Barrinha de Esmoriz/Lagoa de Paramos

De Novo a BELP!

Estamos em pleno sec. XXI, mas apesar de todos os avanços tecnológicos, ainda não somos capazes de “gravar” e transmitir um dos nossos 5 sentidos. Refiro-me naturalmente ao olfacto. Pois pena é que assim seja, este documento não ilustra nem de longe nem de perto, por muitas fotos que adicione, o espectáculo que se me deparou no passado sábado dia 26 de Maio de 2007 na Barrinha de Esmoriz/Lagoa de Paramos (BELP).


Como combinado com mais 2 amigos, por volta das 9:30 deslocamo-nos para mais uma saída de campo com o intuito de observar e registar as aves que ali nidificam ou que por qualquer outra razão, ali passam ou pernoitam. Estas observações são imprescindíveis para a elaboração do relatório anual elaborado pela SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves), sobre a IBA (Important Bird Area) de Esmoriz.
Ao abrir a porta do carro as minhas narinas foram literalmente invadidas por um cheiro que só posso caracterizar de nauseabundo. As águas do Rio Maior (vala de Paramos), tinham uma tonalidade branco/cinza, com os dejectos a boiar á tona da água. Um espectáculo deplorável. “Com estas águas assim de certeza que os casais de Pato-real que ali nidificam já mudaram de ares, de águas quero dizer” – comentei. Mas não, uma vez mais a natureza surpreendeu-me. ( São exemplos como este que me fazem acreditar que a BELP vai sobreviver a todos estes atentados que diariamente são cometidos. E um dia os responsáveis serão punidos). Rio abaixo com um ar majestoso, orgulhosa da sua família, uma Pata Real ( Anas platyrhynchos ) exibia perante nós as suas 11 crias. Bom, pelo menos estes conseguiram eclodir a tempo da subida das águas. Prosseguimos então em direcção ao mar, percorrendo o trilho junto á BELP pelo seu lado norte. Este foi o dia das surpresas. Obras na pista do Hipódromo com uma máquina a fazer terraplanagem. Pelos vistos alguém ali vizinho tinha deixado vários detritos e objectos não desejáveis em cima da pista de obstáculos. Penso que seria melhor ideia carregar o lixo que lá deixaram e não enterrá-lo por baixo da terra. Aí sim estariam a dar um bom exemplo, e já agora aproveitem e limpem também algumas acácias e Austrália que só prejudicam a flora original.
Uns metros mais adiante, mais uma inovação na grande obra de vedação da pista do aeródromo. Desta feita, a inclusão de um portão de acesso á pista pelo lado sul. Repare-se nos rodados de camião destruindo a vegetação. Dizem já por aí que este portão é imprescindível para a operação que se segue de alcatroamento da pista. Ou seja meus amigos não vale a pena denunciar, fazer barulho, a obra vai mesmo ser finalizada. Vimos mesmo uns “senhores” do lado de dentro da vedação a fazer a inspecção ás obras, que quando nos viram se colocaram em posição de alerta como se “nós” fossemos a ameaça ou um alvo a abater. “Tenham calma “senhores” vocês têm a lei pelo vosso lado, que eu saiba foram patrocinados pelo Gabinete do Desporto e Juventude”. Verificamos ainda que a pista do aeródromo não é só para uso de avionetas e ultraleves, é também campo de treino de cães de caça. Sim é verdade, no lado interior da vedação vimos um “senhor” a habituar o seu cão aos tiros. Calma, estava apenas a dar tiro de pólvora seca (por enquanto ), não interessa o barulho que fazia, não interessa se espantava as aves, não isso não interessa. Aliás agora com a vedação, estão em “propriedade privada”. Só eles agora lá podem entrar. Mas talvez seja a forma de explicar porquê o Gabinete da Juventude e Desporto ter dado apoio financeiro. Afinal a caça também é um desporto.
Continuamos o nosso percurso descendente até ao dique. Quando lá chegamos os nossos receios tinham-se confirmado. O dique estava realmente fechado e o nível da água no interior da BELP tinha subido cerca de 1.2 metros. Não sei se leram em alguns órgãos de comunicação social a acção de limpeza onde participaram cerca de duas dezenas de cidadãos de Espinho e Esmoriz, realizada no dia 1 de Maio de 2007, e onde entre outros achados, foi encontrado um ninho de Borrelho de Coleira Interrompida (Charadrius alexandrinus ). Pois é esse ninho neste momento encontra-se submerso. Mesmo que as crias já tivessem eclodido não teriam maturidade suficiente para escapar á subida das águas. Com certeza outras centenas de ninhos terão sido destruídos, com esta subida das águas de uma forma artificial. Como foi explicado no Fórum do dia 18 deste mês, promovido pela Associação Campo Aberto, onde também estiveram presentes a Quercus e a SPEA, na Junta de Freguesia de Espinho, a espécie Pernilongo (Himantopus himantopus), esta espécie nidifica no interior das zonas húmidas, fazendo o seu ninho no chão. Esta espécie tem a classificação de “ameaçada”. Porquê o fecho do dique ? Porquê nesta altura ? Será por causa dos veraneantes que ainda não chegaram ? Será por causa das bandeiras Azuis ? Não. Já sei. Foi para alagar o campo golfe ilegal e desta forma impedir que lá joguem. É a única razão que encontro.
De qualquer forma nem tudo foi negativo. O casal da Águia-Sapeira (Circus aeruginosus) que lá nidifica perece ter conseguido criar com sucesso 2 sucessores. Bem haja.
José Ferreira

Fonte: http://www.jornalregional.com

Olá,
em primeiro lugar, gostaria de compartilhar algumas observações que fiz na barrinha de Esmoriz, e deixar uma pequena contribuição neste forum.

Peço desculpa pelo meu Português, devo dizer que eu sou venezuelano e levou quase dois anos morando aqui em Portugal.

Não sou um dedicado às aves, Sou apaixonado pela natureza e pela fotografia.

Devo dizer que, embora não as perspectivas para a Barrinha não mudou muito, tenho feitas algumas visitas pela barrinha para fazer fotografias, e em comparação com a referência das aves que o site menciona, tenho feitas outras observações e pretendia aportar, considero deste site uma grande ajuda e muito importante para aqueles que não sabem e procuramos Aprender um pouco mais.
e conseguido observar nas as seguintes espécies:

1.- Cegonha-branca (Ciconia ciconia)
2.- Alvéola-amarela (Motacilla flava)
3.- Borrelho-grande-de-coleira (Charadrius hiaticula)
4.- Garça-branca-pequena (Egretta garzetta)
5.- estou a identificar

nota: sou de espinho se alguém gostaria de fazer uma saída nesta área se pode combinar Manuel coelho

Olá Manuel,

De facto a ficha da barrinha de Esmoriz está bastante incompleta, mas tal como todas as outras fichas que existem no portal, as informações vão sendo adicionadas gradualmente.

Obrigado pelos registos, espero em breve poder complementar a ficha desse local com dados mais actuais.

1 abraço,
Gonçalo

Na BE/LP começando o percurso pela "travessa do cais da barrinha", e contornando a lagoa pela direita, tem-se fácil acesso ao cordão dunar??? Lembro-me de várias linhas de água, não muito acessiveis de atravessar... mas já lá vão 3 ou 4 anos!

Sempre que lá fui comecei pela zona do aeródromo, nunca andei pela entrada nascente.

Dicas, please!

cump,
H

Sim, eu penso que o melhor caminho é o que vai pelo aeródromo.

obrigado Gonçalo, sempre solícito

abraço,
Helder

eu sempre vou pela pista, vou de botas ja que tenho que andar na água, e desde que estou indo manteve o mesmo caminho para causar o menor dano possível. Vou tentar esta semana ir pela parte de as casas tem ali uma entrada parece ser melhor para alcançar o maior grupo de aves. hoje eu estava lá tirando fotos. fiz a contagem de 1 Garça branca pequena,8 Garça real (incluindo duas crias) 40 patos e 10 crias, Alvéola amarela e outros.
se alguém quiser visitar na barrinha podemos combinar um dia
abraços
Manuel coelho

boas
hoje andei um bocado pela barrinha pelo visto o melhor percurso e pela aeródromo.
hoje observe um casal de rolas bravas