Experiência «fertiliza» oceano para captar gases com efeito de estufa
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Experiência «fertiliza» oceano para captar gases com efeito de estufa
Experiência «fertiliza» oceano para captar gases com efeito de estufa
fonte: diariodigital.sapo.pt
19-07-2012
Experiências para «fertilizar» os oceanos com ferro e assim favorecer a floração e o desenvolvimento de fitoplâncton (minúsculos organismos marinhos que fazem fotossíntese) capazes de captar o CO2 podem mostrar um novo caminho para lutar contra o aquecimento global, indica um novo estudo na revista Nature. O método, porém, é cercado de controvérsias ambientais. «A fertilização do oceano com componentes à base de ferro provocou a floração do fitoplâncton, dominado por complexos de espécies microscópicas, arrastando uma quantidade considerável de dióxido de carbono em direcção ao fundo dos oceanos», sublinha a equipa de pesquisadores.
O trabalho é um dos maiores e mais detalhados testes da chamada fertilização do oceano, uma prática que está proibida pela legislação internacional, embora a sua pesquisa seja permitida.
No mundo inteiro, cientistas procuram maneiras de armazenar e neutralizar o dióxido de carbono, um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento do planeta.
A experiência divulgada agora foi realizada em 2004, nos mares austrais, por uma equipa dirigida por Victor Smetacek, do Instituto de Pesquisa Marinha de Bremerhaven, na Alemanha. O grupo afirma, porém, que não conseguiu «avaliar com exactidão a duração deste sequestro» de carbono.
As cinco semanas de observação que passou na Antárctida mostraram que a floração da diatomácea (algas unicelulares microscópicas) estava no seu apogeu quatro semanas após a fertilização.
Posteriormente, ocorreu a mortalidade de um grande número dessas algas, formando massas viscosas de elementos - que incluíam materiais fecais dos zooplânctons - que caíam rapidamente no fundo do oceano.
«Todos esses elementos e múltiplos testes, cada um com um enorme grau de incerteza, conduzem-nos à conclusão de que pelo menos metade dessa biomassa foi para além dos mil metros de profundidade, e que uma proporção substancial sem dúvida chegou ao fundo do oceano austral», dizem os pesquisadores.
Assim, a floração de fitoplâncton fertilizado com sulfato de ferro «pode sequestrar carbono em escalas de tempo calculadas em séculos nas camadas de água até acima do fundo do mar». Isso «inclusive durante mais tempo nos sedimentos destas profundidades», acrescentaram.
Resumindo os resultados deste estudo, Michael Steinke, da Universidade britânica de Essex, explica: «como as plantas em terra firme, o fitoplâncton, procedente da fotossíntese, que flutua no mar, capta CO2 na superfície do oceano e, quando o fitoplâncton morre, afunda para o fundo do oceano, onde boa parte fica presa nos sedimentos profundos durante alguns anos».
Essa transferência de CO2 contribui, segundo ele, para manter a temperatura ambiente num nível que facilite a vida no nosso planeta.
«Isto abrirá caminho para métodos de engenharia em grande escala que utilizem a fertilização do oceano para atenuar as mudanças climáticas?», pergunta-se.
«Sem dúvida não, porque encontrar o local adequado para tais experiências é difícil e caro», segundo ele.
Em 2007, os especialistas da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) advertiram para os riscos desta técnica, sobretudo para o ambiente marinho, um aspecto ausente do estudo publicado pela Nature.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=583167
fonte: diariodigital.sapo.pt
19-07-2012
Experiências para «fertilizar» os oceanos com ferro e assim favorecer a floração e o desenvolvimento de fitoplâncton (minúsculos organismos marinhos que fazem fotossíntese) capazes de captar o CO2 podem mostrar um novo caminho para lutar contra o aquecimento global, indica um novo estudo na revista Nature. O método, porém, é cercado de controvérsias ambientais. «A fertilização do oceano com componentes à base de ferro provocou a floração do fitoplâncton, dominado por complexos de espécies microscópicas, arrastando uma quantidade considerável de dióxido de carbono em direcção ao fundo dos oceanos», sublinha a equipa de pesquisadores.
O trabalho é um dos maiores e mais detalhados testes da chamada fertilização do oceano, uma prática que está proibida pela legislação internacional, embora a sua pesquisa seja permitida.
No mundo inteiro, cientistas procuram maneiras de armazenar e neutralizar o dióxido de carbono, um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento do planeta.
A experiência divulgada agora foi realizada em 2004, nos mares austrais, por uma equipa dirigida por Victor Smetacek, do Instituto de Pesquisa Marinha de Bremerhaven, na Alemanha. O grupo afirma, porém, que não conseguiu «avaliar com exactidão a duração deste sequestro» de carbono.
As cinco semanas de observação que passou na Antárctida mostraram que a floração da diatomácea (algas unicelulares microscópicas) estava no seu apogeu quatro semanas após a fertilização.
Posteriormente, ocorreu a mortalidade de um grande número dessas algas, formando massas viscosas de elementos - que incluíam materiais fecais dos zooplânctons - que caíam rapidamente no fundo do oceano.
«Todos esses elementos e múltiplos testes, cada um com um enorme grau de incerteza, conduzem-nos à conclusão de que pelo menos metade dessa biomassa foi para além dos mil metros de profundidade, e que uma proporção substancial sem dúvida chegou ao fundo do oceano austral», dizem os pesquisadores.
Assim, a floração de fitoplâncton fertilizado com sulfato de ferro «pode sequestrar carbono em escalas de tempo calculadas em séculos nas camadas de água até acima do fundo do mar». Isso «inclusive durante mais tempo nos sedimentos destas profundidades», acrescentaram.
Resumindo os resultados deste estudo, Michael Steinke, da Universidade britânica de Essex, explica: «como as plantas em terra firme, o fitoplâncton, procedente da fotossíntese, que flutua no mar, capta CO2 na superfície do oceano e, quando o fitoplâncton morre, afunda para o fundo do oceano, onde boa parte fica presa nos sedimentos profundos durante alguns anos».
Essa transferência de CO2 contribui, segundo ele, para manter a temperatura ambiente num nível que facilite a vida no nosso planeta.
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Em 2007, os especialistas da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) advertiram para os riscos desta técnica, sobretudo para o ambiente marinho, um aspecto ausente do estudo publicado pela Nature.
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