Carta aberta ao Comité Português de Raridades
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Carta aberta ao Comité Português de Raridades
Deixo aqui cópia de uma carta que enviei hoje ao Comité Português de Raridades
(continua)
Carta aberta ao Comité Português de Raridades
Recebi há dias o Anuário Ornitológico número 6, que foi publicado no final de Junho. Pela primeira vez desde 2003, o relatório não saiu com uma periodicidade anual, abrangendo pelo contrário um período de dois anos.
Logo no segundo parágrafo da introdução pode ler-se a seguinte afirmação: “O presente relatório inclui principalmente registos referentes aos anos de 2006 e 2007, o que significa que foi possível encurtar o tempo entre a recepção destes registos e a respectiva publicação”.
A segunda parte da frase citada constitui uma incorrecção grosseira. Esta incorrecção ser-me-ia completamente indiferente se eu fosse apenas um dos muitos observadores de aves que vão ter oportunidade de ler esta publicação. Contudo, como antigo coordenador do Comité Português de Raridades (CPR) sinto-me atingido no meu bom nome e por isso entendo que devo prestar alguns esclarecimentos.
Começo por fazer um enquadramento histórico.
O CPR foi fundado em 1995, pouco mais de um ano depois da criação da SPEA e por cisão do Comité Ibérico de Raridades (CIR). Foi um dos primeiros grupos de trabalho da SPEA e desde o primeiro momento foi visível o entusiasmo por parte dos seus membros fundadores, que se traduziu na rápida apresentação de trabalho. Efectivamente, o primeiro relatório do CPR, referente ao ano de 1995, viu a luz do dia no primeiro semestre de 1997 (Pardela nº 5), ou seja menos de 18 meses após o fecho do ano a que respeitava.
O relatório seguinte, referente a 1996, deveria, em princípio, sair em meados de 1998, mas tal não se verificou – só foi publicado em 1999 (Pardela nº 8 ). Isto significa que, logo no segundo relatório, o prazo de publicação resvalou para mais de 24 meses relativamente ao fecho do ano dos registos considerados.
Por essa altura eu fazia parte da redacção da Pardela e reunia-me frequentemente com o seu director, entretanto falecido, com o intuito de planear o número seguinte da revista. Acontece que os relatórios do CPR eram publicados na Pardela e quando havia um relatório do CPR pronto a sair, era necessário reservar um número inteiro da Pardela que era totalmente dedicado ao relatório, sem quaisquer outros artigos.
Como facilmente se depreende, o planeamento da Pardela estava de alguma forma dependente da produção de relatórios por parte do CPR, mas este planeamento era dificultado pelo facto de os relatórios não terem data certa de saída. De cada vez que se anunciava um novo relatório de raridades, a Pardela tinha de se adaptar rapidamente, reservando-se um número da revista para o relatório do CPR e adiando-se a publicação de todos os outros conteúdos.
No início de 2000, já com o relatório de 1996 publicado, vim a saber que o relatório de 1997 estava, uma vez mais, muito atrasado e que, para “recuperar” o tempo perdido, o CPR tinha decidido publicar um relatório “duplo”, agregando os anos de 1997 e 98. Esta decisão surpreendeu-me, considerando que o CPR tinha sido criado há menos de 5 anos e que ainda só tinha publicado dois relatórios. A produção de relatórios estava já a ser feita com alguma irregularidade, mas isto não me incomodava muito, já que eu nada tinha a ver com o CPR. A questão da periodicidade dos relatórios apenas me interessava enquanto elemento da redacção da Pardela.
Contudo, ainda no início de 2000, em conversa, um dos elementos do CPR disse-me que o próximo número da Pardela teria impreterivelmente de ser reservado para o tal relatório de 1997-98, sob pena de o Comité entrar em descrédito entre os seus pares de outros países europeus, devido aos sucessivos atrasos na produção de relatórios. Aquando dessa conversa, estava quase pronto mais um número da Pardela. A decisão de incluir o relatório de 1997-98 tinha implicações na revista, uma vez que, como a publicação saía geralmente de 6 em 6 meses, isso obrigaria a adiar por mais seis meses todo o conteúdo que havia sido preparado. Embora não totalmente convencida, a equipa editorial da Pardela acedeu à pretensão do Comité e suspendeu o número da revista que estava em preparação, para dar prioridade ao relatório do CPR de 1997-98, que foi assim publicado em meados de 2000 (Pardela nº 11). Os registos de 1997 saíram, uma vez mais, com dois anos e meio de atraso, enquanto os de 1998 saíram com um ano e meio de atraso. O atraso acumulado tinha sido, aparentemente, recuperado, dando condições ao CPR para voltar a produzir os seus relatórios com a periodicidade desejada.
Mas não foi isso que aconteceu. Nos três anos que se seguiram, o CPR não publicou mais nada. Contas feitas, isto significa que nos seus primeiros oito anos de existência (1995 a 2002) o CPR apenas publicou 3 relatórios. Não sei o que terão pensado desse facto os outros comités europeus, mas isso também nunca me pareceu relevante.
Em Outubro de 2002, recebi um convite inesperado: devido à saída de um dos seus elementos, ficava vago um lugar no CPR e os membros que continuavam a fazer parte do Comité acharam por bem convidar-me para integrar e simultaneamente coordenar o grupo de trabalho, isto porque o seu coordenador estava com pouca disponibilidade para continuar a assegurar as funções de coordenação. Fiquei obviamente muito honrado com o convite e dispus-me a aceitá-lo, mas devido à minha recente experiência com a redacção da Pardela eu já tinha plena consciência que o CPR não estava a conseguir produzir os relatórios com a regularidade que era esperada. Mesmo sem conhecer de perto as razões para essa falta de regularidade, decidi impor uma condição para aceitar o convite: a SPEA teria de assegurar condições logísticas e financeiras para permitir a publicação de um relatório todos os anos, isto porque, no meu entendimento, um grupo de trabalho com as características do CPR só fazia sentido se fosse realmente produzido e publicado um relatório com periodicidade anual. Após alguma negociação, chegou-se a um entendimento sobre este assunto e o financiamento ficou assegurado.
A pasta foi-me passada. A situação que encontrei era caótica – os registos aprovados estavam misturados com outros que estavam “congelados”, outros ainda a aguardar aprovação, diversos registos rejeitados e também alguns já publicados. Tudo na mesma pasta, sem qualquer organização. Pensei para mim «com esta desorganização toda, não me surpreende que as coisas estejam tão atrasadas». Seria possível pôr a casa em ordem? Eu acreditei que sim e pus mãos à obra. Criei um sistema de numeração de registos (coisa que, pasme-se, não existia) e um ficheiro Excel para anotação dos votos de cada membro (algo que também nunca ninguém se tinha lembrado de criar), substituindo assim o método anterior, que se baseava em papéis soltos, agrafados a cada registo.
Entretanto, o atraso acumulado era agora de 3 anos: faltava publicar os relatórios de 1999, 2000 e 2001, já para não falar do ano de 2002, que estava quase a terminar. Para complicar ainda mais a situação, em Julho de 2002 a Pardela tinha mudado de formato e os relatórios do CPR deixavam de se enquadrar nesta publicação. Após serem estudadas algumas soluções (entre as quais a possibilidade de inclusão no Airo, mas esta hipótese foi veementemente rejeitada pela Comissão Editorial desta publicação), decidiu-se criar o Anuário Ornitológico, solução que apoiei com toda a convicção. Em Junho de 2003 foi publicado o volume 1, contendo o relatório referente aos 3 anos que estavam em atraso (1999, 2000 e 2001) – os registos de 1999 estavam então a ser publicados com um atraso de três anos e meio!
Já referi anteriormente que criei o sistema de numeração de registos e que tinha obtido o compromisso, por parte da SPEA, de assegurar o financiamento para um relatório anual. Contudo, isso não era suficiente. A fim de permitir a prossecução do objectivo, por mim defendido, de publicar um relatório anual, era necessário assegurar o envolvimento de todo o grupo de trabalho. Propus assim a definição de um calendário anual, que determinaria os prazos de validação de registos e a publicação de cada relatório. Sumariamente, o calendário previa que os registos de um dado ano deveriam ser validados até 30 de Setembro do ano subsequente (os registos que não fossem aprovados dentro do prazo transitariam para o relatório seguinte). O relatório seria então escrito no mês de Outubro, a maquetagem teria lugar em Novembro e a revisão em Dezembro. Finalmente, em Janeiro do ano seguinte o anuário seguiria para impressão, a fim de ser publicado ainda no primeiro trimestre, ou seja menos de 15 meses após o fecho do ano a que respeitava. Este calendário, por mim idealizado e proposto ao CPR, foi aprovado por unanimidade pelos membros do Comité em 2003. Desde esse momento deixei claro a todos os elementos que tencionava cumprir os prazos e que não seria flexível relativamente a datas.
Durante os 3 anos seguintes este calendário foi escrupulosamente observado. Três relatórios foram publicados com uma periodicidade rigorosamente prevista e cumprida:
- Anuário nº 2, referente a 2002, foi publicado em Março de 2004;
- Anuário nº 3, referente a 2003, saiu em Março de 2005;
- Anuário nº 4, referente a 2004, saiu em Março de 2006.
As coisas pareciam agora estar a correr bem e todos os elementos do CPR tinham motivos para estar satisfeitos com o trabalho desenvolvido e com os resultados apresentados.
Mas esta situação não iria durar muito mais tempo. No início de 2006, o CPR estava a revelar uma crescente dificuldade em corresponder às solicitações – estas tinham aumentado substancialmente devido à minha política de busca proactiva de registos recentes junto da comunidade ornitológica e o número de registos pendentes era agora superior a 250.
Em meados de Janeiro de 2006, numa reunião de trabalho, manifestei a minha preocupação sobre esta falta de resposta por parte do CPR e o problema foi amplamente discutido no seio do grupo. Como solução para aumentar a capacidade de resposta, o CPR decidiu alargar o número de membros; acreditava-se que isto iria facilitar a aprovação de registos e assim, a partir desse mesmo mês, o Comité passou a ser composto por seis membros. Alguns meses mais tarde, o CPR decidiu alargar ainda mais o grupo, convidando dois observadores suecos, bem conhecidos na comunidade ornitológica internacional pela compilação de informação que vinham efectuando desde há alguns anos sobre as aves da Madeira e, sobretudo, dos Açores – acreditava-se que estes dois observadores poderiam dar uma importante contribuição na recolha de registos das ilhas. Os dois elementos suecos foram contactados e aceitaram o convite; assim, em meados de 2006 passaram, também eles, a integrar o CPR, que contou, a partir de então, com oito elementos.
Em Setembro desse ano, aproximava-se mais uma data de fecho de registos (concretamente, os registos referentes ao ano de 2005 e que iriam integrar o Anuário nº 5). Como sempre, mostrei a minha determinação em cumprir os prazos acordados, pois a regularidade na produção de relatórios era, para mim, um ponto de honra. Contudo, desta vez o número de registos já aprovados era muito reduzido e, por causa disso, o relatório ia ser relativamente “curto”, ficando de fora várias centenas de registos que os elementos do CPR não tinham aprovado no prazo estabelecido. Face a esta situação, os mesmos elementos que tinham aprovado, em 2003, o calendário de execução que tão bem tinha funcionado durante três anos, pressionaram-me para que o prazo de validação de registos fosse alargado de Setembro para Dezembro (no que foram apoiados pelos novos elementos), invocando-se, entre outros aspectos, o facto de o calendário em vigor não ser muito apropriado, devido às férias. Nunca consegui compreender muito bem este argumento: o calendário tinha funcionado muito bem durante os anos anteriores e as férias nunca tinham sido um problema, porque é que desta vez as coisas não estavam a funcionar, justamente agora que o grupo tinha sido alargado de cinco para oito elementos? As razões para esta cada vez maior dificuldade de resposta por parte dos membros do grupo de trabalho nunca foram muito claras e são obviamente passíveis de discussão (tenho a minha opinião sobre isso, mas a sua divulgação não me parece relevante).
Tendo sempre dito que os prazos de publicação estabelecidos não eram negociáveis, a pressão a que fui sujeito nesta ocasião, no sentido de protelar a data limite de validação dos registos, causou-me forte desconforto. De imediato percebi que a regularidade de produção de relatórios que até à data tinha sido assegurada estava agora fortemente ameaçada. A tensão começou a acumular-se. O que fazer? Eu era o único que não queria mudar o calendário; porém, face à pressão de todos os elementos do CPR, vi-me obrigado a ceder. Claro que esta flexibilidade temporal teve como consequência que o problema não foi resolvido, mas apenas adiado e, em Dezembro de 2006, ainda havia inúmeros registos de 2005 por validar.
(continua)
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Carta aberta ao Comité Português de Raridades
(continuação)
A poucos dias do Natal, em conversa telefónica com um dos mais recentes membros do Comité, manifestei a minha preocupação sobre a forma como os prazos estavam a resvalar. Em resposta, ouvi alguns juízos de valor sobre a minha pessoa, que me deixaram bastante incomodado. Nesse momento compreendi que a minha actuação como coordenador, nomeadamente a pressão que vinha exercendo junto de todos para que os prazos fossem cumpridos, não estava a ser muito apreciada. Entendi então ser chegado o momento de passar a pasta e convidei o meu interlocutor para coordenar o CPR, tomando o meu lugar. O convite foi por ele aceite poucos dias depois e, no dia 1 de Janeiro de 2007, a pasta foi passada.
O meu envolvimento com o Comité durou apenas mais quatro meses. A mudança de rumo tomada a partir de Janeiro de 2007 fez com que eu deixasse rapidamente de me identificar com este grupo de trabalho e, em meados de Abril desse mesmo ano, pedi a minha demissão.
Entretanto, os dois suecos que tinham passado a integrar o CPR desde o ano anterior decidiram igualmente abandonar este grupo de trabalho, menos de um ano depois de o terem integrado. Não devo obviamente revelar aqui as razões que eles invocaram para sair do CPR, pois seria incorrecto fazê-lo, mas entendo não dever ignorar a passagem destes elementos pelo Comité, tanto mais que um deles contribuiu activamente e de forma decisiva para a aprovação de inúmeros registos durante o curto período em que fez parte do grupo de trabalho.
A partir de Abril de 2007 desliguei-me completamente do CPR. No entanto, e apesar das minhas divergências, nunca tive qualquer intenção de prejudicar a imagem do CPR e por isso depois da minha saída evitei falar do assunto ou tecer, em público ou em privado, quaisquer considerações sobre o trabalho desenvolvido pelo Comité. Não pretendi nem pretendo emitir juízos de valor sobre quem quer que seja nem sobre o que move os actuais membros do CPR (tenho a minha opinião sobre esse assunto, mas também prefiro não a tornar pública).
Contudo, mesmo sem produzir qualquer ajuizamento, não posso deixar de referir o que se passou depois da minha saída: o Anuário nº 5, inicialmente agendado para Março de 2007, só foi publicado em Setembro de 2007, ou seja 21 meses após o ano a que respeitava (2005). Este número contrasta com os 15 meses que tinham sido a regra nos três relatórios precedentes. Os prazos voltavam a resvalar.
O relatório de 2005 reveste-se um aspecto bizarro: sou co-autor, mas não tive oportunidade de ler o documento antes de o mesmo seguir para publicação. Esta situação deixou-me bastante desagradado – nunca me tinha acontecido ser co-autor de um documento que não pude ler. Gostaria de acreditar que se tratou de um mero lapso, mas nunca recebi, nem antes nem depois da publicação do Anuário nº 5, qualquer pedido de desculpas por essa lamentável falta, por isso tenho razões para crer que o CPR optou por não me dar oportunidade de rever o relatório. Tenho pena que assim seja.
Outro aspecto estranho do relatório de 2005 é a ausência de qualquer menção à passagem dos dois elementos suecos pelo CPR; a enorme contribuição que um deles deu no processo de aprovação de registos não é referida, nem sequer a título de agradecimento. Mesmo sendo conhecedor das circunstâncias em que se deu a saída destes elementos do CPR, não consigo entender esta omissão. Da mesma forma, custa-me a entender que no Anuário nº 5 não seja feita qualquer referência ou agradecimento à colaboração que eu próprio prestei. Em ocasiões anteriores, era hábito expressar “sinceros agradecimentos” aos membros cessantes (veja-se, por exemplo, a introdução do Anuário nº 1). Ou seja, no relatório de 2005 o CPR optou por não agradecer ao coordenador cessante e por não divulgar a passagem, ainda que efémera, de dois prestigiados membros estrangeiros pela sua lista de membros. Vem-me à memória a frase que está publicada na Pardela nº 5 (1997), na qual é feita a apresentação do CPR: “Pretende-se que a actuação do Comité seja pautada pela maior transparência possível.”
O Anuário nº 6 viu a luz do dia em Junho de 2009. Isto significa que o relatório de 2006 saiu dois anos e meio (30 meses) após o fecho do ano a que respeita. O intervalo de tempo entre o fecho do ano e a publicação dos registos passou de 15 meses para 21 meses e depois para 30 meses, tudo isto em apenas dois anos. A regularidade na produção de relatórios perdeu-se totalmente e os atrasos dilataram-se.
O facto de se escrever, no Anuário número 6, que “foi possível encurtar o tempo entre a recepção destes registos e a respectiva publicação”, constitui assim uma incorrecção e reflecte uma profunda falta de respeito e um total desprezo pelo trabalho que desenvolvi durante os 4 anos em que estive à frente do CPR. A contribuição que dei para prestigiar o CPR foi ostensivamente ignorada, passando-se a ideia de que “agora é que as coisas estão a melhorar”. Isto é uma inverdade que ofende o meu bom nome e a minha imagem junto da comunidade ornitológica em geral e daqueles que se interessam por raridades em particular, muitos dos quais sabem que durante 4 anos o CPR esteve sob a minha coordenação.
O período em que estive à frente do CPR foi, sem margem para dúvidas, o mais produtivo da história deste grupo de trabalho, com a publicação de quatro relatórios em quatro anos. Tenho orgulho do trabalho que fiz em prol do CPR e da SPEA, de ter conseguido recuperar o CPR da situação de impasse em que se encontrava, de ter conseguido organizar os registos existentes e de ter assegurado a publicação dos relatórios de 2002, 2003 e 2004 num tempo recorde (todos eles menos de 15 meses após o fecho do ano a que respeitavam).
Compreendo que o CPR enfrente obstáculos de vária ordem, pois este grupo de trabalho voluntário sempre teve dificuldade em obter apoios para o seu funcionamento e até aceito que a regularidade da produção de relatórios tenha deixado de constituir uma prioridade para o Comité a partir de 2007. Mas não entendo nem posso aceitar que se recorra a inverdades para maquilhar a situação actual do CPR. É com tristeza que vejo que se pretende transmitir uma imagem de continuada melhoria, quando em termos de prazos e de regularidade de publicação se passa exactamente o contrário.
Como referi no início desta carta, tudo isto me seria completamente indiferente se eu não fizesse parte da história do CPR, mas tal não é o caso. Assim, para defesa do meu nome e da qualidade do trabalho que desenvolvi, considero que este erro deve ser corrigido. Infelizmente, não tenho qualquer expectativa de que o CPR venha alguma vez a rectificar a incorrecção que agora foi publicada e, por este motivo, decidi escrever-vos a presente carta aberta.
Gonçalo Elias
5 de Julho de 2009
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Carta aberta ao Comité Português de Raridades
COMUNICADO DO COMITÉ PORTUGUÊS DE RARIDADES DA SPEA
Tomou o Comité Português de Raridades (CPR) conhecimento de uma carta aberta enviada por um seu antigo coordenador a diversos meios de divulgação de informação relacionados com a ornitologia.
Foi com surpresa que lemos os diversos e longos comentários relativos ao CPR incluidos na referida carta. O CPR convive bem com as críticas. Pensamos, no entanto, que as mesmas devem ser construtivas no seu conteúdo e comunicadas de forma apropriada. Não é obviamente o caso desta carta.
Nada no relatório do CPR relativo aos anos de 2006 e de 2007 publicado no Anuário Ornitológico nº 6 pode ser encarado como um ataque pessoal ou ao trabalho de quem quer que seja.
Ao longo dos anos, a actuação do CPR tem-se pautado pela transparência e assim continuará. O objectivo do CPR é e sempre será, contribuir para a obtenção de informação fidedigna acerca da avifauna em Portugal. Na prossecução desse objectivo não há lugar para ressentimentos, insinuações ou maledicência. Da mesma forma, também não há lugar para protagonismos, uma vez que o trabalho desenvolvido é colectivo e envolve, para além dos membros do CPR, todos os observadores de aves que contribuem em número crescente com o envio dos seus registos de aves raras e a quem aproveitamos uma vez mais para agradecer.
O CPR lamenta a elaboração e a divulgação da referida carta, baseada como está em premissas erradas. Não pretende o CPR desperdiçar o seu tempo com polémicas que considera inúteis e que só servem para denegrir a imagem das pessoas e das instituições.
O CPR permanecerá disponível, como sempre e através dos canais apropriados, para prestar todos os esclarecimentos sobre a sua actuação ou sobre os seus critérios.
O Comité Português de Raridades da SPEA
João Jara (Coordenador)
Helder Costa
Rafael Matias
Colm Moore
José Lima Santos
Ray Tipper
Julho de 2009
Tomou o Comité Português de Raridades (CPR) conhecimento de uma carta aberta enviada por um seu antigo coordenador a diversos meios de divulgação de informação relacionados com a ornitologia.
Foi com surpresa que lemos os diversos e longos comentários relativos ao CPR incluidos na referida carta. O CPR convive bem com as críticas. Pensamos, no entanto, que as mesmas devem ser construtivas no seu conteúdo e comunicadas de forma apropriada. Não é obviamente o caso desta carta.
Nada no relatório do CPR relativo aos anos de 2006 e de 2007 publicado no Anuário Ornitológico nº 6 pode ser encarado como um ataque pessoal ou ao trabalho de quem quer que seja.
Ao longo dos anos, a actuação do CPR tem-se pautado pela transparência e assim continuará. O objectivo do CPR é e sempre será, contribuir para a obtenção de informação fidedigna acerca da avifauna em Portugal. Na prossecução desse objectivo não há lugar para ressentimentos, insinuações ou maledicência. Da mesma forma, também não há lugar para protagonismos, uma vez que o trabalho desenvolvido é colectivo e envolve, para além dos membros do CPR, todos os observadores de aves que contribuem em número crescente com o envio dos seus registos de aves raras e a quem aproveitamos uma vez mais para agradecer.
O CPR lamenta a elaboração e a divulgação da referida carta, baseada como está em premissas erradas. Não pretende o CPR desperdiçar o seu tempo com polémicas que considera inúteis e que só servem para denegrir a imagem das pessoas e das instituições.
O CPR permanecerá disponível, como sempre e através dos canais apropriados, para prestar todos os esclarecimentos sobre a sua actuação ou sobre os seus critérios.
O Comité Português de Raridades da SPEA
João Jara (Coordenador)
Helder Costa
Rafael Matias
Colm Moore
José Lima Santos
Ray Tipper
Julho de 2009
JARA- Número de Mensagens : 1
Data de inscrição : 14/01/2008
Re: Carta aberta ao Comité Português de Raridades
E eu lamento que o CPR, opte por representar um cândido papel, quando, até demonstração em contrário, é o único responsável pela indignação do Gonçalo Elias.
Seria óptimo que, mais do que discutir a forma, o CPR procura-se discutir os factos relatados pelo Gonçalo Elias, que tanto o indignam. Não foi isso que fez.
A ser verdade a versão de G. Elias, e, reafirmo, o CPR não contra-argumenta uma única vez, é mais do que justa a sua indignação. Há falta de uma justificação para o acontecido, ficaria bem melhor um pedido de desculpa.
Em Portugal, parecemos ter uma certa tendência para desrespeitar o passado. Apagando-o, de preferência.
Gonçalo Rosa
Seria óptimo que, mais do que discutir a forma, o CPR procura-se discutir os factos relatados pelo Gonçalo Elias, que tanto o indignam. Não foi isso que fez.
A ser verdade a versão de G. Elias, e, reafirmo, o CPR não contra-argumenta uma única vez, é mais do que justa a sua indignação. Há falta de uma justificação para o acontecido, ficaria bem melhor um pedido de desculpa.
Em Portugal, parecemos ter uma certa tendência para desrespeitar o passado. Apagando-o, de preferência.
Gonçalo Rosa
Gonçalo Rosa- Número de Mensagens : 63
Idade : 53
Local : Seixal
Data de inscrição : 10/03/2009
Re: Carta aberta ao Comité Português de Raridades
Não tendo eu nenhuma associação com nenhuma entidade do campo da ornitologia (outra que ser sócio da SPEA), acho que posso dar uma opinião neutra.
Quanto a mim a indignação do Gonçalo tem razão de ser, e o canal escolhido acho que é o apropriado: o fórum da comunidade ornitológica dos possíveis voluntários para projectos como o das raridades.
Estranha-me a resposta oficial do CPR. A carta do Gonçalo pareceu-me um desabafo de quem deu tudo o que tinha (e provavelmente mais) a um projecto e viu algo que lhe pareceu denegrir o trabalho que tinha feito. O Gonçalo não me parece levar as coisas de forma ligeira, apresentando sempre bons argumentos para o que diz. Acho que o CPR deveria ter tido a humildade de, mesmo que sem ter tido intenção de denegrir o trabalho de ninguém, se desculpar, e usar os argumentos do Gonçalo para analisar o trabalho que tem vindo a ser feito. Em vez disso demarca-se completamente e diz não querer entrar em questiúnculas pessoais, quando não me parece que seja nada disso que esteja em questão.
Quanto a mim a indignação do Gonçalo tem razão de ser, e o canal escolhido acho que é o apropriado: o fórum da comunidade ornitológica dos possíveis voluntários para projectos como o das raridades.
Estranha-me a resposta oficial do CPR. A carta do Gonçalo pareceu-me um desabafo de quem deu tudo o que tinha (e provavelmente mais) a um projecto e viu algo que lhe pareceu denegrir o trabalho que tinha feito. O Gonçalo não me parece levar as coisas de forma ligeira, apresentando sempre bons argumentos para o que diz. Acho que o CPR deveria ter tido a humildade de, mesmo que sem ter tido intenção de denegrir o trabalho de ninguém, se desculpar, e usar os argumentos do Gonçalo para analisar o trabalho que tem vindo a ser feito. Em vez disso demarca-se completamente e diz não querer entrar em questiúnculas pessoais, quando não me parece que seja nada disso que esteja em questão.
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