ESPÉCIE: Chasco-preto (Oenanthe leucura)

Boas

Este tópico têm como objectivo reunir informação sobre esta espécie que têm despertado o meu interesse (apesar de ainda não a ter observado ). Aparentemente a informação é escassa  e dispersa (principalmente registos de observações recentes), desde já agradeço toda ajuda.

Boas observações

Bem, eu só tenho uma Observação da espécie, um individuo na Ribeira do Mosteiro na Barca de Alva em Julho de 2009, curiosamente nem estava com esperança já que foi perto do meio dia e o calor era.... mas lá consegui ver um individuo a alguma distancia...

Olá Paulo,

Eu observei este ano perto de Foz Côa 3 inds.

Abraço
Thijs

Há dez ou 20 anos atrás ainda era possível vê-los no Alentejo e nas Portas de Ródão, mas a espécie já desapareceu dessas zonas.

Há uns 20 anos via-os, no as escarpas do rio Maçãs, afluente do Sabor, na zona de Matela, e há uns 15 nas escarpas deste último rio transmontano, na zona de Morais.

Mais recentemente não os tenho visto.

Gonçalo Elias escreveu:Há dez ou 20 anos atrás ainda era possível vê-los no Alentejo e nas Portas de Ródão, mas a espécie já desapareceu dessas zonas.

Há cerca de 10 anos ainda vi o casal do castelo de Marvão, e criava um casal a jusante das Portas de Rodão numa pequena ribeira do concelho que não seria o mesmo casal das Portas.
Nesta mesma ribeira fiz algum esforço para detectar a espécie há 2 semanas atrás mas sem sucesso, o que é pena e parece não haver explicação, já que o habitat não foi alterado.

cumps,
Rui

Exacto Rui, havia um casal numa ribeira perto das portas.

E no concelho de Marvão cheguei a detectar a espécie noutro local sem ser no castelo (era numa daquelas casas dispersas que existem para norte da vila, a menor altitude). Foi em 1998, acho.

Boas
Após pesquisa na net, apesar da informação escassa e dispersa efectuei algumas deduções (mais ou menos fundamentadas e partilhadas por vários autores e ornitólogos experientes), que espelha um desconhecimento da espécie e sua evolução resultado da ausência de estudo/investigação da mesma. Boa parte dos dados e informação (a nível nacional) utilizada nos vários documentos/opiniões disponíveis foram retirados do "LIVRO VERMELHO DOS VERTEBRADOS DE PORTUGAL ", cujo trabalho de revisão decorreu entre 2001-2004 (têm cerca de uma década) com meios que presumo limitados, que apontam para existência de 250 a 2500 indivíduos (à 10 anos atrás), " Admite-se que esta espécie tenha experimentado, nos últimos 10 anos, uma redução muito acentuada do tamanho da população (podendo eventualmente ser superior a 80%)..." presumo que a ser verdade estamos a falar de um possível risco de extinção situação que ocorreu em vários locais, "Áreas onde se sabe que ocorria no passado, e onde hoje está ausente ou é muito raro, incluem, por exemplo, a quase totalidade do curso do Rio Douro (hoje confinado a um pequeno sector), a Serra do Gerês, a região de Coimbra, a ilha da Berlenga, a Serra de Penha Garcia / Monsanto, Castelo-de-Vide, Marvão, Vila Viçosa e Noudar / Barrancos (Tait 1887 e 1924, Reis Júnior 1931,Themido 1933, Lockley 1952)". Nas Portas de Ródão Helder Costa em "CONSIDERAÇÕES BREVES SOBRE A SITUAÇÃO PASSADA E A ACTUAL DE ALGUMAS ESPÉCIES DE AVES NA REGIÃO DE VILA VELHA DE RÓDÃO" considera-o extinto localmente.
Esperemos que a situação da espécie não seja tão dramática como aparenta e que futuros estudos desmintam este cenário negro.

http://portal.icnb.pt/NR/rdonlyres/3B764928-1C38-43E1-BE41-59258C501771/3322/LVVP_Aves_Oenantheleucura.pdf
http://www.altotejo.org/acafa/docsN2/Aves_de_Vila_Velha_de_Rodao.pdf

Boas observações

Boas
Relativamente a registos de observações recentes as que encontrei concentram-se em 3 áreas PNTI, PNDI e Alto Douro. O PNDI (genericamente) concentra o maior nº, com a curiosidade das localizações mais especificas situarem-se entre o Sabor e A Ribª do Mosteiro formando com o concelho de Carrazeda de Ansiães e o Rio Côa o que poderemos chamar Alto Douro entre o Tua e a fronteira. Esta região acumula a maioria das observações nacionais.O concelho de Carrazeda de Ansiães possui um elevado nº de registos no Flickr, aparentemente devido a um esforço mais ou menos concertado e com visibilidade de um "grupo" de fotógrafos-observadores o que não invalida a possibilidade de existência de uma população "numerosa". Presumo que o mesmo se aplica aos outros locais (PNTI e PNDI restante) em que os observadores tendem a concentrar-se em locais com maior grau de êxito agravado pela inacessibilidade e afastamento dos mesmos.
Obviamente que estas observações estão condicionadas à pouca (e dispersa) informação disponível.

Boas observações

Tambem vi essa especie a 3 anos (senao nao me engano na data) na reserva da Faia Brava, junto as arribas do Coa

Não há dúvida que esta espécie tem vindo a regredir desde há bastante tempo.

Com base na informação de que tenho conhecimento, identifico os seguintes locais de ocorrência - passados e presentes:

a) sítios de onde desapareceu há mais de 50 anos
- Berlengas (observado em 1951 por Lockley)
- distrito de Évora (ocorria em Vila Viçosa, mencionado por Reis Júnior - 1931)

b) sítios de onde desapareceu há menos de 50 anos
- serra de Aire / serra dos Candeeiros (creio que terá sido observado no âmbito do altas do PNSAC, nunca publicado, mas não sei as datas de observação)
- Barrancos / Noudar (observei-o por diversas vezes nas décadas de 1980 e 1990, última observação em 1999)
- Marvão e arredores (observei-o em várias ocasiões em 1997 e 1998)
- Portas de Ródão e arredores (várias observações nas Portas até 1989 e noutros locais das proximidades até 2000 (?) )

c) Sítios onde ainda ocorre
- Tejo Internacional (observei-o em 1990 na foz do Erges e em 2002 em Segura, mas segundo ouvi dizer este núcleo do T.I. tem vindo a diminuir bastante e está nas últimas)
- Douro e afluentes (este é o maior núcleo e também o mais estável)

A última observação em Marvão de que tenho conhecimento remonta a 2004.

abraço
Carlos

conspicillata escreveu:A última observação em Marvão de que tenho conhecimento remonta a 2004.

abraço
Carlos

Obrigado Carlos, não tinha conhecimento desse registo.

No Parque Natural da Serra de São Mamede encontrei esta semana dois painéis informativos a referir que o chasco-preto ocorre na região.

Um dos painéis situa-se na Portagem (Marvão) e o outro na Senhora da Lapa (Portalegre), sendo que este último é relativamente recente, tem data de Julho de 2015.

Ora que eu tenha conhecimento não há observações desta espécie no Parque (nem sequer no distrito) desde 1999, por isso fico sem perceber de onde vem a informação de ocorrência da espécie. Será que existem observações recentes ou simplesmente os painéis foram elaborados com base em informação antiga e desactualizada?

Este é o painel que está na Senhora da Lapa (o tal que é de 2015).

O mais provável é ser informação desactualizada.

Recentemente tomei conhecimento de uma suposta observação recente de chasco-preto em Monsaraz. Que eu saiba seria o primeiro registo no distrito de Évora em muitas décadas. Alguém sabe de alguma coisa?

Segundo o eBird, o chasco-preto não é visto nas Portas de Ródão desde 1990.

Gonçalo Elias escreveu:Não há dúvida que esta espécie tem vindo a regredir desde há bastante tempo.

Com base na informação de que tenho conhecimento, identifico os seguintes locais de ocorrência - passados e presentes:

a) sítios de onde desapareceu há mais de 50 anos
- Berlengas (observado em 1951 por Lockley)
- distrito de Évora (ocorria em Vila Viçosa, mencionado por Reis Júnior - 1931)

b) sítios de onde desapareceu há menos de 50 anos
- serra de Aire / serra dos Candeeiros (creio que terá sido observado no âmbito do altas do PNSAC, nunca publicado, mas não sei as datas de observação)
- Barrancos / Noudar (observei-o por diversas vezes nas décadas de 1980 e 1990, última observação em 1999)
- Marvão e arredores (observei-o em várias ocasiões em 1997 e 1998)
- Portas de Ródão e arredores (várias observações nas Portas até 1989 e noutros locais das proximidades até 2000 (?) )

c) Sítios onde ainda ocorre
- Tejo Internacional (observei-o em 1990 na foz do Erges e em 2002 em Segura, mas segundo ouvi dizer este núcleo do T.I. tem vindo a diminuir bastante e está nas últimas)
- Douro e afluentes (este é o maior núcleo e também o mais estável)

Não sei bem qual é o estatuto actual deste chasco na Beira Baixa, mas no ebird aparecem apenas dois registos nos últimos dez anos (um em 2013 e outro em 2018).

O Luís Silva andou a estudar a população do Douro Internacional, ele deve saber quantos casais a zona tem.
Quanto ao resto dos territórios, o bicho deve estar mesmo nas últimas.

PNicolau escreveu:O Luís Silva andou a estudar a população do Douro Internacional, ele deve saber quantos casais a zona tem.

Certo, mas eu não me referia ao Douro, era mesmo à bacia do Tejo. Por outro lado, continua a haver registos relativamente recentes do lado espanhol.

O Luís Silva será a melhor pessoa para te responder à questão Gonçalo.

Caros, "tropecei" nisto e não sei como interpretar a questão... https://www.biodiversity4all.org/observations/20322377

Bem identificado parece estar, gostava de lhe ver a cauda mas ainda assim não vejo o que mais possa ser. O que é que este registo (de Janeiro 2014) significa? Andam por aí Chascos-pretos que ninguém dá conta? Será o raio de dispersão da espécie maior do que eu julgava (em teoria)? É um registo fortuito num local acidental?

Porque é que não é um Phoenicurus ochrurus?

Eduardo Realinho escreveu:Caros, "tropecei" nisto e não sei como interpretar a questão... https://www.biodiversity4all.org/observations/20322377

Bem identificado parece estar, gostava de lhe ver a cauda mas ainda assim não vejo o que mais possa ser. O que é que este registo (de Janeiro 2014) significa? Andam por aí Chascos-pretos que ninguém dá conta? Será o raio de dispersão da espécie maior do que eu julgava (em teoria)? É um registo fortuito num local acidental?

É um rabiruivo como diz o Gonçalo.