eBird para principiantes

Há alguns dias em conversa com um amigo que é utilizador do eBird ele disse-me que embora costume inserir registos regularmente neste site, não sabe fazer mais nada, nomeadamente consultar informação.

Esta situação surpreendeu-me um pouco mas fiquei a pensar que se calhar há mais pessoas que não conhecem bem todas as potencialidades desta plataforma. Assim decidi criar este tópico que tem como objectivo apresentar algumas funcionalidades básicas (e outras menos básicas) do eBird. Portanto o tópico destina-se essencialmente a quem quer começar a utilizar o eBird e também aos que, sendo já utilizadores, estão pouco à vontade com a plataforma e pretendem saber um pouco mais.

Todos são livres de contribuir, seja para apresentar / explicar funcionalidades, seja para colocar questões, por mais básicas que possam parecer.


Começo por apresentar a página principal do PortugalAves eBird que é esta: http://ebird.org/content/portugal/

No entanto, confesso que não costumo entrar no eBird por aqui - na minha lista de shortcuts (atalhos) que está na barra de navegação do browser, o endereço que tenho é este: http://ebird.org/ebird/portugal/country/PT?yr=all - e é sempre por aqui que entro. Esta é a página com as observações de Portugal. Qual é a vantagem? Para mim, a principal vantagem é que com um único clique (no atalho) abre imediatamente a página que tem a informação sobre as últimas observações - estas encontram-se à direita, na secção "visitas recentes". Para chegar a esta página a partir da página principal (a primeira que indiquei), é necessário seguir os seguintes passos:
1. Clicar em "Explorar Dados" (barra superior)
2. Escolher "Explorar um Local"
3. Escrever "Portugal"
Aparece então a segunda página que indiquei e que defini como a minha página de entrada e a que poderemos chamar "Observações em Portugal".

Outra secção interessante (que aparece na barra superior em qualquer página do eBird) é a secção pessoal, denominada Meu eBird. Aqui cada utilizador poderá encontrar um resumo das suas próprias observações, agregadas por país, por distrito e por concelho. Oportunamente explicarei melhor todo o manancial de informação que está dentro desta secção.

Para já é isto. Aos que ainda não conhecem bem as funcionalidades descritas, sugiro que as explorem. Caso haja alguma questão, sintam-se à vontade para a colocar aqui.

Tenho uma questão (um pouco básica...): eu observei aves no Mouchão da Póvoa, mas a partir do Parque de Santa Iria. Qual dos locais devo considerar como local de observação?

Olá Teresa, a regra em uso no ebird é esta: as listas devem ser inseridas no local a partir de onde foi feita a observação. Claro que em casos como o que descreves se pode tornar um pouco confuso, mas creio que a ideia por trás desta regra é a de transmitir o seguinte: "eu estive no sítio X e vi as seguintes aves", independentemente de estarem perto ou longe.

Ok, obrigada pelo esclarecimento.

Pegando novamente neste tópico, vou explicar o que é a partilha de listas e como funciona.

Basicamente é uma funcionalidade que permite que duas ou mais pessoas que tenham feito uma saída em conjunto possam ter a mesma lista partilhada no eBird.
A lista vai aparecer com o nome dos vários observadores, mas cada observador pode personalizar as observações, por exemplo no caso de ter visto uma espécie que os outros não viram (ou vice-versa).

O processo funciona assim:
1. Um dos observadores insere a lista no eBird (muitas vezes os participantes da saída combinam entre si quem é que vai inserir a lista e partilhar)
2. Uma vez submetida a lista, é necessário clicar no link "Partilhe com outros do seu grupo" (aparece à direita junto a um ícone que tem duas cabeças)
3. No campo "Para" deve colocar-se o endereço de e-mail de cada um dos participantes com os quais se pretende partilhar a lista - atenção que o endereço a inserir deve ser aquele que o participante associou ao eBird (algumas pessoas têm mais de um endereço de e-mail por isso é importante confirmar qual é o endereço correcto).
4. Da parte de quem partilha não é preciso fazer mais nada.

5. Entretanto, o(s) participante(s) com quem a lista foi partilhada irá receber um e-mail notificando-o para a existência de uma lista partilhada. A tradução desta funcionalidade para português está um bocado manhosa e a frase do campo assunto fica um bocado esquisita, algo como "Gonçalo Elias foi partilhado com uma PortugalAves lista consigocom Vila Real de Santo António". Independentemente da tradução, que espero que possa ser corrigida no futuro, o que há a fazer é clicar no link indicado no mail.
6. Aparece então uma página de listas partilhadas, sendo dada a opção de aceitar a lista em questão.
7. Uma vez aceite a lista, ela vai aparecer com os nomes dos vários participantes que já a aceitaram.
8. Cada participante pode personalizar a sua lista, para isso basta clicar em "Editar espécies" e adicionar ou remover espécies conforme desejado.
9. Qualquer participante poderá adicionar uma foto, essa foto vai então aparecer nas listas de todos os participantes com os quais a lista foi partilhada, mas com a indicação que quem colocou a foto.

Na verdade uma lista partilhada são duas listas diferentes, pois existe um URL diferente para cada observador. O nome do observador a quem pertence a lista aparece a negrito.
Podem ver aqui este exemplo:
http://ebird.org/ebird/portugal/view/checklist/S34290490
Eu criei a lista, partilhei-a com o observador Tom Tams, que a aceitou e seguidamente adicionou as fotos, que assim aparecem com o nome dele associado.

Na minha lista aparece o meu nome a negrito. Se eu clicar no link "List" ao lado do nome do outro observador, passo para a lista dele:
http://ebird.org/ebird/portugal/view/checklist/S34290627

As fotos aparecem em ambas as listas, mas sempre com o nome do observador que as adicionou.

Neste caso não houve diferenças entre as espécies observadas, mas quando há elas são assinaladas.

Sobre a partilha de listas, recomenda-se que ao aceitar a lista partilhada, o receptor confira sempre a lista. Por vezes há erros que escapam a quem envia, que serão depois replicados n vezes, e é uma boa altura para os detectar.

Outra coisa que é possível fazer é editar espécies sem que isto afecte a lista inicial. Fui observar aves com Fulano, que simpaticamente me enviou a lista dessa saída em conjunto. Fulano diz que viu 20 Gralhas-de-nuca-cinzenta, eu acho que foram 15, altero o número na minha lista ficando a dele inalterada (com as ditas 20 gralhas). Fulano viu também uma Gralha-preta que eu não vi, retiro-a da minha lista ficando apenas na lista de Fulano.

O sistema de partilha de fotografias e sons apenas funciona automaticamente para registos multimédia alojados no eBird. No caso de outros suportes (Flickr, Soundcloud, etc.), caso queiram é necessário copiar o código HTML para a descrição das espécies pertinentes.

Outra questão: há alguma maneira de não incluir a distância percorrida numa lista? Isto porque eu gostava de carregar as aves que vi por exemplo em África, mas não consigo nem fazer uma estimativa real das distâncias...

Teresa C escreveu:Outra questão: há alguma maneira de não incluir a distância percorrida numa lista? Isto porque eu gostava de carregar as aves que vi por exemplo em África, mas não consigo nem fazer uma estimativa real das distâncias...

Nos casos de situações em que não tens a informação de distância, tempo, etc (nomeadamente listas antigas), sugiro que utilizes o protocolo histórico. Foi o que fiz com as minhas listas africanas também. Neste caso os dados de hora, etc. são facultativos.

E como é que eu chego a esse protocolo histórico?

Ok, já cheguei lá com uma simulação. Obrigada pela ajuda!

Boas,

Se uma observação não for aceite/aprovada o observador é informado?

Comecei recentemente a utilizar a plataforma, sobretudo para introduzir os registos relevantes que antes remeteria para o noticiário/anuário, mas o tempo vai passando e as observações que ficam pendentes não parecem ser validadas (com excepção de uma!), nem me são solicitados esclarecimentos.

Para já, vou elaborando uma tabela com todos os registos e indicação do seu estado, mas não é uma situação sustentável.

Obrigado!

Luís Venâncio escreveu:
Comecei recentemente a utilizar a plataforma, sobretudo para introduzir os registos relevantes que antes remeteria para o noticiário/anuário, mas o tempo vai passando e as observações que ficam pendentes não parecem ser validadas (com excepção de uma!), nem me são solicitados esclarecimentos.
!

Boas,

Normalmente quando um registo vai a revisão acontecem 1 de duas coisas:

1º O revisor considera que o registo é valido e valida sem contactar o observador

2º O revisor tem questões e envia um mail ao observador com essas questões e depois decide.

Existem no entanto distritos em que o prazo para o contacto com o observador é curto e outros em que é mais demorado.

OK, Pedro, obrigado!

Luís Venâncio escreveu:OK, Pedro, obrigado!

Há num entanto outra situação que pode acontecer, um observador pode estar a submeter os registos ao nível de Pais, Distrito ou concelho e nesse caso os registos não aparecem nos mapas e gráficos.

Não tem sido o caso, mas a informação é útil.

Retomo este tópico hoje para apresentar a função "alertas".

o ebird disponibiliza dois tipos de alertas:
- os alertas de raridades - estes alertas permitem receber um e-mail sempre que foi vista uma espécie que é considerada raridade no país ou numa região à escolha (distrito, por exemplo)
- os alertas "precisa de" - neste caso é enviado um e-mail sempre que alguém viu uma espécie que o observador ainda não tem na região escolhida.


Vamos ver como se configura isto.

Abrindo o separador Explorar dados, na coluna da direita, mais para baixo, aparece um link denominado "Alertas". Clicando aí vamos parar a uma página que se chama "Meus Alertas" (também é possível chegar a esta página através da secção Meu eBird).

Nesta página dos Meus Alertas aparece primeiro um quadro com os alertas já activados (que deverá estar em branco para quem não tem nenhum alerta activado). A seguir aparece a secção "Alertas Disponíveis" e aqui há 3 subsecções:
- Alertas ABA (este não interessa para o caso português, diz respeito à América do Norte)
- Alertas de Raridades
- Precisa de Alertas

Os textos que acompanham estas secções explicam como funciona, mas basicamente aqui é possível inserir o país, ou um distrito, ou um concelho.

Por exemplo, se eu quiser ser notificado de todas as raridades a nível nacional, então na caixa Alertas de Raridades meto Portugal. Mas se eu quiser apenas as observações que sejam raridades no distrito de Lisboa meto Lisboa. E posso activar as duas coisas (nacionais e distritais). Posso activar os distritos e concelhos que quiser.

Quanto aos alertas "precisa de" destinam-se essencialmente a quem faça listas de espécies:
- para quem faz lista de espécies nacional e queira ser notificado das observações das espécies que nunca viu em Portugal, neste caso mete Portugal e activa o alerta;
- caso o interesse seja em listas distritais ou concelhias, neste caso pode meter um distrito (por exemplo, Lisboa) ou um concelho (por exemplo, Sintra) e receberá uma notificação por email sempre que alguém inserir uma lista que tenha uma espécie que falte na lista distrital ou concelhia de quem programou o alerta.
Exemplificando, imaginemos que eu activei os alertas "precisa de" para Portugal, para o distrito de Lisboa e para o concelho de Sintra.
Alguém vê um grifo em Sintra e insere no ebird. Eu já vi grifos em muitos sítios do país portanto esta observação não vai gerar um "precisa de" para Portugal, mas nunca vi nenhum no distrito de Lisboa e menos ainda no concelho de Sintra, nesse caso vou receber dois alertas, um a dizer que foi visto um grifo no distrito de Lisboa e outro a dizer que foi visto um no concelho de Sintra.
Se a observação for no concelho de Cascais, e se eu não tiver activado o alerta "precisa de" para esse concelho, então vou receber apenas o alerta "precisa de" para Lisboa distrito mas não para o concelho.

Saliento que todos estes alertas (das várias categorias) dizem apenas respeito a observações efectuadas nos últimos 7 dias. Se eu inserir uma lista com observações de raridades feitas em Outubro do ano passado, por exemplo, não vai gerar qualquer alerta.

Convém também ter em atenção que no caso das capitais de distrito existem alertas distritais e concelhios. Tomando novamente o exemplo de Lisboa, temos duas opções:
- Lisboa, Portugal (refere-se ao distrito de Lisboa)
- Lisboa, Lisboa, Portugal (refere-se ao concelho)