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Atlas das aves nidificantes

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Mensagem por Gonçalo Elias Dom Abr 22, 2018 12:40 pm

pedro121 escreveu:Estou demasiado deprimido com a gaivina e o marreco... mas obrigado pelo esforço. Smile  

Wink
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Mensagem por João Tomás Dom Abr 22, 2018 4:56 pm

pedro121 escreveu:melhor a identificação auditiva

Também poderei dar uma ajuda neste aspecto, por isso é quando quiseres e eu puder Smile

A desmotivação do Pedro resume-se neste momento ao marreco e à gaivina x)

Não acho que alguém que esteja interessado em participar no projecto pela primeira vez, que será pouca gente ou nenhuma, fique desmotivado em o fazer. Aliás, eu acho que quem participa pela primeira deveria informar-se de como estão os trabalhos neste momento, do que corre bem e mal, para depois não ter razão para dizer que parecia tudo perfeito. A desistência ou a falta de novos voluntários não pode ser explicada por um conversa num fórum na qual são apresentados factos, mas sim pela falta de divulgação, comunicação e empenho das entidades promotoras.
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Mensagem por João Tomás Qui Jan 24, 2019 2:46 pm

E eis que há novidades não para o III Atlas das Aves Nidificantes mas para o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal... ou será que este contracto público também servirá para o atlas?

https://dre.pt/application/file/118067582?utm_term=Escolha%20a%20Ave%20do%20Ano%20%F0%9F%90%A6&utm_campaign=BD%20RGPD%20Warmnames&utm_source=e-goi&utm_medium=email&fbclid=IwAR2z5TuH8OHrcP9_9JelQ6kPxYE3heh47JvoitvfT-vZuP54n7ExhS0esRI

Enfim...
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Mensagem por Luis Reino Sex Jan 25, 2019 5:35 am

Bem, eu acho que o Gonçalo tem razão, mas mesmo assim acho que o dinheiro faz toda a diferença.

Todavia, há mais outros aspectos que me parecem relevantes de considerar, mas não estou certo peso relativo de cada um deles, como:

1) os observadores mais antigos, como eu e o Gonçalo, têm agora menos tempo, para fazer 'grande tiradas' para regiões como Trás-os-Montes, por exemplo. Isso até é capaz de ser mais verdade para pessoas como eu que, em alguns anos fazem trabalho de campo profissional e, depois é mais difícil compatibilizar com trabalho de campo voluntário, ainda por cima, com custos mais elevados que no passado.

2) a nova geração de observadores, não me parece tão motivada/interessada em participar neste tipo de projectos, isto é, parece estar mais motivada para ver 'raridades' - o que é legítimo - do que em participar, neste tipo de projectos, mais estruturantes.

3) mas o pior e, como já avançamos aqui, por diversas vezes, é que a SPEA, também não parece estar motivada...e isso ainda é mais preocupante, pois acaba por desmobilizar ou, a não incentivar a mobilização dos observadores.

Era bom que alguém abordasse isto no futuro congresso da SPEA...

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Mensagem por Luis Reino Sex Jan 25, 2019 5:37 am

João Tomás escreveu:E eis que há novidades não para o III Atlas das Aves Nidificantes mas para o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal... ou será que este contracto público também servirá para o atlas?

https://dre.pt/application/file/118067582?utm_term=Escolha%20a%20Ave%20do%20Ano%20%F0%9F%90%A6&utm_campaign=BD%20RGPD%20Warmnames&utm_source=e-goi&utm_medium=email&fbclid=IwAR2z5TuH8OHrcP9_9JelQ6kPxYE3heh47JvoitvfT-vZuP54n7ExhS0esRI

Enfim...

Já tinha sido alertado para este concurso, envolvendo ainda um valor razoável. Mas não entendo bem qual o destino e objectivo do trabalho de campo.

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Mensagem por PNicolau Sex Jan 25, 2019 7:02 am

2) a nova geração de observadores, não me parece tão motivada/interessada em participar neste tipo de projectos, isto é, parece estar mais motivada para ver 'raridades' - o que é legítimo - do que em participar, neste tipo de projectos, mais estruturantes.
É um bocado injusto culpar "a nova geração de observadores" (o que quer que isso signifique), quando esta nunca foi exposta a um projecto de atlas de qualidade. É que a nova geração nunca teve quem lhes pagasse um tostão em despesas para fazer o que quer que fosse, e há 20 atrás as quantias pagas não eram assim tão baixas (pelo contrário).
Isso também é injusto quando, se fores a uns tópicos ao lado, verás o 4o censo de pesqueiras que angariou um imenso número de voluntários. Ou das Ardea alba do ano passado.

Eu, que pertenço à nova geração, já participei tanto no Atlas das Invernantes como no actual Atlas das Nidificantes. Não me arrependo, pois adorei andar no campo, mas por outro lado não tenho qualquer vontade de voltar a participar. Eu gastei bastante dinheiro do meu bolso para o fazer, e tempo também, em projectos sem pés nem cabeça. A metodologia dos atlas das invernantes e migradoras não tinha qualquer sentido. E o presente Atlas não tem sentido também, uma vez que iniciaram um projecto sem garantias de que ele iria terminar. Mandaram-me para o campo, gastar tempo e dinheiro, sem garantir que os meus dados alguma vez fossem usados, e nunca me avisaram disso. E uma panóplia de outras questões que já me foram sendo comunicadas, desde cometerem erros passados apesar de serem avisados, ao facto de haver financiamento para determinados observadores mas não para outros.

Isto tudo para dizer que não podes culpar observadores quando a culpa é exclusivamente de quem inicia um projecto sem ter garantias de que ele é viável. E, desse modo, queima créditos e mancha a reputação da entidade.
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Mensagem por Luis Reino Sex Jan 25, 2019 7:36 am

PNicolau escreveu:
2) a nova geração de observadores, não me parece tão motivada/interessada em participar neste tipo de projectos, isto é, parece estar mais motivada para ver 'raridades' - o que é legítimo - do que em participar, neste tipo de projectos, mais estruturantes.
É um bocado injusto culpar "a nova geração de observadores" (o que quer que isso signifique), quando esta nunca foi exposta a um projecto de atlas de qualidade. É que a nova geração nunca teve quem lhes pagasse um tostão em despesas para fazer o que quer que fosse, e há 20 atrás as quantias pagas não eram assim tão baixas (pelo contrário).
Isso também é injusto quando, se fores a uns tópicos ao lado, verás o 4o censo de pesqueiras que angariou um imenso número de voluntários. Ou das Ardea alba do ano passado.

Eu, que pertenço à nova geração, já participei tanto no Atlas das Invernantes como no actual Atlas das Nidificantes. Não me arrependo, pois adorei andar no campo, mas por outro lado não tenho qualquer vontade de voltar a participar. Eu gastei bastante dinheiro do meu bolso para o fazer, e tempo também, em projectos sem pés nem cabeça. A metodologia dos atlas das invernantes e migradoras não tinha qualquer sentido. E o presente Atlas não tem sentido também, uma vez que iniciaram um projecto sem garantias de que ele iria terminar. Mandaram-me para o campo, gastar tempo e dinheiro, sem garantir que os meus dados alguma vez fossem usados, e nunca me avisaram disso. E uma panóplia de outras questões que já me foram sendo comunicadas, desde cometerem erros passados apesar de serem avisados, ao facto de haver financiamento para determinados observadores mas não para outros.

Isto tudo para dizer que não podes culpar observadores quando a culpa é exclusivamente de quem inicia um projecto sem ter garantias de que ele é viável. E, desse modo, queima créditos e mancha a reputação da entidade.


Pedro, eu não culpei ninguém, até pelo facto das pessoas terem todo o direito de fazer o que lhes apetece. Mais, neste Atlas apenas fiz apenas uma quadrícula e, fui mais vezes para o campo, por exemplo para ir ver raridades!
Não 'enfies a carapuça', pois eu não enfiei nenhuma, apenas falei de uma tendência geral na minha percepção. A principal culpada é da SPEA - como tu próprio referes - e dos seus actuais responsáveis. Todavia, como sócio, também acho que tenho responsabilidades, embora neste caso posso sempre dizer que alertei para o 'potencial problema' aos responsáveis do Novo Atlas. O potencial tornou-se agora real e dificilmente irá ser ultrapassado.
Todavia, não compares um 'Projecto mais limitado como o das Pesqueiras' do com o trabalho de Atlas. Mais e, como tb assinalaste, os pagamentos do anterior Atlas eram bastante generosos, mas ir por exemplo para Trás-os-montes  vários dias, mesmo com recursos, exige muita vontade e tempo o que agora se torna mais difícil devido à completa falta de apoio. Para mim não é possível, por exemplo.

Resumindo, não quis dar nenhuma ênfase especial às diferentes gerações que existem e ainda bem, caso contrário caminhávamos para um afunilamento e, não é isso que se vê. Aliás, como sabes vou bastantes vezes para o campo com pessoas bem mais novas do que eu - já falámos sobre este assunto pessoalmente. Agora isto não significa que não se possa dizer, assinalar que há  diferenças - o estranho era que não as houvesse, pois os tempos são muito diferentes em quase todos os aspectos.

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Mensagem por Luis Reino Sex Jan 25, 2019 7:47 am

PNicolau escreveu:
2) a nova geração de observadores, não me parece tão motivada/interessada em participar neste tipo de projectos, isto é, parece estar mais motivada para ver 'raridades' - o que é legítimo - do que em participar, neste tipo de projectos, mais estruturantes.
É um bocado injusto culpar "a nova geração de observadores" (o que quer que isso signifique), quando esta nunca foi exposta a um projecto de atlas de qualidade. É que a nova geração nunca teve quem lhes pagasse um tostão em despesas para fazer o que quer que fosse, e há 20 atrás as quantias pagas não eram assim tão baixas (pelo contrário).
Isso também é injusto quando, se fores a uns tópicos ao lado, verás o 4o censo de pesqueiras que angariou um imenso número de voluntários. Ou das Ardea alba do ano passado.

Eu, que pertenço à nova geração, já participei tanto no Atlas das Invernantes como no actual Atlas das Nidificantes. Não me arrependo, pois adorei andar no campo, mas por outro lado não tenho qualquer vontade de voltar a participar. Eu gastei bastante dinheiro do meu bolso para o fazer, e tempo também, em projectos sem pés nem cabeça. A metodologia dos atlas das invernantes e migradoras não tinha qualquer sentido. E o presente Atlas não tem sentido também, uma vez que iniciaram um projecto sem garantias de que ele iria terminar. Mandaram-me para o campo, gastar tempo e dinheiro, sem garantir que os meus dados alguma vez fossem usados, e nunca me avisaram disso. E uma panóplia de outras questões que já me foram sendo comunicadas, desde cometerem erros passados apesar de serem avisados, ao facto de haver financiamento para determinados observadores mas não para outros.

Isto tudo para dizer que não podes culpar observadores quando a culpa é exclusivamente de quem inicia um projecto sem ter garantias de que ele é viável. E, desse modo, queima créditos e mancha a reputação da entidade.

E há outro aspecto importante que por vezes é tão ou mais importante que o dinheiro. A dinamização dos projectos. Quando eu e o Gonçalo conduzimos o Atlas das Aves Invernantes do Baixo Alentejo, não tínhamos quase nada para dar e, muitas pessoas foram para o campo sem condições. Mas, a dinamização sobretudo realizada pelo Gonçalo Elias, fazia toda a diferença. Naquela época marcávamos reuniões e, sobretudo falávamos por telefone com as pessoas. É isso que o Gonçalo contínua a fazer nas suas iniciativas e com sucesso e, não depende de financiamento. O que assistimos agora no Atlas é 'tudo ao contrário' e o mesmo no CAC e por aí fora.

Tenho a certeza se o Gonçalo se metesse a fazer outro Atlas, conseguia reunir mais gente para a respectiva área do que está a acontecer com o actual Atlas nacional. Já agora até eu consegui levar pessoas a Montesinho, com muito poucas condições, por isso, não deve ser assim tão difícil!

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Mensagem por PNicolau Sex Jan 25, 2019 7:49 am

Todavia, não compares um 'Projecto mais limitado como o das Pesqueiras' do com o trabalho de Atlas.
Comparo pelo motivo de que há muitos observadores que não são só twitchers.

Eu sei é que actualmente há uma maior diversidade entre pessoal neste mundo. Há muitos novos fotógrafos que antigamente praticamente não existiam. Portanto a nova geração que referes engloba na realidade muita gente que é simplesmente fotógrafa e não necessariamente observadora de aves (não usa binóculos, não se interessa pela identificação, não reconhece chamamentos etc etc).

Pessoalmente, eu adoro trabalho de Atlas e tenho pena de que os mesmos não sejam levados a sério em Portugal.
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Mensagem por PNicolau Sex Jan 25, 2019 7:51 am

Luis Reino escreveu:
E há outro aspecto importante que por vezes é tão ou mais importante que o dinheiro. A dinamização dos projectos. Quando eu e o Gonçalo conduzimos o Atlas das Aves Invernantes do Baixo Alentejo, não tínhamos quase nada para dar e, muitas pessoas foram para o campo sem condições. Mas, a dinamização sobretudo realizada pelo Gonçalo Elias, fazia toda a diferença. Naquela época marcávamos reuniões e, sobretudo falávamos por telefone com as pessoas. É isso que o Gonçalo contínua a fazer nas suas iniciativas e com sucesso e, não depende de financiamento. O que assistimos agora no Atlas é 'tudo ao contrário' e o mesmo no CAC e por aí fora.

Tenho a certeza se o Gonçalo se metesse a fazer outro Atlas, conseguia reunir mais gente para a respectiva área do que está a acontecer com o actual Atlas nacional. Já agora até eu consegui levar pessoas a Montesinho, com muito poucas condições, por isso, não deve ser assim tão difícil!
Aqui estou inteiramente de acordo.
Outro problema, parece-me, é que a SPEA está muito desconectada da comunidade de observadores de aves, por algum motivo...
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Mensagem por Luis Reino Sex Jan 25, 2019 7:59 am

PNicolau escreveu:
Luis Reino escreveu:
E há outro aspecto importante que por vezes é tão ou mais importante que o dinheiro. A dinamização dos projectos. Quando eu e o Gonçalo conduzimos o Atlas das Aves Invernantes do Baixo Alentejo, não tínhamos quase nada para dar e, muitas pessoas foram para o campo sem condições. Mas, a dinamização sobretudo realizada pelo Gonçalo Elias, fazia toda a diferença. Naquela época marcávamos reuniões e, sobretudo falávamos por telefone com as pessoas. É isso que o Gonçalo contínua a fazer nas suas iniciativas e com sucesso e, não depende de financiamento. O que assistimos agora no Atlas é 'tudo ao contrário' e o mesmo no CAC e por aí fora.

Tenho a certeza se o Gonçalo se metesse a fazer outro Atlas, conseguia reunir mais gente para a respectiva área do que está a acontecer com o actual Atlas nacional. Já agora até eu consegui levar pessoas a Montesinho, com muito poucas condições, por isso, não deve ser assim tão difícil!
Aqui estou inteiramente de acordo.
Outro problema, parece-me, é que a SPEA está muito desconectada da comunidade de observadores de aves, por algum motivo...

Bem isso é um facto - mas pergunto: nós estamos ou continuamos interessados na SPEA? Acho que agora é reciproco - ou achas que não?

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Mensagem por João Tomás Sex Jan 25, 2019 2:08 pm

Bem, eu concordo com o que ambos já disseram.

Como o Nicolau disse acho que a nova geração de observadores tem o mesmo potencial que as gerações anteriores. Agora, o que é mais visível é o que aparece nas redes sociais e aí sim, parece que parte da nova geração apenas se interessa pelas raridades. Acho que poderão existir alguns observadores da nova geração que tenham começado a despertar para as aves um pouco pelas raridades, que para mim não é o "percurso normal" de um observador/ornitólogo, mas que não deixam de ter potencial ou de estar interessados pelo conhecimento e monitorização das espécies ditas comuns. Este início motivado pelas raridades talvez seja uma consequência da grande publicidade, que me parece muito positiva, que é feita por alguns dos grandes entusiastas do twitching de Portugal (há alguns membros no fórum Smile ).

Pegando na SPEA, entidade que tem tido a responsabilidade de realização dos últimos atlas e trabalhos de monitorização a longo termo das aves de PT, parece-me que falha em três aspectos fundamentais para conseguir observadores/ornitólogos interessados e motivados:

- maior proximidade da comunidade ornitológica (não apenas da sociedade em geral) para que consiga ter o mesmo efeito que os apaixonados pelo twitching têm conseguido na geração mais nova de observadores. Aqui acho que a SPEA tem concentrado grande parte das suas forças em projectos Life e na sensibilização da sociedade em geral, esquecendo-se um pouco dos observadores e ornitólogos.

- mostrar às gerações mais antigas e mais novas que os altas e projectos como o CAC são fundamentais para o conhecimento e monitorização das espécies e que por isso mesmo devem ser abordados de uma forma séria e profissional. Acho que esta última parte não foi totalmente demonstrada nos últimos anos, tendo como exemplos o atlas das invernantes e o atlas das nidificantes que está ainda a decorrer. A não publicação dos resultados a tempo e horas aumenta mais a descrença dos poucos voluntários que ainda têm vontade de ajudar, aumentando a distância entre a entidade e a comunidade capaz de alimentar os projectos. Resumindo, neste tipo de projectos se há vontade que a força motriz sejam os voluntários tem de haver outro tipo de atitude para com os projectos e voluntários. Fiz 6-7 quadrículas para este atlas das nidificantes nos primeiros dois anos com o dinheiro do meu bolso e agora parece que vai haver dinheiro para "tapar" os enormes buracos que ainda existem na cobertura. Se isto for verdade... Adorei fazer as quadrículas mas sabendo o que sei hoje talvez não tivesse feito o que fiz.

- aproximar a geração mais antiga de observadores e ornitólogos, ou pelo menos parte dela, que por qualquer motivo se afastou dos trabalhos realizados pela SPEA. Aqui terá de haver um esforço mútuo claro. Como começará? Talvez se deva discutir isso nas assembleias juntamente com os sócios. Sei que a participação dos sócios nas assembleias é muito muito baixa (fiz-me sócio para poder participar), um problema que é transversal a grande parte das associações nacionais, e por isso mesmo têm que se criar estratégias para os atrair: datas e horas em que a disponibilidade dos sócios seja maior, aproveitar os avanços da tecnologia - possibilidade de assistir online. Só envolvendo e estimulando os sócios é que poderá haver uma aproximação gradual dos mesmos para com a SPEA. Se será fácil? Claro que não será... mas será fundamental para a ornitologia em Portugal.

Luis Reino escreveu:Todavia, não compares um 'Projecto mais limitado como o das Pesqueiras' do com o trabalho de Atlas.

Embora limitado parece-me que há algumas diferenças de organização, atitude e estímulo relativamente aos atlas, CAC e afins. A urgência na divulgação dos resultados é uma delas.
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Mensagem por João Tomás Sex Jan 25, 2019 2:14 pm

Esqueci-me de dizer que para mim um trabalho como o atlas não deve ser planeado com base em voluntariado. Este tipo de trabalhos deve ser pago e feito pelos observadores e profissionais com mais experiência.
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Mensagem por Luis Reino Sex Jan 25, 2019 2:50 pm

João Tomás escreveu:Esqueci-me de dizer que para mim um trabalho como o atlas não deve ser planeado com base em voluntariado. Este tipo de trabalhos deve ser pago e feito pelos observadores e profissionais com mais experiência.

João, acho que resumiste bem as coisas, sobre outros prismas. Pessoalmente afastei-me muito da SPEA, por diversos motivos, mas até, por questões profissionais. Mas não sou o único e, neste momento e com todo o respeito que me merecem as pessoas que lá trabalham, a SPEA concentra os seus esforços em projectos que a mantém viva e, permitem pagar os vencimentos dos seus assalariados. Posso estar a ser rude, mas este é um dos motivos, embora também não nos podemos esquecer que o país passou por enorme crise e as ONGs tb sofreram com isso.

Eu acho que os Atlas tendem sempre a ser projectos de grande envergadura e, não podem depender apenas de uma estrutura profissional. Necessitam sempre, em alguma medida, de um trabalho voluntário, mesmo que se pague despesas de deslocação. O problema é que o actual trabalho confiou na sorte ou na navegação à vista - o resultado está aí!

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Mensagem por João Tomás Sex Jan 25, 2019 2:56 pm

Luis Reino escreveu:Eu acho que os Atlas tendem sempre a ser projectos de grande envergadura e, não podem depender apenas de uma estrutura profissional. Necessitam sempre, em alguma medida, de um trabalho voluntário, mesmo que se pague despesas de deslocação. O problema é que o actual trabalho confiou na sorte ou na navegação à vista - o resultado está aí!

Ok, entendo e consigo aceitar. Mas não podem depender do voluntariado.
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Mensagem por Luis Reino Sex Jan 25, 2019 3:22 pm

João Tomás escreveu:
Luis Reino escreveu:Eu acho que os Atlas tendem sempre a ser projectos de grande envergadura e, não podem depender apenas de uma estrutura profissional. Necessitam sempre, em alguma medida, de um trabalho voluntário, mesmo que se pague despesas de deslocação. O problema é que o actual trabalho confiou na sorte ou na navegação à vista - o resultado está aí!

Ok, entendo e consigo aceitar. Mas não podem depender do voluntariado.

Podem, mas apenas numa certa medida. Quando fiz o de Montesinho, que tinha apenas 50 e tal quadrículas, ainda assim foi difícil, pois não tinha carro próprio. Estava dependente dos transportes do Parque, mas normalmente só funcionavam na horas de expediente. Resultado, para cobrir os transectos específicos tinha sempre que pedir a alguém que tivesse carro e vontade de acordar cedo. Pessoas como o Gonçalo Elias foram a Montesinho (que disponibilizou o seu carro) com vários observadores (acho que foi o Luís Gordinho e o Pedro Geraldes) e corríamos aquilo tudo em fins de semana prolongados. Mas este Altas era amador e modesto nos seus objectivos, apresentando apenas mais valor pelo facto de ser numa zona remota e de montanha, em que não existiam praticamente observadores residentes. Na verdade e, entre 1991-1994, talvez fosse mesmo único observador, per se, na área. Porém um Atlas Nacional de III geração, não pode estar sujeito a estes amadorismos e contigências, mas...tem estado.

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Mensagem por João Tomás Sex Jan 25, 2019 3:26 pm

Luis Reino escreveu:Porém um Atlas Nacional de III geração, não pode estar sujeito a estes amadorismos e contigências, mas...tem estado.

Exacto. Se assim o é mais vale nem sequer começar!
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Mensagem por Gonçalo Elias Seg Jan 28, 2019 2:25 pm

PNicolau escreveu:É um bocado injusto culpar "a nova geração de observadores" (o que quer que isso signifique), quando esta nunca foi exposta a um projecto de atlas de qualidade. É que a nova geração nunca teve quem lhes pagasse um tostão em despesas para fazer o que quer que fosse, e há 20 atrás as quantias pagas não eram assim tão baixas (pelo contrário).
(...)
Isto tudo para dizer que não podes culpar observadores quando a culpa é exclusivamente de quem inicia um projecto sem ter garantias de que ele é viável. E, desse modo, queima créditos e mancha a reputação da entidade.

Pedro, isso não é inteiramente verdade. Quando eu, o Luis Reino e outros iniciámos o atlas do Baixo Alentejo em 1992 não tínhamos um tostão de apoios, não existia SPEA e não sabíamos se alguma vez iríamos receber qualquer tipo de financiamento. E isso não nos impediu de nos organizarmos e de arrancarmos com um projecto, que conseguimos levar a bom termo, com três invernos de trabalho de campo e que resultou num livro (que há uns meses, e segundo fui informado, a SPEA teve a amabilidade de destruir).
Portanto, tínhamos algo que era muito mais determinante do que o dinheiro para levar um projecto destes avante: VONTADE.

Luis Reino escreveu:E há outro aspecto importante que por vezes é tão ou mais importante que o dinheiro. A dinamização dos projectos. Quando eu e o Gonçalo conduzimos o Atlas das Aves Invernantes do Baixo Alentejo, não tínhamos quase nada para dar e, muitas pessoas foram para o campo sem condições. Mas, a dinamização sobretudo realizada pelo Gonçalo Elias, fazia toda a diferença. Naquela época marcávamos reuniões e, sobretudo falávamos por telefone com as pessoas. É isso que o Gonçalo contínua a fazer nas suas iniciativas e com sucesso e, não depende de financiamento. O que assistimos agora no Atlas é 'tudo ao contrário' e o mesmo no CAC e por aí fora.

Tenho a certeza se o Gonçalo se metesse a fazer outro Atlas, conseguia reunir mais gente para a respectiva área do que está a acontecer com o actual Atlas nacional. Já agora até eu consegui levar pessoas a Montesinho, com muito poucas condições, por isso, não deve ser assim tão difícil!

Agradeço o teu elogio, embora eu ache que o mérito é extensivo a toda a equipa, a realidade é que constituímos um "núcleo duro" e cada um de nós conseguiu mobilizar outros observadores para irem para o Alentejo e participar no projecto. E com sucesso, pois eram pelo menos umas 160 quadrículas 10x10 km e todas elas foram visitadas pelo menos duas vezes, e a maioria três ou mesmo quatro vezes. Aliás, só no primeiro ano, em que ainda não havia qualquer tipo de guito para pagar o que quer que fosse (só tínhamos o alojamento gratuito cedido pelas Câmaras Municipais) fizemos mais de 100 quadrículas.

Luís, como me disseste uma vez há uns anos, "ninguém faz agora o que nós fizemos": um atlas regional daquela dimensão (um sexto do país) sem quaisquer apoios. Smile
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Mensagem por Luis Reino Seg Jan 28, 2019 3:50 pm

Gonçalo Elias escreveu:
PNicolau escreveu:É um bocado injusto culpar "a nova geração de observadores" (o que quer que isso signifique), quando esta nunca foi exposta a um projecto de atlas de qualidade. É que a nova geração nunca teve quem lhes pagasse um tostão em despesas para fazer o que quer que fosse, e há 20 atrás as quantias pagas não eram assim tão baixas (pelo contrário).
(...)
Isto tudo para dizer que não podes culpar observadores quando a culpa é exclusivamente de quem inicia um projecto sem ter garantias de que ele é viável. E, desse modo, queima créditos e mancha a reputação da entidade.

Pedro, isso não é inteiramente verdade. Quando eu, o Luis Reino e outros iniciámos o atlas do Baixo Alentejo em 1992 não tínhamos um tostão de apoios, não existia SPEA e não sabíamos se alguma vez iríamos receber qualquer tipo de financiamento. E isso não nos impediu de nos organizarmos e de arrancarmos com um projecto, que conseguimos levar a bom termo, com três invernos de trabalho de campo e que resultou num livro (que há uns meses, e segundo fui informado, a SPEA teve a amabilidade de destruir).
Portanto, tínhamos algo que era muito mais determinante do que o dinheiro para levar um projecto destes avante: VONTADE.

Luis Reino escreveu:E há outro aspecto importante que por vezes é tão ou mais importante que o dinheiro. A dinamização dos projectos. Quando eu e o Gonçalo conduzimos o Atlas das Aves Invernantes do Baixo Alentejo, não tínhamos quase nada para dar e, muitas pessoas foram para o campo sem condições. Mas, a dinamização sobretudo realizada pelo Gonçalo Elias, fazia toda a diferença. Naquela época marcávamos reuniões e, sobretudo falávamos por telefone com as pessoas. É isso que o Gonçalo contínua a fazer nas suas iniciativas e com sucesso e, não depende de financiamento. O que assistimos agora no Atlas é 'tudo ao contrário' e o mesmo no CAC e por aí fora.

Tenho a certeza se o Gonçalo se metesse a fazer outro Atlas, conseguia reunir mais gente para a respectiva área do que está a acontecer com o actual Atlas nacional. Já agora até eu consegui levar pessoas a Montesinho, com muito poucas condições, por isso, não deve ser assim tão difícil!

Agradeço o teu elogio, embora eu ache que o mérito é extensivo a toda a equipa, a realidade é que constituímos um "núcleo duro" e cada um de nós conseguiu mobilizar outros observadores para irem para o Alentejo e participar no projecto. E com sucesso, pois eram pelo menos umas 160 quadrículas 10x10 km e todas elas foram visitadas pelo menos duas vezes, e a maioria três ou mesmo quatro vezes. Aliás, só no primeiro ano, em que ainda não havia qualquer tipo de guito para pagar o que quer que fosse (só tínhamos o alojamento gratuito cedido pelas Câmaras Municipais) fizemos mais de 100 quadrículas.

Luís, como me disseste uma vez há uns anos, "ninguém faz agora o que nós fizemos": um atlas regional daquela dimensão (um sexto do país) sem quaisquer apoios. Smile

Sim isso é verdade - acho que nesse aspecto nos tornámos 'todos mais egoístas'! Não sei, se é justo dizer isto, mas falo por todos, incluindo-me no processo. Todavia, por outro lado há outras coisas, até este fórum do qual nunca foi um grande adepto e agora apeteceu-me participar mais. Também acho que há coisas que são mais simples, mas funcionam melhor, como o CPR - honra seja feita acho ou, pelo menos tenho essa percepção, as coisas estão muito melhor e parecem-me ir no caminho desejado. Fico contente por isso, mesmo que as raridades não sejam a coisa mais importante do mundo - pois não são de todo - todos as gostamos de as ver e desempenham a sua função na comunidade de observadores/ornitólogos e, são um pouco reveladoras da capacidade que uma comunidade/uma região etc,, tem de conhecer o que é seu.

Agora era bom vermos outras coisas e isso parece-me que não há ou, há menos ou há de maneira diferente, não sei. É difícil fazer comparações, pois se hoje parece mais difícil fazer um Atlas, porventura pelos custos, pela falta de novidade que talvez já não haja, por outro, há muitos mais observadores qualificados. Quando reunimos no teu carro para ir Montesinho uma série de observadores, esses mesmos observadores representavam, porventura 5% da comunidade de observadores capazes de todo o país. Hoje havia observadores suficientes para encher um autocarro, varrer o Parque todo numa semana ou coisa que o valha e, ainda assim, descobrir coisas interessantes, por exemplo Serinus citrinella a criar Shocked...Na verdade criam bem perto da área do parque, mas também é verdade que as transições biogeográficas naquela área, podem mudar em menos de 100 m...

Abraço, mas tenho saudades de trabalho de Atlas!

É o que é, mas pode-se sempre fazer mais

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Atlas das aves nidificantes - Página 9 Empty Re: Atlas das aves nidificantes

Mensagem por Gonçalo Elias Seg Jan 28, 2019 4:35 pm

Luis Reino escreveu:por outro lado há outras coisas, até este fórum do qual nunca foi um grande adepto e agora apeteceu-me participar mais.

E ainda bem, és muito bem-vindo Smile

Luis Reino escreveu:pois se hoje parece mais difícil fazer um Atlas, porventura pelos custos

Eu não acho que hoje em dia seja mais dispendioso fazer um atlas do que era nessa altura. O que acontece é que nós na década de 1990 sujeitámo-nos a condições que hoje se calhar não serão tão fáceis de aceitar. Lembro-me por exemplo que a CM Barrancos nos disponibilizou, para pernoitar, o edifício dos bombeiros. Outras CM pagaram o alojamento em residenciais ultra básicas, nalguns casos creio que até sem aquecimento. A nossa vontade de fazer o projecto era tanta que aceitámos de bom grado essas condições básicas.
Além disso recordo que íamos sempre três ou quatro ou cinco no mesmo carro e por isso dividíamos as despesas de combustível.

Luis Reino escreveu:, pela falta de novidade que talvez já não haja

Esta também é um aspecto importante. Os atlas que fizemos nessa altura tinham uma componente de descoberta, porque a nossa avifauna ainda não era assim tão conhecida como se pensava. Mais do que fazer "apenas" um atlas, o nosso projecto era uma aventura de descoberta da avifauna invernante. Recordo que foi com o atlas do Baixo Alentejo que se começou a perceber que os Passer hispaniolensis invernavam em Portugal (o primeiro atlas nacional atribuía a essa espécie o estatuto de estival!), que descobrimos que o Jynx torquilla também invernava entre nós, que descobrimos a presença no interior de uma série de aves aquáticas que só eram conhecidas das zonas húmidas costeiras, e por aí adiante. Também o atlas de Montesinho, que coordenaste e no qual participei, foi determinante para se ficar a conhecer melhor a fauna desse parque natural, com destaque obviamente para a importante população de Lanius collurio, entre outras espécies.

Hoje podemos dizer que em termos de distribuição nacional já não há assim tanto para descobrir. Claro que de vez em quando aparecem surpresas (como as Alaudala rufescens nas ilhas-barreira, por exemplo), mas são situações que não têm muito a ver com trabalho de atlas.
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Mensagem por Luis Reino Seg Jan 28, 2019 4:43 pm

Gonçalo Elias escreveu:
Luis Reino escreveu:por outro lado há outras coisas, até este fórum do qual nunca foi um grande adepto e agora apeteceu-me participar mais.

E ainda bem, és muito bem-vindo Smile

Luis Reino escreveu:pois se hoje parece mais difícil fazer um Atlas, porventura pelos custos

Eu não acho que hoje em dia seja mais dispendioso fazer um atlas do que era nessa altura. O que acontece é que nós na década de 1990 sujeitámo-nos a condições que hoje se calhar não serão tão fáceis de aceitar. Lembro-me por exemplo que a CM Barrancos nos disponibilizou, para pernoitar, o edifício dos bombeiros. Outras CM pagaram o alojamento em residenciais ultra básicas, nalguns casos creio que até sem aquecimento. A nossa vontade de fazer o projecto era tanta que aceitámos de bom grado essas condições básicas.
Além disso recordo que íamos sempre três ou quatro ou cinco no mesmo carro e por isso dividíamos as despesas de combustível.

Luis Reino escreveu:, pela falta de novidade que talvez já não haja

Esta também é um aspecto importante. Os atlas que fizemos nessa altura tinham uma componente de descoberta, porque a nossa avifauna ainda não era assim tão conhecida como se pensava. Mais do que fazer "apenas" um atlas, o nosso projecto era uma aventura de descoberta da avifauna invernante. Recordo que foi com o atlas do Baixo Alentejo que se começou a perceber que os Passer hispaniolensis invernavam em Portugal (o primeiro atlas nacional atribuía a essa espécie o estatuto de estival!), que descobrimos que o Jynx torquilla também invernava entre nós, que descobrimos a presença no interior de uma série de aves aquáticas que só eram conhecidas das zonas húmidas costeiras, e por aí adiante. Também o atlas de Montesinho, que coordenaste e no qual participei, foi determinante para se ficar a conhecer melhor a fauna desse parque natural, com destaque obviamente para a importante população de Lanius collurio, entre outras espécies.

Hoje podemos dizer que em termos de distribuição nacional já não há assim tanto para descobrir. Claro que de vez em quando aparecem surpresas (como as Alaudala rufescens nas ilhas-barreira, por exemplo), mas são situações que não têm muito a ver com trabalho de atlas.

Sim aceito o que dizes, mas os tempos são outros. Nascerão novos projectos por certo.

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Mensagem por Gonçalo Elias Seg Jan 28, 2019 5:05 pm

Luis Reino escreveu:Nascerão novos projectos por certo.

Sim, é provável, mas já agora convém não esquecermos um aspecto adicional: este tipo de informação (sobre a distribuição das aves) passou a ter valor comercial e por isso muitas pessoas, nomeadamente as que têm mais experiência já não estão disponíveis para fazer certo de tipo de prospecções intensivas de forma voluntária. Este é um aspecto que me parece ser frequentemente esquecido no planeamento de projectos em larga escala.
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Mensagem por PNicolau Ter Jan 29, 2019 12:39 am

Muito bom ponto. Muitos dos bons observadores em Portugal trabalham na área.
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Mensagem por pedro121 Ter Jan 29, 2019 2:31 am

Outro ponto que talvez valha a pena referir é que muito observadores actuais tem vidas profissionais que em nada são ligadas à natureza, a observação é para eles um hobby de fim de semana, e mesmo assim tem que conjugar com a família.

Fazer censos é demasiado parecido com trabalho, e isso afasta alguns.

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Mensagem por Luis Reino Ter Jan 29, 2019 3:41 am

pedro121 escreveu:Outro ponto que talvez valha a pena referir é que muito observadores actuais tem vidas profissionais que em nada são ligadas à natureza, a observação é para eles um hobby de fim de semana, e mesmo assim tem que conjugar com a família.

Fazer censos é demasiado parecido com trabalho, e isso afasta alguns.


Sim isso foi o que me aconteceu. Durante o doutoramento (2004-2010) passava largas temporadas de campo e, entre 2010-2015 de igual modo, na minha primeira fase do CIBIO. Com um filho pequeno, não era possível e, os dias iam passando e passando. Apenas ia vendo umas coisas 'fora dos censos' habituais' em Fão e, muito apressadamente e, muito, muito ocasionalmente quando me desafiavam. É a vida!

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