LOCAL: Estuário do Cávado
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Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Fantásticas fotos Jorge
alcedo- Número de Mensagens : 2232
Idade : 64
Local : Póvoa de Varzim
Data de inscrição : 02/10/2011
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Quem diria que um pequeno e monótono estuário atlântico viria, nem que fosse por apenas alguns dias, a rivalizar em número de observadores de aves com as grandes zonas húmidas de influência mediterrânica que se espalham pelo centro e sul do nosso país? Eu, que fiz destes torrõezinhos rasgados pelo Cávado, mais do que o meu campo de estudo, a minha segunda casa, devo dizer que foi com grande satisfação que anunciei a chegada do agora mais ilustre membro da avifauna local. E depois disto, que mais haveria para dizer?
Estuário do Cávado, de 1 a 15 de novembro de 2014
MERGULHÃO-CAÇADOR (Podilymbus podiceps)
- no dia 5 chegou um imaturo que facilmente se localizava a partir do cais do clube náutico de Ofir; disto dei nota em vários meios, às autoridades científicas e também aqui: https://aves.forumeiros.com/t17278-id-mergulhao; a ave continua precisamente nos mesmos locais e se o observarmos a alguma distância, como o faz um tímido CAGARRAZ (Podiceps nigricollis) que por ali também se encontra, logo percebemos a diferença de tamanho relativamente aos três MERGULHÕES-PEQUENOS (Tachybaptus ruficollis) que muitas vezes o acompanham
mas se tentarmos a aproximação, a ave tende a aproximar-se das margens com vegetação e a tomar uma postura que mais lembra o periscópio de um submarino;
GANSO-DE-FACES-PRETAS (Branta bernicla)
- o indivíduo chegado em outubro apenas foi aqui visto até ao dia 5 deste mês;
ÍBIS-PRETA (Plegadis falcinellus)
- foi interessante perceber a mudança de comportamento dos dois indivíduos aqui chegados em outubro e que então se alimentavam nos lodaçais e pernoitavam entre os juncos do sapal; entretanto passaram a frequentar os campos de cultivo da margem direita para se alimentarem entre as GARÇAS-BOIEIRAS (Bubulcus ibis) que também acompanhavam para a pernoita nos ramos de uma galeria ripícola do estuário;
(
COLHEREIRO (Platalea leucorodia)
- outrora rara e “apressada”, esta espécie parece agora encontrar neste estuário condições favoráveis; neste momento quatro indivíduos prolongam por aqui a sua estadia;
PETINHA-RIBEIRINHA (Anthus spinoletta)
- no dia 5 chegou aquele que me parece ser o indivíduo que habitualmente inverna a montante da ponte velha e que pode ser encontrado na zona ribeirinha de Fão mas também na margem oposta.
Cumprimentos
Jorge
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Excelentes observações Jorge
Vou dar um pulo a Esposende no fim de semana
Vou dar um pulo a Esposende no fim de semana
alcedo- Número de Mensagens : 2232
Idade : 64
Local : Póvoa de Varzim
Data de inscrição : 02/10/2011
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
A fotografia do "periscópio" está demais
Agradecemos o ponto da situação no Cávado (mas o Verdes Ecos deixa também saudades! )
Agradecemos o ponto da situação no Cávado (mas o Verdes Ecos deixa também saudades! )
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Grande trabalho que tens feito Jorge. Muito bom, mesmo!
E a foto do periscópio está qualquer coisa de genial.
E a foto do periscópio está qualquer coisa de genial.
PNicolau- Número de Mensagens : 7863
Idade : 30
Local : Lisboa
Data de inscrição : 28/12/2008
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
O final de outubro e os primeiros dias de novembro auspiciavam bons tempos no litoral norte, mas as temperaturas ainda amenas continuam a atrasar muitos dos habituais visitantes frios que só muito timidamente se vão notando.
Estuário do Cávado, de 16 a 30 de novembro de 2014
PATOS
- ao pequeno grupo de quatro PIADEIRAS (Anas penelope) juntaram-se mais alguns indivíduos, entre os quais se destacava um belo macho adulto;
- os MARREQUINHOS (Anas crecca) são agora muitas dezenas;
- já chegou o grupo de meia-dúzia de ARRÁBIOS (Anas acuta) que habitualmente nos visitam nesta época;
- as FRISADAS (Anas strepera) ainda só se fazem representar por um par;
- o mesmo acontece com os PATOS-COLHEREIROS (Anas clypeata);
- ainda não detectei qualquer NEGROLA-COMUM (Melanitta nigra) estacionada em frente à foz;
- quanto à coleção de exóticos há a registar a passagem de um par de GANSOS-DO-EGIPTO (Alopochen aegyptiaca), que não se demoraram, ao contrário do que aconteceu com uma MARRECA-CASTANHA (Anas castanea) que se juntou aos bandos, ainda não muito numerosos, de PATOS-REAIS (Anas platyrhynchos) que se distribuem pela orla do juncal
[suspeito que esta ave seja a mesma já observada em setembro no vizinho estuário do Douro ( ver em: https://aves.forumeiros.com/t16756-id-pato ) e que outra ave, uma fêmea ou imaturo que apenas consegui observar a longa distância, possa ser da mesma espécie].
MERGULHÕES
- continua por cá apenas um CAGARRAZ ou MERGULHÃO-DE-PESCOÇO-PRETO (Podiceps nigricollis); os MERGULHÕES-PEQUENOS (Tachybaptus ruficollis) são agora quatro, com os quais continua a ser visto o já célebre MERGULHÃO-CAÇADOR (Podilymbus podiceps).
CICONIIFORMES
- ao contrário do que acontece com os quatro COLHEREIROS (Platalea leucorodia), que parecem querer prolongar a estadia, as ÍBIS-PRETAS (Plegadis falcinellus) já debandaram;
- a presença de CEGONHAS-BRANCAS (Ciconia ciconia) na região já se nota desde outubro, mas só no dia 26 de novembro observei um indivíduo nas margens do estuário do Cávado propriamente dito.
RAPINAS
- a restinga do Cávado costuma acolher várias aves de rapina invernantes (apesar de várias terem o estatuto fenológico de residentes em Portugal Continental); destas, e durante esta quinzena, só foi notada a ausência da ÁGUIA-SAPEIRA ou TARTARANHÃO-DOS-PAUIS (Circus aeruginosus), aqui apenas observada nas passagens migratórias; então, neste momento, à semelhança do que se verificou nos últimos invernos, aquela exígua língua de terra que separa o rio do mar sustenta um AÇOR (Accipiter gentilis), uma ÁGUIA-D’ASA-REDONDA (Buteo buteo), uma ÁGUIA-PESQUEIRA (Pandion haliaetus), um PENEIREIRO-DE-DORSO-MALHADO (Falco tinnunculus) e um FALCÃO-PEREGRINO (Falco peregrinus).
GAIVOTAS
- já comecei a olhá-las com maior atenção mas entre a mais comuns não distingui outras além de algumas GAIVOTAS-DE-CABEÇA-PRETA (Ichthyaetus melanocephalus) e um FAMEGO ou GAIVOTA-PARDA (Larus canus).
REGISTOS TARDIOS
- no dia 16 ainda observei na margem esquerda uma ANDORINHA-DAS-CHAMINÉS (Hirundo rustica) e no dia seguinte um ANDORINHÃO-PRETO (Apus apus).
Cumprimentos
Jorge
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Jorge, em que zona costumam andar os mergulhões?
LuisMM- Número de Mensagens : 725
Data de inscrição : 24/01/2012
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Olá Luís,
(tentei várias vezes colar aqui uma imagem com o local mas quando a tento publicar apenas aparece o motor de um carro velho, não sei o que se passa, portanto vou tentar fazer uma descrição)
Se te dirigires pelo Núcleo Turístico de Ofir para a foz do Cávado através margem sul (ou esquerda), ao chegares à restinga vais encontrar um edifício com a designação à entrada «Clube Náutico de Ofir». No lado oposto a esta entrada, atravessando um inculto invadido por acácias e chorões-das-praias, encontras um cais com vista para um amplo plano de água e para o principal sapal deste estuário. Com a maré vaza é quase impossível não veres o Podilymbus e é seguro que, pousada numa estaca um pouco a norte, vais observar uma Águia-pesqueira entretida (ignorando-te) a desfazer a presa.
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Jorge é este o local?
LuisMM- Número de Mensagens : 725
Data de inscrição : 24/01/2012
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Jorge, obrigado por mais um excelente relatório
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25661
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Obrigado Gonçalo, é um gosto poder partilhar as minhas observações.
Luís, o local que indicaste é o «Clube Náutico de Fão» e não o «CN de Ofir» (Ofir é um lugar da Vila de Fão, daí a confusão).
Se continuares nessa estrada para poente, precisamente antes de um posto de abastecimento de combustível que vais encontrar do teu lado direito, viras para a direita e segues até à entrada do Hotel Parque do Rio onde viras à esquerda. Então, segues sempre em frente até encontrares um sinal de trânsito proibido. Procura estacionar o carro do teu lado direito no acesso a um cais. Desde aqui podes procurar o mergulhão que não será difícil de encontrar (caso não esteja abrigado nos canais do sapal e frente com a maré cheia). Se te voltares para norte, verás outro cais (é este o do Clube Náutico de Ofir), onde terás uma melhor perspetiva sobre uma margem muitas vezes "patrulhada" pela ave.
Agora lá consegui colar a imagem. A ave está normalmente na zona que marquei a branco.
Luís, o local que indicaste é o «Clube Náutico de Fão» e não o «CN de Ofir» (Ofir é um lugar da Vila de Fão, daí a confusão).
Se continuares nessa estrada para poente, precisamente antes de um posto de abastecimento de combustível que vais encontrar do teu lado direito, viras para a direita e segues até à entrada do Hotel Parque do Rio onde viras à esquerda. Então, segues sempre em frente até encontrares um sinal de trânsito proibido. Procura estacionar o carro do teu lado direito no acesso a um cais. Desde aqui podes procurar o mergulhão que não será difícil de encontrar (caso não esteja abrigado nos canais do sapal e frente com a maré cheia). Se te voltares para norte, verás outro cais (é este o do Clube Náutico de Ofir), onde terás uma melhor perspetiva sobre uma margem muitas vezes "patrulhada" pela ave.
Agora lá consegui colar a imagem. A ave está normalmente na zona que marquei a branco.
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Fixe
Obrigado pela explicação e também pelos relatórios que fazes desse estuário.
Em breve farei uma visitinha
Obrigado pela explicação e também pelos relatórios que fazes desse estuário.
Em breve farei uma visitinha
LuisMM- Número de Mensagens : 725
Data de inscrição : 24/01/2012
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Os ares polares já se fazem sentir no litoral norte. Recebidos por muitos como motivo de recolhimento, estes tempos são, para mim, promessas de boas observações. Mas, para já, fiquei-me pela expetativa.
Estuário do Cávado, de 1 a 15 de dezembro de 2014
NEGROLA-COMUM ou PATO-NEGRO (Melanitta nigra)
- logo no primeiro dia do mês “estacionou” para invernar no mar em frente à restinga um trio destas aves; nos dias seguintes, também perto da foz, ainda foi visto outro pequeno grupo que não se demorou; não devem tardar os grandes bandos…
MERGULHÃO-CAÇADOR (Podilymbus podiceps)
- apesar de lhe restar apenas um companheiro (T. ruficollis), estou cada vez mais convicto de que o hei-de ver vestir-se de adulto; permanece, extremamente cauteloso e pouco tolerante à nossa aproximação, na mesma zona onde tem sido visto desde a sua chegada; além das enguias, passou a incluir na sua dieta pequenas solhas.
COLHEREIRO (Platalea leucorodia)
- depois da troica chegada em outubro, em novembro o grupo aumentou para quatro indivíduos; no dia 1 de dezembro juntaram-se-lhes mais duas aves, uma destas anilhada no mês de agosto em Griend na Holanda. No intervalo de repousos prolongados o grupo patrulha os baixios à cata de pequenos peixes e camarões.
RAPINAS INVERNANTES
- se os doutos autarcas locais vissem por que motivo algumas rapinas procuram este estuário no inverno, não tenho grandes dúvidas de que logo se proporiam a desratizá-lo; enquanto as habituais três ÁGUIAS-D’ASA-REDONDA (Buteo buteo) parecem ter encontrado consenso na repartição das áreas de caça, os PENEIREIROS-DE-DORSO-MALHADO (Falco tinnunculus) veem-se agora confrontados com uma terraplanagem a que chamaram de requalificação ambiental da zona ribeirinha de Fão e que, como num jogo das cadeiras, deixou uma destas aves sem lugar; o conflito desta com as restantes congéneres tem sido notado.
TARAMBOLA-CINZENTA (Pluvialis squatarola)
- no inverno estas aves distribuem-se por quase todo este estuário; muito conspícuas e localizadas facilmente através das caraterísticas vocalizações de alarme, são encontradas aos pares ou isoladamente, com exceção de um bando que se concentra habitualmente na restinga sob o miradouro; este grupo, que já contou com mais de 80, em dezembro de 2012 não atingiu as 60 aves e no último inverno o seu número ainda decresceu ligeiramente; neste ano este bando já conta com pouco mais de 30 aves e não se notam alterações noutros locais desta zona húmida.
TARAMBOLA-DOURADA (Pluvialis apricaria)
- no estuário do Cávado propriamente dito estas aves não têm o hábito de se demorarem, mas quando aqui ocorrem contam-se várias dezenas de indivíduos em bando; aqui próximo, o local mais indicado para as observar tem sido a praia da Ramalha na Apúlia; no final do ano de 2012 foram ali contadas 122 aves e no inverno seguinte não se notaram alterações sensíveis neste bando; no final desta 1ª quinzena de dezembro de 2014 aquela praia acolhia um bando com 331 (trezentas e trinta e uma) aves, um grande aumento que contrasta com o que está a suceder à congénere anterior.
ABIBE-COMUM (Vanellus vanellus)
- as apelidadas Aves Frias ainda só contam com 8 indivíduos no sapal.
Cumprimentos
Jorge
Estuário do Cávado, de 1 a 15 de dezembro de 2014
NEGROLA-COMUM ou PATO-NEGRO (Melanitta nigra)
- logo no primeiro dia do mês “estacionou” para invernar no mar em frente à restinga um trio destas aves; nos dias seguintes, também perto da foz, ainda foi visto outro pequeno grupo que não se demorou; não devem tardar os grandes bandos…
MERGULHÃO-CAÇADOR (Podilymbus podiceps)
- apesar de lhe restar apenas um companheiro (T. ruficollis), estou cada vez mais convicto de que o hei-de ver vestir-se de adulto; permanece, extremamente cauteloso e pouco tolerante à nossa aproximação, na mesma zona onde tem sido visto desde a sua chegada; além das enguias, passou a incluir na sua dieta pequenas solhas.
COLHEREIRO (Platalea leucorodia)
- depois da troica chegada em outubro, em novembro o grupo aumentou para quatro indivíduos; no dia 1 de dezembro juntaram-se-lhes mais duas aves, uma destas anilhada no mês de agosto em Griend na Holanda. No intervalo de repousos prolongados o grupo patrulha os baixios à cata de pequenos peixes e camarões.
RAPINAS INVERNANTES
- se os doutos autarcas locais vissem por que motivo algumas rapinas procuram este estuário no inverno, não tenho grandes dúvidas de que logo se proporiam a desratizá-lo; enquanto as habituais três ÁGUIAS-D’ASA-REDONDA (Buteo buteo) parecem ter encontrado consenso na repartição das áreas de caça, os PENEIREIROS-DE-DORSO-MALHADO (Falco tinnunculus) veem-se agora confrontados com uma terraplanagem a que chamaram de requalificação ambiental da zona ribeirinha de Fão e que, como num jogo das cadeiras, deixou uma destas aves sem lugar; o conflito desta com as restantes congéneres tem sido notado.
TARAMBOLA-CINZENTA (Pluvialis squatarola)
- no inverno estas aves distribuem-se por quase todo este estuário; muito conspícuas e localizadas facilmente através das caraterísticas vocalizações de alarme, são encontradas aos pares ou isoladamente, com exceção de um bando que se concentra habitualmente na restinga sob o miradouro; este grupo, que já contou com mais de 80, em dezembro de 2012 não atingiu as 60 aves e no último inverno o seu número ainda decresceu ligeiramente; neste ano este bando já conta com pouco mais de 30 aves e não se notam alterações noutros locais desta zona húmida.
TARAMBOLA-DOURADA (Pluvialis apricaria)
- no estuário do Cávado propriamente dito estas aves não têm o hábito de se demorarem, mas quando aqui ocorrem contam-se várias dezenas de indivíduos em bando; aqui próximo, o local mais indicado para as observar tem sido a praia da Ramalha na Apúlia; no final do ano de 2012 foram ali contadas 122 aves e no inverno seguinte não se notaram alterações sensíveis neste bando; no final desta 1ª quinzena de dezembro de 2014 aquela praia acolhia um bando com 331 (trezentas e trinta e uma) aves, um grande aumento que contrasta com o que está a suceder à congénere anterior.
ABIBE-COMUM (Vanellus vanellus)
- as apelidadas Aves Frias ainda só contam com 8 indivíduos no sapal.
Cumprimentos
Jorge
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Gosto de acompanhar este tópico. Parabéns pela informação
Paulfer- Número de Mensagens : 952
Idade : 41
Local : Mealhada
Data de inscrição : 17/03/2011
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Araújo da Silva escreveu:Os ares polares já se fazem sentir no litoral norte. Recebidos por muitos como motivo de recolhimento, estes tempos são, para mim, promessas de boas observações. Mas, para já, fiquei-me pela expetativa.
É a sina dos observadores esperarem sempre com ansiedade por mau tempo, ondas de frio, tempestades até mesmo secas e ondas de calor, todas situações climatéricas que desagradam aos outros são esperadas com grande expectativa. Se a Europa sofrer com uma onda de frio artico e ficar congelada ficamos contentes porque pode vir um pato raro, se a costa leste da america for devastada por um tufão que atravesse o atlântico esperamos com ansiedade pelas limicolas nearticas, se uma tempestade varrer o norte do atlântico podemos esperar gaivotas, alcideos e gavias, se o inverno for seco e houver seca na península iberica é altura de procurar Porzanas na primavera e Galeirões de crista, patos de rabo alçado e Pardilheiras, e por fim se houver uma perfect storm é ver a malta ir para o litoral para entre vento e chuva ver passar moleiros-rabilongos, sabines e quem sabe um Fulmar.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Muito bom!
Uma pergunta: quanto tempo demoraste a receber a informação do colhereiro?
Uma pergunta: quanto tempo demoraste a receber a informação do colhereiro?
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25661
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Obrigado a todos pelo simpático feedback.
Gonçalo, no dia 8 de dezembro enviei a informação sobre a localização da ave anilhada e no dia 14 já cá tinha a resposta. Com as limícolas é mais célere mas com algumas gaivotas e as águias-pesqueiras chega a ser desesperante (e desmotivadora) a espera.
Gonçalo, no dia 8 de dezembro enviei a informação sobre a localização da ave anilhada e no dia 14 já cá tinha a resposta. Com as limícolas é mais célere mas com algumas gaivotas e as águias-pesqueiras chega a ser desesperante (e desmotivadora) a espera.
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Mais um excelente relatório!!
Quem diria há 2 meses que se poderiam ter expectativas goradas de boas observações com um Podilymbus podiceps na lista
Ele que se mantenha que talvez ainda o veja quando for ao Norte em Janeiro.
Cumprimentos
António
Araújo da Silva escreveu:Os ares polares já se fazem sentir no litoral norte. Recebidos por muitos como motivo de recolhimento, estes tempos são, para mim, promessas de boas observações. Mas, para já, fiquei-me pela expetativa.
Estuário do Cávado, de 1 a 15 de dezembro de 2014
MERGULHÃO-CAÇADOR (Podilymbus podiceps)
- apesar de lhe restar apenas um companheiro (T. ruficollis), estou cada vez mais convicto de que o hei-de ver vestir-se de adulto; permanece, extremamente cauteloso e pouco tolerante à nossa aproximação, na mesma zona onde tem sido visto desde a sua chegada; além das enguias, passou a incluir na sua dieta pequenas solhas.
Quem diria há 2 meses que se poderiam ter expectativas goradas de boas observações com um Podilymbus podiceps na lista
Ele que se mantenha que talvez ainda o veja quando for ao Norte em Janeiro.
Cumprimentos
António
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Ao contrário do que tem sido habitual, o último final do ano não nos trouxe grandes motivos de interesse. Por tal, escusei-me a apresentar os meus apontamentos referentes à derradeira quinzena de 2014 que culminou com a passagem de três, agora “comuns”, GANSOS-DE-FACES-PRETAS (Branta bernicla), cujas imagens já aqui ( https://aves.forumeiros.com/t17756-b-b-hrota-ou-bernicla#95989 ) vos trouxe. O Ano Novo também não tem revelado novidades, mas para manter alguma regularidade neste tópico deixo-vos com algumas notas.
Estuário do Cávado, de 1 a 15 de janeiro de 2015
PATOS e AFINS
- definitivamente os patos não estão a procurar o litoral de Esposende neste inverno; aqui, além dos omnipresentes PATOS-REAIS (Anas platyrhynchos), mal se conta mais do que um casal de PIADEIRAS (Anas penelope) e quase não se viram os bandos de NEGROLAS-COMUNS (Melanitta nigra), que nos habituaram nos últimos anos a “estacionarem” às dezenas a norte e a sul da foz; por sua vez, os MARREQUINHOS (Anas crecca) estão a ocorrer nos números do costume, ou seja, os bandos do sapal principal ultrapassam os setenta indivíduos e os que se concentram a montante da ponte velha contam com mais do que cinquenta aves; o final de quinzena ficou marcado pela chegada de um GANSO-DO-EGIPTO (Alopochen aegyptiaca) que se juntou à já larga coleção de exóticas da marginal de Fão e ainda pela efémera passagem de um zarro que me pareceu um macho adulto de NEGRELHO (Aythya marila) mas devido à longa distância a que o observei não posso excluir a hipótese de ser uma NEGRINHA (Aythya fuligula) ou até um híbrido destes (ver as imagens possíveis em: https://aves.forumeiros.com/t17937-aythya-suspeita).
MERGULHÕES
- chegado no dia 5 de novembro, o MERGULHÃO-CAÇADOR (Podilymbus podiceps) deixou de aparecer precisamente dois meses depois; do pequeno grupo de MERGULHÕES-PEQUENOS (Tachybaptus ruficollis) só resta agora um; já o CAGARRAZ ou MERGULHÃO-DE-PESCOÇO-PRETO (Podiceps nigricollis), que até ao final de dezembro se manteve isolado, a partir do dia 5 de janeiro passou a contar com a companhia de mais três congéneres.
GAIVOTAS
- entre as maiores, apenas a leitura de algumas anilhas mereceu atenção; nas menores foi notada a grande abundância de GUINCHOS-COMUNS (Chroicocephalus ridibundus) que se distribuíram pelo estuário, praias e campos lavrados e entre os quais apenas se destacavam algumas (dificilmente mais do que dez) GAIVOTAS-DE-CABEÇA-PRETA (Ichthyaetus melanocephalus) e (até três) FAMEGOS ou GAIVOTAS-PARDAS (Larus canus).
OUTRAS INVERNANTES
GALEIRÃO-COMUM (Fulica atra)
- há vinte anos atrás estas eram aves muito escassas no estuário do Cávado propriamente dito; aliás, a primeira vez que aqui registei um indivíduo desta espécie foi apenas em setembro de 1999; desde então, entre 1 a 5 indivíduos visitam-nos com assiduidade mas unicamente para aqui invernar; apesar disto, estas aves beneficiam de uma agressão ambiental e já se reproduzem regularmente em minas no vale do Cávado aqui próximo; também estou convicto de que nos últimos anos foi outra ameaça ecológica que favoreceu a sua ocorrência no estuário em números mais elevados, rondando a dezena de indivíduos nos últimos invernos; embora a sua disseminação se verifique a montante do estuário, ano após ano as chuvas têm trazido os exóticos jacintos-de-água (Eichhornia crassipes) até junto da foz onde se concentram e atraem os galeirões que deles e neles se alimentam; devido às bem-sucedidas medidas de combate à invasão daquela planta, nesta época apenas aqui se observou um máximo de quatro galeirões e neste momento já só resta um par.
ABIBE-COMUM (Vanellus vanellus)
- o bando continua muito reduzido não ultrapassando os 14 indivíduos que facilmente se observam na margem do sapal orientada para o clube náutico de Ofir; não se encontra qualquer uma destas aves nos campos de cultivo da margem direita, onde noutros invernos se observavam bandos com várias dezenas de indivíduos.
PETINHA-RIBEIRINHA (Anthus spinoletta)
- os campos de cultivo a montante da ETAR são o local mais favorável para encontrar esta rara invernante; entre as hordas de petinhas-dos-prados, as “ribeirinhas” facilmente se distinguiam pela plumagem mais clara das partes inferiores e sobretudo pelas patas escuras quase pretas; este ano, o único individuo ali presente exibe as patas acastanhadas e claras que dificultam o “diagnóstico”.
Cumprimentos
Jorge
Estuário do Cávado, de 1 a 15 de janeiro de 2015
PATOS e AFINS
- definitivamente os patos não estão a procurar o litoral de Esposende neste inverno; aqui, além dos omnipresentes PATOS-REAIS (Anas platyrhynchos), mal se conta mais do que um casal de PIADEIRAS (Anas penelope) e quase não se viram os bandos de NEGROLAS-COMUNS (Melanitta nigra), que nos habituaram nos últimos anos a “estacionarem” às dezenas a norte e a sul da foz; por sua vez, os MARREQUINHOS (Anas crecca) estão a ocorrer nos números do costume, ou seja, os bandos do sapal principal ultrapassam os setenta indivíduos e os que se concentram a montante da ponte velha contam com mais do que cinquenta aves; o final de quinzena ficou marcado pela chegada de um GANSO-DO-EGIPTO (Alopochen aegyptiaca) que se juntou à já larga coleção de exóticas da marginal de Fão e ainda pela efémera passagem de um zarro que me pareceu um macho adulto de NEGRELHO (Aythya marila) mas devido à longa distância a que o observei não posso excluir a hipótese de ser uma NEGRINHA (Aythya fuligula) ou até um híbrido destes (ver as imagens possíveis em: https://aves.forumeiros.com/t17937-aythya-suspeita).
MERGULHÕES
- chegado no dia 5 de novembro, o MERGULHÃO-CAÇADOR (Podilymbus podiceps) deixou de aparecer precisamente dois meses depois; do pequeno grupo de MERGULHÕES-PEQUENOS (Tachybaptus ruficollis) só resta agora um; já o CAGARRAZ ou MERGULHÃO-DE-PESCOÇO-PRETO (Podiceps nigricollis), que até ao final de dezembro se manteve isolado, a partir do dia 5 de janeiro passou a contar com a companhia de mais três congéneres.
GAIVOTAS
- entre as maiores, apenas a leitura de algumas anilhas mereceu atenção; nas menores foi notada a grande abundância de GUINCHOS-COMUNS (Chroicocephalus ridibundus) que se distribuíram pelo estuário, praias e campos lavrados e entre os quais apenas se destacavam algumas (dificilmente mais do que dez) GAIVOTAS-DE-CABEÇA-PRETA (Ichthyaetus melanocephalus) e (até três) FAMEGOS ou GAIVOTAS-PARDAS (Larus canus).
OUTRAS INVERNANTES
GALEIRÃO-COMUM (Fulica atra)
- há vinte anos atrás estas eram aves muito escassas no estuário do Cávado propriamente dito; aliás, a primeira vez que aqui registei um indivíduo desta espécie foi apenas em setembro de 1999; desde então, entre 1 a 5 indivíduos visitam-nos com assiduidade mas unicamente para aqui invernar; apesar disto, estas aves beneficiam de uma agressão ambiental e já se reproduzem regularmente em minas no vale do Cávado aqui próximo; também estou convicto de que nos últimos anos foi outra ameaça ecológica que favoreceu a sua ocorrência no estuário em números mais elevados, rondando a dezena de indivíduos nos últimos invernos; embora a sua disseminação se verifique a montante do estuário, ano após ano as chuvas têm trazido os exóticos jacintos-de-água (Eichhornia crassipes) até junto da foz onde se concentram e atraem os galeirões que deles e neles se alimentam; devido às bem-sucedidas medidas de combate à invasão daquela planta, nesta época apenas aqui se observou um máximo de quatro galeirões e neste momento já só resta um par.
ABIBE-COMUM (Vanellus vanellus)
- o bando continua muito reduzido não ultrapassando os 14 indivíduos que facilmente se observam na margem do sapal orientada para o clube náutico de Ofir; não se encontra qualquer uma destas aves nos campos de cultivo da margem direita, onde noutros invernos se observavam bandos com várias dezenas de indivíduos.
PETINHA-RIBEIRINHA (Anthus spinoletta)
- os campos de cultivo a montante da ETAR são o local mais favorável para encontrar esta rara invernante; entre as hordas de petinhas-dos-prados, as “ribeirinhas” facilmente se distinguiam pela plumagem mais clara das partes inferiores e sobretudo pelas patas escuras quase pretas; este ano, o único individuo ali presente exibe as patas acastanhadas e claras que dificultam o “diagnóstico”.
Cumprimentos
Jorge
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Obrigado Jorge por mais um excelente relatório.
1 abraço,
Gonçalo
1 abraço,
Gonçalo
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25661
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Mais uma vez um excelente relatório e lá terei que ir outra vez a Esposende
A lontra está demais
A lontra está demais
alcedo- Número de Mensagens : 2232
Idade : 64
Local : Póvoa de Varzim
Data de inscrição : 02/10/2011
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Viva caríssimos!
O notado processo de expansão territorial haveria de trazê-los até à região, estava certo. No início de agosto de 2012 foi registada a presença de dois indivíduos na Apúlia (Esposende) e desde meados de julho de 2015 voltou a ser visto um par na mesma localidade, cerca de 3,5 km a sul do estuário do Cávado.
Na perspetiva dos nortenhos esta é uma autêntica raridade, portanto aqui fica o registo da presença do PENEIREIRO-CINZENTO (Elanus caeruleus) no litoral norte. As imagens que acompanham estas palavras foram obtidas a 17 de agosto de 2015 na agra situada nas traseiras da antiga estação radionaval da Apúlia.
Cumprimentos
Jorge Araújo da Silva
O notado processo de expansão territorial haveria de trazê-los até à região, estava certo. No início de agosto de 2012 foi registada a presença de dois indivíduos na Apúlia (Esposende) e desde meados de julho de 2015 voltou a ser visto um par na mesma localidade, cerca de 3,5 km a sul do estuário do Cávado.
Na perspetiva dos nortenhos esta é uma autêntica raridade, portanto aqui fica o registo da presença do PENEIREIRO-CINZENTO (Elanus caeruleus) no litoral norte. As imagens que acompanham estas palavras foram obtidas a 17 de agosto de 2015 na agra situada nas traseiras da antiga estação radionaval da Apúlia.
Cumprimentos
Jorge Araújo da Silva
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Viva caríssimos!
Ontem de manhã (2015.08.25) observei uma ave do género Acrocephalus em vegetação ruderal no principal lodaçal da marginal de Esposende – estuário do Cávado – precisamente em frente ao portão das traseiras do liceu.
Hoje regressei ao mesmo local munido de máquina fotográfica e já me foi possível identificar a ave como sendo uma Felosa-aquática (Acrocephalus paludicola). Aliás, no mínimo confirmei a presença de dois indivíduos mas é muito provável por ali permaneçam outros dois ou até mais.
Acrocephalus paludicola (b) by Jorge Araújo da Silva, no Flickr
Acrocephalus paludicola (a) by Jorge Araújo da Silva, no Flickr
Acrocephalus paludicola (c) by Jorge Araújo da Silva, no Flickr
Cumprimentos
Jorge Araújo da Silva
Ontem de manhã (2015.08.25) observei uma ave do género Acrocephalus em vegetação ruderal no principal lodaçal da marginal de Esposende – estuário do Cávado – precisamente em frente ao portão das traseiras do liceu.
Hoje regressei ao mesmo local munido de máquina fotográfica e já me foi possível identificar a ave como sendo uma Felosa-aquática (Acrocephalus paludicola). Aliás, no mínimo confirmei a presença de dois indivíduos mas é muito provável por ali permaneçam outros dois ou até mais.
Acrocephalus paludicola (b) by Jorge Araújo da Silva, no Flickr
Acrocephalus paludicola (a) by Jorge Araújo da Silva, no Flickr
Acrocephalus paludicola (c) by Jorge Araújo da Silva, no Flickr
Cumprimentos
Jorge Araújo da Silva
Última edição por Araújo da Silva em Qua Ago 26, 2015 11:52 am, editado 2 vez(es)
Re: LOCAL: Estuário do Cávado
Muito bom, parece ser um excelente ano para elas.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
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