Portugal e Espanha salvam Tejo Internacional

Portugal e Espanha salvam Tejo Internacional

Várias autarquias raianas do distrito de Castelo Branco e Portelegre, a Diputación de Cáceres e a Junta Regional de Extremadura acabam de assinar um projecto de cooperação transfronteiriça, no valor de 9 milhões 790 mil euros. O objectivo é dinamizar o Tejo Internacional e torná-lo navegável para fins turísticos.


A aquisição de um barco de grande capacidade turística, construção de espaços que possam receber visitantes, ancoradouros, centros de interpretação de natureza ou pontos de turismo rural, são algumas das apostas que vão ser desenvolvidas no Tejo Internacional até 2013. No total vão ser investidos entre todos os parceiros e com fundos da União Europeia 9 milhões 790 mil euros.

O investimento daqueles e de outros projectos resulta do protocolo de cooperação assinado, na passada terça-feira, em Cáceres (Espanha) entre os municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Vila Velha de Ródão, Penamacor, Portalegre, Gavião, Nisa, Marvão e Castelo de Vide (do lado português) e a Deputación de Cáceres (chefe de fila de toda a candidatura) e diversos organismos da Junta da Extremadura espanhola.

A assinatura do acordo foi feita numa cerimónia em que o Reconquista marcou presença. Para os responsáveis espanhóis e portugueses esta é uma oportunidade de ouro para que a zona do Tejo Internacional seja valorizada do ponto de vista turístico, económico e da preservação ambiental.

As autarquias do distrito de Castelo Branco vão investir cerca de dois milhões 690 mil euros, sendo mais de dois milhões provenientes de fundos Feder (europeus). “Este projecto pretende contribuir para a valorização dos recursos naturais, culturais e históricos, e promover o desenvolvimento social e económico no espaço fronteiriço demarcado pelo Tejo Internacional”, refere o acordo.


Maior envolvimento


Para Joaquim Morão, presidente da Câmara de Castelo Branco, e um dos autarcas que abordou esta questão durante a reunião realizada em Espanha, “este é o maior envolvimento que alguma vez se fez entre municípios portugueses e a administração regional espanhola, para resolver a questão do Tejo Internacional”. O presidente da autarquia albicastrense lembra que “o assunto anda ser discutido há mais de 15 anos. Temos estado envolvidos em explorar as potencialidades de toda essa zona, mas vicissitudes de vária ordem tem impedido que se retirem as mais valias desejadas. Primeiro tivemos dificuldades em implementar o próprio Parque. 10 anos depois conseguimos a criação do Parque do Tejo Internacional, e agora a Espanha também criou uma área similar protegida, o que é uma vantagem”.

O acordo assinado em Espanha pretende ser o empurrão que faltava para a dinamização e toda aquela área dos dois lados da fronteira. “Devemos ser claros, até hoje o Parque do Tejo Internacional ainda não trouxe mais valias, pelo que esperamos que com todo este envolvimento se consiga dar um forte impulso a toda essa zona”, explica Joaquim Morão. O autarca refere, no entanto, que o lado português do Tejo não foi “bafejado pela sorte, pois tem as suas encostas muito íngremes. No entanto, acreditamos que com todo este envolvimento de municípios portugueses e entidades espanholas, possamos tornar o Tejo numa atractividade nacional, criando condições para que ele possa ser visitado. A mais valia que existe em todo este processo, é que ao contrário do passado em que coube a Castelo Branco e a Idanha-a-Nova o papel de realçar toda aquela zona, hoje todos os municípios estão envolvidos e isso é importante”.

Joaquim Morão lembra que o plano de ordenamento do Parque do Tejo Internacional já está concluído, pelo que “esse aspecto deixa de ser um entrave, deixando bem definidas as áreas que podem ser navegáveis, por exemplo. E a navegabilidade no Tejo Internacional, para fins turísticos é um dos objectivos desta cooperação”. O autarca adianta que o projecto prevê também a colocação de ancoradouros e espaços para visionar aves, de apoio, de gastronomia e de acolhimento. O optimismo do autarca albicastrense foi acompanhado pelos restantes presidentes de câmara presentes na cerimónia.


Parque transnacional


Juan Andres Tovar, presidente da Deputación de Cáceres, mostrou-se satisfeito com o protocolo assinado que prevê a candidatura conjunta a fundos europeus para uma área comum aos dois países. Aquele responsável

Da parte da Junta da Extremadura, o empenho é total e vários departamentos daquele «governo» regional marcaram presença no encontro de terça-feira. O Conselheiro da Junta para as questões da energia e ambiente lançou mesmo o desafio de se criar um parque do Tejo transnacional. “No último encontro entre os governos dos dois países, que decorreu em Braga no início o ano, ficou decidido avançar-se com um grupo de missão para que já no próximo encontro de governos ibéricos seja apresentada uma proposta de projecto”, disse. Uma ideia que agradou aos municípios portugueses, já que dessa forma será possível apresentarem-se candidaturas de maior dimensão à União Europeia

Fonte: http://www.reconquista.pt/noticia.asp?idEdicao=132&id=7276&idSeccao=1254&Action=noticia