eBird Espanha

Em Espanha o eBird tem muito menos adesão que em Portugal (embora esteja em crescimento).

Esta menor adesão é visível na fraca cobertura que existe em muitas áreas do território espanhol.

Na imagem abaixo pode ver-se um mapa da Península Ibérica retirado do ebird, as células a cinzento são aquelas que têm informação (observações), ao passo que as células a branco não têm qualquer informação.

Podemos ver que em Portugal há informação em todas as células do território nacional, mas em Espanha há imensas lacunas, especialmente na Galiza, em certas zonas de Castela e Leão, na maior parte de Castela La Mancha, no País Valenciano e na metade norte da Andaluzia (por outro lado a cobertura está mais composta nas regiões de Astúrias, Cantabria, País Basco, La Rioja, Navarra, Aragão, Catalunha, Madrid, Estremadura, Murcia e Baleares).

Sim, tem menos adesão, mas está em rápido aumento, eu noto isso com as listas que observadores espanhóis introduzem por cá, e também porque há coisa de 3-4 anos as listas no sul de Espanha eram quase todas de estrangeiros e hoje já não é bem assim, embora a zona mais forte no eBird espanhol continue a ser o pais basco.

Tem estado em expansão, mas ainda é lento. Na Galiza, por exemplo, um factor que está agora a melhorar é o editor da área que promovido e penso que só foi nomeado em Setembro passado.

Ainda hoje tivemos uma discussão no grupo de whatsapp de Birders da Galiza sobre o eBird, e existe muita gente ainda reticente mas que está a começar de experimentar.

Sim, em Espanha há muitas listas de estrangeiros e sobre isso é de assinalar a presença de bastantes portugueses.

De facto, no top 100 de Espanha há 2 portugueses.

Mas se analisarmos as comunidades autónomas e províncias mais próximas de Portugal, a presença de portugueses é ainda mais expressiva. Assim, temos:

- no top 100 da Galiza há 24 portugueses (sendo 16 na província de Pontevedra e 14 na de Ourense)
- no top 100 de Castela e Leão há 10 portugueses (sendo 16 na província de Salamanca, se bem que nesta província com 2 espécies já se entra para o top 100, lol)
- no top 100 da Estremadura há 6 portugueses (sendo 9 na província de Badajoz e 3 na de Cáceres)
- no top 100 da Andaluzia há 3 portugueses (mas são 6 na província de Huelva)

Bem, no Top 100 Português não há um único Espanhol, e basicamente os 100 eBirders no top 100 são portugueses, ou residentes em Portugal.

Mas mais interessante, é ver a minha posição em termos de nº de lista se eu fosse uma província de Espanha.

Gonçalo, alguns portugueses que vês nas listas são residentes, como é o meu caso. Eu trabalho em Vigo, e estou lá durante a semana.

lrodrigues escreveu:Gonçalo, alguns portugueses que vês nas listas são residentes, como é o meu caso. Eu trabalho em Vigo, e estou lá durante a semana.

Ok Luís não sabia disso e agradeço a informação, e é possível que os números que referi acima não estejam 100% certos uma vez que há alguns nomes que não percebo bem se são portugueses ou espanhóis e que não faço ideia onde residem. De qualquer forma o aspecto que queria salientar é o facto de haver um número considerável de portugueses a usar o eBird Espanha. Se, contudo, o eBird se tornar mais popular em Espanha é provável que a percentagem de portugueses diminua...

Gonçalo Elias escreveu: Se, contudo, o eBird se tornar mais popular em Espanha é provável que a percentagem de portugueses diminua...

Isso seguramente, há muito observadores activos. Só na Galiza são mais de 300, e cerca de 50 a observar diariamente. Principalmente as zona da Corunha, Grove, Vigo e Estuário do Minho têm várias visitas diárias, com "relato" online pelo whatsapp.

A situação em Espanha está claramente num crescendo, sobretudo animado pelo País Vasco e Andaluzia. Basta ver na página central do eBird (a em Inglês) e espreitar o ranking de mais listas por mês— só este mês já levam mais 500 listas que Portugal.

Pedro Fernandes escreveu:A situação em Espanha está claramente num crescendo, sobretudo animado pelo País Vasco e Andaluzia. Basta ver na página central do eBird (a em Inglês) e espreitar o ranking de mais listas por mês— só este mês já levam mais 500 listas que Portugal.

Sim, por este andar ainda nos apanham...

pedro121 escreveu:Sim, por este andar ainda nos apanham...

Eu tenho dado o litro para que isso não aconteça !  

Pedro Cardia

pedrocardia escreveu:

Eu tenho dado o litro para que isso não aconteça !  

Pedro Cardia

Sim, tens estado a fazer quantas listas por dia?

pedro121 escreveu:

pedrocardia escreveu:

Eu tenho dado o litro para que isso não aconteça !  

Pedro Cardia

Sim, tens estado a fazer quantas listas por dia?

lol

pedrocardia escreveu:

pedro121 escreveu:Sim, por este andar ainda nos apanham...

Eu tenho dado o litro para que isso não aconteça !  

Pedro Cardia

Sim, só tu dás um avanço à Galiza.

Pedro Fernandes escreveu:A situação em Espanha está claramente num crescendo, sobretudo animado pelo País Vasco e Andaluzia.

Eu diria antes, animado pela Andaluzia, por Castela e Leão e pelo País Basco (por esta ordem).

O ranking de listas desde o início do ano, por regiões, está assim:

Andalucía, 818
Cataluña, 325
Valenciana, Comunidad, 463
País Vasco, 498
Extremadura, 248
Castilla-La Mancha, 278
Murcia, Región de, 156
Castilla y León, 615
Aragón, 300
Galicia, 276
Cantabria, 282
Madrid, Comunidad de, 483
Navarra, Comunidad Foral de, 328
Illes Baleares, 105
Canarias, 91
Asturias, Principado de, 18
La Rioja, 26
Ceuta, 0
Melilla, 0
Total, 5310

Mas na Andaluzia a situação está longe de ser uniforme. A região tem oito províncias, no entanto 308 listas (38% do total da região) foram feitas na província de Cádiz. Seguem-se Sevilha com 152 (19%) e Málaga com 141 (17%). OU seja, estas três províncias respondem por três quartos do total de listas da região.

Relativamente a Castela e Leão, a região tem nove províncias, mas duas delas (Salamanca e Burgos) respondem por 38% do total de listas.


Já agora convém esclarecer que estes totais se referem a listas completas - as observações casuais e outras listas incompletas não são consideradas para estes rankings.

Gonçalo Elias escreveu:

Mas na Andaluzia a situação está longe de ser uniforme. A região tem oito províncias, no entanto 308 listas (38% do total da região) foram feitas na província de Cádiz. Seguem-se Sevilha com 152 (19%) e Málaga com 141 (17%). OU seja, estas três províncias respondem por três quartos do total de listas da região.

A questão é que Espanha é um destino turístico importante, e a Andaluzia é um dos destinos principais, por isso se umas centenas de eBirders americanos visitam a área todos os ano vai fazer com que o total de listas dispare. Mas vão estar muito concentrados nos locais do costume.

pedro121 escreveu:A questão é que Espanha é um destino turístico importante, e a Andaluzia é um dos destinos principais, por isso se umas centenas de eBirders americanos visitam a área todos os ano vai fazer com que o total de listas dispare. Mas vão estar muito concentrados nos locais do costume.

Não sei o que entendes por "locais do costume", mas olha que as visitas recentes nas províncias mais visitadas (Cádiz e Sevilha, por exemplo) são todas, ou quase todas, feitas por espanhóis.

Pelo menos três editores regionais moram na província de Cádiz— e são grandes dinamizadores do eBird em Espanha.

Se virmos bem as coisas, em Portugal não é muito diferente - alguns distritos têm muitas listas, mas são muitos dinamizados por 2 ou 3 pessoas; outros distritos têm um número de listas muito baixo.

Na realidade no que diz respeito a 2017, os distritos de Lisboa, Porto e Faro têm tantas listas quantos os restantes distritos tudo somado.

Gonçalo Elias escreveu:

Na realidade no que diz respeito a 2017, os distritos de Lisboa, Porto e Faro têm tantas listas quantos os restantes distritos tudo somado.

Sim, mas este ano há uma situação no Porto em que um observador tem feito um grande esforço, em Lisboa e Faro há mais observadores e menos listas por observador.

Não vou comentar Espanha, mas Portugal. O nº de listas de alguns distritos é mesmo muito pequena, e destaco Coimbra, que não chega a 50 listas (e mesmo assim, vai quase em 130 espécies)

AndreVieira escreveu:Não vou comentar Espanha, mas Portugal. O nº de listas de alguns distritos é mesmo muito pequena, e destaco Coimbra, que não chega a 50 listas (e mesmo assim, vai quase em 130 espécies)

Coimbra é um daqueles sítios que sofre de falta de cobertura de forma aguda e cronica, nota-se mais devido ao potencial do distrito, mas como em tantos outros locais o nº de listas reflecte mais a densidade de observadores do que de aves, Coimbra tem mais aves do que observadores lolol, o mesmo é verdade para outros distritos ou zonas dentro distritos. Mesmo distritos que parecem ter muitos observadores podem ter uma cobertura muito centrada em alguns locais deixando o resto do distrito as aranhas.

basta olhar para os distritos que tem mais de 500 listas

Faro: 2 Concelhos com menos de 10 listas

Lisboa: 8 com menos de 10, e 1 não tem sequer 1 lista

Porto: 4 a zero, 4 com 1 e depois mais 2 com menos de 10

Em Fevereiro coloquei aqui (mensagem inicial) o mapa de cobertura do eBird Espanha e salientei a quantidade de lacunas que ainda existiam, isto é, quadrículas sem cobertura.

Entretanto, seis meses volvidos, a situação evoluiu bastante.

Se traçarmos um paralelo em Madrid, podemos ver que para norte desse paralelo já há muito poucas falhas. Houve enormes avanços na Galiza e também em Castela e Leão, assim como no leste.

Para sul de Madrid é que continua a haver muitas zonas não prospectadas, em especial na região de Castela La Mancha (províncias de Toledo, Guadalajara, Ciudada Real, Cuenca e Albacete), onde a densidade de observadores deverá ser muito baixa e também na Andaluzia interior.

Deixo aqui novamente o mapa anterior, seguido da versão actual.





Já agora, do pouco que se vê de França, fica a sensação de que naquele país, ou pelo menos na parte visível, quase nada mudou neste aspecto.

O eBird tem mais aderentes se não houver já um sistema implementado a nível nacional (como é o caso de França).

A peça mais importante a para a expansão do eBird é o UK, não pela utilização no próprio UK, mas sim porque se o eBird se tornar a plataforma preferida para os ingleses, terá um elevado numero de utilizadores a divulgar a plataforma noutros países.

Mas realisticamente a expansão do eBird na Europa vai ser muito difícil, o mercado está saturado com outras plataformas o que dificulta, um observador não muda facilmente de plataforma.

Mas em Espanha não havia outra plataforma bastante popular, nomeadamente na Catalunha?