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Reserva das Dunas de São Jacinto, um santuário natural com 35 anos

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Reserva das Dunas de São Jacinto, um santuário natural com 35 anos Empty Reserva das Dunas de São Jacinto, um santuário natural com 35 anos

Mensagem por PedroSeixas Qui Mar 06, 2014 11:41 am

Reserva das Dunas de São Jacinto, um santuário natural com 35 anos

Data: 6 de Março de 2014
Fonte: Público.pt

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Área protegida situada no concelho de Aveiro assinala, esta quinta-feira, o seu aniversário. E há quem aproveite a ocasião para lançar o alerta: a reserva já viveu melhores dias.

É considerado um dos melhores exemplos de preservação da natureza e biodiversidade costeira, uma espécie de santuário natural que acolhe uma enorme variedade de espécies animais e vegetais. A Reserva Natural das Dunas de São Jacinto abrange uma área aproximada de 960 hectares e está localizada na península que se estende entre o braço norte da ria de Aveiro e o mar. Esta semana, esta área protegida, que tem servido também de laboratório vivo, completa o seu 35.º aniversário - a data formal de classificação desta reserva remonta a 6 de Março de 1979.

A aposta de proteger esta área natural ficou a dever-se à tomada de consciência de que “as formações dunares são zonas muito sensíveis” e deveras importantes na defesa contra a intensidade dos ventos, das areias e dos avanços do mar - salvaguardando a vida das populações. Segundo explicou Angelina Barbosa, técnica do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) que está responsável pela gestão da reserva, na época, “também pesou na classificação o facto de São Jacinto albergar a colónia de garças mais setentrional do país”.

“Estamos numa zona húmida, importante para as aves migratórias e era importante criar uma área protegida que permitisse que as aves encontrassem refúgio”, justificou ainda Angelina Barbosa. Passados 35 anos, não restam quaisquer dúvidas de que o objectivo foi cumprido. “À medida que vamos protegendo as áreas, outras espécies de vegetação vão encontrando luz e crescendo, e isso também faz com que outro tipo de aves apareçam por aqui”, argumenta.

Garças, mergulhões, patos-reais ou andorinha-do-mar-comum são apenas algumas das espécies de aves facilmente observáveis na reserva, onde também é possível encontrar alguns mamíferos, como a raposa e a geneta. Ao nível da vegetação, a variedade de espécies também é grande, até porque esta área protegida é feita de uma zona de dunas (e na qual proliferam espécies espontâneas como o estorno, cardo-marítimo e narciso-das-areias) e outra de floresta (com pinheiro-bravo, choupo-negro, amieiro, samouco, entre outras).

Há uma espécie vegetal, em particular, que assume lugar de destaque, e pelos piores motivos: a acácia. Trata-se de uma espécie invasora que começou a proliferar na reserva depois do grande incêndio de 1995, que ainda está na memória de muitas pessoas - as chamas alastraram-se ao longo de vários hectares da área protegida e deixaram marcas que ainda não foram totalmente apagadas.

Reserva contribui para a economia local
Passados estes 35 anos após a classificação, já não restam dúvidas quanto à importância da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, nomeadamente para a freguesia onde está implementada – e que está separada do resto município de Aveiro pela água da ria. “Traz muitos visitantes à freguesia, pessoas que acabam por consumir aqui, dinamizando a economia de São Jacinto”, sublinhou o autarca, ao PÚBLICO. Contudo, António Costeira, mostra-se preocupado com aquilo que diz ser o “desleixo” do governo em relação à reserva.

“Tem havido um grande desprezo e a reserva já viveu dias melhores”, lamenta. “Sei que as pessoas que lá trabalham fazem tudo o que podem, mas, com os cortes orçamentais, a reserva começa a ficar posta de lado”, explicou o autarca, dando alguns exemplos: “o centro de acolhimento da reserva está encerrado, por falta de condições, e há trilhos que começam a estar mal sinalizados”. A manter-se este cenário, António Costeira teme que “as pessoas comecem a deixar de sentir vontade de visitar a reserva”.

Comemoração na Universidade de Aveiro
A celebração do 35.º aniversário da reserva será feita “fora de portas”, mais concretamente na Universidade de Aveiro (UA), e culmina com um momento de reflexão em torno desta área protegida. A iniciativa terá lugar esta quinta-feira, a partir das 14h30 horas, no Auditório do Departamento de Ambiente e Ordenamento da UA.

O debate contará com os contributos do antropólogo Pedro Castro Henriques, do ICNF, de Cristina Bernardes, professora do Departamento de Geociências, de António Luís, professor do Departamento de Biologia, e de Rosa Pinho, responsável pelo Herbário da UA. O debate será antecedido, na parte da manhã, por actividades diversas a realizar na própria Reserva.

http://www.publico.pt/local/noticia/reserva-das-dunas-de-sao-jacinto-um-santuario-natural-com-35-anos-1627134

PedroSeixas

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