A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
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Re: A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
Hugo, isso é uma boa pergunta! Mas acho que não haverá uma resposta inequívoca. Ou pelo menos não haverá consenso em relação a ela, como deves estar à espera...
Relativamente à utilização de comedouros/bebedouros para atrair as aves não ter influência na sua "vida habitual" não sei se será assim tão linear... No que respeita à utilização dos sons, houve há uns tempos uma discussão aqui bastante interessante sobre isso, que começou precisamente com um caso de utilização de sons para fotografar uma Carriça. Não consegui encontrar o post... Se alguém conseguir que o desenterre!
José, uma pergunta: qual é a diferença entre o comedouro (p.ex) aparecer ou não?
Relativamente à utilização de comedouros/bebedouros para atrair as aves não ter influência na sua "vida habitual" não sei se será assim tão linear... No que respeita à utilização dos sons, houve há uns tempos uma discussão aqui bastante interessante sobre isso, que começou precisamente com um caso de utilização de sons para fotografar uma Carriça. Não consegui encontrar o post... Se alguém conseguir que o desenterre!
José, uma pergunta: qual é a diferença entre o comedouro (p.ex) aparecer ou não?
Camilo Carneiro- Número de Mensagens : 124
Idade : 37
Data de inscrição : 22/09/2008
Re: A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
Pois, eu tb não tenho uma opinião bem formada acerca do assunto, estou à espera de ouvir mais opiniões. Quanto ao tópico que falas-te:
https://aves.forumeiros.com/t2835-uso-de-gravacoes-para-atrair-as-aves
https://aves.forumeiros.com/t2835-uso-de-gravacoes-para-atrair-as-aves
Última edição por HL em Seg Fev 06, 2012 12:48 pm, editado 1 vez(es)
Re: A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
A diferença está em aparecer ou não elementos humanos, o que tira o "natural" que se pretender passar.Camilo Carneiro escreveu:
José, uma pergunta: qual é a diferença entre o comedouro (p.ex) aparecer ou não?
Podem argumentar que isso é tentar tapar os olhos, mas acreditem que a grande maioria das boas fotos são conseguidas assim. Um bom exemplo é os abrigos para fotografar necrófagas, o qual é utilizado o alimentador para as atrair e conseguir-se as boas fotos.
Re: A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
No caso dos alimentadores a situação é diferente dos comedouros. Os alimentadores foram criados com o objectivo de fornecer alimento às aves , e não com o objectivo de permitir a aproximação humana para fotografar as aves necrófagas (apesar de poderem ser aproveitados para esse efeito).
Esqueci-me de acrescentar, que os comedouros apesar de também terem a função de alimentar aves, na maioria das vezes são construidos com o objetivo de atrair as aves para os jardins, quintais, etc.
Esqueci-me de acrescentar, que os comedouros apesar de também terem a função de alimentar aves, na maioria das vezes são construidos com o objetivo de atrair as aves para os jardins, quintais, etc.
Re: A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
Não acho se seja muito diferente, é aproveitar uma situação criada artificialmente para se conseguir fotografar com mais proximidade.
Mas posso dar vários exemplos de profissionais que usam comedouros para fotografar, este por exemplo.
http://exposureroom.com/members/douggardner/9749324ffd3a412282650e3a8136e32d/
ou este
http://www.javiermilla.es/camuflaje/index.htm
Mas posso dar vários exemplos de profissionais que usam comedouros para fotografar, este por exemplo.
http://exposureroom.com/members/douggardner/9749324ffd3a412282650e3a8136e32d/
ou este
http://www.javiermilla.es/camuflaje/index.htm
Re: A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
Para mim, não é por fotógrafos de renome, que tiram grandes fotos e tal, usarem decoys ou chamamentos ou comedouros, que isso faz com que as fotos deles sejam ou não consideradas fotografia de natureza.
Relativamente aos elementos humanos aparecerem ou não para definir uma fotografia de natureza é +- subjectivo, certo?
Esta será considerada fotografia de natureza?
e esta?
na segunda existe um elemento humano, mas eu não o coloquei ali, nem utilizei qualquer tipo de "artimanha" para o bicho se aproximar ou eu dele.
Semelhante me parece o caso de fotografias de Delichon urbicum a entrarem ou saírem do ninho nos beirais das casas. Serão fotografias de natureza?
Relativamente aos elementos humanos aparecerem ou não para definir uma fotografia de natureza é +- subjectivo, certo?
Esta será considerada fotografia de natureza?
e esta?
na segunda existe um elemento humano, mas eu não o coloquei ali, nem utilizei qualquer tipo de "artimanha" para o bicho se aproximar ou eu dele.
Semelhante me parece o caso de fotografias de Delichon urbicum a entrarem ou saírem do ninho nos beirais das casas. Serão fotografias de natureza?
Camilo Carneiro- Número de Mensagens : 124
Idade : 37
Data de inscrição : 22/09/2008
Re: A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
@José
Digo que é diferente no fim para o qual foram criados. Concordo que em ambos os casos são condições artificiais, que podem ser usadas para permitir uma maior aproximação aos animais.
@Camilo
Se calhar o melhor é perguntar o que é fotografia de natureza, e qual o seu objectivo?
Se o objectivo for apenas registar os animais parece-me que usar os iscos serve perfeitamente para esse fim. Se por outro lado, o objectivo, for registar o comportamento e o habitat desse animal não estaremos a mascarar o verdadeiro comportamento e habitat?
Penso que os elementos humanos podem fazer parte da fotografia da natureza. A meu ver comedouros/chamamentos não permitem uma maior aproximação, ou seja, não é o fotografo que se desloca até ao animal mas vice-versa.
Reconheço que é impossível isolarmo-nos por inteiro do animal que estamos a fotografar, contudo, o nossa influencia deveria ser reduzida ao mínimo possível. Ou não? Qual é a vossa opinião?
(entretanto, estamos a fugir ao tema inicial do tópico )
Digo que é diferente no fim para o qual foram criados. Concordo que em ambos os casos são condições artificiais, que podem ser usadas para permitir uma maior aproximação aos animais.
@Camilo
Se calhar o melhor é perguntar o que é fotografia de natureza, e qual o seu objectivo?
Se o objectivo for apenas registar os animais parece-me que usar os iscos serve perfeitamente para esse fim. Se por outro lado, o objectivo, for registar o comportamento e o habitat desse animal não estaremos a mascarar o verdadeiro comportamento e habitat?
Penso que os elementos humanos podem fazer parte da fotografia da natureza. A meu ver comedouros/chamamentos não permitem uma maior aproximação, ou seja, não é o fotografo que se desloca até ao animal mas vice-versa.
Reconheço que é impossível isolarmo-nos por inteiro do animal que estamos a fotografar, contudo, o nossa influencia deveria ser reduzida ao mínimo possível. Ou não? Qual é a vossa opinião?
(entretanto, estamos a fugir ao tema inicial do tópico )
Re: A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
Viva,
Embora não concorde nem com a utilização de gravações nem com comedouros apenas com o intuito de observar ou fotografar determinada ave, compreendo que seja algo "normal". Há quem pague para observar tubarões no seu meio natural atraindo-os com engodo, há quem pague para observar aves marinhas também com engodo.. É sem dúvida uma distorção do que é verdadeiramente observar um animal selvagem, no caso que refiro, a alimentar-se.
Lembro-me de ouvir uma entrevista a Daniel Pinheiro, autor do documentário "Mondego", referir que a filmagem do melro de água demorou quase uma semana. Julgo que este feito apenas enriquece o seu trabalho.
Penso que em relação ao que se está a discutir, cada um tirará satisfação com os métodos que utilizar. No meu caso, acredito que é muito mais gratificante encontrar e observar um frenesim alimentar em pleno oceano onde é possível observar golfinhos, atuns, várias espécies de pardelas, paínhos, gaivotas, moleiros, etc.
Embora não concorde nem com a utilização de gravações nem com comedouros apenas com o intuito de observar ou fotografar determinada ave, compreendo que seja algo "normal". Há quem pague para observar tubarões no seu meio natural atraindo-os com engodo, há quem pague para observar aves marinhas também com engodo.. É sem dúvida uma distorção do que é verdadeiramente observar um animal selvagem, no caso que refiro, a alimentar-se.
Lembro-me de ouvir uma entrevista a Daniel Pinheiro, autor do documentário "Mondego", referir que a filmagem do melro de água demorou quase uma semana. Julgo que este feito apenas enriquece o seu trabalho.
Penso que em relação ao que se está a discutir, cada um tirará satisfação com os métodos que utilizar. No meu caso, acredito que é muito mais gratificante encontrar e observar um frenesim alimentar em pleno oceano onde é possível observar golfinhos, atuns, várias espécies de pardelas, paínhos, gaivotas, moleiros, etc.
tiago_sa- Número de Mensagens : 114
Idade : 41
Local : Faro
Data de inscrição : 05/01/2012
Re: A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
Fotografia de natureza tanto é mostrar o animal, planta ou paisagem em si, como pode ser a sua ligação ao meio natural, depende do fim a que se destina a fotografia, mas creio que a pergunta não foi essa...
Creio que era se a utilização de comedouros pode ser considerada fotografia de natureza.
Na minha ideia pode. Mas isso é a minha ideia e pelo que sei, de muitos outros, com nome ou não... Pelo menos as fotos que eles tiram são vistas como "de natureza".
Camilo, o que me referia era a ver-se estruturas humanas com o fim de atrair as espécies, não estruturas já existentes.
Creio que era se a utilização de comedouros pode ser considerada fotografia de natureza.
Na minha ideia pode. Mas isso é a minha ideia e pelo que sei, de muitos outros, com nome ou não... Pelo menos as fotos que eles tiram são vistas como "de natureza".
Camilo, o que me referia era a ver-se estruturas humanas com o fim de atrair as espécies, não estruturas já existentes.
Re: A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
Na minha visão, o termo fotografia de natureza é bastante generalista, reside nele um verdadeiro universo de possibilidades, tão complexo como a própria natureza ou a capacidade humana para a interpretar. A complexidade não tem limite, tal como o conhecimento e a própria arte.
A importância de uma imagem pode residir num fim extremamente simples, podendo ser ela um mero instrumento, ou ir bastante mais longe.
É um tema muito vasto, onde poderão misturar-se as mais diversas visões, os mais diversos níveis de cultura e consequentemente os mais variados equívocos.
Há também toda uma variedade de opiniões que tentam convergir rumos distintos ao termo. Uns artistas/apreciadores dão mais destaque à concepção técnica, outros à verdade de execução e/ou rigor científico, outros à miscelânea artística de uma foto independentemente da realidade do objecto e ambiente onde se insere. Ou o inverso.
Considerando um fotógrafo que domine minimamente cada um destes subtemas, na minha opinião deve saber jogá-los na sua fotografia e até tentar expandir o seu conhecimento. Apesar de nem todos dominarem de modo idêntico o vasto universo de possibilidades e interpretações, quer em fotografia quer em natureza (se é que alguem domina), dependendo da aprendizagem e experiência.
À parte da sorte/acaso no terreno, da qualidade do equipamento, etc., deduz-se talvez que a melhor fotografia surgirá de quem melhor souber usar o seu leque de conhecimentos, experiência e sensíbilidade artística.
A capacidade do "publico em geral" em apreciar fotografia ou natureza também manda nisto, apesar de o fotógrafo dever orientar esse caminho. Um autor pode criar uma foto apenas para si, ou pode cria-la no objectivo de a transmitir a outrem, uma mensagem.
Não esquecer que existe também a possibilidade de vincular uma mengagem a uma foto, se vocacionada a tal (seja um texto, etc). Em princípio, quanto mais fiel for esta mensagem à realidade (ou à realidade pretendida de acordo com boa vocação da foto), melhor uma imagem poderá transmitir mensagem.
Por fim (ou antes de tudo!) há a considerar todas as questões éticas que envolvem o "conseguir uma fotografia".
A importância de uma imagem pode residir num fim extremamente simples, podendo ser ela um mero instrumento, ou ir bastante mais longe.
É um tema muito vasto, onde poderão misturar-se as mais diversas visões, os mais diversos níveis de cultura e consequentemente os mais variados equívocos.
Há também toda uma variedade de opiniões que tentam convergir rumos distintos ao termo. Uns artistas/apreciadores dão mais destaque à concepção técnica, outros à verdade de execução e/ou rigor científico, outros à miscelânea artística de uma foto independentemente da realidade do objecto e ambiente onde se insere. Ou o inverso.
Considerando um fotógrafo que domine minimamente cada um destes subtemas, na minha opinião deve saber jogá-los na sua fotografia e até tentar expandir o seu conhecimento. Apesar de nem todos dominarem de modo idêntico o vasto universo de possibilidades e interpretações, quer em fotografia quer em natureza (se é que alguem domina), dependendo da aprendizagem e experiência.
À parte da sorte/acaso no terreno, da qualidade do equipamento, etc., deduz-se talvez que a melhor fotografia surgirá de quem melhor souber usar o seu leque de conhecimentos, experiência e sensíbilidade artística.
A capacidade do "publico em geral" em apreciar fotografia ou natureza também manda nisto, apesar de o fotógrafo dever orientar esse caminho. Um autor pode criar uma foto apenas para si, ou pode cria-la no objectivo de a transmitir a outrem, uma mensagem.
Não esquecer que existe também a possibilidade de vincular uma mengagem a uma foto, se vocacionada a tal (seja um texto, etc). Em princípio, quanto mais fiel for esta mensagem à realidade (ou à realidade pretendida de acordo com boa vocação da foto), melhor uma imagem poderá transmitir mensagem.
Por fim (ou antes de tudo!) há a considerar todas as questões éticas que envolvem o "conseguir uma fotografia".
Última edição por Paulo Lemos em Ter Fev 07, 2012 3:06 pm, editado 1 vez(es)
Paulo Lemos- Número de Mensagens : 1656
Local : Caldas da Rainha
Data de inscrição : 29/01/2012
Re: A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
Agora incluindo uma conclusão on-topic:
É importante considerar que certos fotógrafos ou amantes da natureza conseguem, através de percepção e experiência, detectar indícios comportamentais ou ambientais que revelam o verdadeiro contexto de fotos enganosamente apresentadas como espontâneas.
Daí que importa haver algum realismo e fidelidade nas fotos pensadas para esse tipo de exposição.
Uma foto de um animal na minha mão pode ser "fotografia de natureza": a foto não engana quanto a espontaneidade relativa do momento e a uma manipulação assumida: eu peguei no bicho e fotografei-o assim.
Uma foto de ave anilhada, ainda na mão do anilhador durante os seus movimentos normais, pode ser "de natureza espontânea".
Uma foto de natureza absolutamente espontânea pode também incluir o ambiente humano, o actual e verdadeiro nicho de uma espécie nos seus movimentos livres.
Etc...
Caso haja pretensão de "fabricar" fotos para apresentação de um animal no seu ambiente natural, é preciso saber como.
Talvez seja possível (e é) obter uma foto por processo provocado, que iluda perfeitamente. Contudo muitos poderão achar discutível (a meu ver este tipo de foto nunca terá o valor de uma espontânea, mas se desempenha a sua função).
O tratamento/edição das fotos implica cuidados semelhantes (fidelidade relativa), em especial se visam por exemplo minimizar indícios de manipulação.
É importante considerar que certos fotógrafos ou amantes da natureza conseguem, através de percepção e experiência, detectar indícios comportamentais ou ambientais que revelam o verdadeiro contexto de fotos enganosamente apresentadas como espontâneas.
Daí que importa haver algum realismo e fidelidade nas fotos pensadas para esse tipo de exposição.
Uma foto de um animal na minha mão pode ser "fotografia de natureza": a foto não engana quanto a espontaneidade relativa do momento e a uma manipulação assumida: eu peguei no bicho e fotografei-o assim.
Uma foto de ave anilhada, ainda na mão do anilhador durante os seus movimentos normais, pode ser "de natureza espontânea".
Uma foto de natureza absolutamente espontânea pode também incluir o ambiente humano, o actual e verdadeiro nicho de uma espécie nos seus movimentos livres.
Etc...
Caso haja pretensão de "fabricar" fotos para apresentação de um animal no seu ambiente natural, é preciso saber como.
Talvez seja possível (e é) obter uma foto por processo provocado, que iluda perfeitamente. Contudo muitos poderão achar discutível (a meu ver este tipo de foto nunca terá o valor de uma espontânea, mas se desempenha a sua função).
O tratamento/edição das fotos implica cuidados semelhantes (fidelidade relativa), em especial se visam por exemplo minimizar indícios de manipulação.
Última edição por Paulo Lemos em Ter Fev 07, 2012 2:56 pm, editado 1 vez(es)
Paulo Lemos- Número de Mensagens : 1656
Local : Caldas da Rainha
Data de inscrição : 29/01/2012
Re: A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
Tenho andado a ler, e por mais que concorde com uma ideia romantica de nós sermos meros espectadores da natureza e fazer fotos de registo sem usos de chamarizes, como uma corrente mais fundamentalista e radicalista da ecologia e biologia professaria, sou forçado a discordar desta aproximação. Por experiencia própria sou forçado a dizer que, embora para as aves seja possivel nós fazer observações e fotografias oportunistas, muitas vezes com qualidade de mero registo, outras um pouco mais. Para se conseguir fotografias de qualidade aceitavel, com uma regularidade que nos capacite a produção de fotografias com qualidade artistica, e porventura comercial, quer isto dizer, sem desfoques, com definição e sem ruido, somos forçados a valer-nos de comedouros, sons, e até de animais empalhados/plastico, abrigos, camuflado etc. Talvez o uso de todos estes meios seja meio overkill quando se fala em aves de jardim, mas assim que começamos a pensar em rapinas, patos, e outras aves mais esquivas, lá se vai essa politica radicalista de não interferencia, até porque o preço do digiscoping é ainda proibitivo, com resultados questionáveis a menos que sejam feitos por mestres como o Faisca e outros expoentes da fotografia nacional como o pessoal da Natugrafia, e mesmo com o Digiscoping de boa qualidade, nada bate uma foto feita com uma DSLR com um bom vidro a pouca distancia... Há detalhes que nenhum diascope, por melhor que seja, consegue mostrar actualmente... E nem me façam falar quando estamos a tentar fotografar mamiferos no mato, aí, sem comedouros abrigos, e engodos de cheiro, esquece...Ando há semanas atrás de uma rapousa que tem toca aqui na zona, e a sacaninha é pior que o homem invisivel, e olhem que até já montei um abrigo permanente na zona onde ela costuma passar e apenas consegui partes do corpo cortadas, ainda não consegui uma foto digna de ser chamada isso...
Depois temos também que ver outra coisa, há sujeitos que não precisamos de engodar para conseguir fotografias, outros que não temos forma de os fotografar sem engodar, isso e os métodos de engodo e épocas em que é feito, não cabe na cabeça de ninguém ir perturbar casais de aves na época da reprodução com cantos adicionais, quando muito pode-se usar sementes e comida, bebedouros nas épocas de calor, cantos quando e onde não seja lesivo para os ritos nupciais. É uma questão de adaptar os meios á situação. E acima de tudo ter responsabilidade e honestidade intelectual.
Penso que a questão do uso de meios auxiliares de captura de fotografias é de longe preferivel a não se conseguir a fotografia, pois, é nossa obrigação enquanto observadores da natureza, partilhar o que observamos/fotografamos com as pessoas em nossa volta. Pois tal como o David Attenborough uma vez disse, as pessoas apenas respeitam e conservam o que conhecem. E digamos de passagem, os europeus, em especial os portugueses, conhecem melhor a fauna e flora africana e sul americana do que conhecem a fauna e flora nacional, pelo que urge que mudemos um pouco esta situação, com material fotográfico e de video de boa qualidade. Como esperam que as classes etárias mais jovens respeitem o munda natural a nivel ibérico, se para elas, o mato é um sitio com bichos feios, silvas e sem interesse? Quando muito conhecem o Bambi e pensam que as galinhas veêm do intermarché... Estupidamente isto não é hipotético ou anedótico, é real... Nos ultimos 20 a 30 anos houve uma completa desconecção entre a opinião publica e percepção social, e os nossos matos, florestas, sapais, pauis e campos. O que está á nossa porta é visto como sem interesse/valor, e apenas os elefantes, zebras, leões e hienas têm valor, um pouco por culpa dos meios de comunicação social, mas principalmente pelas instituições de ensino basico e secundário que não investem na area, visto ser muito mais importante ensinar Pessoa, Camões, Cesário Verde, e não esqueçamos o Saramago!... Vêm-se mais visitas de estudo ao Zoo de lisboa e Zoomarine do Algarve que vemos ao CRLI, á Tapada de Mafra, ao Paul de Boquilobo e outros sitios onde os jovens podem aprender acerca da nossa interessante fauna...
Penso que em vez de andarmos a debater se é certo ou errado o uso de engodos, é bem mais prioritário debater o que podemos fazer para elucidar a sociedade acerca da nossa fauna e flora, começando pelos que estão á nossa volta, e mais tarde os que estão mais longe, mas para isso precisamos de material de qualidade, e não somente clicks de registo, sem qualidade suficiente para algo mais alargado que consumo pessoal.
Não raras vezes sou abordado por colegas do emprego, amigos e conhecidos com quem partilho as minhas fotos, que me dizem que nunca imaginaram que havia bicharada como a que fotografo, cá em Portugal. Outros perguntam-me, onde consigo as mesmas... Isto é a meu ver, já por si, uma grande victória, pois aumento o interesse, e quem sabe aumentar a percepção dos que estão á minha volta para os temas da conservação que tanto urge conseguir por cá...
Para além disso, podem ficar descansados que não é por se dar alguma alpista/sementes a meia duzia de verdelhões/pintassilgos/outros passeriformes que vamos trazer algum mal ao mundo natural... Mesmo alimentar rapinas com ratos, carcaças e coelhos acaba por ter um certo efeito benefico, quando feito com tino, e em épocas de escassez.
Mas agora se formos puritanos, aí não temos nada disso, mas penso que nessa altura, estaremos mais interessados na questão da observação e não tanto com a fotografia. É uma questão de prioridades.
Certo ou errado, porventura os biologos profissionais, os meninos mimados do ICNB(não me refiro á totalidade dos membros deste organismo, mas quem tiver lidado com este organismo, vai perceber o que quis dizer, afinal de contas há lá gente que parece pensar que existem coutadas pessoais e privadas do ICNB, assim como há lá outros que são gente exemplar e por quem nutro o maior respeito), e outros puritanos irão clamar pelo não uso destes metodos de auxilio, mas se tanto os senhores da NGS, BBC entre outros organismos documentais, fazem um uso ostensivo destas técnicas quem sou eu para os criticar? É sabido que têm práticas bem mais reprováveis e não é por isso que são sancionados, ou apontados...
Eu, como nem trabalho profissionalmente ou académicamente na area da Biologia/ecologia, tomo uma posição neutra em relação á coisa, sei que funciona, e aconselho vivamente o seu uso, mediante condicionantes especificas, e uso de responsabildade em muito abundante quantidade, no entanto sou forçado a condenar o seu uso abusivo e lesivo para a fauna e flora.
Quanto ao tratamento das imagens, mantenho a minha opinião inicial, não se consegue fotografias de qualidade excelente, e comerciaveis sem algum tratamento, por melhores que forem as fotografias de partida... Uma coisa são as fotografias de registo que abundam por cá no forum, mas assim que queremos começar a ver fotografias da qualidade das que o Bruno Calha e outros masterminds da Natugrafia, temos que ter fotos de qualidade á partida, e depois ainda as melhorar mais no Photoshop...
Isto é meramente a minha opinião acerca do uso de engodos, decerto outros mais informados que eu, e com formação na area saberão esclarecer-nos melhor, afinal de contas não sou o dono da verdade.
Depois temos também que ver outra coisa, há sujeitos que não precisamos de engodar para conseguir fotografias, outros que não temos forma de os fotografar sem engodar, isso e os métodos de engodo e épocas em que é feito, não cabe na cabeça de ninguém ir perturbar casais de aves na época da reprodução com cantos adicionais, quando muito pode-se usar sementes e comida, bebedouros nas épocas de calor, cantos quando e onde não seja lesivo para os ritos nupciais. É uma questão de adaptar os meios á situação. E acima de tudo ter responsabilidade e honestidade intelectual.
Penso que a questão do uso de meios auxiliares de captura de fotografias é de longe preferivel a não se conseguir a fotografia, pois, é nossa obrigação enquanto observadores da natureza, partilhar o que observamos/fotografamos com as pessoas em nossa volta. Pois tal como o David Attenborough uma vez disse, as pessoas apenas respeitam e conservam o que conhecem. E digamos de passagem, os europeus, em especial os portugueses, conhecem melhor a fauna e flora africana e sul americana do que conhecem a fauna e flora nacional, pelo que urge que mudemos um pouco esta situação, com material fotográfico e de video de boa qualidade. Como esperam que as classes etárias mais jovens respeitem o munda natural a nivel ibérico, se para elas, o mato é um sitio com bichos feios, silvas e sem interesse? Quando muito conhecem o Bambi e pensam que as galinhas veêm do intermarché... Estupidamente isto não é hipotético ou anedótico, é real... Nos ultimos 20 a 30 anos houve uma completa desconecção entre a opinião publica e percepção social, e os nossos matos, florestas, sapais, pauis e campos. O que está á nossa porta é visto como sem interesse/valor, e apenas os elefantes, zebras, leões e hienas têm valor, um pouco por culpa dos meios de comunicação social, mas principalmente pelas instituições de ensino basico e secundário que não investem na area, visto ser muito mais importante ensinar Pessoa, Camões, Cesário Verde, e não esqueçamos o Saramago!... Vêm-se mais visitas de estudo ao Zoo de lisboa e Zoomarine do Algarve que vemos ao CRLI, á Tapada de Mafra, ao Paul de Boquilobo e outros sitios onde os jovens podem aprender acerca da nossa interessante fauna...
Penso que em vez de andarmos a debater se é certo ou errado o uso de engodos, é bem mais prioritário debater o que podemos fazer para elucidar a sociedade acerca da nossa fauna e flora, começando pelos que estão á nossa volta, e mais tarde os que estão mais longe, mas para isso precisamos de material de qualidade, e não somente clicks de registo, sem qualidade suficiente para algo mais alargado que consumo pessoal.
Não raras vezes sou abordado por colegas do emprego, amigos e conhecidos com quem partilho as minhas fotos, que me dizem que nunca imaginaram que havia bicharada como a que fotografo, cá em Portugal. Outros perguntam-me, onde consigo as mesmas... Isto é a meu ver, já por si, uma grande victória, pois aumento o interesse, e quem sabe aumentar a percepção dos que estão á minha volta para os temas da conservação que tanto urge conseguir por cá...
Para além disso, podem ficar descansados que não é por se dar alguma alpista/sementes a meia duzia de verdelhões/pintassilgos/outros passeriformes que vamos trazer algum mal ao mundo natural... Mesmo alimentar rapinas com ratos, carcaças e coelhos acaba por ter um certo efeito benefico, quando feito com tino, e em épocas de escassez.
Mas agora se formos puritanos, aí não temos nada disso, mas penso que nessa altura, estaremos mais interessados na questão da observação e não tanto com a fotografia. É uma questão de prioridades.
Certo ou errado, porventura os biologos profissionais, os meninos mimados do ICNB(não me refiro á totalidade dos membros deste organismo, mas quem tiver lidado com este organismo, vai perceber o que quis dizer, afinal de contas há lá gente que parece pensar que existem coutadas pessoais e privadas do ICNB, assim como há lá outros que são gente exemplar e por quem nutro o maior respeito), e outros puritanos irão clamar pelo não uso destes metodos de auxilio, mas se tanto os senhores da NGS, BBC entre outros organismos documentais, fazem um uso ostensivo destas técnicas quem sou eu para os criticar? É sabido que têm práticas bem mais reprováveis e não é por isso que são sancionados, ou apontados...
Eu, como nem trabalho profissionalmente ou académicamente na area da Biologia/ecologia, tomo uma posição neutra em relação á coisa, sei que funciona, e aconselho vivamente o seu uso, mediante condicionantes especificas, e uso de responsabildade em muito abundante quantidade, no entanto sou forçado a condenar o seu uso abusivo e lesivo para a fauna e flora.
Quanto ao tratamento das imagens, mantenho a minha opinião inicial, não se consegue fotografias de qualidade excelente, e comerciaveis sem algum tratamento, por melhores que forem as fotografias de partida... Uma coisa são as fotografias de registo que abundam por cá no forum, mas assim que queremos começar a ver fotografias da qualidade das que o Bruno Calha e outros masterminds da Natugrafia, temos que ter fotos de qualidade á partida, e depois ainda as melhorar mais no Photoshop...
Isto é meramente a minha opinião acerca do uso de engodos, decerto outros mais informados que eu, e com formação na area saberão esclarecer-nos melhor, afinal de contas não sou o dono da verdade.
Telmo Ribeiro- Número de Mensagens : 301
Idade : 39
Local : Cartaxo
Data de inscrição : 15/05/2011
Re: A importancia de um bom tratamento das vossas fotos.
Acho importante alguém que saiba defenir o que é realmente fotografia de natureza!
Assim será mais fácil encontrar uma resposta!
Se não puder incluir na foto nada que seja humano,então não há nenhuma pois a máquina fotográfica é "humana".
O comedouro penso que é artificial "em demasia". Mas certas aves fazem comedouro de tudo o que encontram mas é mesmo do seu comportamento base (pardais P.Ex.)
Tive a ler o tópico do uso de gravações para atrair as aves e sinceramente pensava que isso éra coisa que já não se usava!
O meu bom senso diz me que nunca se deve utilizar...é tudo o que tenho a dizer!
Abraço Luscinia
Assim será mais fácil encontrar uma resposta!
Se não puder incluir na foto nada que seja humano,então não há nenhuma pois a máquina fotográfica é "humana".
O comedouro penso que é artificial "em demasia". Mas certas aves fazem comedouro de tudo o que encontram mas é mesmo do seu comportamento base (pardais P.Ex.)
Tive a ler o tópico do uso de gravações para atrair as aves e sinceramente pensava que isso éra coisa que já não se usava!
O meu bom senso diz me que nunca se deve utilizar...é tudo o que tenho a dizer!
Abraço Luscinia
Luscinia Megarhynchos- Número de Mensagens : 1446
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Local : Peraboa-Covilha
Data de inscrição : 09/07/2011
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