Novo guia de aves exóticas

Em resposta a uma sugestão que me foi apresentada há algum tempo, estou a planear a elaboração de um novo guia de identificação das aves exóticas que ocorrem em liberdade em Portugal.

Este guia terá como objectivo servir de auxiliar de identificação, complementando os guias de campo tradicionais, os quais em geral não incluem a maioria das aves não autóctones.

A estrutura ainda não se encontra totalmente definida mas estou a pensar em algo deste tipo:
- 4 páginas por espécie
- cada espécie terá um texto, um mapa de distribuição e 4 fotografias a cores
- o texto abordará aspectos sobre a identificação, a situação em Portugal e mais algumas informações complementares relevantes
- as fotografias deverão cobrir as diferentes plumagens e situações; dependendo da espécie e do que houver disponível, a ideia seria ter fotos que ilustrem as seguintes situações:
a) macho adulto nupcial
b) fêmea adulta (quando diferente do macho), se for igual ao macho, nesse caso então um juvenil
c) macho em eclipse ou não nupcial / macho em muda / imaturo / juvenil
d) bando com várias aves da espécie (casal, ou bando pousado, ou aves em voo)

Em relação à lista de espécies, a ideia será incluir aquelas que ocorrem regularmente em liberdade, incluindo-se aqui:
- todas as espécies da categoria C
- algumas da categoria D que têm avistamentos regulares e em que se sabe que muitas são fugas
- várias da categoria E que costumam ser avistadas com alguma frequência (isto é, em que há avistamentos todos os anos, ou quase), incluindo-se aqui aquelas em que já houve reprodução ocasional ou de que se suspeita fortemente, mas não as que apenas têm observações pontuais resultantes de fugas isoladas.

A lista de espécies que estou a considerar é a seguinte:
1. Pha col
2. Aix gal
3. Aix spo
4. Alo aeg
5. Oxy jam
6. Bra can
7. Tad fer
8. Cyg olo
9. Thr aet
10. Poi sen
11. The acu
12. Psi kra
13. Myi mon
14. Aga fis
15. Acr cri
16. Acr tri
17. Lon pun
18. Lon atr
19. Est ast
20. Plo mel
21. Eup afe
22. Vid mac
23. Ama ama
24. Lei lut

Com 4 páginas por espécie vezes 24 espécies, somando índices e introduções, estamos a falar de um guia com 110-120 páginas.

Tenciono começar a trabalhar neste projecto a partir da segunda semana de Setembro, na expectativa de que esteja pronto até ao final do ano corrente.

Nesta fase gostaria de obter sugestões sobre o formato proposto, o tipo de informação que interessa abordar, bem com em relação às espécies que faz ou não sentido incluir.

Época de reprodução é um aspecto importante. Estas à procura de fotos?

PNicolau escreveu:Época de reprodução é um aspecto importante.

É um ponto relevante. Em relação à estrutura dos textos ainda vou trabalhar um pouco mais nisso e depois desenvolvo aqui.

PNicolau escreveu:Estas à procura de fotos?

Sim, gostaria de encontrar fotos para completar, para cada uma das espécies, todas as situações descritas acima (dentro do que for possível arranjar, claro). Já fiz alguns contactos mas tenho noção que para algumas espécies vai ser muito mais difícil que outras. Se tiveres imagens que se enquadrem neste objectivos p.f. envia-me links, caso estejam online.

Como isto vai ser um livro a cores, a qualidade é importante, creio que o mínimo recomendado são 300 dpi mas vou tentar confirmar isto.


Eu decidi partilhar publicamente esta ideia, porque dado que se trata de um guia de identificação que poderá vir a ser usado por muita gente, é importante que sejam acautelados todos os aspectos relevantes. Assim, quem tiver ideias ou sugestões sobre a melhor forma de concretizar este projecto poderá usar este tópico para o efeito.

Excelente iniciativa Gonçalo Eu acho a obra muito pertinente, ainda para mais porque o tema das exóticas nunca esteve tão na moda como agora.

Lembrei-me de que talvez fosse interessante fazer uma pequena nota sobre a distribuição mundial da espécie (com um mapa por exemplo) - áreas de ocorrência natural e áreas de ocorrência por via antropogénica.

Obrigado João, de facto acho que faz falta um guia actualizado sobre este tema.

Em termos de texto estou a pensar incluir uma descrição da distribuição mundial da espécie (isto é, as regiões onde é autóctone), mas mapa a incluir em princípio será apenas referente a Portugal.

Já agora uma nota adicional: tenciono incluir também informação sobre as ilhas (Madeira e Açores) - tanto quanto sei as únicas exóticas que por ocorrem regularmente são o Psi kra e o Est ast mas de qualquer forma é importante - nos Açores há ainda algumas espécies introduzidas, nomeadamente Pas dom, Chl chl e Car car, ou seja são exóticas locais, mas isso cai fora do âmbito deste guia, pois são espécies europeias.

Aqui ficam algumas ideias sobre a informação a incluir nos textos:

- Nome comum e científico
- Identificação (incluindo tamanho, características físicas, vocalizações)
- Região de origem (descrição sumária)
- Situação em Portugal (abundância, distribuição) - será incluído um mapa com a distribuição no país
- Habitat
- Época de reprodução
- Outras notas (historial de ocorrência no país, parasitismo, hibridação com outras espécies)

Opiniões aceitam-se

Nalgumas espécies o juvenil é particularmente difícil de identificar, seria boa ideia que fossem incluídas fotos de Viuva e Lon pun juvenis, no caso de lon pun não vale a pena incluir fotos da fêmea, mas juvenil, transição e adulto parece lógico. Ama ama é o mais complicado, para ficar bem será necessário adultos, macho adulto em eclipse, juvenil.

pedro121 escreveu:Nalgumas espécies o juvenil é particularmente difícil de identificar, seria boa ideia que fossem incluídas fotos de Viuva e Lon pun juvenis, no caso de lon pun não vale a pena incluir fotos da fêmea, mas juvenil, transição e adulto parece lógico. Ama ama é o mais complicado, para ficar bem será necessário adultos, macho adulto em eclipse, juvenil.

Exacto. A selecção de fotos terá de ser sempre adaptada à espécie em questão.
Genericamente a ideia é escolher 4 fotos que ilustrem a diversidade de plumagens existentes (diferenças ♂ versus ♀ e diferenças entre adulto e juvenil).

Gonçalo Elias escreveu:Obrigado João, de facto acho que faz falta um guia actualizado sobre este tema.

Em termos de texto estou a pensar incluir uma descrição da distribuição mundial da espécie (isto é, as regiões onde é autóctone), mas mapa a incluir em princípio será apenas referente a Portugal.

Já agora uma nota adicional: tenciono incluir também informação sobre as ilhas (Madeira e Açores) - tanto quanto sei as únicas exóticas que por ocorrem regularmente são o Psi kra e o Est ast mas de qualquer forma é importante - nos Açores há ainda algumas espécies introduzidas, nomeadamente Pas dom, Chl chl e Car car, ou seja são exóticas locais, mas isso cai fora do âmbito deste guia, pois são espécies europeias.

Desde que faça referência à região de origem tudo ok. Acho importante a informação ir, seja em que formato for (mapa, texto, etc)

Força com a obra e vai dando notícias

Darei, darei, eu agora estou a terminar outro projecto mas daqui a 10 dias começo a trabalhar nisto a sério.

Agora que o livro dos 100 locais do Algarve está terminado, este projecto será a minha próxima prioridade.

Mais alguém tem sugestões?

O guia de exóticas está em andamento e a minha previsão é que fique disponível no início de Dezembro.

Gonçalo Elias escreveu:
Mais alguém tem sugestões?

Rola-zebrada Geopelia striata

Cygnus atratus?

HL escreveu:Cygnus atratus?

não há casos de reprodução fora de parques

pedro121 escreveu:

HL escreveu:Cygnus atratus?

não há casos de reprodução fora de parques

Há pelo menos um caso
Em 2019 2018 confirmei a reprodução numa pequena albufeira em Mértola. Tudo leva a crer que seriam 2 das 4 aves que foram inicialmente introduzidas em S. João dos Caldeireiros que se deslocaram para sul.

edição: a data estava errada.

pedro121 escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:
Mais alguém tem sugestões?

Rola-zebrada Geopelia striata

Essa espécie tem avistamentos regulares? Não me refiro aos bichos que têm sido vistos na Salema.

Gonçalo Elias escreveu:

Essa espécie tem avistamentos regulares? Não me refiro aos bichos que têm sido vistos na Salema.

Tem avistamentos regulares no local onde ocorrem.

pedro121 escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:

Essa espécie tem avistamentos regulares? Não me refiro aos bichos que têm sido vistos na Salema.

Tem avistamentos regulares no local onde ocorrem.

Isso é verdade, mas até prova em contrário são sempre os mesmos bichos que não saem dali. Parecem ser semidomésticos...

É que se vamos pela regularidade, bem então temos o Musophaga violacea dos Olivais que já anda por lá há oito anos, parece...

Uma dúvida, qual o estatuto/classificaçao de Aga fis, E3? E2?

Gonçalo Elias escreveu:

É que se vamos pela regularidade, bem então temos o Musophaga violacea dos Olivais que já anda por lá há oito anos, parece...

não sei se sabes, mas talvez saibas, para haver reprodução são precisos dois, e tem que ser um macho e uma fêmea.

Dizes que as rolas são sempre as mesmas? sim, ok, também os massarongos. só que no caso das rolas há alguns indícios de que estão a reproduzir-se, nos massarongos é mais fraco o caso.

Dizes que são semidomesticos? com que evidencia? não há nada que o estabeleça.

E a Geopelia striata é como dizer "ligeiramente" invasiva se o habitat for adequado. e o Habitat "Wide variety of open habitats with some bushes or trees, including dry woodland, scrubland, agricultural areas, gardens and cities (latter especially favoured by introduced populations)"

pedro121 escreveu:não sei se sabes, mas talvez saibas, para haver reprodução são precisos dois, e tem que ser um macho e uma fêmea.

Já ouvi dizer... se bem que este guia não tem nada a ver com reprodução, e sim com regularidade de ocorrência.

pedro121 escreveu:Dizes que as rolas são sempre as mesmas? sim, ok, também os massarongos.

Sim mas os massarongos já apareceram em 15 ou 20 sítios diferentes e a rola... também não. É só na Salema, parece-me.

pedro121 escreveu:só que no caso das rolas há alguns indícios de que estão a reproduzir-se, nos massarongos é mais fraco o caso. .

Não sei se já disse, se calhar já disse, mas pronto digo outra vez: este guia não tem nada a ver com reprodução, e sim com regularidade de ocorrência.
massarongos tens mais de 100 observações, rolas tens quantas? 4, 5...?

pedro121 escreveu:Dizes que são semidomesticos? com que evidencia? não há nada que o estabeleça.

Pelo facto de não saírem dali.

pedro121 escreveu:E a Geopelia striata é como dizer "ligeiramente" invasiva se o habitat for adequado. e o Habitat "Wide variety of open habitats  with some bushes or trees, including dry woodland, scrubland, agricultural areas, gardens and cities (latter especially favoured by introduced populations)"

Não nego o potencial invasor. Mas o Acridotheres tristis também tem potencial invasor e no entanto até agora não invadiu nada (se bem que este vai entrar no guia).

Gonçalo Elias escreveu:
Sim mas os massarongos já apareceram em 15 ou 20 sítios diferentes e a rola... também não. É só na Salema, parece-me.

como dizer, os bichos tem asas, logo voam, vivem uns 20 anos, logo?

Gonçalo Elias escreveu:

Pelo facto de não saírem dali.

Os tecelões não saem dos locais de ocorrencia, tem basicamente zero potencial dispersivo, e não são semi-domesticos

Gonçalo Elias escreveu:
Não nego o potencial invasor. Mas o Acridotheres tristis também tem potencial invasor e no entanto até agora não invadiu nada (se bem que este vai entrar no guia).

De facto, só que tristis não tem nenhum avistamento há 3-4 anos? e quantos avistamentos tem com mais de uma ave? 2-3? todos envolvendo duas aves? que tanto poderiam ser um casal, como um par de machos ou um par de fêmeas, mesmo sendo um casal nada nos garante que não seriam demasiado velhos para criar, e mesmo que fosse possível ainda há a competição pelos locais de nidificação.

pessoalmente tenho alguma dificuldade em entender esse fascínio por tristis que os observadores da velha guarda tem.

pedro121 escreveu:como dizer, os bichos tem asas, logo voam, vivem uns 20 anos, logo?

Há sempre a possibilidade de incorporar a espécie na segunda edição

pedro121 escreveu:De facto, só que tristis não tem nenhum avistamento há 3-4 anos?

Errado, em 2018 houve avistamentos em quatro concelhos diferentes.

pedro121 escreveu:pessoalmente tenho alguma dificuldade em entender esse fascínio por tristis que os observadores da velha guarda tem.      

Não posso responder por outros, eu não tenho fascínio algum, o meu interesse em incluir esta espécie no livro tem essencialmente a ver com questões de identificação (ensinar os leitores / observadores / fotógrafos) a distingui-los dos cristatellus.

Gonçalo Elias escreveu:
Errado, em 2018 houve avistamentos em quatro concelhos diferentes.
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Houve? não está nada no eBird.