Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
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Fórum Aves :: eBird
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Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Bom dia a todos,
Fica a clarificação de que esta lista foi proposta à revelia dos parceiros do portal.
Não é correcto desenvolver esta lista, não a apresentar à restante equipa do PortugalAves ou ao parceiro SPEA, contornando a etapa de discussão da mesma, e fazer tábua-rasa das publicações relevantes recentes que utilizam os nomes-comuns usados no PortugalAves.
Esta lista foi apresentada a Cornell como consensual— mas deste consenso ficaram de fora a coordenação do PortugalAves e a SPEA. Este expediente teve como resultado o actual imbróglio em que nos encontramos, e para o qual estamos a dar passos para reverter.
Quem necessitar de esclarecimentos adicionais, contacte-me via email. Dou por encerrada a minha participação neste fórum.
—Pedro Fernandes
NOTA: No dia 24 de Agosto de 2021, este tópico foi por mim dividido a partir do tópico original colocado sobre esta lista, de modo a separar a discussão do conteúdo e a discussão sobre o processo. O título do tópico foi alterado para salientar isto. Fiz esta edição no conteúdo para fazer este esclarecimento. Gonçalo Elias
Fica a clarificação de que esta lista foi proposta à revelia dos parceiros do portal.
Não é correcto desenvolver esta lista, não a apresentar à restante equipa do PortugalAves ou ao parceiro SPEA, contornando a etapa de discussão da mesma, e fazer tábua-rasa das publicações relevantes recentes que utilizam os nomes-comuns usados no PortugalAves.
Esta lista foi apresentada a Cornell como consensual— mas deste consenso ficaram de fora a coordenação do PortugalAves e a SPEA. Este expediente teve como resultado o actual imbróglio em que nos encontramos, e para o qual estamos a dar passos para reverter.
Quem necessitar de esclarecimentos adicionais, contacte-me via email. Dou por encerrada a minha participação neste fórum.
—Pedro Fernandes
NOTA: No dia 24 de Agosto de 2021, este tópico foi por mim dividido a partir do tópico original colocado sobre esta lista, de modo a separar a discussão do conteúdo e a discussão sobre o processo. O título do tópico foi alterado para salientar isto. Fiz esta edição no conteúdo para fazer este esclarecimento. Gonçalo Elias
Pedro Fernandes- Número de Mensagens : 703
Local : Rabat
Data de inscrição : 01/07/2007
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Pedro,
Sejas bem aparecido, folgo em saber que estás vivo. O contacto contigo é geralmente muito difícil, pois raramente recebo respostas aos e-mails que te envio.
E como sabes não sou o único a queixar-me disto. Mas adiante.
Estou a par das tuas diligências para reverter a lista de nomes no eBird para a lista de Costa et al.
Sobre essa lista, e para que quem nos lê possa formar uma opinião devidamente fundamentada, creio ser relevante relembrar o seguinte.
Em 1998, antes de adoptar a lista "Nomes Portugueses para as Aves do Paleárctico Ocidental", vulgarmente conhecida como "Costa et al.", a SPEA resolveu pedir um parecer a uma comissão independente formada por cinco ornitólogos experientes.
O parecer dessa comissão deixa claro que esta lista "não preenche os requisitos necessários para responder eficazmente à conveniência de actualização e amplificação da lista de Sacarrão e Soares" e conclui que "não nos parece desejável a sua publicação pela SPEA nem a adopção como lista recomendada pela Sociedade". Deste parecer foi dado conhecimento aos sócios através da sua publicação na Folha Informativa nº 20 (Maio / Junho de 1998). Ou seja, a SPEA comunicou aos sócios que esta lista não tinha sido considerada adequada para a SPEA.
Algumas pessoas dentro da SPEA, possivelmente por desejarem muito adoptar a referida lista, decidiram ignorar este parecer desfavorável e começaram, paulatinamente, a adoptá-la nas várias publicações da Sociedade. Aparentemente tu também decidiste alinhar por essa bitola, usando a lista que tinha sido rejeitada pela comissão.
A lista que agora foi enviada para o eBird procurou resolver os problemas identificados no parecer, aproveitando de Sacarrão e Soares aquilo que podia ser aproveitado, aproveitando de Costa et al. as opções que nos pareceram mais adequadas e identificando novas soluções onde nem um nem outro serviam, mas sempre privilegiando a coerência de critérios e evitando, como sugerido no parecer, o recurso a nomes oriundos de outros países de expressão lusófona quando havia alternativas melhores. Portanto, a nossa lista procurou resolver os problemas que a lista de Costa et al. nunca soube ou nunca quis resolver.
Eu entendo e respeito as preferências pessoais de cada um.
Tenho porém dificuldade em entender que neste tipo de decisões as preferências pessoais se sobreponham aos pareceres técnicos de uma comissão independente. Aquilo que estás a tentar fazer, e que aliás fizeste com a adopção da lista de Costa et al. no PortugalAves eBird não foi mais do que impores a tua preferência pessoal sobre os critérios técnicos do parecer que mencionei.
Essa não é nem nunca foi a minha forma de estar e disto darei conhecimento a Cornell também.
Anexo: Imagem da Folha Informativa nº 20 onde foi publicado o parecer mencionado.
Sejas bem aparecido, folgo em saber que estás vivo. O contacto contigo é geralmente muito difícil, pois raramente recebo respostas aos e-mails que te envio.
E como sabes não sou o único a queixar-me disto. Mas adiante.
Estou a par das tuas diligências para reverter a lista de nomes no eBird para a lista de Costa et al.
Sobre essa lista, e para que quem nos lê possa formar uma opinião devidamente fundamentada, creio ser relevante relembrar o seguinte.
Em 1998, antes de adoptar a lista "Nomes Portugueses para as Aves do Paleárctico Ocidental", vulgarmente conhecida como "Costa et al.", a SPEA resolveu pedir um parecer a uma comissão independente formada por cinco ornitólogos experientes.
O parecer dessa comissão deixa claro que esta lista "não preenche os requisitos necessários para responder eficazmente à conveniência de actualização e amplificação da lista de Sacarrão e Soares" e conclui que "não nos parece desejável a sua publicação pela SPEA nem a adopção como lista recomendada pela Sociedade". Deste parecer foi dado conhecimento aos sócios através da sua publicação na Folha Informativa nº 20 (Maio / Junho de 1998). Ou seja, a SPEA comunicou aos sócios que esta lista não tinha sido considerada adequada para a SPEA.
Algumas pessoas dentro da SPEA, possivelmente por desejarem muito adoptar a referida lista, decidiram ignorar este parecer desfavorável e começaram, paulatinamente, a adoptá-la nas várias publicações da Sociedade. Aparentemente tu também decidiste alinhar por essa bitola, usando a lista que tinha sido rejeitada pela comissão.
A lista que agora foi enviada para o eBird procurou resolver os problemas identificados no parecer, aproveitando de Sacarrão e Soares aquilo que podia ser aproveitado, aproveitando de Costa et al. as opções que nos pareceram mais adequadas e identificando novas soluções onde nem um nem outro serviam, mas sempre privilegiando a coerência de critérios e evitando, como sugerido no parecer, o recurso a nomes oriundos de outros países de expressão lusófona quando havia alternativas melhores. Portanto, a nossa lista procurou resolver os problemas que a lista de Costa et al. nunca soube ou nunca quis resolver.
Eu entendo e respeito as preferências pessoais de cada um.
Tenho porém dificuldade em entender que neste tipo de decisões as preferências pessoais se sobreponham aos pareceres técnicos de uma comissão independente. Aquilo que estás a tentar fazer, e que aliás fizeste com a adopção da lista de Costa et al. no PortugalAves eBird não foi mais do que impores a tua preferência pessoal sobre os critérios técnicos do parecer que mencionei.
Essa não é nem nunca foi a minha forma de estar e disto darei conhecimento a Cornell também.
Anexo: Imagem da Folha Informativa nº 20 onde foi publicado o parecer mencionado.
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
lrodrigues, fmorais, José Frade, Samuel Patinha e João D. Esteves gostam desta mensagem
Nova Lista de Nomes--notas sobre o processo
@Pedro Fernandes:
Tomei conhecimento que resolveste ir produzir afirmações a meu respeito num canal ao qual sabes que não tenho acesso e no qual sabes que não posso responder, onde por isso te sentes à vontade para escrever sobre mim sem teres de te sujeitares ao contraditório.
Esta atitude tem um nome: chama-se cobardia.
Se desejas escrever a meu respeito, desafio-te a teres a coragem de mo dizeres directamente e não nas minhas costas.
Passo a citar aquilo que escreveste:
Percebo agora que o revisionismo te incomoda. Recordo-me agora que escreveste que gostas da lista do Costa et al. não pelos seus méritos técnicos (que são muitos questionáveis, conforme explicado no parecer que acima apresentei e que aliás foi apresentado pela SPEA aos sócios) mas porque achas que é fofinho. Tens direito a ter a tua preferência pessoal, mas de tudo isto depreendo que consideras que a tua preferência pessoal (pelos nomes que consideras fofinhos) deve sobrepor-se aos critérios técnicos na escolha de uma lista de nomes para o eBird. Defendes que a comunidade deve ser forçada a usar uma lista de nomes porque tu os achas fofinhos? É isto? Se eu estiver enganado, convido-te a vires aqui expor as razões que justificam a preferência por essa lista. Aceitas o desafio ou vais continuar cobardemente a dizer mal de mim nas minhas costas?
É pena que não refiras que quando em Julho de 2020 o Cullen me convidou para integrar a equipa de tradutores, eu de imediato, mais precisamente no dia 24 de Julho, te enviei um e-mail (mais a outro elemento da SPEA que fazia parte da referida equipa). Cito:
Este e-mail não teve resposta até hoje. nem de ti nem da SPEA. Portanto relativamente a envolver a equipa e os parceiros estamos conversados.
No dia 26 de Julho enviei um e-mail ao Cullen a dizer isto, e cito
A resposta deve veio no dia seguinte e começava assim:
Portanto eu disse a Cornell que queria ter o envolvimento dos restantes elementos e ele é que me disse que vocês não respondiam aos e-mails e que era melhor eu avançar sozinho.
Como vês, não sou só eu que me queixo de faltas de resposta da tua parte. Se queres ser envolvido nas questões, talvez faça sentido pensares em começares a responder aos e-mails em lugar de simplesmente os ignorares. Ignorar os mails é sinal de desinteresse. O Cullen também já tinha percebido que se eu ficasse à espera de uma resposta vossa (tua e da SPEA) as coisas não avançavam e por isso disse-me para eu seguir em frente.
Quanto a esta parte:
A partir do momento em que te demites de participar quando és chamado, coisa que aliás até o Cullen confirmou, o que concluo é que houve um abandono da tua parte.
E por fim isto:
Eu não sei se conheces o livro que referes. Provavelmente não conheces ou então não o viste com atenção. De facto estão lá os nomes do Costa. Só é pena que omitas que lá estão os do Sacarrão também. A solução de estarem os dois nomes foi negociada entre todos os autores e foi a solução de consenso para agradar a todas as partes envolvidas. Portanto tal como eu aceitei que o livro seguisse os nomes do Costa, os outros autores aceitaram que lá figurassem igualmente os nomes de Sacarrão & Soares. Pelos vistos esta parte não sabias ou não te interessou referir. Achas que é sério colocar as coisas desta forma?
Tomei conhecimento que resolveste ir produzir afirmações a meu respeito num canal ao qual sabes que não tenho acesso e no qual sabes que não posso responder, onde por isso te sentes à vontade para escrever sobre mim sem teres de te sujeitares ao contraditório.
Esta atitude tem um nome: chama-se cobardia.
Se desejas escrever a meu respeito, desafio-te a teres a coragem de mo dizeres directamente e não nas minhas costas.
Passo a citar aquilo que escreveste:
Pef escreveu:Aliás, fui procurar informação sobre isto e encontro, num fwd do Andrew Dreeling, de 14 de Julho, 2019, a quem o Gonçalo mencionou que ele e outros eBirders estavam trabalhar numa lista global de nomes-comuns. Não se fala em revisionismo, mas, ingenuidade minha, deveria ter adivinhado que era do que se tratava.
Percebo agora que o revisionismo te incomoda. Recordo-me agora que escreveste que gostas da lista do Costa et al. não pelos seus méritos técnicos (que são muitos questionáveis, conforme explicado no parecer que acima apresentei e que aliás foi apresentado pela SPEA aos sócios) mas porque achas que é fofinho. Tens direito a ter a tua preferência pessoal, mas de tudo isto depreendo que consideras que a tua preferência pessoal (pelos nomes que consideras fofinhos) deve sobrepor-se aos critérios técnicos na escolha de uma lista de nomes para o eBird. Defendes que a comunidade deve ser forçada a usar uma lista de nomes porque tu os achas fofinhos? É isto? Se eu estiver enganado, convido-te a vires aqui expor as razões que justificam a preferência por essa lista. Aceitas o desafio ou vais continuar cobardemente a dizer mal de mim nas minhas costas?
Pef escreveu:O Andrew pediu-lhe que se articulasse comigo— e o que aconteceu? Nada. Ignorou-se a equipa, ignoraram-se os parceiros e siga para bingo. E estranhas que ache tudo isto um expediente?
É pena que não refiras que quando em Julho de 2020 o Cullen me convidou para integrar a equipa de tradutores, eu de imediato, mais precisamente no dia 24 de Julho, te enviei um e-mail (mais a outro elemento da SPEA que fazia parte da referida equipa). Cito:
Como já é do vosso conhecimento, fui convidado para integrar a equipa de tradutores do ebird para português e decidi aceitar.
O Cullen enviou-me esta mensagem com instruções de acesso, mas não queria pretendo começar a mexer em nada sem falar convosco antes. Assim, gostaria de saber como é que vocês costumam organizar as tarefas e quais os procedimentos que devo ter em atenção.
Este e-mail não teve resposta até hoje. nem de ti nem da SPEA. Portanto relativamente a envolver a equipa e os parceiros estamos conversados.
No dia 26 de Julho enviei um e-mail ao Cullen a dizer isto, e cito
Dear Cullen,
Thank you for your email and the enclosed instructions.
I have sent a message to the other members of team (I know both personally), and will await their response before I start working.
A resposta deve veio no dia seguinte e começava assim:
Hi Gonçalo,
Thank you for translating and working collaboratively with the others. However, *** and Pedro have not been super responsive, so don’t feel like you need to wait.
Portanto eu disse a Cornell que queria ter o envolvimento dos restantes elementos e ele é que me disse que vocês não respondiam aos e-mails e que era melhor eu avançar sozinho.
Como vês, não sou só eu que me queixo de faltas de resposta da tua parte. Se queres ser envolvido nas questões, talvez faça sentido pensares em começares a responder aos e-mails em lugar de simplesmente os ignorares. Ignorar os mails é sinal de desinteresse. O Cullen também já tinha percebido que se eu ficasse à espera de uma resposta vossa (tua e da SPEA) as coisas não avançavam e por isso disse-me para eu seguir em frente.
Quanto a esta parte:
Pef escreveu:É possível que estivesses sob a impressão de que as coisas estavam a decorrer com o conhecimento de todos— não estavam. Donde, não há outro modo de entender isto se não como uma tomada hostil.
A partir do momento em que te demites de participar quando és chamado, coisa que aliás até o Cullen confirmou, o que concluo é que houve um abandono da tua parte.
E por fim isto:
Pef escreveu:E acho mesmo piada à questão do parecer de 1998— não impediu o Gonçalo de ser co-autor de um livro em que se segue Costa de fio a pavio. Conveniências.
Eu não sei se conheces o livro que referes. Provavelmente não conheces ou então não o viste com atenção. De facto estão lá os nomes do Costa. Só é pena que omitas que lá estão os do Sacarrão também. A solução de estarem os dois nomes foi negociada entre todos os autores e foi a solução de consenso para agradar a todas as partes envolvidas. Portanto tal como eu aceitei que o livro seguisse os nomes do Costa, os outros autores aceitaram que lá figurassem igualmente os nomes de Sacarrão & Soares. Pelos vistos esta parte não sabias ou não te interessou referir. Achas que é sério colocar as coisas desta forma?
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
lrodrigues e José Frade gostam desta mensagem
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
O tópico da nova lista de nomes foi dividido em dois de modo a permitir que a discussão sobre o conteúdo e a discussão sobre o processo decorram em tópicos distintos.
Feito este esclarecimento, volto a pegar neste assunto com vista a esclarecer aqui diversos aspectos.
@Pedro Fernandes: na passada quinta-feira dia 19 de Agosto tomei conhecimento que andavas a escrever falsidades a meu respeito no grupo slack dos revisores do eBird Portugal (ao qual por razões que desconheço me negaste o acesso). Depois de ler as coisas que escreveste a meu respeito, passei três dias a analisar todas as comunicações tidas contigo, com a SPEA e com Cornell para poder esclarecer a forma como as coisas se passaram. Elaborei um documento onde me defendo de todas as inverdades que escreveste a meu respeito e onde mostro claramente que aquilo que ali escreveste não tem fundamento. Esse documento de 73 páginas foi distribuído ontem à noite a todos os revisores que pertencem ao referido grupo do slack, aos elementos da SPEA envolvidos neste processo, aos elementos que integram a equipa que fez esta lista e ainda aos responsáveis do Cornell Lab.
Não vou aqui reproduzir o documento na íntegra, até porque ele inclui excertos de comunicações privadas. No entanto, dado que isto é um forum público e considero que tenho o direito de me defender de todas as acusações que sobre mim lançaste, transcrevo para aqui a parte que escrevi na secção "Comentários Finais" (texto a azul):
Pedro, a conclusão que retiro de tudo isto é que se houve aqui alguém que não esteve bem em todo este processo, esse alguém foste tu:
Pedro, se houve alguém que geriu mal a comunicação durante estes dois anos, esse alguém foste tu e não eu. Teria sido tão simples se tivesses tido a iniciativa de me contactar directamente sobre isto ou de envolver activamente a SPEA no processo e tudo teria sido esclarecido em devido tempo e no lugar certo. Ou, pelo menos, se tivesses respondido às sucessivas tentativas de contacto que fiz contigo para nos articularmos sobre este assunto. Em vez disso, optaste por não agir, não perguntar, não responder, não esclarecer.
Por fim, quando te apercebeste do que aconteceu no dia 17 de Agosto, aparentemente entraste em pânico, deste ordens a Cornell para reverter tudo e decidiste vir aqui ao slack apresentar a tua versão da história, omitindo informações relevantes e produzindo afirmações muito graves sobre mim. O teu comportamento neste espaço não me deixou outra opção que não fosse a de vir aqui repor a verdade e expor, perante o resto da equipa, a forma desastrada como tu geriste todo este processo.
Vou-me abster de usar mais adjectivos para classificar o que penso desta tua forma de agir. Quem tiver tido a paciência de ler isto tudo, poderá tirar as suas conclusões.
Em minha opinião, ficar-te-ia bem apresentares um pedido de desculpas a Cornell, à SPEA e a todos os membros deste grupo pela confusão e pelo stress que causaste devido a uma situação que é, acima de tudo, resultado da tua inacção.
Deves-me uma explicação para o facto de não me teres incluído neste grupo do slack, ao qual eu tinha direito de pertencer.
E acima de tudo deves-me um pedido de desculpas público por teres decidido lançar-me acusações e fazer processos de intenções sem sequer me dares oportunidade de me defender. Portugal ainda é um país democrático, a justiça aqui tem regras e uma das regras mais elementares em qualquer ‘julgamento’ é a de dar oportunidade ao ‘réu’ de apresentar a sua defesa. Aquilo que aqui fizeste não é justo ou sequer democrático.
Antes de terminar, queria deixar uma palavra de apreço à equipa de Cornell, em especial ao Marshall e ao Cullen por todo o apoio que me deram durante o tempo em que colaborei com o eBird e por terem permitido que eu viesse aqui defender-me.
Relativamente à continuidade da minha colaboração com o eBird, ela ficará dependente da posição da SPEA e da equipa de Cornell sobre este assunto.
Gonçalo
Feito este esclarecimento, volto a pegar neste assunto com vista a esclarecer aqui diversos aspectos.
@Pedro Fernandes: na passada quinta-feira dia 19 de Agosto tomei conhecimento que andavas a escrever falsidades a meu respeito no grupo slack dos revisores do eBird Portugal (ao qual por razões que desconheço me negaste o acesso). Depois de ler as coisas que escreveste a meu respeito, passei três dias a analisar todas as comunicações tidas contigo, com a SPEA e com Cornell para poder esclarecer a forma como as coisas se passaram. Elaborei um documento onde me defendo de todas as inverdades que escreveste a meu respeito e onde mostro claramente que aquilo que ali escreveste não tem fundamento. Esse documento de 73 páginas foi distribuído ontem à noite a todos os revisores que pertencem ao referido grupo do slack, aos elementos da SPEA envolvidos neste processo, aos elementos que integram a equipa que fez esta lista e ainda aos responsáveis do Cornell Lab.
Não vou aqui reproduzir o documento na íntegra, até porque ele inclui excertos de comunicações privadas. No entanto, dado que isto é um forum público e considero que tenho o direito de me defender de todas as acusações que sobre mim lançaste, transcrevo para aqui a parte que escrevi na secção "Comentários Finais" (texto a azul):
Pedro, a conclusão que retiro de tudo isto é que se houve aqui alguém que não esteve bem em todo este processo, esse alguém foste tu:
- ao não dares seguimento ao pedido do Andrew Dreelin para te coordenares comigo, apesar de teres tido inúmeras oportunidades para o fazer
- ao não me informares imediatamente que havia um acordo entre o eBird e a SPEA relativamente à actualização de nomes comuns
- ao não alertares a SPEA, logo em Julho de 2019, que havia alguém que estava em conctacto com o eBird a propósito de nomes comuns
- ao nunca me teres contactado a pedir informações sobre este projecto dos nomes comuns, apesar de em Setembro de 2019 teres dito ao Andrew Dreelin ‘que te irias informar’ acerca dos novos nomes, dando-lhe assim a entender de que irias tomar a iniciativa de saber mais (algo que, como agora sabemos, nunca chegou a acontecer)
- ao não responderes aos sucessivos e-mails que te enviei para me tentar articular contigo e esclarecer contigo o meu envolvimento no processo das traduções e dos nomes
- ao não me enviares uma resposta ao e-mail sobre os nomes, conforme disseste que farias em Janeiro de 2020
- ao não reagires aos vários e-mails do Marshall (Janeiro e Março de 2020) que deixavam bem claro que ele já estava a tratar a questão dos nomes comuns directamente comigo e nos quais ele referia explicitamente correcções e revisões.
- ao não responderes ao e-mail que te enviei em Julho de 2020, quando passei a integrar a equipa de tradutores, e no qual te solicitei orientações para o desenvolvimento de trabalhos de tradução
- ao não abordares a questão dos nomes numa reunião que tiveste com a SPEA, o Pedro Cardia e três pessoas de Cornell em Fevereiro de 2021, e da qual deste conta aqui no slack, mesmo sabendo tu desde 2020 que eu já era membro da equipa de tradução e estava a ser contactado pelo Marshall acerca dos nomes desde o ano anterior
- ao não reagires quando, em Abril e em Junho de 2021, o Marshall enviou dois e-mails dirigidos a "tradutores de nomes comuns" nos quais o meu endereço estava incluído na lista de destinatários juntamente com o teu
- ao não me incluires neste grupo do slack, a que eu tinha o direito de pertencer
- ao alegares que não tinhas sido informado, quando, como aqui já ficou demonstrado, recebeste sucessivas comunicações em que o meu envolvimento com a questão dos nomes é referido de forma explícita
- ao seleccionares apenas as comunicações que suportam a narrativa fantasiosa e incendiária que aqui vieste apresentar
- e por fim – e esta é, para mim, a questão mais grave – quando resolves transformar o grupo do slack numa espécie de tribunal, desencadeando um julgamento à revelia, fazendo acusações gravíssimas a meu respeito, omitindo factos relevantes e negando-me qualquer hipótese de me defender – o acesso a este grupo foi-me concedido pelo Cullen na sexta-feira passada ao final do dia, depois de eu o ter informado, assim como ao Marshall, sobre aquilo que se estava a passar aqui; o Cullen referiu que eu devia ter acesso por ser revisor de hotspots – (ver “anexo 6”).
Pedro, se houve alguém que geriu mal a comunicação durante estes dois anos, esse alguém foste tu e não eu. Teria sido tão simples se tivesses tido a iniciativa de me contactar directamente sobre isto ou de envolver activamente a SPEA no processo e tudo teria sido esclarecido em devido tempo e no lugar certo. Ou, pelo menos, se tivesses respondido às sucessivas tentativas de contacto que fiz contigo para nos articularmos sobre este assunto. Em vez disso, optaste por não agir, não perguntar, não responder, não esclarecer.
Por fim, quando te apercebeste do que aconteceu no dia 17 de Agosto, aparentemente entraste em pânico, deste ordens a Cornell para reverter tudo e decidiste vir aqui ao slack apresentar a tua versão da história, omitindo informações relevantes e produzindo afirmações muito graves sobre mim. O teu comportamento neste espaço não me deixou outra opção que não fosse a de vir aqui repor a verdade e expor, perante o resto da equipa, a forma desastrada como tu geriste todo este processo.
Vou-me abster de usar mais adjectivos para classificar o que penso desta tua forma de agir. Quem tiver tido a paciência de ler isto tudo, poderá tirar as suas conclusões.
Em minha opinião, ficar-te-ia bem apresentares um pedido de desculpas a Cornell, à SPEA e a todos os membros deste grupo pela confusão e pelo stress que causaste devido a uma situação que é, acima de tudo, resultado da tua inacção.
Deves-me uma explicação para o facto de não me teres incluído neste grupo do slack, ao qual eu tinha direito de pertencer.
E acima de tudo deves-me um pedido de desculpas público por teres decidido lançar-me acusações e fazer processos de intenções sem sequer me dares oportunidade de me defender. Portugal ainda é um país democrático, a justiça aqui tem regras e uma das regras mais elementares em qualquer ‘julgamento’ é a de dar oportunidade ao ‘réu’ de apresentar a sua defesa. Aquilo que aqui fizeste não é justo ou sequer democrático.
Antes de terminar, queria deixar uma palavra de apreço à equipa de Cornell, em especial ao Marshall e ao Cullen por todo o apoio que me deram durante o tempo em que colaborei com o eBird e por terem permitido que eu viesse aqui defender-me.
Relativamente à continuidade da minha colaboração com o eBird, ela ficará dependente da posição da SPEA e da equipa de Cornell sobre este assunto.
Gonçalo
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
nfpconceicao gosta desta mensagem
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Informação sobre os nomes comuns Portugueses no PortugalAves/eBird
Esta mensagem é para a comunidade de ornitólogos utilizadores do PortugalAves/eBird. Chamo a atenção para a notícia publicada hoje na página principal do portal, sobre a reversão total da lista dos nomes comuns portugueses das aves do Mundo, colocada em circulação no dia 17 de agosto passado.
https://ebird.org/portugal/news/informacao-sobre-os-nomes-portugueses-das-aves-do-mundo
Esta é uma decisão da coordenação do PortugalAves/eBird e da SPEA, que poderá não agradar a toda a gente. Mas é um passo importante, para iniciar o trabalho de produção de uma lista dos nomes comuns em Português, que possa ser adotada pelo PortugalAves/eBird e pela SPEA. Neste sentido, incentivamos também os autores da Lista de nomes que foi vertida para o eBird em 17 de agosto, a terminarem e publicarem o seu trabalho, para que possa ser usado neste processo.
Em nome da SPEA, peço desculpa pelos incómodos da situação, e agradeço a compreensão de todos.
Esta mensagem é para a comunidade de ornitólogos utilizadores do PortugalAves/eBird. Chamo a atenção para a notícia publicada hoje na página principal do portal, sobre a reversão total da lista dos nomes comuns portugueses das aves do Mundo, colocada em circulação no dia 17 de agosto passado.
https://ebird.org/portugal/news/informacao-sobre-os-nomes-portugueses-das-aves-do-mundo
Esta é uma decisão da coordenação do PortugalAves/eBird e da SPEA, que poderá não agradar a toda a gente. Mas é um passo importante, para iniciar o trabalho de produção de uma lista dos nomes comuns em Português, que possa ser adotada pelo PortugalAves/eBird e pela SPEA. Neste sentido, incentivamos também os autores da Lista de nomes que foi vertida para o eBird em 17 de agosto, a terminarem e publicarem o seu trabalho, para que possa ser usado neste processo.
Em nome da SPEA, peço desculpa pelos incómodos da situação, e agradeço a compreensão de todos.
dleitao- Número de Mensagens : 27
Data de inscrição : 16/07/2012
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Olá Domingos,
No seguimento da tua mensagem, venho por este meio confirmar que a nossa lista está a ser finalizada e será publicada brevemente.
No seguimento da tua mensagem, venho por este meio confirmar que a nossa lista está a ser finalizada e será publicada brevemente.
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Rogerio gosta desta mensagem
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
A reversão está feita. Lá se foram os nomes para praticamente 8000 aves do mundo que voltam a ter o nome em inglês, sabe-se lá por mais quanto tempo.
PNicolau- Número de Mensagens : 7863
Idade : 30
Local : Lisboa
Data de inscrição : 28/12/2008
Francisco Pires gosta desta mensagem
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Pelo menos serviu para tomarem consciência da necessidade dos nomes portugueses para as aves do mundo...
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Pelo menos podiam-me ter deixado acabar a lista do Pantanal .
Pedro Maia- Número de Mensagens : 1473
Data de inscrição : 17/03/2019
PNicolau e Samuel Patinha gostam desta mensagem
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
PNicolau escreveu:A reversão está feita. Lá se foram os nomes para praticamente 8000 aves do mundo que voltam a ter o nome em inglês, sabe-se lá por mais quanto tempo.
Provavelmente mais uns 40 anos.
Já cá não estarei com certeza.
Independentemente de muito me ter rido com alguns dos nomes inventados por esta equipa para muitas aves neotropicais, acho que é um trabalho importante e que não deveria ser estático.
A lista de nomes da língua, seja, pt-pt, seja pt, tem de ser viva e deveria ser discutida em sede própria a criar, preferencialmente de forma independente dos ebirds, speas e afins deste mundo.
fmorais- Número de Mensagens : 173
Local : Lisboa
Data de inscrição : 20/04/2009
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
fmorais escreveu:PNicolau escreveu:A reversão está feita. Lá se foram os nomes para praticamente 8000 aves do mundo que voltam a ter o nome em inglês, sabe-se lá por mais quanto tempo.
Provavelmente mais uns 40 anos.
Já cá não estarei com certeza.
Bem, se for só 40 anos eu ainda posso estar, e não completamente senil.
Mas eu sou optimista e acho que é possível que terminem antes da próxima vitoria do Sporting no Campeonato.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Fui em 1998 um dos autores do parecer encomendado pela SPEA relativamente à adoção dos nomes propostos por Costa et al.
Concordo com o Gonçalo que é importante distinguir a discussão dos nomes (um a um ou de uma lista em detrimento de outra) das discussões acerca dos processos que levam à escolha de uma delas em detrimento de outras alternativas.
Não acompanhei de perto e confesso que não me interessa nada a questão do eBird em particular e portanto o meu contributo nesta conversa limita-se a recuperar uma questão que no essencial o Gonçalo já dissecou acima.
Sem me alongar demasiado, não há como não reconhecer que a SPEA se portou mal há 20 anos, quando nomeou por sua iniciativa uma comissão para avaliar uma lista de nomes e depois optou por fazer o inverso do que a respetiva comissão recomendou.
Naturalmente que o parecer daquela comissão não era vinculativo e a SPEA podia perfeitamente decidir agir de forma diferente daquela que a comissão recomendou, mas o mínimo que se exigia era que fosse tomada uma posição clara ao invés de tentar ir impondo subrepticiamente os nomes que tinham teoricamente sido rejeitados. Na época a SPEA prescindiu da dita estabilidade nomenclatural e será importante que se confrontada com a necessidade de escolher uma lista, que agora a invoque.
Esta questão é especialmente grave quando quem decidia a adopção ou não de determinada nomenclatura vernácula por inerência dos seus cargos directivos na associação era também co-autora da referida lista. Foi aliás por motivos como este que apesar de ter ajudado a fundar a SPEA que depois abandonei a associação.
Digo com sinceridade que 20 anos depois não me anima qualquer ajuste de contas e que não acho que seja possível corrigir opções profundamente erradas do passado. O que vejo é que agora a propósito dos nomes vernáculos das aves do Mundo que surge uma oportunidade para não repetir as mesmas asneiras.
Quis o destino que nas últimas décadas eu próprio tenha tido de decidir em publicações de grande circulação que nomes utilizar para diferentes espécies de aves. Fiz, e tenciono continuar a fazer escolhas no pressuposto que os nomes vernáculos não estão vinculados a uma lógica semelhante à dos nomes científicos, mas reconheço que são uteis listas de nomes de aves.
Dito isto, apesar de não ser sócio da SPEA, diria que qualquer processo para chegar a uma lista de nomes vernáculos para as aves do Mundo deverá envolver todos os sócios que desejem participar. Hoje, muito mais do que há 20 anos dispomos de ferramentas de auxilio a processos de decisão participada e seria absolutamente injustificado que a decisão de adoptar uma ou outra lista se revestisse da opacidade de processos anteriores.
Concordo com o Gonçalo que é importante distinguir a discussão dos nomes (um a um ou de uma lista em detrimento de outra) das discussões acerca dos processos que levam à escolha de uma delas em detrimento de outras alternativas.
Não acompanhei de perto e confesso que não me interessa nada a questão do eBird em particular e portanto o meu contributo nesta conversa limita-se a recuperar uma questão que no essencial o Gonçalo já dissecou acima.
Sem me alongar demasiado, não há como não reconhecer que a SPEA se portou mal há 20 anos, quando nomeou por sua iniciativa uma comissão para avaliar uma lista de nomes e depois optou por fazer o inverso do que a respetiva comissão recomendou.
Naturalmente que o parecer daquela comissão não era vinculativo e a SPEA podia perfeitamente decidir agir de forma diferente daquela que a comissão recomendou, mas o mínimo que se exigia era que fosse tomada uma posição clara ao invés de tentar ir impondo subrepticiamente os nomes que tinham teoricamente sido rejeitados. Na época a SPEA prescindiu da dita estabilidade nomenclatural e será importante que se confrontada com a necessidade de escolher uma lista, que agora a invoque.
Esta questão é especialmente grave quando quem decidia a adopção ou não de determinada nomenclatura vernácula por inerência dos seus cargos directivos na associação era também co-autora da referida lista. Foi aliás por motivos como este que apesar de ter ajudado a fundar a SPEA que depois abandonei a associação.
Digo com sinceridade que 20 anos depois não me anima qualquer ajuste de contas e que não acho que seja possível corrigir opções profundamente erradas do passado. O que vejo é que agora a propósito dos nomes vernáculos das aves do Mundo que surge uma oportunidade para não repetir as mesmas asneiras.
Quis o destino que nas últimas décadas eu próprio tenha tido de decidir em publicações de grande circulação que nomes utilizar para diferentes espécies de aves. Fiz, e tenciono continuar a fazer escolhas no pressuposto que os nomes vernáculos não estão vinculados a uma lógica semelhante à dos nomes científicos, mas reconheço que são uteis listas de nomes de aves.
Dito isto, apesar de não ser sócio da SPEA, diria que qualquer processo para chegar a uma lista de nomes vernáculos para as aves do Mundo deverá envolver todos os sócios que desejem participar. Hoje, muito mais do que há 20 anos dispomos de ferramentas de auxilio a processos de decisão participada e seria absolutamente injustificado que a decisão de adoptar uma ou outra lista se revestisse da opacidade de processos anteriores.
Alexandre Vaz- Número de Mensagens : 4
Data de inscrição : 05/11/2021
JM Pereira gosta desta mensagem
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Boa noite a todos.
Inspirado pelo exemplo do Alexandre Vaz, deixo aqui o link para uma artigo de opinião que escrevi recentemente, sobre nomes portugueses para as aves do mundo, a propósito da lista publicada pelo Paulo Paixão:
https://lgordinho.tumblr.com/post/667057204601536512/opini%C3%A3o-os-nomes-portugueses-das-aves-de-todo-o
Cumprimentos e boas leituras,
Luís Gordinho
Inspirado pelo exemplo do Alexandre Vaz, deixo aqui o link para uma artigo de opinião que escrevi recentemente, sobre nomes portugueses para as aves do mundo, a propósito da lista publicada pelo Paulo Paixão:
https://lgordinho.tumblr.com/post/667057204601536512/opini%C3%A3o-os-nomes-portugueses-das-aves-de-todo-o
Cumprimentos e boas leituras,
Luís Gordinho
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Escreveste no texto referido acima o seguinte:
"Quando o âmbito geográfico passa a ser o mundo, na minha opinião, o caso muda de figura. Aí o português de Portugal já não é a variante mais usada e pode ser muito mais útil (por servir mais gente) e coerente (por serem os nomes utilizados na área de distribuição nativa) designar as ditas aves por mariquita, sabiá ou batuiruçu."
Se eu escrever (como já escrevi) um artigo para uma revista sobre as aves de Angola, que nomes é que achas que devo usar? Ou se tu escreveres um texto sobre as aves de Portugal para o público brasileiro?
Já agora só por curiosidade, disseste também o seguinte:
"É nítido que as listas nacionais, europeias e do paleártico ocidental perderam popularidade. São tempos de “observação-de-aves global” (Global Birding). Mesmo quem, como eu, não aderiu a essa modalidade, não deve negar a sua existência e peso crescente."
Não acompanho aquelas bases de dados e sites onde os observadores carregam as suas listas de observações, mas é mesmo nítido entre aqueles que segues que têm mais peso as listas globais do que da região biogeográfica em que o observador reside?
Desde já obrigado pela atenção
"Quando o âmbito geográfico passa a ser o mundo, na minha opinião, o caso muda de figura. Aí o português de Portugal já não é a variante mais usada e pode ser muito mais útil (por servir mais gente) e coerente (por serem os nomes utilizados na área de distribuição nativa) designar as ditas aves por mariquita, sabiá ou batuiruçu."
Se eu escrever (como já escrevi) um artigo para uma revista sobre as aves de Angola, que nomes é que achas que devo usar? Ou se tu escreveres um texto sobre as aves de Portugal para o público brasileiro?
Já agora só por curiosidade, disseste também o seguinte:
"É nítido que as listas nacionais, europeias e do paleártico ocidental perderam popularidade. São tempos de “observação-de-aves global” (Global Birding). Mesmo quem, como eu, não aderiu a essa modalidade, não deve negar a sua existência e peso crescente."
Não acompanho aquelas bases de dados e sites onde os observadores carregam as suas listas de observações, mas é mesmo nítido entre aqueles que segues que têm mais peso as listas globais do que da região biogeográfica em que o observador reside?
Desde já obrigado pela atenção
Alexandre Vaz- Número de Mensagens : 4
Data de inscrição : 05/11/2021
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Olá Alexandre, obrigado pelas perguntas.
"Se eu escrever (como já escrevi) um artigo para uma revista sobre as aves de Angola, que nomes é que achas que devo usar? Ou se tu escreveres um texto sobre as aves de Portugal para o público brasileiro?"
Pois, como tentei explicar no meu texto, para mim o contexto é tudo. No primeiro caso, eu usaria talvez os nomes de Rosa Pinto (1983), Dean (2000) ou Mills & Melo (2013). Para o Brasil, seguramente o Piacentini et al. 2015 que cito no artigo. Enfim, se queremos se lidos, devemos facilitar ao máximo a vida ao leitor. Por isso, seriam provavelmente essas as minhas opções. Essas opções "dedicadas" às vezes consomem tempo que não temos, é claro. Mas, não havendo limitações, acho que seriam a opção mais indicada.
"Não acompanho aquelas bases de dados e sites onde os observadores carregam as suas listas de observações, mas é mesmo nítido entre aqueles que segues que têm mais peso as listas globais do que da região biogeográfica em que o observador reside?"
Mais peso no sentido de ser o seu foco principal, o seu objetivo maior, não necessariamente o seu "feijão com arroz" (no sentido de "a sua opção mais frequente"). De qualquer modo, como não é fácil arranjar os números que pedes, peço-te para pensares de outra maneira: o eBird, que é a plataforma de ornitologia cidadã mais usada a nível mundial, tem por base uma lista global (a de Clements et al. 2021). O próprio Comité Português de Raridades agora segue a lista mundial do IOC (Gill et al. 2020) e já não a velhinha lista da AERC para o Paleárctico Ocidental (Crochet & Joynt 2015). As listas de aves do mundo passaram a ser o elemento unificador da ornitologia global. Se vires, até as listas de nomes portugueses foram da Europa (S&S), para o WP (Costa et al. 2000), e daí para o mundo. A tendência é clara. Não me parece necessário ir ver onde os mega-listeiros colocam mais empenho.
Um abraço e é bom ver-te de volta à observação de aves! (ou à conversa pública sobre ela, pelo menos)
"Se eu escrever (como já escrevi) um artigo para uma revista sobre as aves de Angola, que nomes é que achas que devo usar? Ou se tu escreveres um texto sobre as aves de Portugal para o público brasileiro?"
Pois, como tentei explicar no meu texto, para mim o contexto é tudo. No primeiro caso, eu usaria talvez os nomes de Rosa Pinto (1983), Dean (2000) ou Mills & Melo (2013). Para o Brasil, seguramente o Piacentini et al. 2015 que cito no artigo. Enfim, se queremos se lidos, devemos facilitar ao máximo a vida ao leitor. Por isso, seriam provavelmente essas as minhas opções. Essas opções "dedicadas" às vezes consomem tempo que não temos, é claro. Mas, não havendo limitações, acho que seriam a opção mais indicada.
"Não acompanho aquelas bases de dados e sites onde os observadores carregam as suas listas de observações, mas é mesmo nítido entre aqueles que segues que têm mais peso as listas globais do que da região biogeográfica em que o observador reside?"
Mais peso no sentido de ser o seu foco principal, o seu objetivo maior, não necessariamente o seu "feijão com arroz" (no sentido de "a sua opção mais frequente"). De qualquer modo, como não é fácil arranjar os números que pedes, peço-te para pensares de outra maneira: o eBird, que é a plataforma de ornitologia cidadã mais usada a nível mundial, tem por base uma lista global (a de Clements et al. 2021). O próprio Comité Português de Raridades agora segue a lista mundial do IOC (Gill et al. 2020) e já não a velhinha lista da AERC para o Paleárctico Ocidental (Crochet & Joynt 2015). As listas de aves do mundo passaram a ser o elemento unificador da ornitologia global. Se vires, até as listas de nomes portugueses foram da Europa (S&S), para o WP (Costa et al. 2000), e daí para o mundo. A tendência é clara. Não me parece necessário ir ver onde os mega-listeiros colocam mais empenho.
Um abraço e é bom ver-te de volta à observação de aves! (ou à conversa pública sobre ela, pelo menos)
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Obrigado. Portanto estamos de acordo que é irrelevante a aritmética de saber quantas pessoas dizem tarambola vs batuiruçu, mas sim o público a que se destina...
Sobre as listas, não creio pelos motivos acima que seja muito relevante uma eventual alteração da escala sobre que orienta a prática da maioria dos observadores, mas o alargamento do âmbito das listas de nomes não me parece que seja uma decorrência dessa prática, mas simplesmente o único sentido de crescimento possível. Se já subiste à Serra da Estrela e ao Monte Branco é natural que comeces a pensar no Evereste...
Eu observo aves praticamente todos os dias, mas não foi isso que me fez vir agora aqui dar a minha opinião sobre esta polémica
Sobre as listas, não creio pelos motivos acima que seja muito relevante uma eventual alteração da escala sobre que orienta a prática da maioria dos observadores, mas o alargamento do âmbito das listas de nomes não me parece que seja uma decorrência dessa prática, mas simplesmente o único sentido de crescimento possível. Se já subiste à Serra da Estrela e ao Monte Branco é natural que comeces a pensar no Evereste...
Eu observo aves praticamente todos os dias, mas não foi isso que me fez vir agora aqui dar a minha opinião sobre esta polémica
Alexandre Vaz- Número de Mensagens : 4
Data de inscrição : 05/11/2021
Francisco Pires gosta desta mensagem
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Olá a todos,
Não posso deixar de sentir uma perda enorme ao constatar que no PortugalAves/eBird a reversão está efectivamente feita.
O que me faz confusão é porque, para as Aves do Paleárctico Ocidental, não se separam
a lista dos nomes Portugueses-de-Portugal,
da lista dos nomes Portugueses-da-Madeira,
da lista dos nomes Portugueses-dos-Açores ??
(É que esta riqueza regional existe, e como tal deve ser, na medida do possível e sensato, respeitada.)
E, depois de feito o passo anterior, para as aves cuja distribuição está fora do Paleárctico Ocidental, não se separam
a lista dos nomes Portugueses-de-Portugal,
da lista dos nomes Portugueses-de-Cabo Verde,
da lista dos nomes Portugueses-de-Brasil,
etc, etc.??
Misturando estes dois grupos de nomenclaturas numa única discussão (e solução) vai aumentar a entropia do processo até um nível que o torna intratável.
E lá teremos de esperar anos para acontecer o que parece fazível em meses...
Acrescento que, tanto quanto a minha experiência me diz, no eBird, não há a restrição de lista única. Há lugar e possibilidade de se criarem estas variantes, a serem por defeito pré-seleccionadas e carregadas consoante a localização geográfica do observador, se este não quiser optar por outra nomenclatura disponível na plataforma (inglesa, científica, ..).
Agradeço os vossos esclarecimentos se os quiserem prestar e comentários se vos merecerem tanto.
Não posso deixar de sentir uma perda enorme ao constatar que no PortugalAves/eBird a reversão está efectivamente feita.
O que me faz confusão é porque, para as Aves do Paleárctico Ocidental, não se separam
a lista dos nomes Portugueses-de-Portugal,
da lista dos nomes Portugueses-da-Madeira,
da lista dos nomes Portugueses-dos-Açores ??
(É que esta riqueza regional existe, e como tal deve ser, na medida do possível e sensato, respeitada.)
E, depois de feito o passo anterior, para as aves cuja distribuição está fora do Paleárctico Ocidental, não se separam
a lista dos nomes Portugueses-de-Portugal,
da lista dos nomes Portugueses-de-Cabo Verde,
da lista dos nomes Portugueses-de-Brasil,
etc, etc.??
Misturando estes dois grupos de nomenclaturas numa única discussão (e solução) vai aumentar a entropia do processo até um nível que o torna intratável.
E lá teremos de esperar anos para acontecer o que parece fazível em meses...
Acrescento que, tanto quanto a minha experiência me diz, no eBird, não há a restrição de lista única. Há lugar e possibilidade de se criarem estas variantes, a serem por defeito pré-seleccionadas e carregadas consoante a localização geográfica do observador, se este não quiser optar por outra nomenclatura disponível na plataforma (inglesa, científica, ..).
Agradeço os vossos esclarecimentos se os quiserem prestar e comentários se vos merecerem tanto.
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Alexandre Vaz escreveu:Naturalmente que o parecer daquela comissão não era vinculativo e a SPEA podia perfeitamente decidir agir de forma diferente daquela que a comissão recomendou, mas o mínimo que se exigia era que fosse tomada uma posição clara ao invés de tentar ir impondo subrepticiamente os nomes que tinham teoricamente sido rejeitados. Na época a SPEA prescindiu da dita estabilidade nomenclatural e será importante que se confrontada com a necessidade de escolher uma lista, que agora a invoque.
Sem dúvida que a SPEA tinha toda a liberdade para decidir agir em sentido contrário ao que tinha sido recomendado pela comissão a quem fora pedido um parecer. E assim foi.
A SPEA tinha igualmente toda a liberdade para achar que não tinha de dar qualquer explicação aos sócios sobre os motivos que a levaram a adoptar a lista que foi alvo de um parecer desfavorável. E assim foi.
Tinha a SPEA também total liberdade para começar a adoptar a lista sem o assumir formalmente e sem haver ninguém que desse a cara por essa decisão. E assim foi.
Vinte anos volvidos, tem a SPEA toda a liberdade para invocar a estabilidade nomenclatural como argumento para defender o uso dos nomes desejados, quando há vinte anos esse critério da estabilidade nomenclatural foi posto de lado. Dois pesos e duas medidas, consoante o resultado que se deseja obter?
Tem a SPEA total liberdade para impor uma reversão, com base no argumento de que a sociedade não foi envolvida no processo de envio da nova lista de nomes para o eBird, quando os 3000 nomes que lá eram apresentados (e que após a reversão voltaram a sê-lo) incluem 2000 nomes que lá foram colocados sem que a SPEA tivesse tido qualquer envolvimento nesse processo e que mais não são do que a escolha pessoal de quem os lá colocou. Dois pesos e duas medidas, consoante a pessoa que conduz o processo?
Tem a SPEA toda a liberdade para, tal como no passado, usar os nomes que bem entender.
Tem a SPEA toda a liberdade para decidir adoptar uma qualquer lista de nomes de aves do mundo sem envolver os sócios e as demais partes interessadas no assunto.
Será bom lembrar que uma parte importante da comunidade ornitológica poderá não se rever nessas opções e que existe um risco real de a adopção forçada de uma lista, ao invés de unificar, ter como resultado, uma vez mais, dividir a comunidade.
Toda esta história faz-me lembrar o Acordo Ortográfico (vulgo AO1990), ratificado por Portugal em 1991. Esse acordo, que supostamente visava unificar a ortografia da língua portuguesa, foi criado por um conjunto de 'iluminados' que achavam que eles é que sabiam como é que as pessoas deviam escrever e que podiam impor unilateralmente essa forma de escrita. Trinta anos depois da sua ratificação (e quase quinze anos depois da sua implementação), o acordo não só não conseguiu os seus objectivos (agora coexistem em Portugal duas formas de escrita, para além daquela que subsiste no Brasil e ainda da que é usada noutros países da lusofonia), como criou uma enorme divisão na sociedade portuguesa. Em ambos os casos, um pequeno grupo de pessoas tentou impor a sua vontade sem levar em conta a opinião da maioria. O resultado foi semelhante: uma fatia importante dos utilizadores não se revê nessa opção e que em vez de se criar unificação criou-se divisão.
Presumo que saibas que o CPR não trocou a lista da AERC pela IOC por esta ser uma “lista global”, pois o CPR não precisa de listas globais, uma vez que o seu foco é apenas o WP. A troca deu-se porque desde há uns anos a AERC se demitiu de acompanhar as alterações taxonómicas e a lista da AERC rapidamente ficou obsoleta, o que levou à necessidade de optar por uma alternativa.Luis Gordinho escreveu:O próprio Comité Português de Raridades agora segue a lista mundial do IOC (Gill et al. 2020) e já não a velhinha lista da AERC para o Paleárctico Ocidental
Isso foi feito na primeira metade desta ano, por minha iniciativa. Foi agora revertido, porque alguém com mais influência entendeu rejeitar essa opção.Francisco Pires escreveu:O que me faz confusão é porque, para as Aves do Paleárctico Ocidental, não se separam
a lista dos nomes Portugueses-de-Portugal,
da lista dos nomes Portugueses-da-Madeira,
da lista dos nomes Portugueses-dos-Açores ??
(É que esta riqueza regional existe, e como tal deve ser, na medida do possível e sensato, respeitada.)
É exactamente como dizes. Mas a tecnologia de nada serve quando não há vontade.Francisco Pires escreveu:Acrescento que, tanto quanto a minha experiência me diz, no eBird, não há a restrição de lista única. Há lugar e possibilidade de se criarem estas variantes, a serem por defeito pré-seleccionadas e carregadas consoante a localização geográfica do observador, se este não quiser optar por outra nomenclatura disponível na plataforma (inglesa, científica, ..).
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Francisco Pires gosta desta mensagem
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Francisco Pires escreveu:
O que me faz confusão é porque, para as Aves do Paleárctico Ocidental, não se separam
a lista dos nomes Portugueses-de-Portugal,
da lista dos nomes Portugueses-da-Madeira,
da lista dos nomes Portugueses-dos-Açores ??
(É que esta riqueza regional existe, e como tal deve ser, na medida do possível e sensato, respeitada.)
É uma boa pergunta, mas a questão é a escala. Porque não separar a lista de Trás os Montes da do Alentejo?
Eu acho que sendo Portugal uma país relativamente pequeno, mesmo tendo em conta as regiões autónomas, que não se justificaria existirem listas diferentes, sobretudo porque boa parte das divergências de nomenclatura aponta para taxon diferentes.
Relativamente à reflexão que o Gonçalo fez sobre a forma como a SPEA geriu (e pelos vistos continua a gerir) a questão dos nomes, há dois planos destintos para avaliar da legitimidade das decisões: um puramente estatutário e outro de princípio. No caso de violação do primeiro é uma questão legal, no segundo depende da avaliação subjetiva dos sócios.
Eu, como já disse antes fiz a minha avaliação e depois de tentar por todos os meios que considerei ter à minha disposição para se chegar a uma solução mais adequada, justa e transparente, face à minha incapacidade e a diferenças que considerava insanáveis com as que eram à época as estruturas dirigentes, saí da associação.
Face a tudo o que foi exposto, o Director Executivo da SPEA, numa mensagem endereçada a comunidade de ornitólogos, apela à compreensão de todos. A todos e a cada um compete decidir o que pensam do assunto. Eu, 23 anos depois não vejo grandes sinais de mudança.
Alexandre Vaz- Número de Mensagens : 4
Data de inscrição : 05/11/2021
Samuel Patinha gosta desta mensagem
Re: Nova Lista de Nomes---notas sobre o processo
Obrigado pelos vossos comentérios e opiniões acima.
Alexandre Vaz escreveu:
É uma boa pergunta, mas a questão é a escala. Porque não separar a lista de Trás os Montes da do Alentejo?
Para mim a escala é uma fraco critério para este assunto. Volto a este ponto mais abaixo.
À sua pergunta eu responderia que, pessoalmente, preferia na minha terra aceder a listas do eBird e reportar um "Amarlante" quando ouvi um Oriolus oriolus, uma "Pega-azul" quando observei uma Cyanopica cooki e um "Abutre-do-egipto" perante um Neophron percnopterus, em vez de ter de procurar por Papa-figos, Charneco e Britango!!!! Mas quando referi que esta riqueza de nomenclatura regional "...deve ser, na medida do possível e sensato, respeitada.", não estava a pensar na escala (dimensão regional), critério possível mas não sensato, mas sim na granularidade geográfica, que é um critério possível e, a meu ver, mais sensato.
Alexandre Vaz escreveu:
Eu acho que sendo Portugal uma país relativamente pequeno, mesmo tendo em conta as regiões autónomas, que não se justificaria existirem listas diferentes, sobretudo porque boa parte das divergências de nomenclatura aponta para taxon diferentes.
O Portugal continental e os dois arquipélagos, são três regiões com administração autónoma e geografias distintas. A geografia e a autonomia politico-administrativa são aspectos, quanto a mim, mais relevantes que a respectiva escala. E então se as divergências de nomenclatura correspondem em grande parte a taxon diferentes, o problema está em grande parte desse modo resolvido. Para quê complicar?
A questão de uniformizar uma nomenclatura para haver rigor nas bases de dados eBird e nos artigos publicados e a publicar, é, quanto a mim, cada vez mais, uma falsa questão, pois, tecnologicamente, gerir e acomodar esta diversidade já não é um problema. E sê-lo-á cada vez menos. Os Guias já são App's customizáveis. E os nomes locais continuarão por tradição a ser os nomes locais, por mais revisões e reversões de revisões que, quem suporta a ferramenta eBird, faça e desfaça.
Estamos a falar de ciência cidadã. Então, seria importante facilitar o acesso a quem quer fazer listas de observações na sua terra e promover o rigor das mesmas usando os nomes regionais desde que validados como coerentes e relevantes.
Nas bases de dados e nas publicações científicas é a espécie e a sua denominação científica que contam, não as nomenclaturas nacionais, regionais e locais.
lrodrigues gosta desta mensagem
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