Atlas das Aves Invernantes e Migradoras

http://www.spea.pt/pt/noticias/contagem-decrescente-para-a-publicacao-do-atlas-das-aves-invernantes-e-migradoras/

Assim, a obra estará disponível ao público no verão de 2015.

Alguém sabe para quando está prevista a publicação deste atlas?

Sempre que chegam os meses mais frios, principalmente dos dois últimos anos, lembro-me deste atlas. Não contribuí nos anos de visitas, que compreenderam os ano de 2011 a 2013, porque nessa altura, e como ouvi alguém recentemente dizer, ainda era um pouco "tímido" no que respeita às aves e aos seus projectos. Mas sei de pessoal (com muitos muitos anos de ornitologia nas pernas e nas costas) que participou e que fez muitas quadrículas. 

Passados quase quatro anos do fim das visitas não há qualquer "luz ao fundo do túnel" no que respeita ao lançamento deste altas para a comunidade ornitológica nacional e internacional. A primeira vez que ouvi falar da sua publicação corria o ano de 2015 (Outubro), sendo o prazo limite para a sua divulgação o ano de 2016. Entretanto passou o ano de 2016 e o de 2017 está a terminar e não há novidades sobre a concepção e divulgação do atlas.

Entretanto no país vizinho foram apenas necessários 2 anos para que o "ATLAS DE LAS AVES EN INVIERNO EN ESPAÑA 2007-2010" fosse partilhado com a comunidade ornitológica. Já agora deixo aqui o link para esse atlas (versão digital): http://www.mapama.gob.es/es/biodiversidad/publicaciones/atlas_aves_invierno_tcm7-291664.pdf

Este post tem o objectivo de tentar perceber se alguém sabe de alguma coisa relativamente a este assunto e que me consiga deixar mais confiante relativamente ao mesmo. É que houve mais de 400 ornitólogos a participar no projecto, os quais, com certeza, pensam mais vezes neste assunto do que eu que nem sequer participei.

Gonçalo obrigado pela mudança do meu post para este tópico. Eu sabia que ele existia mas não estava a dar com ele... e pensei que tinha sonhado x)

Achei conveniente juntar - Estava nos Livros e Links

Mais logo darei o meu contributo para este tópico.

A mim deixa-me a pensar é se vale a pena perder tempo com o das nidificantes

Neste pelo menos as visitas são inseridas no ebird, e sempre dá para consultar

Luis Silva escreveu:A mim deixa-me a pensar é se vale a pena perder tempo com o das nidificantes

Neste pelo menos as visitas são inseridas no ebird, e sempre dá para consultar

Sim, pelo menos a informação não vai ficar algures por aí ocultada. 

Exemplos como o do Atlas que abriu este tópico não abonam nada a favor de projectos futuros baseados em voluntariado... e isso sim, está a repercurtir-se neste atlas das nidifcantes.

Não participei nos trabalhos de campo deste atlas. E não participei porque, ao contrário do que aconteceu no atlas nacional de nidificantes, neste caso não houve lugar a pagamento de despesas. Embora eu considere que o trabalho voluntário é meritório, acho que deve ser feita uma distinção entre - "trabalhar como voluntário sendo ressarcido das despesas"
e
- "pagar para ser voluntário" (isto é, colaborar de borla e ainda ter de arcar com os custos)

No atlas de nidificantes eu fiz um total de 1000 tétradas (1000 horas de campo, fora as nocturnas), o que corresponde a duas voltas completas em 83 quadrículas com 6 tétradas cada. Este volume de trabalho só foi possível porque as despesas com alojamento, alimentação e transportes foram totalmente suportadas pelo ICN (actual ICNF), caso contrário isto estaria fora de questão, pois estamos a falar de muitos milhares de euros (mais de 10 mil).

Neste caso, não havia pagamento de despesas. A SPEA apenas dava um pequeno subsídio de 15 euros por cada quadrícula (ver aqui) - este valor é claramente insuficiente, basta relembrar que no anterior atlas o plafond por quadrícula era de 250 euros e nem sempre chegava, dependendo da distância a que ela se situava). Como se isso não bastasse, chegou a ser sugerido aos colaboradores que prescindissem do subsídio. E até se sugeriu aos observadores que fizessem donativos ao projecto. Ou seja, para além de trabalharem de borla e suportarem as suas despesas, ainda era esperado que os observadores dessem mais algum para o projecto. Eu achei isto tudo demasiado hilariante e por isso achei que não fazia sentido colaborar no trabalho de campo.

Segue-se uma cronologia com alguns apontamentos relevantes sobre o que se passou a seguir com este projecto:

23-Jul-2013 - recebi a newsletter SPEA Online a dizer o seguinte:

O apoio dos mais de 300 colaboradores de campo, 17 coordenadores regionais e de diversas entidades, a quem muito agradecemos, resultou numa cobertura média do território de 53% e 73% para os períodos de migração e de inverno, respetivamente. Não estando prevista uma 3ª época de campo, termina-se, assim, a inserção e validação de dados para análise, prevendo-se a publicação do primeiro Atlas das Aves Invernantes e Migradoras de Portugal no final de 2013.

28-Out-2013 - recebi um mail a convidar-me para participar na elaboração de textos e a solicitar resposta até 4 de Novembro. Informava-se também que "Será pedido que os autores elaborem a primeira versão dos textos no prazo de 30 dias, que vão decorrer em Novembro e Dezembro próximos."

29-Out-2013 - respondi ao mail da véspera informando que estava disponível para escrever cerca de 5 textos de espécies, de preferência sobre passeriformes.

15-Dez-2013 - recebi a resposta ao meu e-mail de 15 de Outubro, atribuindo-me cinco textos, anexando as instruções e solicitando uma primeira versão até 15 de Janeiro de 2014.

15-Jan-2014 - enviei mail informando que embora tendo consciência que o prazo terminava nesse dia os meus textos ainda não estavam prontos e que precisaria de mais uns dias.

28-Jan-2014 - enviei os 5 textos que me foram atribuídos.

31-Jan-2014 - recebi mail a dizer que os textos seriam analisados pela comissão científica.

07-Mar-2014 - recebi revisões de dois dos cinco textos, solicitando que verificasse as alterações propostas e pedindo resposta no prazo de uma semana caso não concordasse. Nesse mesmo dia respondi a dizer que ia ver e perguntei se não havia comentários aos restantes textos. Não tendo tido resposta, enviei insistência no dia 11 de Março.

23-Abr-2014 - recebi a resposta ao mail de 7 de Março, sendo anexadas as revisões dos outros três textos. Neste mesmo dia respondi a agradecer as revisões e pedi que informassem quais os prazos que estavam a considerar nesse momento. Não tendo tido qualquer resposta, enviei insistência no dia 12 de Maio.

06-Jun-2014 - recebi a resposta ao mail de 23 de Abril, informando que pretendiam ter os textos todos fechados até meio do mês (Junho).

02-Ago-2014 - estando eu fora do país e com acesso limitado à Internet, não tinha conseguido tratar deste assunto, presumi que os textos tivessem sido fechados com as alterações sugeridas, ainda assim tomei a iniciativa de enviar um mail a perguntar se os prazos de revisão já tinham fechado ou se ainda fazia sentido enviar comentários.

08-Ago-2014 - recebi resposta a dizer que ainda estavam a receber comentários às revisões.

25-Nov-2014 - recebi mail a dizer isto: "Estou a aguardar resposta tua sobre as revisões dos textos desde Abril passado. Por favor, responde no prazo de uma semana. Se não houver resposta tua, assumimos que concordas com as sugestões."

26 e 27-Nov-2014 - enviei as minhas revisões aos 5 textos.

11-Fev-2015 - recebi newsletter a dizer o seguinte:

Contagem decrescente para a publicação do Atlas das Aves Invernantes e Migradoras
Aproxima-se o lançamento do primeiro Atlas das Aves Invernantes e Migradoras de Portugal, coordenado pela SPEA, um projeto que resulta do trabalho de mais de 400 ornitólogos, amadores e profissionais, tendo já resultado em 144.500 registos de observações, o que representa cerca de 3.850 horas de contagem de aves, ao longo de dois anos. Prevê-se que estará acessível ao público no verão de 2015.

01-Jul-2016 - após mais de um ano sem quaisquer notícias, enviei mail a perguntar qual é o ponto de situação e a data prevista de publicação

03-Jul-2016 - recebi resposta a dizer "É verdade que esta publicação está já bastante atrasada. Os textos das espécies estão escritos há bastante tempo e a fase final de revisão global e escolha de fotos tem sido feita muito devagar. Não temos tido capacidade para ir mais depressa. De qualquer modo, já se vê a luz ao fundo do túnel. Vamos iniciar a paginação ainda em Julho e acredito que lá para Setembro teremos a versão pdf para distribuir."

17-Dez-2016 - enviei mail a perguntar pelo pdf que era suposto sair em Setembro. Este mail não teve resposta. Enviei insistência em 20-Mar-2017.

20-Mar-2017 - recebi resposta informando que " está prevista para este ano de 2017, mas não sei precisar o mês."

20-Dez-2017 - enviei novamente um mail a perguntar pelo ponto de situação, que ainda não teve qualquer resposta.

Gonçalo Elias escreveu:23-Jul-2013 - recebi a newsletter SPEA Online a dizer o seguinte:

O apoio dos mais de 300 colaboradores de campo, 17 coordenadores regionais e de diversas entidades, a quem muito agradecemos, resultou numa cobertura média do território de 53% e 73% para os períodos de migração e de inverno, respetivamente. Não estando prevista uma 3ª época de campo, termina-se, assim, a inserção e validação de dados para análise, prevendo-se a publicação do primeiro Atlas das Aves Invernantes e Migradoras de Portugal no final de 2013.

28-Out-2013 - recebi um mail a convidar-me para participar na elaboração de textos e a solicitar resposta até 4 de Novembro. Informava-se também que "Será pedido que os autores elaborem a primeira versão dos textos no prazo de 30 dias, que vão decorrer em Novembro e Dezembro próximos."

29-Out-2013 - respondi ao mail da véspera informando que estava disponível para escrever cerca de 5 textos de espécies, de preferência sobre passeriformes.

15-Dez-2013 - recebi a resposta ao meu e-mail de 15 de Outubro, atribuindo-me cinco textos, anexando as instruções e solicitando uma primeira versão até 15 de Janeiro de 2014.

15-Jan-2014 - enviei mail informando que embora tendo consciência que o prazo terminava nesse dia os meus textos ainda não estavam prontos e que precisaria de mais uns dias.

28-Jan-2014 - enviei os 5 textos que me foram atribuídos.

31-Jan-2014 - recebi mail a dizer que os textos seriam analisados pela comissão científica.

07-Mar-2014 - recebi revisões de dois dos cinco textos, solicitando que verificasse as alterações propostas e pedindo resposta no prazo de uma semana caso não concordasse. Nesse mesmo dia respondi a dizer que ia ver e perguntei se não havia comentários aos restantes textos. Não tendo tido resposta, enviei insistência no dia 11 de Março.

23-Abr-2014 - recebi a resposta ao mail de 7 de Março, sendo anexadas as revisões dos outros três textos. Neste mesmo dia respondi a agradecer as revisões e pedi que informassem quais os prazos que estavam a considerar nesse momento. Não tendo tido qualquer resposta, enviei insistência no dia 12 de Maio.

06-Jun-2014 - recebi a resposta ao mail de 23 de Abril, informando que pretendiam ter os textos todos fechados até meio do mês (Junho).

02-Ago-2014 - estando eu fora do país e com acesso limitado à Internet, não tinha conseguido tratar deste assunto, presumi que os textos tivessem sido fechados com as alterações sugeridas, ainda assim tomei a iniciativa de enviar um mail a perguntar se os prazos de revisão já tinham fechado ou se ainda fazia sentido enviar comentários.

08-Ago-2014 - recebi resposta a dizer que ainda estavam a receber comentários às revisões.

25-Nov-2014 - recebi mail a dizer isto: "Estou a aguardar resposta tua sobre as revisões dos textos desde Abril passado. Por favor, responde no prazo de uma semana. Se não houver resposta tua, assumimos que concordas com as sugestões."

26 e 27-Nov-2014 - enviei as minhas revisões aos 5 textos.

11-Fev-2015 - recebi newsletter a dizer o seguinte: "Contagem decrescente para a publicação do Atlas das Aves Invernantes e Migradoras
Aproxima-se o lançamento do primeiro Atlas das Aves Invernantes e Migradoras de Portugal, coordenado pela SPEA, um projeto que resulta do trabalho de mais de 400 ornitólogos, amadores e profissionais, tendo já resultado em 144.500 registos de observações, o que representa cerca de 3.850 horas de contagem de aves, ao longo de dois anos. Prevê-se que estará acessível ao público no verão de 2015."

01-Jul-2016 - após mais de um ano sem quaisquer notícias, enviei mail a perguntar qual é o ponto de situação e a data prevista de publicação

03-Jul-2016 - recebi resposta a dizer "É verdade que esta publicação está já bastante atrasada. Os textos das espécies estão escritos há bastante tempo e a fase final de revisão global e escolha de fotos tem sido feita muito devagar. Não temos tido capacidade para ir mais depressa. De qualquer modo, já se vê a luz ao fundo do túnel. Vamos iniciar a paginação ainda em Julho e acredito que lá para Setembro teremos a versão pdf para distribuir."

17-Dez-2016 - enviei mail a perguntar pelo pdf que era suposto sair em Setembro. Este mail não teve resposta. Enviei insistência em 20-Mar-2017.

20-Mar-2017 - recebi resposta informando que " está prevista para este ano de 2017, mas não sei precisar o mês."

20-Dez-2017 - enviei novamente um mail a perguntar pelo ponto de situação, que ainda não teve qualquer resposta.

Pois, a expressão "prontidão de resposta" nessa cronologia nunca fez grande sentido.

Entao ainda pode sair este fim de semana

Luis Silva escreveu:Entao ainda pode sair este fim de semana

A questão cada vez menos é "quando é que vai sair" para passar a ser "será que vai sair?"

Gonçalo Elias escreveu:A questão cada vez menos é "quando é que vai sair" para passar a ser "será que vai sair?"

É engraçado (que não tem nenhuma graça) que essa questão do "será que vai sair" se aplica a tantas realidades das aves em PT.

João Tomás escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:A questão cada vez menos é "quando é que vai sair" para passar a ser "será que vai sair?"

É engraçado (que não tem nenhuma graça) que essa questão do "será que vai sair" se aplica a tantas realidades das aves em PT.

João, verdade. Eu creio que há vários factores que concorrem para isso:

- as entidades envolvem-se em demasiados projectos do que aqueles que têm capacidade para gerir (usando uma expressão popular, querem dar um passo maior que a perna)
- os projectos assentes no voluntariado são vistos como não prioritários e por isso vão ficando para trás
- não se tira partido da tecnologia para obter ganhos de eficiência (o censo de águia-pesqueira é um bom exemplo de como é possível ter dados disponíveis publicamente em menos de 24 horas)

Neste momento a informação que sair vai ser sempre desactualizada, não só pelos anos que se passaram, mas também pelo conhecimento que se foi acumulando. Um caso flagrante para mim é a invernada dos A. cervinus.

Já me manifestei mais que uma vez face aos sucessivos atrasos do atlas de invernantes e migradores afectar o trabalho do atlas actual, tanto publicamente, como em conversas particulares com pessoas envolvidas no projecto actual, mas sem resultados.
Sem dar grande opinião pessoal sobre a gestão financeira e logística sobre o trabalho dos 2 últimos atlas, não posso de reiterar mais uma vez que acho de muito mau gosto dar prazos a voluntários (onde me incluo) e depois as próprias entidades gestoras do projecto estarem constantemente a falhar com a data a que se auto-propõem.

Luis Silva escreveu:
Sem dar grande opinião pessoal sobre a gestão financeira e logística sobre o trabalho dos 2 últimos atlas, não posso de reiterar mais uma vez que acho de muito mau gosto dar prazos a voluntários (onde me incluo) e depois as próprias entidades gestoras do projecto estarem constantemente a falhar com a data a que se auto-propõem.

Exacto

Quase dois meses passaram do meu post de Dezembro e para variar não há novidades. Enfim... Escrevo este post apenas para dizer que recentemente adquiri o "Atlas de las Aves en Invierno en España 2007-2010" e não me arrependo nada de o ter comprado porque está muito bem conseguido  Eu sei que existe em versão digital mas para mim os livros de aves têm de ser em papel   Dois anos e três meses foi o período que os espanhóis precisaram para elaborar o atlas. O nosso atlas no próximo dia 27 de fevereiro irá fazer 5 anos de aniversário, pelos piores motivos como é óbvio, que não é divulgado para a sociedade.

O mail que enviei no dia 20-Dez-2017 (ver historial mais acima) teve resposta no dia 8 de Janeiro e nele se diz o seguinte:

o atlas já está em paginação – e que 2018 será seguramente o ano em que será publicado, pelo menos em formato digital – aquele que está previsto.

Será?

Gonçalo Elias escreveu:O mail que enviei no dia 20-Dez-2017 (ver historial mais acima) teve resposta no dia 8 de Janeiro e nele se diz o seguinte:

o atlas já está em paginação – e que 2018 será seguramente o ano em que será publicado, pelo menos em formato digital – aquele que está previsto.

Fixe!

Enviei hoje uma mensagem à SPEA a perguntar se já é possível adiantar uma previsão quanto ao mês de publicação deste atlas.

Entretanto recebi uma resposta ao meu e-mail informando que a publicação deverá estar disponível no Outono.

Será que desta vez é mesmo?

Gonçalo Elias escreveu:Será que desta vez é mesmo? Smile

Prenda de Natal... será?

Eu gosto é da informação que aparece no site
http://www.spea.pt/pt/estudo-e-conservacao/atlas/

Gonçalo Elias escreveu:Eu gosto é da informação que aparece no site Evil or Very Mad
http://www.spea.pt/pt/estudo-e-conservacao/atlas/

Temos novidades, o atlas está finalmente disponível.

Para ver, clicar aqui.

Mas na página da SPEA dedicada ao Atlas, continua a não haver nada (ou terei visto mal?)!