Campanha de salvamento de águia-caçadeira Circus pygargus no sul de Portugal - pedido de colaboração

Desde os anos 80 que se tem vindo a observar um abandono muito significativo das práticas agrícolas tradicionais e da produção de cereais para grão. Estas alterações têm efeitos sobre a paisagem, a flora e a fauna, sendo uma das espécies mais afetadas a águia-caçadeira, que atualmente se crê ser uma das espécies mais ameaçadas da nossa fauna terrestre.
Os principais problemas que afetam esta espécie são, por um lado, a redução de searas de trigo e aveia para grão e por outro, o incremento das culturas forrageiras, principalmente fenos, que conflituam com a reprodução desta e de outras aves que nidificam no chão. Os fenos apresentam uma altura da vegetação indicada para a nidificação, que são depois gadanhados em plena época de nidificação (Abril a Junho) causando a perda dos ovos, crias e por vezes de adultos também, constituindo por isso uma armadilha ecológica.
Dada a situação crítica da espécie em Portugal, o Clube de Produtores CONTINENTE em conjunto com os parceiros Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC) e Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO/BIOPOLIS) está a promover medidas de conservação ativas para salvaguardar a nidificação desta espécie nas searas, bem como melhorar o conhecimento sobre a sua situação no país. Entre as medidas previstas inclui-se a identificação de colónias/casais da espécie e implementação de medidas de proteção de ninhos/crias de risco em searas, envolvendo ativamente os agricultores e proprietários na aplicação destas ações.
Torna-se assim essencial reunir o máximo de informação possível sobre todos os locais onde a espécie possa estar a nidificar, pelo que apelamos a que colaborem, enviando os avistamentos que façam ou que tenham feito este ano. Se possível enviem as coordenadas das observações (ou uma descrição que permita identificar o melhor possível o local), o número de indivíduos e, sempre que possível, o sexo, para o e-mail salvemos.aguia.cacadeira@gmail.com

Agradeço desde já toda a colaboração,
Carlos Pacheco

Boa iniciativa. Perspetivas de nidificação em parques solares? Será possível adaptar o coberto herbáceo para o efeito?

Julgo que em andavam umas equipas da UC a pesquisar sobre o tema.

Agostinho_MRCM escreveu:Boa iniciativa. Perspetivas de nidificação em parques solares? Será possível adaptar o coberto herbáceo para o efeito?

Julgo que em andavam umas equipas da UC a pesquisar sobre o tema.

É uma boa questão. Não me parece de todo viável, dado que ter vegetação alta (mesmo que herbácea) no interior de um parque solar constitui um risco de incêndio elevado. Para alcaravão, sim, já foi feito e é possível ter bons resultados, tal como para espécies cinegéticas de caça menor, como perdiz, lebre e coelho.

Carlos Pacheco escreveu:

Agostinho_MRCM escreveu:Boa iniciativa. Perspetivas de nidificação em parques solares? Será possível adaptar o coberto herbáceo para o efeito?

Julgo que em andavam umas equipas da UC a pesquisar sobre o tema.

Para alcaravão, sim, já foi feito e é possível ter bons resultados, tal como para espécies cinegéticas de caça menor, como perdiz, lebre e coelho.

Podes partilhar artigos / fontes de informação sobre as orientações de gestão que tiveram sucesso? Tenho interesse para aplicar na vinha e em Centrais Solares. Obrigado.