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Big year 2023 - Reflexões e considerações para o futuro

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Mensagem por JMorgado Qui Jan 04, 2024 11:09 am

Boa Tarde!

Sinto-me um pouco estranho a fazer este tópico, que escrevo um pouco desorganizado e informal, mas penso que poderá servir de um género de “cápsula do tempo”, e ter informação útil para quem no futuro quiser fazer um Big Year.

Foi um ano cheio de aventuras, de enriquecimento pessoal, e de aprendizagem, em que vi aves espetaculares, conheci e estive com pessoas que me ajudaram muito, e conheci e revisitei locais extraordinários de que me lembrarei para sempre!

Tive muitos bons momentos, mas também momentos mais difíceis e bastantes frustrações, momentos em que pensei desistir, momentos em que não tomei as melhores decisões, mas penso que tudo isto faz parte de um Big Year e merece ser contado aqui para que no futuro não se repitam alguns dos erros que cometi e se repliquem algumas das boas decisões que tomei.

EDIT futuro: O post já vai muito longo e não falei nem de 1% das coisas que gostaria, e penso que infelizmente não o consigo transmitir aqui neste formato. Tive um milhão de aventuras e experiências interessantes durante o ano passado, mas penso que vou deixar aqui um resumo mais técnico do Big Year e, no futuro, talvez, fazer uma compilação das experiências por que passei noutro formato. Para quem quiser saber um pouco mais em pormenor algumas das aventuras, irei também contar algumas delas num episódio da “Viagem do Maçarico”.

Introdução

No fim de 2022 tomei a decisão que em 2023 queria visitar Portugal no seu “auge” ornitológico, um género de versão melhorada e em celebração do que tinha feito dez anos antes em 2013. Mas desta vez iria visitar todos os distritos em Portugal continental, revisitando vários locais simbólicos que conhecera ao longo destes anos e aproveitando para conhecer novos locais de interesse ornitológico que ainda me eram desconhecidos. Queria também revisitar a Madeira e se possível as Desertas e Selvagens que foram locais importantes para mim no passado, e finalmente conhecer os Açores e visitar a mítica ilha do Corvo durante os meses de Outono e finalmente ter a experiência que sonhava há alguns anos.

O plano era relativamente simples, de grosso modo seria, visitar as zonas costeiras no inverno, o interior na primavera. A Madeira seria visitada no final de Junho e os Açores no final de Outubro. No final de Agosto/início de Setembro iria visitar a Barrinha de Esmoriz, e depois a costa algarvia em finais de Setembro, fazendo a primeira semana de Outubro em Sagres. Locais como a Serra da Estrela ou o Alentejo seriam visitados na primavera e no inverno e locais perto de casa como o Estuário do Tejo ou o Cabo raso seriam visitados várias vezes durante o ano.

Com isto, seria possível ver todas ou quase todas as espécies regulares em Portugal. Todas as raridades que encontrasse pelo caminho seriam bem-vindas, mas não tencionava repetir locais em épocas menos favoráveis e certamente não planeava deslocar-me de propósito para observar uma só ave… mas acabou por não ser assim.

Resumo

Em 2023 observei 380 (IOC) / 384 (ebird/Clements) espécies de aves em Portugal, tendo visitado todos os distritos de Portugal continental, duas ilhas do Arquipélago da Madeira e seis ilhas do Arquipélago dos Açores.

A lista no Bubo pode ser consultada aqui: https://bubo.org/view-list.html?list_id=47917

Segundo o bubo atingi as:

100 espécies – 02/01/2023; 150 espécies – 13/01/2023; 200 espécies – 19/02/2023; 250 espécies – 08/04/2023; 300 espécies – 12/06/2023; 350 espécies – 01/10/2023

Espécies mais espectáveis que não vi:
C.morinellus; F.eleonorae; L.hyperboreus; L.glaucoides; C.macrourus; G.rueppelli; P.fuscatus; P.marina; A.carolinensis; A.herodias; E.thula; S.americana; P.cyanea.

Decisões erradas:
• Não assumir inteiramente o que estava a fazer desde o início, e estar a fazer algo híbrido até dia 06/04/2023.  Penso que é o erro mais cliché. Não significa que não tenha feito esforço até a essa data. Fiz bastante, mas dentro do meu plano normal, sem ter feito viagens propositadas para ver apenas uma ave.
• Embora fosse um ano em que tinha bastante disponibilidade, não tinha total disponibilidade e tinha um budget limitado o que impediu a observação de algumas espécies.
• Deveria ter permanecido no Corvo até dia 30/10/2023.
• Deveria ter tentado algumas espécies (C.morinellus; L.hyperboreus).
• Deveria ter-me feito à estrada mais cedo para algumas espécies. (T.albididorsalis; C.macrourus; G.africanus).
• Deveria ter tentado mais vezes algumas espécies (P.fuscatus; F.eleonorae; L.glaucoides).

Decisões correctas:
• Na sua maioria o meu plano original foi bem conseguido e executado e tirando algumas excepções, consegui ver todas as aves regulares à primeira tentativa.
• Visitar a Terceira em janeiro e dezembro e a Graciosa/São Miguel em julho (Obrigado Pedro!)
• Embora tenha perdido algumas aves não me arrependo de não ter ido mais cedo para o Corvo, talvez iria apenas um dia mais cedo para conseguir ver a Mourning warbler, que deixou de ser vista no dia em que cheguei.

Reflexões e Sugestões para futuros Big years:
• Planear com bastante antecedência no ano anterior, arranjando bastante tempo e dinheiro para o Ano do Big year.
• Janeiro é um dos meses mais importantes, sendo que é essencial começar logo nos primeiros dias por procurar e observar aves raras que tenham sido vistas no final do ano anterior e observar aves raras que vão sendo descobertas.
• Não tomar nenhuma espécie por garantida! Se houver oportunidade para a ver, é agarrar essa oportunidade. Seja uma raridade “mais comum” ou mesmo uma “escassidade”. Isto é particularmente importante em Janeiro pois liberta tempo para o fim do ano.
• Em Janeiro também é muito importante visitar as ilhas, principalmente os Açores e a Terceira em específico. Se estiver a correr bem no continente e na Terceira, considerar visitar outras ilhas dos Açores e Porto Santo, pois são menos explorados e podem ter aves importantes. Como bónus, os voos, alojamento, aluguer de carro nesta altura do ano são mais baratos, que outras alturas do ano incluindo em Dezembro.
• No continente, ir a todas as aves o mais rápido possível, se possível no próprio dia. E tentar novamente se falhar a ave. Na minha opinião isto faz com que haja mais sucessos, mas também mais falhanços. É necessário arranjar mecanismos para lidar com a frustração, e com as viagens longas de regresso. Talvez interiorizando que se tomou a melhor decisão racional e que falhanços vão sempre acontecer. Arranjar um grupo de suporte.
• Os alertas do ebird, Inaturalist e redes sociais, sejam grupos de Facebook ou WhatsApp são essenciais. Há muitas espécies que não são reportadas no ebird e é necessário estar atento ao máximo de plataformas possível.
• Penso que será boa estratégia visitar Porto Santo em Março ou Abril pois pode ter alguma surpresa e é uma zona bastante inexplorada. As desertas e as selvagens também seriam muito interessantes, mas infelizmente muito mais difíceis de visitar.
• É necessário planear bem o Corvo e ter conhecimento prévio de como a ilha funciona. Saber que entre 15/09 e 07/11 são dias em que há muito potencial para aparecerem muitas espécies neárticas. É necessário arriscar e tomar decisões. Ou se está no continente e se acompanham as previsões meteorológicas e se consegue com um espaço de uma semana perceber quando ir para lá, mas arrisca-se a não ter alojamento pois a ilha é muito procurada por observadores de aves nesta altura e reservam a sua estadia com muita antecedência, ou se está lá (Açores no geral ou Corvo em particular) arriscando perder algumas espécies no continente, num período que ainda é grande e de excelência no continente também. Se possível, ir com mais pessoas para o Corvo e associar-se com pessoas que partilhem dos mesmos objetivos.
• Não desesperar com espécies falhadas no início do ano, embora seja ideal ver o máximo de espécies logo no início do ano. Em princípio será possível recuperar algumas espécies falhadas, no fim.
• Se possível, escolher um ano de El niño para realizar o Big Year.

Agradecimentos
Gostava de agradecer mais uma vez a todas as pessoas que me ajudaram e apoiaram neste ano! Foi uma experiência incrível que não seria possível sem o apoio da comunidade!
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Mensagem por Samuel Patinha Qui Jan 04, 2024 1:43 pm

Grande big year, e que grande marca atingiste. Vamos lá ver quantos anos fica sem ser alcançada Very Happy

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Mensagem por PNicolau Qui Jan 04, 2024 1:52 pm

Antes de mais, muitos parabéns João. Segui este big year de muito perto e isso foi sem dúvida um ponto alto para mim ao longo do ano, sendo que foi pena não teres criado um blog porque terias certamente muita gente a seguir online.

Mas de facto parabéns por este novo recorde nacional, que esmaga "ligeiramente" qualquer tentativa já feita em PT global e no fundo é a referência a bater.

A tua melhor decisão foi teres escolhido 2023 para fazer um big year, certamente o ano com mais raridades de sempre a nível nacional, de longe. Claro que isso não é realmente possível de saber no início do ano, mas a sorte é fundamental.

A marca objectivamente é excelente, e estou convencido de que seja praticamente impossível de conseguir em vários anos, com menos raridades disponíveis. Claro que este ano conseguias ter um recorde bastante maior e no fundo inultrapassável, ao ficar no Corvo mais 2 semanas e outros pozinhos, mas os constrangimentos foram legítimos, e mesmo assim já expandiste a época muito para além do previsto inicialmente e isso colocou a tua marca num valor incrível, comparável a grandes esforços a nível europeu.

Tens de meter aqui as raridades que viste, splits futuros possíveis, categorias provisórias etc. Com splits e afins, ainda é possível o recorde chegar onde?
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Mensagem por pedro121 Sex Jan 05, 2024 11:43 am

Antes de mais os meu parabens!

Tão cedo não te metes noutra, espero eu.

Bem, só para reforçar algo que foi dito durante o arrolamento da Emb rus, concordo que Janeiro é um dos meses mais importantes, na verdade para mim é o mais importante porque é o que permite gerir o resto do ano, basta ver este ano, só no Continente, fazer estes primeiros 5 dias a fundo quantas raridades teria rendido? 20? mais coisa menos coisa, mais algumas invernantes escassas? com as espécies comuns que seriam vistas enquanto se ia ver as raridades estaríamos a falar de chegar ao dia 5 de Janeiro com perto de 150 (?) no bolso, permitindo depois ir gerindo o ano.
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Mensagem por pedro121 Sex Jan 05, 2024 11:46 am

PNicolau escreveu:

A tua melhor decisão foi teres escolhido 2023 para fazer um big year, certamente o ano com mais raridades de sempre a nível nacional, de longe.

Humm, terá sido? ou seja, sim se estivermos a falar de indivíduos, mas falando de espécies?
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Mensagem por Samuel Patinha Sex Jan 05, 2024 3:55 pm

pedro121 escreveu:
PNicolau escreveu:

A tua melhor decisão foi teres escolhido 2023 para fazer um big year, certamente o ano com mais raridades de sempre a nível nacional, de longe.

Humm, terá sido? ou seja, sim se estivermos a falar de indivíduos, mas falando de espécies?
então? nem sequer percebo bem a questão Very Happy estamos a falar de PT, não apenas de PTc.

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Mensagem por PNicolau Sáb Jan 06, 2024 5:05 am

Repara Pedro, nos Açores o recorde de espécies foi esmagado. Apareceu basicamente tudo. Não sei como foi a Madeira este ano mas mesmo assim a Madeira não costuma ter muitos únicos para PT. PTc teve um bom ano também, mas os Açores arrumaram a casa.
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Mensagem por JMorgado Sáb Jan 06, 2024 8:37 am

Samuel Patinha escreveu:Grande big year, e que grande marca atingiste. Vamos lá ver quantos anos fica sem ser alcançada Very Happy

Obrigado! Very Happy

PNicolau escreveu:Antes de mais, muitos parabéns João. Segui este big year de muito perto e isso foi sem dúvida um ponto alto para mim ao longo do ano, sendo que foi pena não teres criado um blog porque terias certamente muita gente a seguir online.

Mas de facto parabéns por este novo recorde nacional, que esmaga "ligeiramente" qualquer tentativa já feita em PT global e no fundo é a referência a bater.

A tua melhor decisão foi teres escolhido 2023 para fazer um big year, certamente o ano com mais raridades de sempre a nível nacional, de longe. Claro que isso não é realmente possível de saber no início do ano, mas a sorte é fundamental.

A marca objectivamente é excelente, e estou convencido de que seja praticamente impossível de conseguir em vários anos, com menos raridades disponíveis. Claro que este ano conseguias ter um recorde bastante maior e no fundo inultrapassável, ao ficar no Corvo mais 2 semanas e outros pozinhos, mas os constrangimentos foram legítimos, e mesmo assim já expandiste a época muito para além do previsto inicialmente e isso colocou a tua marca num valor incrível, comparável a grandes esforços a nível europeu.

Tens de meter aqui as raridades que viste, splits futuros possíveis, categorias provisórias etc. Com splits e afins, ainda é possível o recorde chegar onde?

Obrigado! Very Happy

Irei colocar uma lista com as raridades observadas mais tarde bem como uma lista com a totalidade de espécies que não vi mas ocorreram em Portugal em 2023.

Em termos de categorias provisórias e possíveis splits futuros serão:

Cat E: Thectocercus acuticaudatus (muitos indivíduos em vários locais de Lisboa ao longo do ano); Myiopsitta monachus (mais de 20ind (possivelmente o dobro presente) no Passeio Alegre no Porto); Agapornis fischeri (alguns indivíduos em Salicos, Lagoa)

Em relação a esta categoria, tenho de ver como faço... por um lado não é regularizado por nenhuma entidade de nenhum país europeu, mas a entidade americana não considera futuras inclusões de aves que passem de Cat E para Cat C. No entanto faria uma comparação mais justa com futuros Big Year em Portugal, quando algumas destas espécies passarem pata Cat C.

Possíveis Splits futuros: Falco columbarius columbarius (Corvo); Grant's Storm Petrel (Corvo).

Provável lump futuro: P.yelkoan (Cabo Raso)

pedro121 escreveu:Antes de mais os meu parabens!

Tão cedo não te metes noutra, espero eu.

Bem, só para reforçar algo que foi dito durante o arrolamento da Emb rus, concordo que Janeiro é um dos meses mais importantes, na verdade para mim é o mais importante porque é o que permite gerir o resto do ano, basta ver este ano, só no Continente, fazer estes primeiros 5 dias a fundo quantas raridades teria rendido? 20? mais coisa menos coisa, mais algumas invernantes escassas? com as espécies comuns que seriam vistas enquanto se ia ver as raridades estaríamos a falar de chegar ao dia 5 de Janeiro com perto de 150  (?) no bolso, permitindo depois ir gerindo o ano.

Obrigado! Very Happy

Bem para mim Janeiro só não é o mais importante porque as decisões que se tomam em Setembro e Outubro, podem ser ainda mais importantes e custar mais aves do que em Janeiro.

Mas sim fazendo um "fantasy" início de Big Year 2024 seria algo do género:

1/01/2024 - Algarve com E.rustica; E.pusilla; A.ffinis; e procura breve de L.smithsonianus.
2/01/2024 e 3/01/2023 - Lisboa com S.maurus; A.albifrons; B. leucopsis; B.stelaris; A.collaris; A.marila; C.philadelphia e B.bernicla?
4/01/2024 - Aveiro com M.tschutschensis; A.cervinus; G.immer; procura de G.stellata e M.fusca; P.auritus?
5/01/2024 - Porto e regresso Peniche com A.macularius e C.leucopterus; P.auritus? e G.immer.

Os Aythya também poderão ser vistos na Terceira agora em Janeiro bem como um C.philadelphia que lá anda. M.americana; P. podiceps; F.americana; C.hyemalis; G.delicata; C.semipalmatus e G.immer também andam por lá. Procurar A.carolinensis também poderia ser uma boa aposta.
Idealmente ver B.virescens e C.hudsonicus no Pico e procurar N.auritum no Faial.
Se possível tentar ir às Flores ver se algum destes: A.caerulescens; M.alcyon; C.ustulatus e P.ludovicianus ficou para o inverno, ou alguma nova chegou como L.cucullatus.

Seria também bom tentar ver em Janeiro espécies como F.arctica. U.aalge; T.pilaris; T.torquatus; H.minutus; P.inornatus; C.oenas e H.leucorhous

Infelizmente as aves que não permaneceram de 2023 para 2024 parecem ser G.setllata e M.perspicillata na Figueira da Foz. O Eider do Porto e os A.brachyrhynchus da Terceira.
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Mensagem por luis correia Sáb Jan 06, 2024 1:59 pm

Wow, 384 espécies é muita fruta, os meus parabéns.

Já ouvi dizer que alguns birders que fazem o big year nos USA chegam ao final do ano com tanto stress em cima que quando conseguem ver as espécies em vez de ficarem contentes é mais um alívio do que outra coisa. Aconteceu-te o mesmo?
Mas lá há a diferença de que os records já estão muito espremidos. Tu em setembro provavelmente já tinhas batido o record. Imagino o stress de faltarem 2 ou 3 espécies para bater o record e ver o ano a acabar (até o Natal devem mandar passear).

Fiquei com curiosidades...
Para que número é que estavas a apontar no início?
E a família "percebeu"?

-------------------------

Por curiosidade fui ver o top de Espanha. O record foi batido este ano (se vi bem), o ano passado ficou em 399 e este ano em 400. Os dois pela mesma pessoa, com a espécie 400 a ser observada no dia 31 de dezembro, épico.
Esse "meteu-se noutra", só para chegar ao número redondo.
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Mensagem por PNicolau Sáb Jan 06, 2024 3:43 pm

Os espanhóis têm varias marcas acima das 400.
Por exemplo:
https://thebigyearspain.blogspot.com/2014/02/resultados-by-2013-2-parte.html?m=1
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Mensagem por luis correia Sáb Jan 06, 2024 4:20 pm

PNicolau escreveu:Os espanhóis têm varias marcas acima das 400.
Por exemplo:
https://thebigyearspain.blogspot.com/2014/02/resultados-by-2013-2-parte.html?m=1

Pois, às vezes esqueço-me que existe mais vida fora do ebird Rolling Eyes
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Mensagem por JMorgado Sáb Jan 06, 2024 4:53 pm

luis correia escreveu:Wow, 384 espécies é muita fruta, os meus parabéns.

Já ouvi dizer que alguns birders que fazem o big year nos USA chegam ao final do ano com tanto stress em cima que quando conseguem ver as espécies em vez de ficarem contentes é mais um alívio do que outra coisa. Aconteceu-te o mesmo?
Mas lá há a diferença de que os records já estão muito espremidos. Tu em setembro provavelmente já tinhas batido o record. Imagino o stress de faltarem 2 ou 3 espécies para bater o record e ver o ano a acabar (até o Natal devem mandar passear).

Fiquei com curiosidades...
Para que número é que estavas a apontar no início?
E a família "percebeu"?

-------------------------

Por curiosidade fui ver o top de Espanha. O record foi batido este ano (se vi bem), o ano passado ficou em 399 e este ano em 400. Os dois pela mesma pessoa, com a espécie 400 a ser observada no dia 31 de dezembro, épico.
Esse "meteu-se noutra", só para chegar ao número redondo.

Obrigado! Very Happy

A pergunta da frustração é muito interessante até para uma reflexão pessoal. Na verdade nunca fui muito twitcher, sendo que no passado apenas tinha ido ver de propósito poucas aves, e mais longe apenas me recordo da Gaivota Marfim em 2014.

No entanto em 2013 tinha feito uma year list mais a sério e lembro-me que o que menos gostei foi precisamente de no final do ano já não estar a apreciar as aves e os seus comportamentos da maneira que gostaria, que estava mais preocupado e a dar mais importância às aves que não estava a ver do que às que estavam ao meu redor. Isso foi algo que não queria que se repetisse este ano  mas para ser sincero, embora tenha sido melhor não consegui evitar a 100%.

Houve espécies que investi várias tentativas e que se tornaram um pouco mais frustrantes. Espécies como P.porzana; P.fuscatus; L.glaucoides; A.flamea ou mesmo C.oenas ou T.torquatus entre outras  mas penso que a maior diferença para 2013 foi que maior parte da frustração foi transferida para fora do campo. E consegui aproveitar os momentos que estava no campo tanto com as espécies que estava à procura e consegui ver, como com as outras espécies que observava enquanto procurava a espécie-alvo.  

Mas há sempre um ou outro momento em que infelizmente a frustração vence e nos perguntamos o que estamos a fazer, e se faz sentido continuar e aí deixamos de aproveitar seja o que for, pelo menos momentaneamente.

Mas devido a essa frustração, quando finalmente vi a espécie que falhei muitas vezes, senti quase sempre mais do que apenas um alívio, e foram momentos com muita adrenalina e felicidade. Muitas vezes mais felicidade do que com espécies mais raras mas que foram mais fáceis de observar.

Para que número é que estavas a apontar no início?

No início do ano não tinha pensado num número muito específico porque apenas queria visitar os locais no seu "auge" ornitológico, mas gostava de chegar às 300. No entanto ao longo do ano foi me sugerido que entre 350 e 400 seria um bom número para atingir. Para mim 350 já me parecia impossível, porque estava a fazer as contas com o número de aves que tinham sido observadas no Corvo em 2022. E 400 era um número imaginário que acho que ninguém achava realisticamente possível, teriam de estar reunidas todas as condições teóricas e ter muita sorte.

Mas a verdade é que se tivesse feito algumas decisões um pouco diferentes, com um budget maior, e tivesse tido um pouco de sorte (já tive bastante, não me posso queixar  Razz ) teria provavelmente conseguido observar entre 410-415 espécies este ano, porque acabou por ser um ano mesmo muito bom!

E a família "percebeu"?

Felizmente a minha namorada também é observadora de aves então apoiou-me bastante, e os meus pais também ainda fizeram algumas saídas comigo. Tive também muitas pessoas que me deram o seu apoio e sem elas, não seria possível este numero!

Por curiosidade fui ver o top de Espanha. O record foi batido este ano (se vi bem), o ano passado ficou em 399 e este ano em 400. Os dois pela mesma pessoa, com a espécie 400 a ser observada no dia 31 de dezembro, épico.
Esse "meteu-se noutra", só para chegar ao número redondo.

Sei que em Espanha o record já em 2013 foi de 415  e hoje em dia deve ser superior, Itália foi de 380 em 2022, na Polónia é 328 em 2023 e na Alemanha é normal fazer-se entre 400-420 espécies num Big Year.
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Mensagem por Gonçalo Elias Dom Jan 07, 2024 1:19 am

Parabéns João pelo resultado.

Segundo percebi fizeste um Big Year para Portugal incluindo ilhas, é isso? Já havia algum valor de referência? Recordo-me que havia para PTc mas não é a mesma coisa, claro.
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Mensagem por pedro121 Dom Jan 07, 2024 11:14 am

PNicolau escreveu:Repara Pedro, nos Açores o recorde de espécies foi esmagado. Apareceu basicamente tudo. Não sei como foi a Madeira este ano mas mesmo assim a Madeira não costuma ter muitos únicos para PT. PTc teve um bom ano também, mas os Açores arrumaram a casa.

Apareceu basicamente tudo? Uiii, isso é o tipo de afirmação que é como acenar com um pano vermelho em frente a um touro, quase que abro a BD para demonstrar por A+B que não, não apareceu tudo, nunca aparece, mas que mais importante há coisas que não apareceram e seriam expectáveis.

Por exemplo em 2017 apareceram muito menos aves, mas mesmo assim houve 59 espécies incluindo varias que não apareceram este ano.

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Mensagem por pedro121 Dom Jan 07, 2024 11:20 am

JMorgado escreveu:

Mas sim fazendo um "fantasy" início de Big Year 2024 seria algo do género:

1/01/2024 - Algarve com E.rustica; E.pusilla; A.ffinis; e procura breve de L.smithsonianus.
2/01/2024 e 3/01/2023 - Lisboa com S.maurus; A.albifrons; B. leucopsis; B.stelaris; A.collaris; A.marila; C.philadelphia e B.bernicla?
4/01/2024 - Aveiro com M.tschutschensis; A.cervinus; G.immer; procura de G.stellata e M.fusca; P.auritus?
5/01/2024 - Porto e regresso Peniche com A.macularius e C.leucopterus; P.auritus? e G.immer.
.

Humm, smith acho que não me convences, será que a de Setúbal já não está? eu só ia o affinis por ser uma paragem breve, tambem tens T. stagnatillis

Concordo com Lisboa

Concordo com Aveiro, mas não sei se vale a pena procurar auritus e stellata.

Porto, tens argentatus, act mac, e ainda tempo para a gaivina e auritus e immer
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Mensagem por pcaseirito Dom Jan 07, 2024 2:03 pm

Boa noite,

Antes de mais os meus parabéns!

Uma curiosidade: tens uma noção de quantos kms fizeste (sem contar os voos!!) e quantas horas foram empregues nesta mega aventura?

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Mensagem por lrodrigues Seg Jan 08, 2024 2:19 am

Muitos parabéns! Foi de certeza um esforço brutal, mas que compensou plenamente.
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Mensagem por Pedro Maia Seg Jan 08, 2024 4:10 am

Muitos parabéns, também tenho uma questão, contaste só espécies vistas ou algumas só escutadas?
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Mensagem por Rogerio Seg Jan 08, 2024 4:35 am

Parabéns Joao , Grande odisseia.
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Mensagem por JMorgado Ter Jan 09, 2024 5:06 pm

Gonçalo Elias escreveu:Parabéns João pelo resultado.

Segundo percebi fizeste um Big Year para Portugal incluindo ilhas, é isso? Já havia algum valor de referência? Recordo-me que havia para PTc mas não é a mesma coisa, claro.

Obrigado! Very Happy

Penso que os valores de referência eram:
PTc: 337 IOC / 343 ebird;
PTc + Açores: 342 ebird
PTc + Açores+ Madeira: 325 ebird

pedro121 escreveu:

Humm, smith acho que não me convences, será que a de Setúbal já não está? eu só ia o affinis por ser uma paragem breve, tambem tens T. stagnatillis

Concordo com Lisboa

Concordo com Aveiro, mas não sei se vale a pena procurar auritus e stellata.

Porto, tens argentatus, act mac, e ainda tempo para a gaivina e auritus e immer

Sim concordo, smith do Algarve deve ser muito difícil/impossível mas a smith de Sesimbra não foi vista ainda este inverno apesar de várias pessoas terem ido ao local.

Um T.stagnatillis foi bastante regular nas Salinas do Samouco durante 2023, e um T.flavipes no final do ano nas Salinas do Brito. Pode ser que por lá continuem mas ninguém os tenha procurado.

Entretanto quando escrevi o post os P.auritus e G.immer de Óbidos ainda não tinham sido vistos novamente, portanto seriam uma boa aposta aquando da visita a Peniche!

E também apareceram entretanto L.cachinnans e Z.pusilla e um mais um bom motivo para ir às Flores aquando da viagem aos Açores.

pcaseirito escreveu:Boa noite,

Antes de mais os meus parabéns!

Uma curiosidade: tens uma noção de quantos kms fizeste (sem contar os voos!!) e quantas horas foram empregues nesta mega aventura?

Obrigado! Very Happy

Bem, na verdade não tenho muita noção do total de quilómetros que fiz. Tentei ser o mais eficiente possível por uma questão de custos, e tentei partilhar viagens de carro com outras pessoas sempre que pude. E cheguei a fazer twitchs de autocarro por três vezes, (uma delas à P.fulva na Lagoa dos Salgados Very Happy ) e acaba por ser um pouco mais difícil calcular o total de quilómetros.

lrodrigues escreveu:Muitos parabéns! Foi de certeza um esforço brutal, mas que compensou plenamente.

Obrigado! Very Happy

Pedro Maia escreveu:Muitos parabéns, também tenho uma questão, contaste só espécies vistas ou algumas só escutadas?

Obrigado! Very Happy

Contei algumas espécies só escutadas como por exemplo C.ruficollis ou A.cervinus.

Rogerio escreveu:Parabéns Joao , Grande odisseia.

Obrigado! Very Happy

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Mensagem por luis correia Qua Jan 10, 2024 11:29 am

Tenho mais algumas curiosidades, se te apetecer contar mais histórias.
Qual foi o registo mais épico? Não tem que ser uma espécie raro, pelas circunstâncias..
Descobriste tu alguma raridade boa?

Acho que faz agora um ano que descobri a "loucura" do outono na ilha do Corvo num blog em inglês.
Engraçadas as histórias de correrias para cima e para baixo enquanto as raridades apareciam e desapareciam.
Podes contar um pouco sobre o ambiente na ilha e alguma história engraçada que te tenha acontecido lá?
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