Portugal Year List for 2014 do Bubo Listing

Boas,

Findo o ano de 2014 gostaria de dar destaque à Portugal Year List for 2014 do Bubo Listing ( http://www.bubo.org/ ), isto porque foi atingido um novo recorde de observações, feito alcançado por Flávio Oliveira com 309 espécies registadas. De realçar também que mais dois observadores passaram a barreira das 300 espécies, Pedro Ramalho com 302 (superando o objectivo que se tinha proposto, atingir as 300 espécies) e Pedro Nicolau com 301.

As 309 espécies observadas pelo Flávio correspondem a um valor de 91,65%!!!!! do total de 337 espécies diferentes registadas nas 33 listas anuais inseridas em 2014. Do total de espécies registadas para o ano de 2014 pelo Flávio, talvez as maiores falhas tenham sido o Bubo bubo, a Columba oenas e o Falco eleonorae. Das outras 25 espécies “falhadas”, destacam-se dois grupos, os anatídeos e as aves pelágicas:

Cygnus olor
Tadorna ferrugínea
Anas americana
Anas carolinensis
Marmaronetta angustirostris
Aythya collaris
Oxyura jamaicensis
Oceanodroma leucorhoa
Oceanodroma castro
Botaurus stellaris
Circus macrourus
Falco vespertinus
Lymnocryptes minimus
Tringa stagnatilis
Phalaropus fulicarius
Larus cachinnans
Sterna paradisaea
Xema sabini
Fratercula arctica
Apus affinis
Anthus hodgsoni
Anthus cervinus
Acrocephalus paludicola
Phylloscopus sibilatrix
Emberiza pusilla

No entanto não falhou os twitches do ano, que para mim são os que correspondem aos primeiros registos para Portugal Continental, o Merops persicus, Pagophila eburnea e Podylimbus podiceps.

No que respeita a lifers, o ano de 2014 também correu de feição, conseguindo atingir a vintena de espécies observadas.

Parabéns, fica este excelente registo de 309 espécies como recorde a bater pelos próximos observadores que forem picados pelo bichinho da lista anual.

Pessoalmente também quero agradecer, à pessoa que mais usa o chavão “não vai acontecer”, pela boa disposição e companhia nas saídas que realizámos, especialmente pela insistência em passar pela Pampilhosa da Serra, o que me proporcionou ver, finalmente, a Tichodroma muraria!!!!

Cumprimentos,

Matthias

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Legenda da foto: :  “Abraço” do Pedro Ramalho para tentar abafar a efusiva reacção do Flávio depois de ter visto uma das vinte lifers deste ano, a Tichodroma muraria na Barragem de Santa Luzia. Bem podem agradecer ao Pedro Ramalho o “abraço” ao Flávio, porque se tivesse continuado com a gritaria teria afugentado as murarias e mais ninguém as teria visto por ali depois!!!

Os meus parabéns ao Flávio, foi de facto um grande ano, e só foi pena a pelagica pouco produtiva e algum azar nalgumas espécies, principalmente o Bufo-real, caso contrario teria facilmente passado das 310.

Curioso! Falhou a "cachinans de Angeiras"... se bem que não me lembro quantos dias terá permanecido por lá, e o Flávio já é meio mouro (provavelmente não estaria cá pelo norte). Em relação aos Abetouros de Salreu (curioso a dobrar!), mais uma vez o Flávio estava a sul, ou não considerou as vocalizações para a lista!?!

309# é obra!!! Quanto é que isso dará ao Km?!

Helder Vieira escreveu:Curioso! Falhou a "cachinans de Angeiras"... se bem que não me lembro quantos dias terá permanecido por lá, e o Flávio já é meio mouro  (provavelmente não estaria cá pelo norte). Em relação aos Abetouros de Salreu (curioso a dobrar!), mais uma vez o Flávio estava a sul, ou não considerou as vocalizações para a lista!?!

A Caspia não esteve apenas 1 dia? tinha essa ideia, o Abetouro e outras espécies explica-se porque ele não começou de facto a serio logo no inicio do ano, foi fazendo, se fosse numa situação de Big year mesmo a serio, sem constrangimentos orçamentais, 2014 seria ano para possibilitar uma marca acima das 320.

Helder Vieira escreveu:309# é obra!!! Quanto é que isso dará ao Km?!

eheh, gosto desse género de contas

lembro-me uma vez há uns 20 anos fui com uns amigos de Lisboa até Mourão, queríamos ir ver uns grous. Nesse dia gastámos 8 contos e 500 de gasolina e vimos cerca de 1000 grous, na altura fiz as contas e cheguei à conclusão que tinha ficado a 8$50 cada grou

Helder Vieira escreveu:
309# é obra!!! Quanto é que isso dará ao Km?!

Na realidade, vivendo no centro do pais, não são assim tantos Km se as coisas forem bem planeadas, também é preciso sorte com as raridades que aparecem, mas o mais importante para manter os custos baixos é fazer tantas viagens quantas as possíveis em grupo, por exemplo, se precisas de ir a Castro Verde, tentas fazer um grupo com pessoal que precise de lifers na área, assim consegues ir com menos custos e é sempre bom ter companhia, e é relativamente fácil arranjar pessoal para essas saídas porque são zonas em que alguma experiência previa do local permite encontrar mais aves, por isso é benéfico para toda a gente.

Depois é importante aproveitar as raridades para ir a alguns pontos e mais uma vez para essas saídas levar um grupo, e por fim para toda a gente (menos eu ) as pelagicas são fundamentais.

Portanto, sem falar em raridades o que é preciso para ver >300 espécies num ano em Portugal?

1º Uma certa disponibilidade em tempo e €
2º Uma boa rede de conhecimentos, é muito importante ter muitos contactos.
3º Boas capacidades de planeamento
4º Fazer uma ida ao Alentejo no inverno que inclua Elvas, e já agora o estuário do Sado, portanto um fim de semana.
5º fazer uma ida ao Algarve e ao Alentejo em Maio mas se aparecer uma raridade no Algarve usar essa hipótese para limpar em Fevereiro ou Março
6º Ir a Montalegre em Maio
7º Ir ao Tejo internacional, pode ser conjugado com Montalegre num fim de semana prolongado
8º Ir à serra da Estrela em Novembro/Dezembro
9º Ir a uma pelagica em fins de Agosto, inicio de Setembro
10º ir ver todas as raridades locais, fazer os circuitos do estuário do Tejo

Vamos dizer 7-8 fins de semana, mais as raridades.

Tá fixe o plano, só por curiosidade, onde é que sacas Mon sax e Oen leu?

O primeiro imagino que seja possível em Montalegre (Larouco?) mas o segundo hoje em dia ser ir ao Douro não é nada fácil.

Gonçalo Elias escreveu:Tá fixe o plano, só por curiosidade, onde é que sacas Mon sax e Oen leu?

O primeiro imagino que seja possível em Montalegre (Larouco?) mas o segundo hoje em dia ser ir ao Douro não é nada fácil.

O Melro podes vê-lo em Montalegre, mas também na Serra da estrela, não te esqueças que este plano é para alguém a residir na zona centro, portanto é possível incluir a serra da Estrela tanto no fim de semana de Montalegre como no do Tejo internacional, o Chasco é ainda mais fácil, na volta de Montalegre passas pelo Douro para ve-lo. Essas são espécies fáceis de ver, é só uma questão de logística.

Difíceis são espécies como o Oce leu, papagaio-do-mar, felosa-aquatica, Airo, Porzanas, narceja-galega etc... que são dependentes do tempo e do ano.

Sim senhor, grande Flávio! Este foi um bom ano para se fazer uma boa anual, pena que ninguém tenha começado a investir a sério desde cedo, nomeadamente com as marítimas.

De qualquer modo há ainda um novo recorde a bater: 292 espécies fotografadas num ano (excluindo Cygnus olor). Um recorde estabelecido por mim mesmo!

PNicolau escreveu:
De qualquer modo há ainda um novo recorde a bater: 292 espécies fotografadas num ano (excluindo Cygnus olor). Um recorde estabelecido por mim mesmo!

Muito bom! Já agora, quais foram as 9 que não conseguiste fotografar?

Helder Vieira escreveu:

PNicolau escreveu:
De qualquer modo há ainda um novo recorde a bater: 292 espécies fotografadas num ano (excluindo Cygnus olor). Um recorde estabelecido por mim mesmo!

Muito bom! Já agora, quais foram as 9 que não conseguiste fotografar?

Bufo-pequeno, os dois noitibós, mocho-d'orelhas, cigarrinha-malhada, codorniz, narceja-galega, pardal-francês e galinhola!

Bom, se o Jorge Araújo da Silva (a quem agradeço) me tivesse dado a ideia mais cedo, teria apanhado pelo menos um dos noitibós e o pardal-francês, mas infelizmente já estávamos em Novembro e já não deu para repescar algumas estivais.

já agora, nesse desafio o que conta é ter uma imagem qualquer, até pode ser um pontinho, o que interessa é ter uma prova fotográfica, certo?

Gonçalo Elias escreveu:já agora, nesse desafio o que conta é ter uma imagem qualquer, até pode ser um pontinho, o que interessa é ter uma prova fotográfica, certo?

Basicamente é ter uma foto, ou mais, em que seja possível identificar a espécie. A silhueta de uma galinhola já chegava

Gonçalo Elias escreveu:já agora, nesse desafio o que conta é ter uma imagem qualquer, até pode ser um pontinho, o que interessa é ter uma prova fotográfica, certo?

Sim, desde que a espécie seja identificável, o que nalguns casos não é propriamente fácil, portanto nalguns casos a foto tem que ser bastante razoável para permitir fazer a identificação.

Boas.

Deixo aqui o meu agradecimento ao Matthias por ter decidido fazer aqui uma referência ao recorde que me foi possível estabelecer no ano que há pouco terminou.

Acaba por ser um "Big Year" acidental porque foi já no final de Setembro que fui a primeira vez ver uma espécie exclusivamente para a anual, fora do circuito normal de observação semanal, concretamente os Charadrius morinellus de Peniche. E possivelmente não teria ido se não tivesse arranjado malta para encher o carro desde Lisboa...
Depois disso, o convite do Pedro Nicolau para ir a Sagres no final de Outubro pareceu tentador, afinal andavam por lá 3 raridades. Um salto a Esposende para um Branta bernicla e uma ida ao EVOA para um marreco foram as outras viagens propositadas para a anual.
Claro que depois ainda fui à Serra da Estrela, mas essa era uma viagem programada desde o início do ano.

2014 foi farto em raridades. Ao longo do ano observei 35, entre espécies que já tinha visto em anos anteriores e espécies que foram lifers (18 das 35). Ao contrário de outros colegas arroladores, para mim a Pagophila eburnea não fica para a história como a ave do ano. Simplesmente porque no dia 5 de Abril, na desconhecida (até então) localidade de Piçarras, tive a felicidade de observar um Merops persicus... foi um momento que nunca mais irei esquecer... Deixo aqui um abraço ao Rui Caratão.

Agradeço também a todos que comigo partilharam viagens e arrolamentos ao longo do ano. 2015 será certamente diferente, o importante é não deixar de sentir a magia da descoberta... seja nas ruelas de Tourém, seja nos alcantilados da Ribeira de Mosteiro, seja nos mistérios do Rosmaninhal, seja na vastidão de Castro Verde, seja até no infindável Atlântico... ou seja no nosso jardim.

PNicolau escreveu:
Bufo-pequeno, os dois noitibós, mocho-d'orelhas, cigarrinha-malhada, codorniz, narceja-galega, pardal-francês e galinhola!

Bom, se o Jorge Araújo da Silva (a quem agradeço) me tivesse dado a ideia mais cedo, teria apanhado pelo menos um dos noitibós e o pardal-francês, mas infelizmente já estávamos em Novembro e já não deu para repescar algumas estivais.

De facto as nocturnas (à excepção do Otus scops), com algum planeamento, talvez as tivesses fotografado com alguma facilidade.
Quanto ao avistamento da galinhola tenho curiosidade: apareceu-te sem contares? Tinha sido observada no local previamente? Ou fizeste busca direccionada em habitat potencial?

Flávio Oliveira escreveu:
Agradeço também a todos que comigo partilharam viagens e arrolamentos ao longo do ano. 2015 será certamente diferente, o importante é não deixar de sentir a magia da descoberta... seja nas ruelas de Tourém, seja nos alcantilados da Ribeira de Mosteiro, seja nos mistérios do Rosmaninhal, seja na vastidão de Castro Verde, seja até no infindável Atlântico... ou seja no nosso jardim.

Tão poético! mas estou contigo!

Helder Vieira escreveu:
De facto as nocturnas (à excepção do Otus scops), com algum planeamento, talvez as tivesses fotografado com alguma facilidade.

Eu por acaso acho que Otus scops não é difícil, pelo menos mais é fácil que Bufo-real e mesmo coruja-do-mato.

pedro121 escreveu:

Helder Vieira escreveu:
De facto as nocturnas (à excepção do Otus scops), com algum planeamento, talvez as tivesses fotografado com alguma facilidade.

Eu por acaso acho que Otus scops não é difícil, pelo menos mais é fácil que Bufo-real e mesmo coruja-do-mato.

A do mato não é freguesa dos postes e cercas da Ponta da Erva, p.ex. Onde imagino que seja um bom local a sul para fotografar algumas nocturnas??
Em relação ao "mochinho", como é mais pequenito, e sempre que o vi/ouvi foi em árvores relativamente altas (em jardins urbanos) fiquei com a ideia que não fosse fácil fotografar.

Helder Vieira escreveu:A do mato não é freguesa dos postes e cercas da Ponta da Erva, p.ex. Onde imagino que seja um bom local a sul para fotografar algumas nocturnas??
Em relação ao "mochinho", como é mais pequenito, e sempre que o vi/ouvi foi em árvores relativamente altas (em jardins urbanos) fiquei com a ideia que não fosse fácil fotografar.

Depende dos locais. O sítio mais fácil que conheço para ver / fotografar essa espécie é em Barca d'Alva, mas eu diria que nordeste, particularmente no planalto mirandês, não é complicado.

Helder Vieira escreveu:
A do mato não é freguesa dos postes e cercas da Ponta da Erva, p.ex.

Pois, não, sabes que na ponta da erva o que tens é erva..., e elas gostam de árvores, tens Pancas á noite, mas é sempre uma sorte conseguir apanhar uma a jeito, podes ter que tentar varias noites antes de te safares.

A ponta da erva á noite funciona muito bem para coruja-das-torres, coruja-do-nabal e as vezes para bufo-pequeno, mas é só, diga-se que ir ver corujas para a ponta da erva é daquelas experiências que todos os observadores deveriam ter, é de facto muito, muito fixe!

Helder Vieira escreveu:Quanto ao avistamento da galinhola tenho curiosidade: apareceu-te sem contares? Tinha sido observada no local previamente? Ou fizeste busca direccionada em habitat potencial?

Bom, foi um presentinho do além.
Foi em Elvas, na Herdade da Alfarófia. Uma história engraçada com mais intervenientes aqui do fórum envolvidos, incluindo o próprio Flávio. Mas depois de darmos com os bengalis, já depois do pôr-do-sol, o Paulo Alves começa a procurar galinholas no horizonte, ele bem dizia que elas iam aparecer... Às tantas já não há quase luz nenhuma e, depois de um falso alarme, toda a gente perde a esperança e a moral cai bastante. Eis senão que dois bichos quase rasam as nossas cabeças e aterram no pomar mesmo ao nosso lado! Isto despoleta umas reacções engraçadas, nomeadamente uma gritaria eufórica desenfreada, mas tudo acaba bem.
Uns minutos depois volto a ver outra, desta vez no horizonte, mas prefiro vê-la bem com os binóculos no seu voo característico e silhueta espectacular, do que propriamente tentar tirar uma record shot, que provavelmente falharia dada a ausência de luz.

PNicolau escreveu:

Helder Vieira escreveu:Quanto ao avistamento da galinhola tenho curiosidade: apareceu-te sem contares? Tinha sido observada no local previamente? Ou fizeste busca direccionada em habitat potencial?

Bom, foi um presentinho do além.
Foi em Elvas, na Herdade da Alfarófia. Uma história engraçada com mais intervenientes aqui do fórum envolvidos, incluindo o próprio Flávio. Mas depois de darmos com os bengalis, já depois do pôr-do-sol, o Paulo Alves começa a procurar galinholas no horizonte, ele bem dizia que elas iam aparecer... Às tantas já não há quase luz nenhuma e, depois de um falso alarme, toda a gente perde a esperança e a moral cai bastante. Eis senão que dois bichos quase rasam as nossas cabeças e aterram no pomar mesmo ao nosso lado! Isto despoleta umas reacções engraçadas, nomeadamente uma gritaria eufórica desenfreada, mas tudo acaba bem.
Uns minutos depois volto a ver outra, desta vez no horizonte, mas prefiro vê-la bem com os binóculos no seu voo característico e silhueta espectacular, do que propriamente tentar tirar uma record shot, que provavelmente falharia dada a ausência de luz.

Obrigado pela partilha

pedro121 escreveu:

Helder Vieira escreveu:
A do mato não é freguesa dos postes e cercas da Ponta da Erva, p.ex.

Pois, não, sabes que na ponta da erva o que tens é erva..., e elas gostam de árvores

Só visitei o local por uma ocasião (em 1827). Não me recordo se havia qualquer "mancha florestal", por assim dizer. Está visto que não há

Helder Vieira escreveu:Só visitei o local por uma ocasião (em 1827). Não me recordo se havia qualquer "mancha florestal", por assim dizer. Está visto que não há

Eu não sou de intrigas mas parece-me que em 1827 essa zona só era visitável de barco