Andorinhões - ajuda ID

Em termos de vocalizações eu sempre achei que a melhor forma de aprender qualquer som é quando temos oportunidade de ver e ouvir a ave em simultâneo (isto é, quando ouvimos o som e vemos simultanemante a ave a produzir esse som). Nestas situações o cérebro estabelece uma associação entre som produzido e imagem da ave.

Mas isto nem sempre é possível, claro...

E concordo com o que referes em relação às diferentes sensibilidades auditivas. No entanto, também conheço pessoas que têm pouca acuidade visual e que por isso têm interesse em aprender melhor os sons, pois gostam mais de se guiar por essa vertente da identificação.

Concordo com o que dizes, o ideal é mesmo aprender os 2 em simultâneo, quando possível. A questão aqui nem era tanto a acuidade visual, mas sim à utilização de critérios objectivos para tirar informação de uma imagem estática, como é uma foto. Aqui não há o perigo de a ave fugir, ou de a observação ser fugaz. Temos todo o tempo que quisermos.

Rafael Matias escreveu:Não percebo muito bem qual a dificuldade em identificar estes bichos pelas presentes fotos e pq se sugere o som como tira-teimas? Desculpa a comparação, mas é quase como ter um Mercedes à frente e precisar de conferir o livrete para ter a certeza, não?

Rafael, para mim nem sempre se torna óbvio a identificação destes dois andorinhões.
A minha sugestão não diz respeito a estes indivíduos em específico, mas a outros que possam vir a suscitar dúvidas no futuro.

Sofia Melo escreveu:Obrigada pelas vossas dicas, vou tentar implementar.

Mas parece-me que preciso urgentemente de um beiral, mágnifico!!

De qualquer forma, passa-se qualquer coisa de confuso aqui...

Realmente
Não serão dois à batatada?

PNicolau escreveu: Rafael, para mim nem sempre se torna óbvio a identificação destes dois andorinhões.

Nem para mim Pedro, e debaixo de alguns condições é mesmo impossível separar os dois.

PNicolau escreveu:
A minha sugestão não diz respeito a estes indivíduos em específico, mas a outros que possam vir a suscitar dúvidas no futuro.

O canto é sempre um bom ou mesmo excelente auxiliar e pode mesmo fazer toda a diferença (nesta e noutras espécies). Sou um fervoroso adepto dos cantos, e é das áreas que mais me interessam (espero não ter passado a ideia contrária...). A tua sugestão aplica-se aos outros bichos também. Desde que comecei que faço como o Gonçalo referiu. Se ouço um canto que não conheço, se houver tempo (pq nem sempre há) só me contento quando vejo a ave. E se não a consigo ver fico a matutar naquilo até conseguir perceber o que era. Ando sempre também com material de gravação de sons, o que em certos casos, dando-te toda a razão, vale mais do que uma excelente foto.
Boas observações

Rafael Matias escreveu: Ando sempre também com material de gravação de sons, o que em certos casos, dando-te toda a razão, vale mais do que uma excelente foto.

Viva Rafael!

E seria pedir muito se deixasses aqui alguns conselhos sobre este tipo de ferramentas?

Estou interessado em aderir a esta técnica para a identificação de aves, mas sinto-me um pouco desorientado sobre as melhores opções.

Cumprimentos

Jorge

Araújo da Silva escreveu:
E seria pedir muito se deixasses aqui alguns conselhos sobre este tipo de ferramentas?

Estou interessado em aderir a esta técnica para a identificação de aves, mas sinto-me um pouco desorientado sobre as melhores opções.

Cumprimentos

Jorge

Boa ideia, talvez um novo topico para se discutir a questão?

Felizmente que no casos dos andorinhões são precisamente as duas espécies mais comuns que apresentam os maiores desafios a id, as outras espécies que ocorrem ou ocorreram ou poderão ocorrer são todas elas identificáveis em condições razoáveis de observação, tirando claro a hipótese de aparecer no continente um Apus unicolor que seria certamente um desafio de identificação.

Qualquer dia até só pelo barulho do voar, os identificamos...

pedro121 escreveu:tirando claro a hipótese de aparecer no continente um Apus unicolor que seria certamente um desafio de identificação.

Há suspeitas de ocorrência no Algarve na zona do cabo de São Vicente e foi precisamente... em Junho!

pedro121 escreveu:

Araújo da Silva escreveu:
E seria pedir muito se deixasses aqui alguns conselhos sobre este tipo de ferramentas?

Estou interessado em aderir a esta técnica para a identificação de aves, mas sinto-me um pouco desorientado sobre as melhores opções.

Cumprimentos

Jorge

Boa ideia, talvez um novo topico para se discutir a questão?

Ok, Jorge e Pedro, parece-me que neste momento é incontornável... Estou longe, muito longe de ser especialista na matéria e talvez outras pessoas como o Magnus Robb fossem as indicadas para desenvolver este assunto (ou o Júlio Neto, ou o Luís Gordinho), mas aceito pôr a bola a rolar (passe a expressão...). Pode ser que eles depois deixem aqui os seus contributos.

pedro121 escreveu:Felizmente que no casos dos andorinhões são precisamente as duas espécies mais comuns que apresentam os maiores desafios a id, as outras espécies que ocorrem ou ocorreram ou poderão ocorrer são todas elas identificáveis em condições razoáveis de observação, tirando claro a hipótese de aparecer no continente um Apus unicolor que seria certamente um desafio de identificação.

Sim, como o Gonçalo diz, houve suspeitas no Cabo de S. Vicente, mas nunca se chegou a concluir nada. Seria perfeitamente plausível, especialmente tendo em conta que há uma parte da população (pelo menos) que inverna em Marrocos.
O problema põe-se especialmente na Madeira (onde criam Apus pallidus e unicolor) e nas Selvagens (neste último arquipélago não nidifica nenhuma espécie de Apus, mas todas podem aparecer: já lá vi Apus apus, A. melba, A. unicolor e A. affinis, mas nada de A. pallidus, para minha surpresa, nem A. caffer...). O grande problema são aves que eu penso serem aves de primeiro ano (2º ano de calendário), muito queimadas pelo sol (entre apus e unicolor).

José Frade escreveu:Qualquer dia até só pelo barulho do voar, os identificamos...

Tu consegues fazer isso com os reais, se prestares atenção consegues ouvi-los a voar.

pedro121 escreveu:

José Frade escreveu:Qualquer dia até só pelo barulho do voar, os identificamos...

Tu consegues fazer isso com os reais, se prestares atenção consegues ouvi-los a voar.

Este também os oiço, tão perto passam à minha janela...

José Frade escreveu:Qualquer dia até só pelo barulho do voar, os identificamos...

também gravo os sons das asas ao voarem é mesmo verdade...

pedro121 escreveu:

José Frade escreveu:Qualquer dia até só pelo barulho do voar, os identificamos...

Tu consegues fazer isso com os reais, se prestares atenção consegues ouvi-los a voar.

Isso faz-me lembrar Castro Verde. Andamos à procura de Sisões e às vezes lá aparece pelas nossas costas o "trinar" típico do voo.