Maritimas

Pelas fotos a Hyper parece claramente o individuo que foi fotografado no estuário do Douro (e que foi identificado inicialmente como polar), mas não é a mesma de Peniche, portanto este inverno vamos em 3 Hyper e 3-4 Glauco, mais um bando de Argentatus, não está mal, fazia falta uma mais rara, mas pronto, já dá para o gasto.

pedro121 escreveu:Pelas fotos a Hyper parece claramente o individuo que foi fotografado no estuário do Douro (e que foi identificado inicialmente como polar), mas não é a mesma de Peniche, portanto este inverno vamos em 3 Hyper e 3-4 Glauco, mais um bando de Argentatus, não está mal, fazia falta uma mais rara, mas pronto, já dá para o gasto.

Sim, e é muita coincidência alegadamente ter sido visto por lá na companhia de uma glaucoides... e 2 dias depois o Inocêncio encontra o par em Angeiras.
Onde viste a fotografia da ave no estuário do douro Pedro???

Helder Vieira escreveu:
Sim, e é muita coincidência alegadamente ter sido visto por lá na companhia de uma glaucoides... e 2 dias depois o Inocêncio encontra o par em Angeiras.
Onde viste a fotografia da ave no estuário do douro Pedro???

http://www.flickr.com/photos/jocasi69/8502689971/in/pool-aves_de_portugal/

Ela foi inicialmente id como glauco.

pedro121 escreveu:

http://www.flickr.com/photos/jocasi69/8502689971/in/pool-aves_de_portugal/

Ela foi inicialmente id como glauco.

Ok Pedro, obrigado. Tenho de passar mais vezes pelo flickr...
No passado sábado de tarde, 23, estava em conversa com o Francisco Bernardo, num dos observatórios da reserva, acerca do boato "hyperboreus-glaucoides" observadas dias antes no final da restinga mesmo junto à foz... pouco depois chegou um fotografo (que eu não conhecia) que me parece ser o autor (via perfil do FB) da foto tirada na restinga, no dia 24.
Ainda tentei picar o Francisco a dar-mos lá "um salto"... mas a vontade era pouca de parte a parte. Estavamos já enregelados (rai's parta a nortada )... e uma caminhada de 700-800m (o dobro com o regresso) pela areia fora, de tralha às costas, vento na tromba...
https://maps.google.pt/maps?q=41.140027,-8.666754&hl=pt-PT&num=1&t=h&z=16

pedro121 escreveu:Pelas fotos a Hyper parece claramente o individuo que foi fotografado no estuário do Douro (e que foi identificado inicialmente como polar), mas não é a mesma de Peniche, portanto este inverno vamos em 3 Hyper e 3-4 Glauco, mais um bando de Argentatus, não está mal, fazia falta uma mais rara, mas pronto, já dá para o gasto.

Exacto, já marchava uma Pagophila

Gonçalo Elias escreveu:
Exacto, já marchava uma Pagophila

Não era preciso tanto, neste momento no norte de Espanha estão varias cachinnans, 2-3 smithsonianus e 3 philadelphia, qualquer uma delas seria muito fixe de encontrar.

Mas não diria que não a uma risonha ou a uma pipixcan...

Mas sim, claro que o sonho de qualquer observador de gaivotas do hemesferio norte é encontrar uma gaivota-marfim...

pedro121 escreveu:Mas sim, claro que o sonho de qualquer observador de gaivotas do hemesferio norte é encontrar uma gaivota-marfim...

ou uma rhodostethia

Gonçalo Elias escreveu:
ou uma rhodostethia

Sim, mas essa é daquelas que era fixe, mas era fixe um adulto em plumagem de verão...

Já fiquei super satisfeito por ver estas duas juntas





Cumprimentos

Inocêncio Oliveira

belas aves.... a hyper se não é a mesma da Aguda é do mesmo grupo etário

cumps,
Rui

Parabéns Helder e Inocêncio! Fotos inspiradoras...

Araújo da Silva escreveu:Parabéns Helder e Inocêncio! Fotos inspiradoras...

Estas com esperanças que a polar faça-te uma visita?

As gaivotas "brancas" são um indicador muito interessante da evolução da observação de aves em Portugal, parece-me a mim, que comecei á pouco tempo, que atualmente há uma maior cobertura geográfica, ou seja há mais observadores/fotógrafos o que resulta em que se encontre mais raridades.

As duas gaivotas brancas são um exemplo disso mesmo, a Hiperbórea era até 2008 uma espécie anual, ou seja aparecia em média 1 por ano, com a particularidade de ter um padrão de haver pequenos influxos nalguns anos e depois não aparecer noutros, a gaivota-polar tinha um padrão semelhante mas com metade dos registros, não sendo anual.

Em Janeiro de 2009 houve um influxo massivo, mas depois o padrão das duas espécies mudou, passaram a aparecer 2-3 todos os anos, a diferença para os anos anteriores a 2008 é que começaram a ser observadas mais vezes a norte de Lisboa, com o aumento do número de observadores/fotógrafos no norte do Pais aumentou também o número de observações de “raridades” para já das espécies mais fáceis de identificar como as gaivotas brancas e mobelhas, mas também argentatus e outras espécies fáceis de ID ou de fotografar…

Para além do aumento do número de observadores, estes estão a ficar melhores na identificação das espécies raras ou estão mais conscientes do que fazer quando tropeçam numa espécie que não conhecem o que leva a uma identificação feita depois a partir de fotografias.

Para alem disso existe aparentemente mais observadores interessados em encontrar raridades e submete-las para homologação, se analisarmos os registros históricos constata-se que a fatia de leão dos registros homologados em Portugal envolve um muito reduzido numero de observadores, a grande maioria deles ornitólogos profissionais ou amadores, hoje isso já não é bem assim, muitas das raridades são encontradas por observadores cuja actividade profissional nada tem a ver com as aves, e que focam muito do seu tempo á procura das raridades, mais uma vez isso faz diferença, é diferente andar a ver aves porque se está a participar num censo, ver anilhas ou andar propositadamente a tentar encontrar uma raridade.

Hoje em Angeiras-Matosinhos mais uma L. argentatus

http://birdsofportugal.blogspot.pt/


Cumprimentos

Inocêncio Oliveira

Ora aqui vai no seguimento da argumentação do Pedro, com a qual concordo:

Hoje consegui tirar a manhã para "gaivotar" um pouco. Decidi começar pela Aguda, e seguir em direcção a norte até ao estuário do douro (com a maré a encher ao final da manhã), passando por alguns pequenos ribeiros que desaguam ao longo das praias de Gaia... mas acabei por ficar só pela Aguda

Cheguei à Aguda não muito cedo, 9:45h, e a ideia inicial seria investir nos bandos de gaivotas junto à enseada, onde chegam os barcos, e onde estão outros em terra, e com os pescadores a arranjar as redes, etc.
No entanto, e como a maré estava muito vaza, olhando para sul, a cerca de 500 m, vi muitas pousadas nas rochas descobertas pela maré... toca a apontar o scope, e voilá, uma hyperboreus. Esta espécie é uma maravilha para os observadores, além de mais confiante que as demais, destaca-se bem pela cor, tamanho e pelo facto de (parece-me) gostar de estar num plano mais alto. Aproximei-me do bando misto fuscus/micha, com algumas melanocephalus, e efectuei alguns registos. Entretanto levantou voo, em direcção à tal enseada, e parou junto a uns barcos onde quase de imediato começou a debicar qualquer coisa no chão... sendo assim, toca a regressar, caminhando o mais rápido possivel (que é um sucesso na areia grossa molhada )...

Ao longo do regresso ia parando para através do scope verificar se ainda lá estava... como já vou tendo uns senior moments, a dada altura estava a olhar para um ponto completamente diferente da enseada, onde num outro bando se destacava um bicharoco deitado, de frente, onde só via branco... e o pouco das coberturas que conseguia ver também eram brancas ... mas faltava-me a referência dos barcos!!! Um pouco mais para a direita e lá estava a primeira, entretanto já afastada um pouco do alimento pois algumas pessoas aproximaram-se de qualquer coisa que estava na areia. Aproximei-me, eram 3 Alca tordas mortas, uma delas completamente emaranhada em rede de pesca Um pouco afastada estava uma tainha enorme, e a Lar hyp um pouco afastada à espera que nos desviassemos. Segui para o extremo norte da enseada, passei ao lado de um bando de gaivotas (michas/fuscus) que levantaram... e quase ataque cardiaco!!! Uma delas era toda branca!!! Adulta, com o bico amarelo forte e pinta vermelha... mas seguindo um pouco esse bando consegui encontra-la e acho que é uma leucística, fuscus ou micha.

Voltando então ao 2º gigante branco, que insistia em estar na mesma posição, deitada com a cabeça escondida na asa, onde só se via o olho... que era pequenino. O cabedal, a projecção primária curta já não deixavam dúvidas, estava perante uma segunda Larus hyperboreus Lá mostrou o bico, e tal como a 1ª parecia-me um 1º inverno. Fui-me aproximando aos poucos desse bando... e toca a fazer uns telefonemas. Felizmente havia pessoal perto, a 20-30 min no estuário, com os seus canhões... e eu ali no meio a controlar as duas. Esta 2ª aninhada no meio do bando, a 1ª a afinfar na tainha, com uma dúzia de outras gaivotas só a ver, e um pouco afastadas.

Enquanto o pessoal não chegava (que vontade de ir só ali em cima tomar um cafézinho) fui fazendo uns registos a ambas, e olhando com mais atenção para este último bando... e lá no meio, bem aninhada e meio escondida por outras estava outra branquinha, mais pequena (tamanho micha/fuscus), de olho claro, bico mais curto com ponta escura e base esverdeada, com projecção das primárias mais longa... um Larus glaucoides (2º inv?!?!)!!!! Esta suscita sempre algumas dúvidas, pois atrás tinha visto um bom exemplo que pode gerar confusão. A possibilidade de uma ave com defeito na pigmentação, mas no local não me pareceu que fosse o caso.
Entretanto chegou o pessoal com os seus canhões (Paulo Leite, Francisco Bernardo e Armando Mota).

Ainda não tive tempo de olhar para as fotos, nem tirar dúvidas em guias... e já escrevi pr'o mundial!!!... mas tinha que partilhar aqui esta bela manhã.

Fotos só à noite

Um exemplo perfeito Helder de vários dos pontos abordados por mim, mas também um exemplo de outro que não abordei, que é a existencial actual de varios grupos de observadores/fotógrafos que observam zonas geográficas definidas, que se conhecem todos, e que trocam informação sobre o que se passa no quintal via tlm conseguindo optimizar as observações feitas. Ficamos então é espera das fotos, e pelo menos eu fico mais uma vez convencido que mais dia menos dia vocês ai em cima dão com esta:

http://www.reservoirbirds.com/Images/Larus_smithsonianus_018.jpg

Inocêncio Oliveira escreveu:Hoje em Angeiras-Matosinhos mais uma L. argentatus

http://birdsofportugal.blogspot.pt/

Portanto são duas diferentes? e Ambas adultas? Peniche deve ter um repelente para Argentatus, não percebo como é que é possível ser mais fácil ver polares e hyper do que argentatus em Peniche... ok, eu sei porque é que é, estava só a reclamar.

Bom, sendo assim, já passamos das 20 argentatus este inverno ou ainda não? mesmo assumindo que varias das aves são avistamentos da mesma ave em sítios diferentes?

pedro121 escreveu:
Ficamos então é espera das fotos, e pelo menos eu fico mais uma vez convencido que mais dia menos dia vocês ai em cima dão com esta:

http://www.reservoirbirds.com/Images/Larus_smithsonianus_018.jpg

Pode ser que venha a ser a minha recompensa por ter de regressar à base...

Flávio Oliveira escreveu:
Pode ser que venha a ser a minha recompensa por ter de regressar à base...

Pode ser que sim, diga-se que dos 6 registos feitos em Portugal 4!! foram em fins de Março, e 5 dos 6 foram feitos no estuário do douro ou a norte deste!! Serias o 1º Tuga a dar com uma em Portugal as outras foram todas encontradas por observadores estrangeiros....

pedro121 escreveu:

Inocêncio Oliveira escreveu:Hoje em Angeiras-Matosinhos mais uma L. argentatus

http://birdsofportugal.blogspot.pt/

Portanto são duas diferentes? e Ambas adultas?

Exactamente Pedro, também adulta mas não é a de dia 28 de Janeiro!

Inocêncio Oliveira escreveu:

Exactamente Pedro, também adulta mas não é a de dia 28 de Janeiro!

Entretanto para continuar na onda das polares eu hoje encontrei uma 2ª polar em Peniche, outro 1º inverno que estava FELIZMENTE junto com o 1º inverno que está em Peniche desde janeiro, ambas as aves estavam a tomar banho numa poça junto á entrada da "fossa".

Bem, parece que o estuário do porto continua em alta, agora com algo mais interessante, 1º inv. Gaivota de Bonaparte Larus philadelphia, isto parece indicia que o sistema que atravessou o atlântico no sábado passado está a dar frutos...

Bem, isto está a bombar! Adorava ver um bicho desses.

Ora vamos então às fotos da manhã:

Larus hyperboreus 1
Esta pelo bico bicolor, com a ponta clara, escapulares e grandes coberturas parece-me um 2º inverno. Noutra foto o olho parece claro.



Larus hyperboreus 2
Esta não tinha a ponta do bico clara. Olho escuro e coberturas "riscadas"... será um 1º inverno. Estava a afinfar na tainha.
(Foto do amigo Francisco Bernardo)



Larus glaucoides
Linda!!! 2º inverno



A gaivota "leucística" (acho que diagnostiquei bem Pedro!?!), fuscus ou micha.



Já agora, uma das pobres Tordas mortas emaranhada em rede de pesca.




Bitaites sff
Acho que não haverá dúvidas que esta glaucoides não será a mesma que o Inocêncio encontrou em Angeiras, e, se não me enganei nas idades, o 1º inverno de Angeiras parecia ter mais corpanzil!!! Quantas serão afinal?!!?

Recebi agora algumas fotos do senhor Armando Mota, que também esteve presente na Aguda. Uma delas pode interessar, da hyperborea que eu considerei como possível 2º inv.

Inocêncio Oliveira escreveu:Hoje em Angeiras-Matosinhos mais uma L. argentatus

http://birdsofportugal.blogspot.pt/


Cumprimentos

Inocêncio Oliveira

Não poderá ter vindo à boleia com as "amigas polares"?! O padrão das primárias não poderá encaixar em argentatus argentatus??