Ave única no mundo vive em dois ilhéus da Graciosa
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Ave única no mundo vive em dois ilhéus da Graciosa
Ave única no mundo vive em dois ilhéus da Graciosa
21 de Julho de 2014
fonte :diariodigital.sapo.pt
Nos ilhéus da Praia e de Baixo da Graciosa, ilha do grupo central do arquipélago dos Açores, vive uma espécie de ave marinha única no planeta, denominada Paínho de Monteiro, em homenagem ao seu descobridor.
“A separação das espécies Paínho de Monteiro e Paínho da Madeira remonta à década de 90, quando o investigador Luís Monteiro iniciou os seus trabalhos nos ilhéus da Graciosa e começou a verificar diferenças entre ambas as aves”, explicou à agência Lusa a bióloga Verónica Neves.
A investigadora do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores referiu que uma vez identificadas as diferenças, foram realizados estudos de genética, tendo em 2008 o processo sido concluído, já pelo investigador britânico Mark Bolton, uma vez que Luís Monteiro havia falecido entretanto, em 1999.
O Paínho de Monteiro nidifica nos ilhéus da Praia e de Baixo da ilha Graciosa e possui uma população de cerca de 200 casais, mas este número pode atingir os 250 a 300, porque se suspeita que também possa nidificar no ilhéu da Baleia (igualmente da Graciosa), o que não se consegue confirmar por este ser inacessível.
“O Paínho de Monteiro e o da Madeira são muito semelhantes. Durante muito tempo não se separaram, apesar de haver investigadores a trabalhar com eles. Só quando se começou a reparar que nidificavam ao longo de todo o ano e havia uma população de época quente e época fria se realizaram estudos mais aprofundados”, explicou Verónica Neves.
O Paínho de Monteiro começa a colocar os ovos entre maio e inícios de julho, enquanto que o Paínho da Madeira só realiza este processo de outubro até dezembro.
A bióloga explicou ainda que as crias do Paínho de Monteiro começam a voar no verão e as do Painho da Madeira apenas a partir do final do ano e até abril, enquanto a muda, após o período de reprodução, é feita também em alturas diferentes.
“Há algumas alturas do ano em que se pode encontrar ambas as espécies na colónia e, uma das formas de as tentar separar, uma vez que são mesmo muito parecidas, é através da muda”, afirmou.
Segundo explicou Verónica Neves, o Paínho de Monteiro possui um peso ligeiramente mais baixo do que o Paínho da Madeira, tem uma cauda mais comprida, uma cabeça mais pequena e o bico é mais curto e fino, usando ambas as aves os mesmos ninhos, mesmo os que são criados de forma artificial.
“Pensa-se que também haverá diferenças na dieta e que o Paínho de Monteiro permanece nas águas dos Açores, não efetuando migrações transequatoriais, nem muito longas, ao contrário do Paínho da Madeira”, referiu.
“Nas Flores e Corvo também é possível que haja pequenas populações de Paínho do Monteiro, mas a nidificação ainda não está confirmada. A sua população mundial é bastante reduzida, sendo importante preservá-la”, acrescentou.
De acordo com o historiador Gaspar Frutuoso (1522-1591), os paínhos eram muito abundantes no arquipélago dos Açores no século XVI, época em que foram intensamente explorados para alimentação e extração de óleo.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=719604
21 de Julho de 2014
fonte :diariodigital.sapo.pt
Nos ilhéus da Praia e de Baixo da Graciosa, ilha do grupo central do arquipélago dos Açores, vive uma espécie de ave marinha única no planeta, denominada Paínho de Monteiro, em homenagem ao seu descobridor.
“A separação das espécies Paínho de Monteiro e Paínho da Madeira remonta à década de 90, quando o investigador Luís Monteiro iniciou os seus trabalhos nos ilhéus da Graciosa e começou a verificar diferenças entre ambas as aves”, explicou à agência Lusa a bióloga Verónica Neves.
A investigadora do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores referiu que uma vez identificadas as diferenças, foram realizados estudos de genética, tendo em 2008 o processo sido concluído, já pelo investigador britânico Mark Bolton, uma vez que Luís Monteiro havia falecido entretanto, em 1999.
O Paínho de Monteiro nidifica nos ilhéus da Praia e de Baixo da ilha Graciosa e possui uma população de cerca de 200 casais, mas este número pode atingir os 250 a 300, porque se suspeita que também possa nidificar no ilhéu da Baleia (igualmente da Graciosa), o que não se consegue confirmar por este ser inacessível.
“O Paínho de Monteiro e o da Madeira são muito semelhantes. Durante muito tempo não se separaram, apesar de haver investigadores a trabalhar com eles. Só quando se começou a reparar que nidificavam ao longo de todo o ano e havia uma população de época quente e época fria se realizaram estudos mais aprofundados”, explicou Verónica Neves.
O Paínho de Monteiro começa a colocar os ovos entre maio e inícios de julho, enquanto que o Paínho da Madeira só realiza este processo de outubro até dezembro.
A bióloga explicou ainda que as crias do Paínho de Monteiro começam a voar no verão e as do Painho da Madeira apenas a partir do final do ano e até abril, enquanto a muda, após o período de reprodução, é feita também em alturas diferentes.
“Há algumas alturas do ano em que se pode encontrar ambas as espécies na colónia e, uma das formas de as tentar separar, uma vez que são mesmo muito parecidas, é através da muda”, afirmou.
Segundo explicou Verónica Neves, o Paínho de Monteiro possui um peso ligeiramente mais baixo do que o Paínho da Madeira, tem uma cauda mais comprida, uma cabeça mais pequena e o bico é mais curto e fino, usando ambas as aves os mesmos ninhos, mesmo os que são criados de forma artificial.
“Pensa-se que também haverá diferenças na dieta e que o Paínho de Monteiro permanece nas águas dos Açores, não efetuando migrações transequatoriais, nem muito longas, ao contrário do Paínho da Madeira”, referiu.
“Nas Flores e Corvo também é possível que haja pequenas populações de Paínho do Monteiro, mas a nidificação ainda não está confirmada. A sua população mundial é bastante reduzida, sendo importante preservá-la”, acrescentou.
De acordo com o historiador Gaspar Frutuoso (1522-1591), os paínhos eram muito abundantes no arquipélago dos Açores no século XVI, época em que foram intensamente explorados para alimentação e extração de óleo.
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