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Gráficos de frequência

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Mensagem por PNicolau Seg Out 17, 2016 1:22 pm

A população migradora será certamente superior à nidificante.
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Mensagem por Gonçalo Elias Seg Out 17, 2016 3:01 pm

PNicolau escreveu:A população migradora será certamente superior à nidificante.

É possível que sim, mas nota que isto não são gráficos de quantidade e sim de frequência. Portanto tem a ver com o número de listas em que a espécie foi vista e não com o número de indivíduos.

Quando retiras o distrito de Faro, o gráfico fica logo com um aspecto diferente. O sistema só deixa analisar um máximo de 5 distritos de uma só vez, assim meti os 5 distritos a sul do Tejo sem Faro (Beja, Évora, Portalegre, Santarém e Setúbal) e o resultado foi este, com um mínimo em meados de Outubro (mesma época em que temos um máximo no total do país) e frequências que nunca ultrapassam os 2%.

Gráficos de frequência - Página 4 14m5bv8

Por outro lado se olhares apenas para os dados do distrito de Faro, a frequência dispara para 12%.

Gráficos de frequência - Página 4 63tw5v

O número de listas no distrito de Faro nesta época do ano é muito elevado - cerca de 25% do total de listas inseridas no país em Outubro são neste distrito - por isso as observações deste distrito têm um peso muito grande no total nacional e nos gráficos obtidos.
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Mensagem por Paulo Alves Seg Out 17, 2016 5:50 pm

Paulo Lemos escreveu:Contactam-se através da voz e vão passando à vez num único sentido, quase não se notando que formam um grande grupo onde se podem contar dezenas. Largas... até quiçá 1 ou mais centenas (?) pois devido à subtileza dos bichos e densa vegetação não se consegue perceber o "volume" total.

Estou a imaginar centenas de melros a moverem-se secretivamente, passando à vez num único sentido, a coordenar tudo através do som... estou a imaginar um filme de ninjas Cool
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Mensagem por Paulo Lemos Seg Out 17, 2016 9:11 pm

Paulo Alves escreveu:
Paulo Lemos escreveu:Contactam-se através da voz e vão passando à vez num único sentido, quase não se notando que formam um grande grupo onde se podem contar dezenas. Largas... até quiçá 1 ou mais centenas (?) pois devido à subtileza dos bichos e densa vegetação não se consegue perceber o "volume" total.

Estou a imaginar centenas de melros a moverem-se secretivamente, passando à vez num único sentido, a coordenar tudo através do som... estou a imaginar um filme de ninjas Cool

Yap! Isso mesmo, nem podias ter encontrado melhor exemplo Very Happy. Num dos casos estive a ver melros passarem entre mato baixo por tempo suficiente para fazer aborrecer uma preguiça, num local pobre em aves quase todo os outros 364 dias do ano. Nem em 3 concelhos vizinhos juntos há tanto melro residente... portanto...
E, já que é uma ave "do solo", mal voadora e presa cobiçada por muitos inimigos, como mais se esperaria que se movimentasse em grupo? Estes movimentos são homogéneos em termos de espécie.

Agora acerca de outro exemplo, mais heterogéneo e fácil de observar, te pergunto: alguma vez notaste, por exemplo e como consta já nalguma literatura antiga, bandos mistos "de chapins" em que se juntam outros grupos taxo (rabilongo, estrelinhas e até Fringilideos, estes mostrando então comportamento atípico não relacionado com alimentação enquanto as outras espécies se alimentam no percurso) e observaste atentamente como se relacionam inter e intra-específicamente e como se movimentam no espaço? E a partir de quantas dezenas de aves notaste subtis mudanças na vocalização e ouviste sons verdadeiramente atípicos nalgumas das espécies? Talvez inatos, vinculados a esse fim apenas... e será hoje este fenómeno apenas um resíduo do que já foi há milénios, quiçá onde participavam espécies hoje já extintas numa dimensão não de filme de acção mas de saga épica?
Nos insectos também há "disto", mas cada vez menos e portanto difícil de estudar "como, quando, porquê e que espécies". Por exemplo, até hoje nunca vi descrito desta forma um fenómeno como o testemunhei nos anos 70 em Mafra: como um longo, estreito e denso (escuro!) "corredor" de libelinhas (várias espécies e tamanhos) serpenteando pelas ruas durante largos minutos; à diferença de movimentos parecidos bem mais fragmentados/dispersos que são menos novidade no conhecimento em entomologia.

Das aves mais interessantes e "complexas" em termos comportamentais, na minha opinião contam-se por cá os pardais-comuns e os Melros por exemplo... isso ajuda-os a serem "comuns" mas mesmo assim não sabemos tudo sobre eles.
Como são aves de "baixo voo" e não "totalmente gregárias", muito do comportamento dos Turdus é secretivo se compararmos com pardais e estorninhos. Tanto de dia como de noite, são ninjas Very Happy. Como pista, temos os sons que os denunciam sempre que comunicam entre si.

Se queres boas histórias de espécies mais raras também tenho Very Happy.
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Mensagem por pedro121 Ter Out 18, 2016 5:11 am

Gonçalo Elias escreveu:
O número de listas no distrito de Faro nesta época do ano é muito elevado - cerca de 25% do total de listas inseridas no país em Outubro são neste distrito - por isso as observações deste distrito têm um peso muito grande no total nacional e nos gráficos obtidos.

São muitas listas de facto, distorcem o cenário das planadoras.
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Mensagem por Paulo Lemos Ter Out 18, 2016 12:07 pm

Ainda quanto ao Melro, faz sentido um comportamento de dispersão em grupo organizado, após o período de reprodução.
Vejo frequentemente serem predados solitários quando se deslocam em campo aberto e semi-aberto e também entre arbustos baixos (emboscadas por gavião e ataques relâmpago de açor macho, que estariam no auge da reprodução nas épocas em que observei este comportamento). E faz também sentido as aves dispersarem ou mesmo abandonarem temporariamente os seus territórios em fins de junho, julho e Agosto quando grande parte das terras seca e os recursos preferidos diminuem e serão insuficientes para sustentar familias bem sucedidas durante muito tempo (que podem contar com um numero superior a 12 exemplares por família/território). Dispersam jovens e alguns adultos, muitos em plena muda de plumagem, talvez para zonas favoráveis a distancia indeterminada ou permanecem temporariamente em grupos itinerantes, talvez por ambientes agrícolas, etc., matagais onde abundem as bagas que, em condições normais, começam a amadurecer no Verão.

Entre alguma especulação aqui, faz sentido tratar-se de "fenómeno social" e não fruto por acaso que juntou ocasionalmente números elevados de exemplares num qualquer ambiente propício (ou seja, eles juntam-se propositadamente e seguem essa linha transpondo território). Notavam-se comportamentos únicos que perfazem uma estratégia muito evidente. Por outro lado é e tem sido há milénios uma espécie comum (essa razão favorece evolutivamente este tipo de fenómenos?). O facto de se agruparem monoespecíficamente (pelo que vi) será devido a ser uma espécie pouco comparável a outras por cá e de nicho ecológico único?
O maior movimento de Melros, contudo bastante subtil (excepto se estivéssemos parados e vê-los à vez atravessarem a estrada) por entre orlas, sebes, matos e mancha florestal rica em sub-vegetação luxuriante, detectei há uns anos a meio da tarde nesta área e no Sentido Norte/Sul: https://www.google.pt/maps/@39.421869,-9.1399178,50m/data=!3m1!1e3
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Mensagem por pedro121 Ter Out 18, 2016 1:21 pm

Paulo Lemos escreveu:
O maior movimento de Melros, contudo bastante subtil (excepto se estivéssemos parados e vê-los à vez atravessarem a estrada) por entre orlas, sebes, matos e mancha florestal rica em sub-vegetação luxuriante, detectei há uns anos a meio da tarde nesta área e no Sentido Norte/Sul: https://www.google.pt/maps/@39.421869,-9.1399178,50m/data=!3m1!1e3

É uma pena que hoje em dia sejam pomares e eucaliptal a ocupar essa zona.
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Mensagem por Tissot Ter Out 18, 2016 2:58 pm

Paulo Alves escreveu:
Paulo Lemos escreveu:Contactam-se através da voz e vão passando à vez num único sentido, quase não se notando que formam um grande grupo onde se podem contar dezenas. Largas... até quiçá 1 ou mais centenas (?) pois devido à subtileza dos bichos e densa vegetação não se consegue perceber o "volume" total.

Estou a imaginar centenas de melros a moverem-se secretivamente, passando à vez num único sentido, a coordenar tudo através do som... estou a imaginar um filme de ninjas Cool

Muito bom!!! Very Happy Very Happy Very Happy
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Mensagem por Paulo Lemos Ter Out 18, 2016 3:19 pm

pedro121 escreveu:
Paulo Lemos escreveu:
O maior movimento de Melros, contudo bastante subtil (excepto se estivéssemos parados e vê-los à vez atravessarem a estrada) por entre orlas, sebes, matos e mancha florestal rica em sub-vegetação luxuriante, detectei há uns anos a meio da tarde nesta área e no Sentido Norte/Sul: https://www.google.pt/maps/@39.421869,-9.1399178,50m/data=!3m1!1e3

É uma pena que hoje em dia sejam pomares e eucaliptal a ocupar essa zona.

Pois...
Foram criados uns pomares algo demasiado extensos para o mosaico variado que havia nos 70/80s, mas o mal escusado foi a repressão às linhas de água (vindas de Este parece, mas hoje não existentes) e focos arborizados e terem cortado as poucas árvores nativas e outras "limpezas" de um tipo que em nada beneficia a biodiversidade, e que às vezes parece só ideia de gente que já não sabe o que fazer no campo. A perseguição por lenha e a mania de cortar o que "ainda está de pé" ajudou a suprimir os últimos carvalhos. Os "ambientes húmidos" locais (em sentido generalista) degradaram-se especialmente e quebrou-se a sua continuidade.
Um pouco mais a Norte, a cerca de 1-2Km onde a meio hoje corta a A8, mesmo na quinta, nos 70/80s também dominava agricultura mas como pequenos pomares, várzeas cultivadas, intencionalmente protegidas por colunas de altos choupos e silvados/canaviais, permitindo algumas sebes e áreas abertas não cultivadas que recebiam pastorícia. Era do Lado Sul da linha que observava o Lanius collurio nos 80s (um dos 3 locais, todos perto do Campo).
Dependente de extensões de árvores altas para nidificar (áreas de eucalipto) a população de papa-figos era indescritivelmente alta por aqui até aos 90s (bandos, despiques de 5-10 machos por um melhor local, etc.) nem se separavam realmente os territórios em quase todo o concelho (2-3 ninhos por vezes na mesma orla de eucaliptal). Mas os papa-figos não dependiam do eucalipto para obter lagartas e a verdade é que, 1 por 1, choupos, salgueiros, carvalhos, etc, foram desaparecendo. Os pinhais também, e mesmo nessa zona do link "foi-se" agora um já bem antigo cujo solo estava coberto de Neotinea maculata, sob as mesmas árvores escolhidas para ninho do que parece ter sido um ultimo casal de L. senator a nidificar nas Caldas pós 1990 (hoje só o picanço-real, que sempre esteve presente mas é pouco conspícuo na nossa zona). Até o rouxinol-comum, tão abundante na área e que permaneceu audível nas Caldas até anos muitos recentes, se "foi" (e não antes só porque um exemplar adulto fiel ao território pode viver mais de 10 anos?).
A ultima observação de Melros no contexto descrito foi mais recente, depois de 2004, obviamente a maioria deles forasteiros em "dispersão".
Para além da A8, pouco antes da sua construção, tudo em redor na quinta foi terraplanado para dar lugar a um imenso campo de girassol. Bem... pelo menos isso permitiu ver por lá bandos de Cruza-bico que se fixaram até à Primavera pois a colheita nunca foi efectuada (provavelmente limparam os subsídios do girassol e cagaram pro resto).
Os bandos de granívoras eram tais na zona que ensurdeciam ao recorrerem ao bebedouro mais próximo, sobrevivendo a uma besta se lembrou de envenená-lo no Outono sem mesmo assim conseguir reduzir o numero de aves (como se as aves fizessem estrago num campo cujos planos não incluíam colheita...).
Falta referir as "poças", valas e reservatórios que havia em toda essa zona, na maioria estruturas para fim agrícola (e onde apanhava dáfnias para os meus peixes) sempre uma bela ajuda para a abundância/densidade e diversidade de aves local: a água. Aves e também anfíbios, sendo este grupo um dos que mais sofreram nos últimos anos por cá, principalmente por falta de locais para reprodução.
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Mensagem por Paulo Alves Qua Out 19, 2016 2:47 pm

Paulo Lemos escreveu:Num dos casos estive a ver melros passarem entre mato baixo por tempo suficiente para fazer aborrecer uma preguiça, num local pobre em aves quase todo os outros 364 dias do ano. Nem em 3 concelhos vizinhos juntos há tanto melro residente... portanto...
E como descartaste a hipótese de serem sempre as mesmas aves? Mato baixo, perde-se o fio à meada, o sacana do melro é visto a ir para a esquerda mas entretanto dá meia volta e...é contado de novo.

Paulo Lemos escreveu:E, já que é uma ave "do solo", mal voadora
Pois, não concordo. Dizer que é "mal voadora" é desrespeitoso  Wink Há uma população migradora. E os dados de anilhagem até ao final de 1999 em Portugal mostram que são recapturados indivíduos anilhados no Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Holanda, França e Dinamarca (Catry, P., Costa, H., Elias, G. & Matias, R. 2010. Aves de Portugal. Ornitologia do teritório continental. Assírio & Alvim, Lisboa.)
A mesma fonte refere que os números da população invernante comparados com a residente são pouco expressivos, mas imaginar que os que cá chegaram entraram de forma sorrateira a coberto de vegetação, coordenando tudo através de "códigos" levanta a questão da espionagem. Relembro este episódio.

Paulo Lemos escreveu:como mais se esperaria que se movimentasse em grupo?
Hum, a voar?!

Paulo Lemos escreveu:alguma vez notaste (...) bandos mistos "de chapins" em que se juntam outros grupos taxo (rabilongo, estrelinhas e até Fringilideos, estes mostrando então comportamento atípico não relacionado com alimentação enquanto as outras espécies se alimentam no percurso) e observaste atentamente como se relacionam inter e intra-específicamente e como se movimentam no espaço?
Já sim e chamo-lhe precisamente "bandos mistos". Há várias teorias para explicar isso, uma delas é a diminuição do risco de predação. Enquanto uns se alimentam haverá sempre alguém alerta...

Paulo Lemos escreveu:e será hoje este fenómeno apenas um resíduo do que já foi há milénios, quiçá onde participavam espécies hoje já extintas numa dimensão não de filme de acção mas de saga épica?
Sempre que assisto a um bando misto na minha cabeça toca a "Imperial March"...

Paulo Lemos escreveu:Se queres boas histórias de espécies mais raras também tenho Very Happy.
O melhor é abrir um tópico só sobre isso... Rolling Eyes Wink
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Mensagem por Paulo Lemos Qua Out 19, 2016 3:34 pm

Paulo Alves escreveu:
E como descartaste a hipótese de serem sempre as mesmas aves? Mato baixo, perde-se o fio à meada, o sacana do melro é visto a ir para a esquerda mas entretanto dá meia volta e...é contado de novo.

Pois claro, divertem-se a fazer círculos em bichinha-*******...
Tal hipótese seria absurda nas condições presentes e em "n" outras circunstancias e estás ver-me andar no mato há 2 dias. Se vais por aí...

Paulo Alves escreveu:
Pois, não concordo. Dizer que é "mal voadora" é desrespeitoso  Wink Há uma população migradora. E os dados de anilhagem até ao final de 1999 em Portugal mostram que são recapturados indivíduos anilhados no Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Holanda, França e Dinamarca (Catry, P., Costa, H., Elias, G. & Matias, R. 2010. Aves de Portugal. Ornitologia do teritório continental. Assírio & Alvim, Lisboa.)
A mesma fonte refere que os números da população invernante comparados com a residente são pouco expressivos, mas imaginar que os que cá chegaram entraram de forma sorrateira a coberto de vegetação, coordenando tudo através de "códigos" levanta a questão da espionagem. Relembro este episódio.

Ora o que terá a ver o ** com as calças?
Claro que não é má voadora para esse objectivo, mas não é um erro crasso comparares destreza de voo com capacidade de cobrir distancias, no contexto de verdadeira migração? Eu apanho facilmente Felosas-malhadas e carriças à mão, mas elas cobrem distancias... durante a noite que é mais seguro. Falamos aqui de comportamentos distintos, de distintas condições ambientais e provavelmente de objectivos e vinculo evolutivo "separado", dependendo da espécie.
Já agora, o Melro treina testa e treina (e diverte-se mesmo, sabes que está provado que os animais se divertem, certo?) a destreza do voo em qualquer idade e, tal como qualquer passeriforme, isso funciona como útil defesa contra predadores. Mas, quando enfrenta um dos referidos atrás, ai dele que não se enfie logo pelo 1ª "buraco" que encontra... capiche? Very Happy

Paulo Alves escreveu:
Hum, a voar?!

Não conheces a espécie?! O Melro! A voar, andar, a saltitar no cão ou de poleiro em poleiro e ou do chão!
E em contacto com os congéneres, sons muito agudos, baixos Wink

Paulo Alves escreveu:
Já sim e chamo-lhe precisamente "bandos mistos". Há várias teorias para explicar isso, uma delas é a diminuição do risco de predação. Enquanto uns se alimentam haverá sempre alguém alerta...

Bandos mistos parece-me muito "lato"... para algo tão muito mais interessante.
E é claro que há teorias sobre isso. Teorias...
E as há que "dizem" aves cobrirem boas distancias assim. E dizem que uma das razões tem a ver com recursos alimentícios, isto de diversas formas é possível. Esses fenómenos provavelmente nem se relacionam com o inato impulso migrador nocturno, inclusive nos timings divergem.

Paulo Alves escreveu:
Sempre que assisto a um bando misto na minha cabeça toca a "Imperial March"...

Cada um interpreta a natureza como quiser, nisso não te posso ajudar Very Happy.

Paulo Alves escreveu:
O melhor é abrir um tópico só sobre isso... Rolling Eyes Wink

Não tenho muito jeito para expor ideias.
E mesmo se tivesse, fazia faisca na mesma (em quem lê, pelo menos nalguns) What a Face


Última edição por Gonçalo Elias em Qua Out 19, 2016 8:11 pm, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : Editado pela moderação devido ao uso de linguagem imprópria)
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Mensagem por Tissot Qua Out 19, 2016 3:52 pm

Epá, não sei o que andam a fumar, mas este tópico está a ficar hilariante!!!! Smile Smile
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Mensagem por Paulo Alves Qui Out 20, 2016 1:11 pm

Paulo Lemos escreveu:
Paulo Alves escreveu:
E como descartaste a hipótese de serem sempre as mesmas aves? Mato baixo, perde-se o fio à meada, o sacana do melro é visto a ir para a esquerda mas entretanto dá meia volta e...é contado de novo.
Pois claro, divertem-se a fazer círculos em bichinha-*******...
Tal hipótese seria absurda nas condições presentes e em "n" outras circunstancias e estás ver-me andar no mato há 2 dias. Se vais por aí...
Não estou a ir por aí. Estava apenas a colocar uma hipótese diferente da que propões.

Paulo Lemos escreveu:
Paulo Alves escreveu:
Pois, não concordo. Dizer que é "mal voadora" é desrespeitoso  Wink Há uma população migradora. E os dados de anilhagem até ao final de 1999 em Portugal mostram que são recapturados indivíduos anilhados no Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Holanda, França e Dinamarca (Catry, P., Costa, H., Elias, G. & Matias, R. 2010. Aves de Portugal. Ornitologia do teritório continental. Assírio & Alvim, Lisboa.)
A mesma fonte refere que os números da população invernante comparados com a residente são pouco expressivos, mas imaginar que os que cá chegaram entraram de forma sorrateira a coberto de vegetação, coordenando tudo através de "códigos" levanta a questão da espionagem. Relembro este episódio.
Ora o que terá a ver o ** com as calças?
Tem tudo a ver. Estamos a falar do Melro, da sua capacidade de voar e migrar.
Tu próprio referes:
Paulo Lemos escreveu:Claro que não é má voadora para esse objectivo
O objetivo é migrar! Logo de seguida dizes:
Paulo Lemos escreveu:mas não é um erro crasso comparares destreza de voo com capacidade de cobrir distancias, no contexto de verdadeira migração?
Fico confuso...

Paulo Lemos escreveu:Eu apanho facilmente Felosas-malhadas e carriças à mão, mas elas cobrem distancias... durante a noite que é mais seguro.
O Melro é também ele um migrador noturno. E migra voando...

Paulo Lemos escreveu:
Paulo Alves escreveu:
Hum, a voar?!

Não conheces a espécie?! O Melro! A voar, andar, a saltitar no cão ou de poleiro em poleiro e ou do chão!
Bom, aqui é que uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Descreves o comportamento do dia-a-dia que nada tem a ver com o comportamento demonstrado durante a migração.
Dá uma olhadela aqui.

Paulo Lemos escreveu:
Paulo Alves escreveu:
Já sim e chamo-lhe precisamente "bandos mistos". Há várias teorias para explicar isso, uma delas é a diminuição do risco de predação. Enquanto uns se alimentam haverá sempre alguém alerta...

Bandos mistos parece-me muito "lato"... para algo tão muito mais interessante.
E é claro que há teorias sobre isso. Teorias...
E as há que "dizem" aves cobrirem boas distancias assim. E dizem que uma das razões tem a ver com recursos alimentícios, isto de diversas formas é possível. Esses fenómenos provavelmente nem se relacionam com o inato impulso migrador nocturno, inclusive nos timings divergem.

Sim, podia chamar-lhe outra coisa qualquer... mas é o que são. Bandos de aves de espécies diferentes, logo "bandos mistos". Mixed flocks

Paulo Lemos escreveu:Não tenho muito jeito para expor ideias.
Ninguém diria! Wink
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Mensagem por Paulo Lemos Qui Out 20, 2016 3:12 pm

Paulo Alves escreveu:
Dá uma olhadela aqui.

Nada de novo para passeriforme migrador. Até o rabirruivo-preto o é por cá provavelmente, ou pelo menos parte da população como já vi de perto um bom exemplo, pelo menos como algo recessivo ou residual.
Conheço bem esse comportamento nocturno em aves cativas. Mas o que referi relativamente ao Melro durante o dia a na época que limitei terá outro objectivo, certo?
Abordando de forma mais simples possivel, temos por cá aves que migram durante o "dia" e durante a "noite", provavelmente partilham ou não alguns mecanismos biológicos distintos, cuja evolução pendeu para um ou para outro lado (no modo como e quando migram), conforme vantagens para cada espécie.
Provavelmente o Melro partilha desses "dois" tipos que aqui se discutem, um deles útil para migrar longas distancias (de noite) e outra para relativamente curtas/dispersão (de dia). Mas tudo isto das migrações, talvez não seja tão linear como se tende ver, até dentro da mesma espécie. Há diversidade, evolução, e a evolução do conhecimento também...[/quote]


Última edição por Paulo Lemos em Sáb Nov 05, 2016 8:51 am, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Gonçalo Elias Sáb Nov 05, 2016 6:16 am

O gráfico da Alca torda é bastante curioso, tem dois picos bem marcados em Março e Novembro (passagens?).

Gráficos de frequência - Página 4 Qys66u
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Mensagem por pedro121 Sáb Nov 05, 2016 11:40 am

estes gráficos de marítimas são sempre complicados de analizar por causa do esforço de observação. Ou seja as tordas são invernantes, os picos para mim devem-se a uma maior actividade dos observadores, é que dezembro-janeiro tem muito pouco esforço o que causa picos em novembro e março alturas de maior esforço.
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Mensagem por Paulo Lemos Sáb Nov 05, 2016 1:46 pm

Serão elas sempre observadas mais perto da costa? E se estiver relacionado com o comportamento de cardumes?
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Mensagem por Gonçalo Elias Dom Nov 20, 2016 3:39 am

Hoje deixo aqui o gráfico da Lullula arborea.

A que se deverá aquela depressão durante os meses de Verão? Talvez à sua menor detectabilidade pelo facto de não cantar?

Igualmente de assinalar é o facto de a frequência no Outono atingir valores superiores aos da Primavera.

Gráficos de frequência - Página 4 358wcgl
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Mensagem por Paulo Lemos Dom Nov 20, 2016 2:49 pm

A malta vai para a praia What a Face e a partir de meados de Set/Out para os campos caçar raridades migratórias e lá estão as cotovias a marcar presença (nem é preciso que cantem, basta que fujam e alarmem nos caminhos)?
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Gráficos de frequência - Página 4 Empty Re: Gráficos de frequência

Mensagem por Helder Vieira Dom Nov 20, 2016 3:06 pm

Tissot escreveu:Epá,  não sei o que andam a fumar, mas este tópico está a ficar hilariante!!!! Smile Smile

Podes crer!!!... e nem partilham...
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Mensagem por Gonçalo Elias Dom Nov 20, 2016 3:08 pm

Paulo Lemos escreveu:A malta vai para a praia What a Face

Então é isso, as praias estão carregadas de Tringas glareolas!!! Laughing

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Mensagem por Paulo Lemos Dom Nov 20, 2016 8:13 pm

Gonçalo Elias escreveu:
Paulo Lemos escreveu:A malta vai para a praia What a Face

Então é isso, as praias estão carregadas de Tringas glareolas!!! Laughing

Gráficos de frequência - Página 4 2cmrwa9

Hum... pelo gráfico isso atinge o auge 1-2 dias antes do grande período de férias de meados de Agosto, quando a malta dá uns giros pelas várzeas em troco nú para depois não aparecerem na praia tão branquinhos Cool

Agora a sério, a frequência no Outono atinge valores superiores aos da Primavera porquê? Menos espécies de aves a cantar e por isso menos confusão ou mais cotovias incluindo as jovens?
Sempre me intrigou ouvir esta espécie tão tarde e tão empenhada no canto, numa estação em que quase não teria vantagens. Não tenho prestado muita atenção ao assunto, mas tenho de perceber se são territoriais (agressivas) ou não, ou se os parejamentos ocorrem ou se reunificam no Outono (por exemplo observo pares no Inverno e aparentemente sempre fieis ao seu cantinho). Esta ave tem algumas vantagens se não andar sozinha no habitat preferencial (semi-aberto e orlas, portanto bom ambiente para emboscadas) e de facto exibe um comportamento de atenção/alarme/fuga eficaz quando em pares ou pequenos grupos. Também pode ser que "outrora" quando a espécie evoluiu até à forma actual, o seu habitat era mais raro do que hoje (outros ambientes mais abertos não seriam apropriados ou estariam ocupados com outras Alaudidae concorrentes) e assim a espécie talvez tenda a ser territorial durante todo o ano, menos na muda?
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Mensagem por PNicolau Seg Nov 21, 2016 5:00 am

O mapa do Tringa glareola está fixe.
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Mensagem por Gonçalo Elias Seg Nov 21, 2016 6:12 am

Paulo Lemos escreveu:
Agora a sério, a frequência no Outono atinge valores superiores aos da Primavera porquê?

Pode haver várias razões a concorrer para isso mas imagino que o esforço de amostragem seja relevante. Vou tentar desagregar por distritos para ver se emerge algum padrão regional.
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Mensagem por pedro121 Seg Nov 21, 2016 6:51 am

Gonçalo Elias escreveu:
Paulo Lemos escreveu:
Agora a sério, a frequência no Outono atinge valores superiores aos da Primavera porquê?

Pode haver várias razões a concorrer para isso mas imagino que o esforço de amostragem seja relevante. Vou tentar desagregar por distritos para ver se emerge algum padrão regional.

Não é uma diferença significativa, 2-3%
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