general rule, birds at zoos that are not known to be wild should not be reported."

parece-me claro, mas lá está, posso estar a ser obtuso, e haver interpretações alternativas. Cada cabeça sua sentença?

Miguel Berkemeier escreveu:a minha pergunta é se outros observadores como tu Gonçalo, continuaram a registar as espécies exóticas que vos aparece à frente se as mesmas não contassem. Continuarias?

Eu já registava as exóticas que me apareciam à frente muito antes de haver ebird, a minha forma de estar não se alterou por causa de ter surgido o ebird.

Espero que isto responda à tua questão

pedrocardia escreveu:Tenho interesse em poder comparar com os outros casos, como os Lonchura atricapilla, que terão "falhado" neste processo.

Será que falharam mesmo?

PNicolau escreveu:

pedrocardia escreveu:Tenho interesse em poder comparar com os outros casos, como os Lonchura atricapilla, que terão "falhado" neste processo.

Será que falharam mesmo?

Pois, é uma excelente pergunta!
Haverá dados para a responder?

Pedro Cardia

Sobre os Lonchura sugiro este tópico

pedro121 escreveu:

Miguel Berkemeier escreveu:
concordas que os rankings não deviam existir, não é?

De qualquer modo se não queres ter lugar nos rankings é só optares por saíres, podes faze-lo sabes? É só seleccionar no teu perfil que não queres aparecer nos rankings.

Não quero ter lugar nem deixo de querer, é-me puramente irrelevante e a classificação ainda mais. Mas preferes que não apareça, é isso?

PNicolau escreveu:

pedrocardia escreveu:Tenho interesse em poder comparar com os outros casos, como os Lonchura atricapilla, que terão "falhado" neste processo.

Será que falharam mesmo?

Se, por azar, a introdução desta espécie coincidiu com factores adversos (pro exemplo climáticos) que promoveram alteração da vegetação em vários habitats pelo país, é possível.
Cheguei a topar 2 espécies de exóticas em pequenos bandos em voo, mais ou menos do tamanho do bico de lacre, na Lagoa de Óbidos, e tão cedo deixei de a ver depois de 2005/2006. Depois do efeito temporário (ou definitivo nalguns casos) de certos períodos de seca sazonal pelo menos até 2008, especialmente no aspecto da vegetação rasteira de várzeas e imediações palustres, algumas zonas perderam de tal forma o seu interesse em espécies (de aves incluídas) que deixei de frequentá-las mais regularmente.
Nalgumas dessa áreas (e outras pelo país) costuma haver micro-habitats com abundância de herbáceas características pela excelente qualidade de sementes. Basta confirmar, colhendo-as de algumas espécies e notando alguma semelhança com as misturas que se vendem para alimentação de pequenas exóticas granivoras no mercado. Nos locais onde via dessa abundaria e qualidade, deixou temporariamente de as haver, e por coincidência ou não, deixei de ver muitas espécies e também grandes bandos (de bicos de lacre sobretudo).

Ou será, em contrapartida, que foram Invernos brandos que a ajudaram por volta desse período?

Também é possível que certos predadores se habituem a caçar novas espécies, quando elas começam a notar-se mais.
E está provado também, por exemplo, que certas rapinas procuram "aves diferentes" (em aspecto) dentro do mesmo tipo preferencial de presas. Sensíveis a anomalias..

Discussões e opiniões à parte, cada um faz o que mais gosta e segundo as "leis/princípios" que acha mais apropriados para a sua práctica de birdwatching. Já agora, seguindo as regras dos sites onde insere as listas (neste caso o ebird).

Eu não irei ao Parque da Paz para observar gansos fatelas... isso não

Miguel Berkemeier escreveu: por saíres, podes faze-lo sabes? É só seleccionar no teu perfil que não queres aparecer nos rankings.

Não quero ter lugar nem deixo de querer, é-me puramente irrelevante e a classificação ainda mais. Mas preferes que não apareça, é isso? [/quote]

Não, não, pelo contrario, é claramente mais divertido estares, para não falar no trabalho que se deve ter poupado. Para o pessoal como eu que tem estado a assistir à novela tem sido bom para distrair. Mas falo só por mim.

O que eu ando a perder .
Não quero assustar ninguém, "nem meter nojo", mas um dia destes meto uma lista de um dia de observação, de um local qualquer...
Para se perceber porquê é melhor eu não o fazer, nem entrar nestas discussões.


Já agora, acho bem que se participe nestas ideias e projectos, pois cativam muita gente e toda a gente é pouca. Apesar de que há sempre o "senão" de se formarem novas ou "renovadas" correntes e visões do tema "aves" ("aves e pessoas"), que tal como noutros temas, às vezes tendem a afirmar-se em demasia e até desprezar tudo o resto (lamentavelmente na maioria das vezes, como confirmo há tantos anos e opto por me distanciar do que me chateia a potes, e deixo de dar para "saco furado").

Mas isto sou eu... que felizmente não sou profissional nem candidato nada, e estou à vontade para o dizer.

Será possível que o Faisão chegue à categoria C, eu este ano dei com juvenis voadores em duas áreas fora do núcleo principiar na margem norte da Lagoa de Óbidos.

Será que um dia chegam ao lado sul da lagoa? aí tem habitat para se expandirem. e se tal acontecer o que fazer? se a população continuar a expansão e entrar em múltiplos concelhos?

Os que vi hoje estavam ainda nas Caldas, mas a uns 50 metros do concelhos de Óbidos. Os que vi à uns tempos estavam ainda a alguma distancia de São Martinho, mas, mas....

Eu vejo faisões em liberdade desde que comecei a ver aves. Mas quase sempre indivíduos isolados, não pertencentes a nenhum núcleo.

Há estimativas populacionais para esse núcleo das Caldas? Há dois anos escreveste que não havia dados sobre isso, a situação mantém-se?

Gonçalo Elias escreveu:
Há estimativas populacionais para esse núcleo das Caldas? Há dois anos escreveste que não havia dados sobre isso, a situação mantém-se?

A situação mantém-se, eu levantei novamente a questão por causa da observação de juvenis voadores em zonas em que nunca tinha visto nenhum, mas na realidade já referenciadas pelo Paulo Lemos.

Ou seja a área em que há reprodução, mesmo que esporádica e pontual é maior do que pensava.

Pois, contar os machos parece-me necessário. Mais interessante era anilhar aves, para ver a estrutura da população.

Talvez o litoral entre Viana e Caminha possa adquirir brevemente este estatuto - especulo. Este ano detectei um macho em Afife (Viana do Castelo) e, uma fêmea na veiga de Venade-Vilharelho em Caminha. Pelo que sei na zona de Caminha há algumas largadas e, tanto em termos de habitat como de clima poderá ser uma região mais favorável para a espécie.