ESPÉCIE: Perdiz-cinzenta (Perdix perdix)

pedro121 escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:
A perdiz-cinzenta não está na categoria B mas sim na A.

Olha aqui: http://www.spea.pt/fotos/editor2/lista_avesptc_anuario5.pdf

Upsss, que falha da minha parte, lol, estava mesmo convicto que era B. que giro, tenho que ir mudar a minha base de dados, bem teria que mudar de qualquer modo devido a este registo.

É uma falha compreensível, a perdiz-cinzenta é uma "quase B", lol

Paulo Lemos: se ajuda, esta é uma das áreas onde armadilho continuamente há cerca de três anos. E é o primeiro registo que obtenho. Tanto quanto sei, as perdizes-cinzentas não são difíceis de observar (desde que existam). Acreditar que existe uma pequena população nidificante que nunca tenha desaparecido, não confere com os registos que existem nem com a minha percepção do que vou vendo na região. Estará apenas no domínio da fé...

Gonçalo Rosa escreveu:Apenas que visitem a área após grandes nevões nas áreas espanholas próximas onde habitam.

Sim, essa era a teoria de alguns de nos, ou seja de que em situações de muita neve elas podiam aparecer, mas era apenas uma teoria, o teu registo veio comprovar essa hipótese.

Bem, agora é a parte mais difícil para mim pessoalmente, que é vê-las um dia em Portugal, dado a zona, densidade e condições em que podem aparecer não vai ser mesmo nada fácil.

mas sem se tentar não se consegue.

Gonçalo Rosa escreveu:Paulo Lemos: se ajuda, esta é uma das áreas onde armadilho continuamente há cerca de três anos. E é o primeiro registo que obtenho. Tanto quanto sei, as perdizes-cinzentas não são difíceis de observar (desde que existam). Acreditar que existe uma pequena população nidificante que nunca tenha desaparecido, não confere com os registos que existem nem com a minha percepção do que vou vendo na região. Estará apenas no domínio da fé...

Bem.. mas pelos vistos tiveste fé, ao procurá-las
Conheço a minha região há décadas e não é por isso que deixa de ter surpresas, velhas surpresas.

A razão da minha intervenção está no post anterior. A questão da categoria B resolve o assunto, mas costumo ser cuidadoso "em ambos os sentidos", porque qualquer desses argumentos para interpretação que usaste, é sempre muito relativo. Assim como a opinião de qualquer pessoa sobre uma espécie (a mutabilidade dos seres vivos é sempre uma surpresa e a a sua distribuição e comportamento nos espaços também).

Já agora, não relacionado: o nervosismo desses animais é evidente.

não foi verdadeira fé (daquela sem qualquer fundamento racional), como o tempo veio a confirmar...

sim, é comum acontecer isso (nervosismo) com muitos animais quando encontram uma camara no terreno. Mas uma coisa é isso, outra é ser difícil de observá-las com binóculos, a distâncias que nada têm a ver com o metro ou metro e meio que dista entre a camara e as charrelas...

Não se pode dizer que seja uma espécie fácil de observar em nenhuma altura, em particular no Inverno onde o habitat é difícil de prospectar.

Paulo Lemos escreveu:Conheço a minha região há décadas e não é por isso que deixa de ter surpresas, velhas surpresas.

Concordo que há muitas vezes surpresas por descobrir (ainda há uma semana descobri uma população de calhandrinhas-das-marismas no concelho de Olhão, até aqui desconhecida, pelo menos na Primavera - será que se estabeleceram agora, ou sempre estiveram ali sem que alguém desse por elas?)

Mas não podemos esquecer que as coisas mudam. Muitas espécies não nidificavam em Portugal e em pouco tempo estabeleceram colónias em vários locais (colhereiros, íbis, corvos-marinhos, gaivotas-de-audouin) e outras expandiram-se para locais onde não ocorriam (a cegonha-branca é talvez o melhor exemplo, até no distrito de Leiria isto é evidente).

Gonçalo Rosa escreveu:não foi verdadeira fé (daquela sem qualquer fundamento racional)

Ora aí está .

Gonçalo Elias escreveu:
Concordo que há muitas vezes surpresas por descobrir (ainda há uma semana descobri uma população de calhandrinhas-das-marismas no concelho de Olhão, até aqui desconhecida, pelo menos na Primavera - será que se estabeleceram agora, ou sempre estiveram ali sem que alguém desse por elas?)

"Mil" explicações possíveis.
Por exemplo, ainda ontem e anteontem confirmei a presença de 3 territórios de Picus viridis nas Caldas (Concelho), mas neste caso sei mais ou menos o que se passa. A não ser que sejam aves muito furtivas em determinados anos, há a forte hipótese de que a população vá flutuando ao longo dos anos (fortemente), ou alternem regiões para territórios que eu não percorra.

Mais exemplos: nunca consegui saber ao certo se os Lanius senator desapareceram ou não da minha região como nidificantes, já que, quando a sua população diminuiu, os últimos casais passaram a ser extremamente pouco conspícuos (alguns desses casais formados pelos mesmos exemplares de "sempre", já velhos). Também para a população de Picanço-real, ainda aqui existente em relativamente elevado numero (como sempre,) acho interessante se caracterizar pelos pouco notórios movimentos da maioria dos casais, até em pleno território de cria. Uma população local adaptada a uma situação qualquer... pouco visíveis, e são picanços!

Depois, há a relatividade dos observadores: mais facilmente detecto açores por todas as regiões do país que visite, parecendo ser uma das mais comuns rapinas (mas estranhamente, uma ave que ninguém "vê"), do que certas populações, como a local destes picanços.
Outra: há ainda alguns casais de rouxinol-comum nas Caldas (a espécie "regride" fortemente), mas quase todos os presentes machos não cantam... e ainda por cima escondem-se nos canaviais densos de rios poluídos. Estranhamente, já confirmei isto ex-situ também (ou seja, parece genético não cantarem).
Aliás, como também tenho experiência ex-situ, e já criei aves em liberdade (que acompanhei durante anos, livres e fixas ou não a "x" território), sei que as aves são dos mais imprevisíveis seres que já conheci. Até a nível individual são surpreendentemente mutáveis.

Não faço ideia do que se passa com essas calhandrinhas.

Não conheço a perdiz cinzenta para opinar muito, apenas acho que a "fé sustentada" deve ajudar a conservar os seus habitats.

PNicolau escreveu:Não se pode dizer que seja uma espécie fácil de observar em nenhuma altura, em particular no Inverno onde o habitat é difícil de prospectar.

Sim, mas pensa assim, para o andorinhão temos que ir para os confins do alentejo no verão, para a felosa temos que ir para parte incerta mas também em alturas de tempo quentes, com a perdiz temos algo para procurar no norte no pico do inverno, agora só falta a cotovia no inicio da primavera.

pedro121 escreveu:

PNicolau escreveu:Não se pode dizer que seja uma espécie fácil de observar em nenhuma altura, em particular no Inverno onde o habitat é difícil de prospectar.

Sim, mas pensa assim, para o andorinhão temos que ir para os confins do alentejo no verão, para a felosa temos que ir para parte incerta mas também em alturas de tempo quentes, com a perdiz temos algo para procurar no norte no pico do inverno, agora só falta a cotovia no inicio da primavera.

O Fred já tem jipe... Pode ser que não se importe de irmos para o Montesinho no Inverno

PNicolau escreveu:

pedro121 escreveu:

PNicolau escreveu:Não se pode dizer que seja uma espécie fácil de observar em nenhuma altura, em particular no Inverno onde o habitat é difícil de prospectar.

Sim, mas pensa assim, para o andorinhão temos que ir para os confins do alentejo no verão, para a felosa temos que ir para parte incerta mas também em alturas de tempo quentes, com a perdiz temos algo para procurar no norte no pico do inverno, agora só falta a cotovia no inicio da primavera.

O Fred já tem jipe... Pode ser que não se importe de irmos para o Montesinho no Inverno

...hummm...mas não é um 4x4 pois não?

Tissot escreveu:
O Fred já tem jipe... Pode ser que não se importe de irmos para o Montesinho no Inverno

...hummm...mas não é um 4x4 pois não?[/quote]

Nem é um jipe realmente, é um SUV, aguenta gravilha, mas não todo terreno a serio.

pedro121 escreveu:Mais importante que inserir o registo no eBird, seria enviar o registo para o CPR, digo isto porque este registo permite tirar a espécie da categoria B e coloca-lo na A, o que me parece mais importante do que ter mais uma espécie no eBird Portugal.

E parabéns Gonçalo, mesmo que remotamente foi um grande achado.

Obrigado, Pedro. Quanto a registo no eBrid ou CPR, tudo bem, desde que não me peçam dados mais precisos da localização do que vem na notícia, claro.

1 abraço, gonçalo

Para o eBird, não há problema porque podes escolher o hotspot "PN Montesinho--Serra de Montesinho--área geral" e inserires uma lista com o protocolo histórico ou ocasional.

Para o CPR, francamente não sei. Mas no formulário eles indicam concelho e Local Exacto, por isso podes submeter como sendo no PN Montesinho, ou Serra de Montesinho ou o que achares melhor. Se eventualmente eles quiserem mais indicações do que o que tu colocares, então que entrem em contacto contigo, o que é improvável visto que não
respondem há meses/anos.

Gonçalo Rosa escreveu:

Obrigado, Pedro. Quanto a registo no eBrid ou CPR, tudo bem, desde que não me peçam dados mais precisos da localização do que vem na notícia, claro.

1 abraço,   gonçalo

Não, tanto no eBird como para o CPR podes indicar uma localização geral, tipo Parque Natural de Montesinho ou simplesmente distrito de Bragança, alias no eBird há um ponto geral para as observações feitas no parque que é o ponto PN Montesinho--Serra de Montesinho--área geral.

podes enviar o registo para o CPR através do seguinte link

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdb2hIYcUY18O-OhAgz_On48mCuSUKBIA-QYx7XUTdPQ82kdQ/viewform?formkey=dHJmQTlFUTgza1NPWHJJbUd0ZEQ5T0E6MQ

no campo "Local Exacto" colocas o parque ou algo do género.

Depois recebes um email de confirmação, convém é responder a esse email com uma nota a dizer que o registo foi através de camera trap.

Quanto ao eBird, eu vou confirmar com os revisores, por principio não são aceites registos obtidos remotamente. mas neste caso por mim era de abrir uma excepção.

A situação no UK não é famosa...

pedro121 escreveu:obtidos remotamente. mas neste caso por mim era de abrir uma excepção.

Então e os múltiplos registos do Magnus de gravaçoes nocturnas??

PNicolau escreveu:
Então e os múltiplos registos do Magnus de gravaçoes nocturnas??

"No Remote Sensed Images or Video
NestCams and FeederCams are not appropriate for eBird. The differences in detection rates between what you can see or hear over a video feed, differs greatly from what you can detect in the field. Right now eBird does not have a good way to examine these differences. Please do not enter any data from nest cameras, feeder cameras, or videos of people traveling around filming birds."

Não está coberto, tecnicamente nem esta situação. por mim é pacifico bem como as do Magnus, mas isso sou eu.

A descrição do eBird aplica-se a listas completas, nao a registos ocasionais.

Se vos serve de consolo o Paulo Belo tem um jipe x)

João Tomás escreveu:Se vos serve de consolo o Paulo Belo tem um jipe x)

Com sorte ainda chegam lá antes do por-do-sol

PNicolau escreveu:A descrição do eBird aplica-se a listas completas, nao a registos ocasionais.

onde viste isso?

Gonçalo Elias escreveu:
Com sorte ainda chegam lá antes do por-do-sol

Então, o jipe é assim tão mau?

pedro121 escreveu:

PNicolau escreveu:A descrição do eBird aplica-se a listas completas, nao a registos ocasionais.

onde viste isso?

Inferi do que está lá escrito. A questão da detectabilidade não se aplica a registos adicionais.