ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
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ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Olá,
Se eu estou a interpretar correctamente os mapas, um dos quebra-ossos que foi libertado pelo programa de reintrodução na Andaluzi (Espanha) terá passado por Portugal no âmbito dos seus movimentos dispersivos.
Quem tiver tempo (e interesse!) pode ver a informação no seguinte link (é um pdf):
http://www.gypaetus.org/uploads/assets/file/5_%20Mapas%20localizaci%C3%B3n%20Mayo%202011.pdf
Depois de aberto o documento procurem pela página do Quebra-ossos chamado Tranco.
E agora todos para o campo em busca de Quebra-ossos!
Pedro Cardia
Se eu estou a interpretar correctamente os mapas, um dos quebra-ossos que foi libertado pelo programa de reintrodução na Andaluzi (Espanha) terá passado por Portugal no âmbito dos seus movimentos dispersivos.
Quem tiver tempo (e interesse!) pode ver a informação no seguinte link (é um pdf):
http://www.gypaetus.org/uploads/assets/file/5_%20Mapas%20localizaci%C3%B3n%20Mayo%202011.pdf
Depois de aberto o documento procurem pela página do Quebra-ossos chamado Tranco.
E agora todos para o campo em busca de Quebra-ossos!
Pedro Cardia
pedrocardia- Número de Mensagens : 845
Data de inscrição : 26/01/2009
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
pedrocardia escreveu:
E agora todos para o campo em busca de Quebra-ossos!
Pedro Cardia
Pois, vai ser apenas uma questão de tempo até eles saírem da categoria B, mas de qualquer modo é preciso algo cuidado na analise destes movimentos, nomeadamente saber a margem de erro do aparelho, mas que vive na Beira Interior ou no Alentejo, ou quem costuma ir a Sagres, vai mais dia menos dia ter uma muito agradável surpresa.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
A saírem da categoria B seria para a C e não para a A...
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25664
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Gonçalo Elias escreveu:A saírem da categoria B seria para a C e não para a A...
Depende, obviamente que se o individuo for nascido em cativeiro nem na categoria C, mas se tiver nascido em liberdade a questão é mais complexa, mesmo considerando que todos os indivíduos nascidos em liberdade em Espanha são descendentes em ultima analise de indivíduos dos projectos de reintrodução (desconheço se na população espanhola existem aves originarias de outras populações), e portanto se aparecerem cá encaixam na C3, mesmo assim teremos que excluir a hipótese de ser originaria do norte de África, e portanto...
De qualquer modo se algum quiser aparecer em peniche eu prometo que lhe arranjo uns ossos de !ª categoria!!!
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Olá a todos.
Grande descoberta Pedro C. Não tinha reparado.
Como diz o Pedro R, tratando-se do 1.º potencial registo da espécie em Portugal neste século, todo o cuidado é pouco p/garantir q a info está correcta. Não obstante, saliento que no programa em causa estão a utilizar emissores de GPS (sistema ARGOS) q recolhem diariamente até 6 coordenadas, alegadamente com uma precisão superior a 20 m. Há portanto boas hipóteses do Tranco ter mm sobrevoado a Serra da Malcata!
Com base nestes elementos, penso q o Comité Português de Raridades devia solicitar aos coordenadores do projecto os dados alegadamente referentes a Portugal (p/obter as datas exactas e tentar avaliar a fiabilidade da info).
Cumprimentos e boas observações,
Luís G
Grande descoberta Pedro C. Não tinha reparado.
Como diz o Pedro R, tratando-se do 1.º potencial registo da espécie em Portugal neste século, todo o cuidado é pouco p/garantir q a info está correcta. Não obstante, saliento que no programa em causa estão a utilizar emissores de GPS (sistema ARGOS) q recolhem diariamente até 6 coordenadas, alegadamente com uma precisão superior a 20 m. Há portanto boas hipóteses do Tranco ter mm sobrevoado a Serra da Malcata!
Com base nestes elementos, penso q o Comité Português de Raridades devia solicitar aos coordenadores do projecto os dados alegadamente referentes a Portugal (p/obter as datas exactas e tentar avaliar a fiabilidade da info).
Cumprimentos e boas observações,
Luís G
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
precisão inferior a 20 m
Henk Feith- Número de Mensagens : 484
Data de inscrição : 19/06/2007
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Neste mês de Junho o nosso amigo Tranco passou agora pelo Douro e pelo baixo Sabor, uma outra ave, Huescar.... parece segundo o mapa ter andado na Serra de Penha Garcia perto da Malcata.
Não pecebo bem os mapas que não têm legenda, mas as manchas devem ser zonas onde a ave permanece mais dias.
http://www.gypaetus.org/uploads/assets/file/6_%20Mapas%20localizaci%C3%B3n%20Junio%202011.pdf
cumps,
Rui
Não pecebo bem os mapas que não têm legenda, mas as manchas devem ser zonas onde a ave permanece mais dias.
http://www.gypaetus.org/uploads/assets/file/6_%20Mapas%20localizaci%C3%B3n%20Junio%202011.pdf
cumps,
Rui
RuiCaratao- Número de Mensagens : 1283
Data de inscrição : 11/02/2008
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Rui, creio que que se trata da zona de Monfortinho (acho que não chega à Malcata).
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25664
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Sim Gonçalo, é Monfortinho e Penha Garcia. Existe uma 3ª ave, "Hortelano", que tambem parece gostar bastante da meseta central iberica.
Poderá ser meramente especulativo, e apenas baseado em 3 mapas de movimentos, mas estes 2 ultimos registos de Junho são em zonas de observações assíduas de grifos e de maior disponiblidade alimentar, toda a Serra de Monfortinho/Penha Garcia tem zonas de caça turistica com bons numeros de Veado e Muflão, e algumas fragas isoladas que certamente lhe são familiares. Ao passo que a Malcata e a Estrela, principalmente esta ultima, tem um habitat potencial bastante bom, mas a paparoca é pouca, infelizmente.
cumps,
Rui
Poderá ser meramente especulativo, e apenas baseado em 3 mapas de movimentos, mas estes 2 ultimos registos de Junho são em zonas de observações assíduas de grifos e de maior disponiblidade alimentar, toda a Serra de Monfortinho/Penha Garcia tem zonas de caça turistica com bons numeros de Veado e Muflão, e algumas fragas isoladas que certamente lhe são familiares. Ao passo que a Malcata e a Estrela, principalmente esta ultima, tem um habitat potencial bastante bom, mas a paparoca é pouca, infelizmente.
cumps,
Rui
RuiCaratao- Número de Mensagens : 1283
Data de inscrição : 11/02/2008
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
RuiCaratao escreveu:são em zonas de observações assíduas de grifos e de maior disponiblidade alimentar, toda a Serra de Monfortinho/Penha Garcia tem zonas de caça turistica com bons numeros de Veado e Muflão,
as voltas que isto dá, uma das causas do seu declínio foi o uso de carcaças envenenadas para controlo de predadores e agora beneficiam da manutenção de manadas destinadas a caça turística.
Enfim, esperemos que estes exemplares criados em cativeiro tenham sucesso e que se estabeleçam na Extremadura espanhola e que os seus descendentes possam pelo menos vir cá passar férias de verão....
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
pedro121 escreveu:
Enfim, esperemos que estes exemplares criados em cativeiro tenham sucesso e que se estabeleçam na Extremadura espanhola e que os seus descendentes possam pelo menos vir cá passar férias de verão....
Pois, o problema é a falta de locais de nidificação apropriados nessa região...
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25664
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Gonçalo Elias escreveu:pedro121 escreveu:
Enfim, esperemos que estes exemplares criados em cativeiro tenham sucesso e que se estabeleçam na Extremadura espanhola e que os seus descendentes possam pelo menos vir cá passar férias de verão....
Pois, o problema é a falta de locais de nidificação apropriados nessa região...
Que região? Na extremadura espanhola?
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Toda a região montanhosa contígua à Malcata, ou seja: Sierra de Gata, Sierra de Pena de Francia, e a parte mais a oeste da Sierra de Gredos, fazem ainda parte da provincia da extramadura ..... neste momento duas das aves estão a cerca de 55 km da nossa fronteira em linha recta.
Toda a região parece-me propicia á nidificação das aves, pelo menos em termos de orografia.
cumps,
Rui
Toda a região parece-me propicia á nidificação das aves, pelo menos em termos de orografia.
cumps,
Rui
RuiCaratao- Número de Mensagens : 1283
Data de inscrição : 11/02/2008
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
RuiCaratao escreveu:Toda a região montanhosa contígua à Malcata, ou seja: Sierra de Gata, Sierra de Pena de Francia, e a parte mais a oeste da Sierra de Gredos, fazem ainda parte da provincia da extramadura ..... neste momento duas das aves estão a cerca de 55 km da nossa fronteira em linha recta.
Toda a região parece-me propicia á nidificação das aves, pelo menos em termos de orografia.
cumps,
Rui
A Sierra de Peña de Francia já faz parte da provincia de Castilha e Leon , no entanto as Sierra de Gata e Peña de Francia estão interligadas e o Parque natural de Las Batuecas é muito rico a nivel de colonias de Grifos e abutres , tornando-se num local propicio á nidificação desta espécie .
António Beira Alta- Número de Mensagens : 1618
Idade : 47
Local : Guarda e arredores
Data de inscrição : 12/08/2011
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Artigo interessante sobre a presença dos quebra-ossos na Estremadura espanhola.
http://aves-extremadura.blogspot.com/2011/08/quebrantahuesos-en-extremadura.html
http://aves-extremadura.blogspot.com/2011/08/quebrantahuesos-en-extremadura.html
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25664
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Reparei agora nesta informação que vem no noticiário ornitológico 446:
Temos assim que a espécie foi registada em 3 distritos do continente: Castelo Branco, Guarda e Bragança (a primeira destas listas distritais já foi actualizada, as outras duas sê-lo-ão brevemente).
Brita-ossos (Gypaetus barbatus)
Maio de 2011
Idanha-a-Nova/Penamacor/Belmonte/Sabugal - 1 ind. reintroduzido na Andaluzia, marcado com radiotransmissor (Tranco), entrou em Portugal por Monfortinho, indo até perto de Belmonte e saindo do território nacional por Aldeia da Ponte
Fundación Gypaetus, Vulture Conservation Foundation
Mapa de deslocações em : http://www.gypaetus.org/uploads/assets/file/5_%20Mapas%20localizaci%C3%B3n%20Mayo%202011.pdf
Observação sujeita a homologação pelo Comité Português de Raridades.
Junho de 2011
Idanha-a-Nova - 1 ind. reintroduzido na Andaluzia, marcado com radiotransmissor (Huescar), entrou em Portugal por Monfortinho, indo até Monsanto
Fundación Gypaetus, Vulture Conservation Foundation
Mapa de deslocações em: http://www.gypaetus.org/uploads/assets/file/6_%20Mapas%20localizaci%C3%B3n%20Junio%202011.pdf
Observação sujeita a homologação pelo Comité Português de Raridades.
Junho de 2011
Figueira de Castelo Rodrigo/Torre de Moncorvo/Freixo-de-Espada-à-Cinta/Mogadouro - 1 ind. reintroduzido na Andaluzia, marcado com radiotransmissor (Tranco), entrou em Portugal na Barca de Alva, indo até Torre de Moncorvo e saindo por Bemposta
Fundación Gypaetus, Vulture Conservation Foundation
Mapa de deslocações em: http://www.gypaetus.org/uploads/assets/file/6_%20Mapas%20localizaci%C3%B3n%20Junio%202011.pdf
Observação sujeita a homologação pelo Comité Português de Raridades.
Temos assim que a espécie foi registada em 3 distritos do continente: Castelo Branco, Guarda e Bragança (a primeira destas listas distritais já foi actualizada, as outras duas sê-lo-ão brevemente).
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25664
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Teve tão perto aqui de casa!!!!!!
Ele não sabe que temos aqui ossinhos dos bons
Abraço
João
Ele não sabe que temos aqui ossinhos dos bons
Abraço
João
João Ferreira- Número de Mensagens : 802
Idade : 52
Local : Vila Real
Data de inscrição : 21/12/2009
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
ele que venha até aqui á Bairrada!! Temos aqui uns ossinhos de Leitão só para ele!!
lol
lol
MMachado- Número de Mensagens : 83
Idade : 41
Local : Guimarães
Data de inscrição : 18/04/2011
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
MMachado escreveu:Temos aqui uns ossinhos de Leitão só para ele!!
lol
lol, acho que isto não vai lá com leitão.
Experimenta antes javali e talvez a coisa marche
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25664
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Olá Gonçalo,
julgo que não incluis espécies classificadas na categoria E nas listas distritais? Repara que todos os 3 indivíduos de Gypaetus referidos acima resultam de programas de reprodução em cativeiro, para posterior reintrodução, com aves incapacitadas provenientes de locais diversos como progenitores. Tanto cópula, como postura e eclosão ocorreram em cativeiro, com a posterior libertação das aves. Desta forma, estes indivíduos incluem-se na categoria E3, tal e qual uma espécie exótica, por mais estranho que possa parecer. O facto de pertencer à fauna ibérica não é relevante para a sua classificação e de facto, infelizmente não serão incluidos da categoria A da lista das aves de Portugal (permanecerá na categoria B). Esta é a uma situação semelhante à dos Geronticus eremita registados no Algarve.
O caso do Falco cherrug registado no ano passado faz lembrar esta situação, pela falta de observador no terreno e pelo uso de emissor GPS, mas esta ave tinha eclodido em liberdade (era fruto de "reprodução normal") e por isso inclui-se na categoria A da lista das aves de Portugal.
Abraço,
Rafael
julgo que não incluis espécies classificadas na categoria E nas listas distritais? Repara que todos os 3 indivíduos de Gypaetus referidos acima resultam de programas de reprodução em cativeiro, para posterior reintrodução, com aves incapacitadas provenientes de locais diversos como progenitores. Tanto cópula, como postura e eclosão ocorreram em cativeiro, com a posterior libertação das aves. Desta forma, estes indivíduos incluem-se na categoria E3, tal e qual uma espécie exótica, por mais estranho que possa parecer. O facto de pertencer à fauna ibérica não é relevante para a sua classificação e de facto, infelizmente não serão incluidos da categoria A da lista das aves de Portugal (permanecerá na categoria B). Esta é a uma situação semelhante à dos Geronticus eremita registados no Algarve.
O caso do Falco cherrug registado no ano passado faz lembrar esta situação, pela falta de observador no terreno e pelo uso de emissor GPS, mas esta ave tinha eclodido em liberdade (era fruto de "reprodução normal") e por isso inclui-se na categoria A da lista das aves de Portugal.
Abraço,
Rafael
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Olá Rafael,
A questão é pertinente. Na verdade não incluo as espécies da categoria E nas listas distritais.
No entanto, ocorre-me a seguinte dúvida: se os indivíduos ora libertados se começarem a reproduzir em liberdade, a espécie passa à categoria C, mais especificamente à categoria C5, ou não? Quer dizer, a partir do momento em que a espécie se reproduza no país vizinho como resultado de uma introdução, então as aves que por aqui ocorrem tanto podem ser E3 como C5... nem sei se será possível distinguir umas das outras...
O que dizes?
E já agora, para apimentar um pouco a coisa: a recente libertação de águias-pesqueiras em Alqueva faz com que esta espécie passe a ser E também, ou não?
1 abraço,
Gonçalo
A questão é pertinente. Na verdade não incluo as espécies da categoria E nas listas distritais.
No entanto, ocorre-me a seguinte dúvida: se os indivíduos ora libertados se começarem a reproduzir em liberdade, a espécie passa à categoria C, mais especificamente à categoria C5, ou não? Quer dizer, a partir do momento em que a espécie se reproduza no país vizinho como resultado de uma introdução, então as aves que por aqui ocorrem tanto podem ser E3 como C5... nem sei se será possível distinguir umas das outras...
O que dizes?
E já agora, para apimentar um pouco a coisa: a recente libertação de águias-pesqueiras em Alqueva faz com que esta espécie passe a ser E também, ou não?
1 abraço,
Gonçalo
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25664
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Exacto, se se reproduzir em liberdade e originar uma população viável (importante para considerar a população reprodutora como C3), os indivíduos comprovadamente daí resultantes observados em Portugal poderão ser C5. Caso a população de origem não seja ainda viável a espécie permanece em Espanha na categoria E2 (reprodução ocasional), sendo as aves vistas em Portugal na mesma E3. A questão é obviamente complexa a partir desse ponto, mesmo bastante (por exemplo, uma cria resultante de um casal misto como é? Não sei, nunca estudei o caso), contudo para já é relativamente simples de categorizar os presentes indivíduos, pelo que eu diria um problema de cada vez. Estas aves libertadas estão todas também marcadas com código de cores nas penas de voo (algumas primárias e/ou secundárias descoloridas permitindo um código individual) pelo que uma ave observada à distância poderá ainda assim ser identificada como procedente de cativeiro ou não (enquanto não mudar todas as penas de voo). A partir de certo ponto não se poderá distinguir mais nada, mas julgo que cada indivíduo será acompanhado de perto e essa situação está ainda longe.
De qualquer modo, para o observador menos preocupado com estes detalhes por vezes difíceis de compreender e até de tolerar (imagino que para a maioria dos observadores de aves este tema seja do maior desinteresse), o prazer de ver uma ave magnífica destas em liberdade deverá ser o mesmo seja ela proveniente de cativeiro ou selvagem. São detalhes burocráticos, mais do que outra coisa, que obedecem a uma lógica própria. Faço notar que estas categorias são internacionais (Europa pelo menos) e que não foram inventadas em Portugal.
As águias-pesqueiras do Alqueva são também E3 (para já), contudo a espécie está na mesma na categoria A, claro. A cat E não se sobrepõe à A, pois essa cat não faz parte da lista de espécies de Portugal, que inclui apenas espécies que ocorrem em estado selvagem de modo natural (A e B) e naturalizadas (C). São categorias complementares. A situação das Pandion é a mesma por que passaram os Porphyrio introduzidos no Baixo-Mondego.
Abraço,
Rafael
De qualquer modo, para o observador menos preocupado com estes detalhes por vezes difíceis de compreender e até de tolerar (imagino que para a maioria dos observadores de aves este tema seja do maior desinteresse), o prazer de ver uma ave magnífica destas em liberdade deverá ser o mesmo seja ela proveniente de cativeiro ou selvagem. São detalhes burocráticos, mais do que outra coisa, que obedecem a uma lógica própria. Faço notar que estas categorias são internacionais (Europa pelo menos) e que não foram inventadas em Portugal.
As águias-pesqueiras do Alqueva são também E3 (para já), contudo a espécie está na mesma na categoria A, claro. A cat E não se sobrepõe à A, pois essa cat não faz parte da lista de espécies de Portugal, que inclui apenas espécies que ocorrem em estado selvagem de modo natural (A e B) e naturalizadas (C). São categorias complementares. A situação das Pandion é a mesma por que passaram os Porphyrio introduzidos no Baixo-Mondego.
Abraço,
Rafael
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Exacto.
Mas agora repara nestes aspectos:
- Gypaetus - a espécie em Espanha está na categoria A; se daqui a uns anos for observado um indivíduo não marcado em território português, poderá não ser possível determinar se é proveniente de uma população natural (A), de uma população introduzida reprodutora (C) ou de uma largada (E)... Na volta a espécie ainda acaba na D
- Porphyrio - o exemplo é interessante; repara que quando foi largado no Mondego era E... actualmente a espécie já foi observada noutros distritos nos quais não existem provas de reprodução... é quase impossível avaliar todas as situações e parece-me impossível comprovar a origem de todos os indivíduos.
Dou-te mais um exemplo:
- Psittacula - está na categoria C. A espécie já foi observada em 14 distritos (falta apenas em Viana, Bragança, Guarda e Portalegre). Tenho dúvidas que se esteja a reproduzir nos 14 e mais dúvidas ainda que seja categoria C em todos eles. Mas como sabes a categoria é nacional e não regional ou distrital.
Isto para dizer o seguinte em relação às listas distritais: se eu for levar à letra a questão de não incluir aves da categoria E (nota que escrevi "aves" e não "espécies"), então seria necessário avaliar registo a registo a proveniência das aves, para todos os distritos. No caso dos anatídeos, psitacídeos, estrildídeos e ploceídeos, entre outros, isso seria especialmente complexo (por exemplo, Anser anser já está em 15 distritos, mas quantos deles não serão E?). Assim, por uma questão de ordem prática, as listas distritais incluem os registos das espécies que estão, a nível nacional, numa das outras categorias. É uma aproximação imperfeita, é certo, mas devemos ter presente que o objectivo daquelas listas é proporcionar aos interessados um guião sobre as aves que podem esperar encontrar na região. Procurámos referenciar todos os registos das espécies que são mais raras em cada distrito, de modo a que todas as observações possam ser adequadamente contextualizadas. O critério é discutível, mas com excepção de uma ou outra espécie tenho a convicção de que as listas distritais dão uma boa aproximação.
Nota também que incluímos alguns registos de espécies que não estão em categoria alguma (exemplos Circus macrourus, Geothlypis trichas) mas para as quais existe expectativa legítica de virem a estar numa das categorias principais - A, neste caso.
1 abraço,
Gonçalo
Mas agora repara nestes aspectos:
- Gypaetus - a espécie em Espanha está na categoria A; se daqui a uns anos for observado um indivíduo não marcado em território português, poderá não ser possível determinar se é proveniente de uma população natural (A), de uma população introduzida reprodutora (C) ou de uma largada (E)... Na volta a espécie ainda acaba na D
- Porphyrio - o exemplo é interessante; repara que quando foi largado no Mondego era E... actualmente a espécie já foi observada noutros distritos nos quais não existem provas de reprodução... é quase impossível avaliar todas as situações e parece-me impossível comprovar a origem de todos os indivíduos.
Dou-te mais um exemplo:
- Psittacula - está na categoria C. A espécie já foi observada em 14 distritos (falta apenas em Viana, Bragança, Guarda e Portalegre). Tenho dúvidas que se esteja a reproduzir nos 14 e mais dúvidas ainda que seja categoria C em todos eles. Mas como sabes a categoria é nacional e não regional ou distrital.
Isto para dizer o seguinte em relação às listas distritais: se eu for levar à letra a questão de não incluir aves da categoria E (nota que escrevi "aves" e não "espécies"), então seria necessário avaliar registo a registo a proveniência das aves, para todos os distritos. No caso dos anatídeos, psitacídeos, estrildídeos e ploceídeos, entre outros, isso seria especialmente complexo (por exemplo, Anser anser já está em 15 distritos, mas quantos deles não serão E?). Assim, por uma questão de ordem prática, as listas distritais incluem os registos das espécies que estão, a nível nacional, numa das outras categorias. É uma aproximação imperfeita, é certo, mas devemos ter presente que o objectivo daquelas listas é proporcionar aos interessados um guião sobre as aves que podem esperar encontrar na região. Procurámos referenciar todos os registos das espécies que são mais raras em cada distrito, de modo a que todas as observações possam ser adequadamente contextualizadas. O critério é discutível, mas com excepção de uma ou outra espécie tenho a convicção de que as listas distritais dão uma boa aproximação.
Nota também que incluímos alguns registos de espécies que não estão em categoria alguma (exemplos Circus macrourus, Geothlypis trichas) mas para as quais existe expectativa legítica de virem a estar numa das categorias principais - A, neste caso.
1 abraço,
Gonçalo
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25664
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Olá mais uma vez,
as categorias são de facto nacionais, sendo que se considera sub-divisões para as regiões autónomas. Não estou a comentar qualquer aspecto relacionado com a inclusão desta ou daquela espécie nas listas distritais, tema com o qual este assunto não está directamente relacionado (é uma iniciativa tua, pelo que saberás a melhor forma de o fazer). A atribuição das categorias nacionais é uma tarefa a que o CPR se dedica por ser uma responsabilidade sua, a partir do momento em que é membro da AERC. A questão que aqui importa penso eu é só se estes registos de Gypaetus poderão vir a ser incluidos noutra categoria que não a E. A resposta é não. Como dizes, é possível que o cenário que se desenha é o da inclusão futura da espécie na cat D, mas as coisas dão muitas voltas e há outras possibilidades.
Porphyrio: não é o estatuto do indivíduo mas da população. Um indivíduo não pode pertencer a uma cat C se não houver uma população por trás. Neste momento os limites estão diluidos, mas a população com origem em cativeiro existe e parece-me interessante/relevante que isso seja assinalado para que se compreenda a realidade da espécie.
Referi o problema dos Gypaetus serem E3 pois recordei-me que retiraste espécies como o faisão por essa razão, apesar de no caso dessa espécie haver até casos de reprodução em liberdade (E2).
Abraço,
Rafael
as categorias são de facto nacionais, sendo que se considera sub-divisões para as regiões autónomas. Não estou a comentar qualquer aspecto relacionado com a inclusão desta ou daquela espécie nas listas distritais, tema com o qual este assunto não está directamente relacionado (é uma iniciativa tua, pelo que saberás a melhor forma de o fazer). A atribuição das categorias nacionais é uma tarefa a que o CPR se dedica por ser uma responsabilidade sua, a partir do momento em que é membro da AERC. A questão que aqui importa penso eu é só se estes registos de Gypaetus poderão vir a ser incluidos noutra categoria que não a E. A resposta é não. Como dizes, é possível que o cenário que se desenha é o da inclusão futura da espécie na cat D, mas as coisas dão muitas voltas e há outras possibilidades.
Porphyrio: não é o estatuto do indivíduo mas da população. Um indivíduo não pode pertencer a uma cat C se não houver uma população por trás. Neste momento os limites estão diluidos, mas a população com origem em cativeiro existe e parece-me interessante/relevante que isso seja assinalado para que se compreenda a realidade da espécie.
Referi o problema dos Gypaetus serem E3 pois recordei-me que retiraste espécies como o faisão por essa razão, apesar de no caso dessa espécie haver até casos de reprodução em liberdade (E2).
Abraço,
Rafael
Re: ESPÉCIE: Quebra-ossos (Gypaetus barbatus)
Concordo que a questão é complexa.
O mesmo se pode dizer, aliás, em relação aos galeirões-de-crista com colar, que também são de populações E, não é verdade?
O mesmo se pode dizer, aliás, em relação aos galeirões-de-crista com colar, que também são de populações E, não é verdade?
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25664
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
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