Frio!!!

a ficar fresco...

Desde ontem que as insectívoras mudaram radicalmente de comportamento, como se viesse praí uma má fase climática (para elas e insectos). Costuma bater certo, em várias espécies, confirmado em cativeiro também durante anos.
Mas não costumam fazer isto com mais de 2 dias de antecedência e nas previsões de meteorologia (na net) não vejo justificação.

Paulo Lemos escreveu:Desde ontem que as insectívoras mudaram radicalmente de comportamento, como se viesse praí uma má fase climática (para elas e insectos). Costuma bater certo, em várias espécies, confirmado em cativeiro também durante anos.
Mas não costumam fazer isto com mais de 2 dias de antecedência e nas previsões de meteorologia (na net) não vejo justificação.

Curiosamente, sem saber também a justificação para tal, verifico o mesmo há já algum tempo. Parece que desaparecem dos locais onde habitualmente se mostram, para além de que não emitem vocalizações. Sem saber a razão, como já disse, á partida também associei este tipo de comportamento a eventuais mudanças climáticas. Será esse o motivo?

Só sei, principalmente por experiência, que a "aproximação" de certas condições climáticas influencia o comportamento migratório (nas migradoras) e o comportamento na alimentação (nas residentes e nas migradoras), o que obviamente na natureza as faz mudar de lugar ou de recursos.

Exatamente, Paulo, essa é também a minha convicção, sem certezas, claro.

Gilberto Pinelas escreveu:sem certezas, claro.

Tenho eu! Na natureza também, relacionando observações.

Quando disse "o comportamento na alimentação", incluí preferenciais momentâneas ou combinações de alimentos, presas ou néctares/frutos ou minerais no caso das insectívoras, preferências relacionadas com a sua qualidade (e disponibilidade, em caso de combinações de alimentos/complementos) e/ou não só com a sua abundância no espaço.

Claro, claro... mas a minha experiência não pode ser comparada com a tua, por isso disse sem certezas.

As previsões não estão nada más até segunda, mínimas abaixo de zero na maior parte das zonas de interesse.

Gilberto Pinelas escreveu:Claro, claro... mas a minha experiência não pode ser comparada com a tua, por isso disse sem certezas.

Li de raspão, nem tinha percebido.

Sempre foi um tema interessante para mim, a comportamental das insectívoras, relacionada com a alimentação, daí ter "alguma" experiência no assunto.
Bem.. na verdade comecei nos répteis (refiro-me sobretudo a "descobrir" de que se alimentam na natureza e preferências, apesar de que a experiência ex-situ as complementaram e ajudaram bastante). As aves "respondem" diferentemente dos répteis ao frio, obviamente .

A sentir-me optimista. Era só o que desejava, um bocadinho mais de frio, só mais um bocadinho.

Noutros pontos da Europa já deve chegar dele, mas aqui entre nós tinha de ser um bocadão.
Excepto a nortada, que nem está forte, não há previsão de temporal ou adversidades sérias para breve, quase em meados de Janeiro, sendo que aqui no Oeste nem geadas houve ainda (como provam certas espécies de insectos ainda vivos e a erva verde).

Paulo Lemos escreveu:Noutros pontos da Europa já deve chegar dele, mas aqui entre nós tinha de ser um bocadão.
Excepto a nortada, que nem está forte, não há previsão de temporal ou adversidades sérias para breve, quase em meados de Janeiro, sendo que aqui no Oeste nem geadas houve ainda (como provam certas espécies de insectos ainda vivos e a erva verde).

Não percebi Paulo? o que interessa se faz ou não frio aqui? este tópico é para falarmos das deslocações das aves na Europa em condições de frio. Se cá faz calor, óptimo. mas o que interessa é o tempo lá fora, não aqui.

parece que vem aí frio e do bom - já viste a previsão para quarta-feira?

Gonçalo Elias escreveu:parece que vem aí frio e do bom - já viste a previsão para quarta-feira?

Influxo de marinus e canus, possivelmente não relacionado, mas também pode estar.

Bem, até agora a onda de frio já rendeu a 1ª Gavia artica desde 2010, e mais algumas coisas engraçadas, mas a onda continua para a semana, muito vai depender se neva ou não, e onde, e se há um congelamento de corpos de agua generalizado ou não.

Temperaturas vão descer até 8 graus devido a massa de ar polar

Hoje às 07:52, atualizado às 15:37

As temperaturas máximas vão descer 8 graus Celsius a partir de quinta-feira devido a uma massa de ar muito frio proveniente da Islândia, prevendo-se também vento forte e queda de neve.

"A descida acentuada da temperatura será a partir de amanhã [quinta-feira]. Estes valores baixos vão manter-se sexta-feira e sábado e no domingo espera-se uma subida da temperatura", disse à Lusa a meteorologista Ângela Lourenço, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com Ângela Lourenço, esta descida brusca da temperatura está relacionada com a entrada de uma massa de ar muito frio, ar polar, que vem de norte, da Islândia.


"De destacar que amanhã [quinta-feira] a descida da temperatura não será só acentuada, mas também acompanhada de vento forte. Estes dois fatores conjugados vão dar um desconforto térmico, o que significa que as pessoas vão sentir mais frio do que aquele que é registado através das temperaturas", sublinhou.

Segundo a especialista, está prevista uma descida da ordem dos 8 graus nas temperaturas máximas e 2 a 4 graus nas mínimas.

"Estamos a falar de máximas da ordem dos 13 a 16 graus no litoral e 5 a 7 graus no interior. O valor mais baixo será na Serra da Estrela e em Bragança", disse.

Neve nas serras do Gerês, Montemuro, Montesinho, Marão e Estrela
Por causa do mau tempo, o IPMA emitiu aviso amarelo para sete distritos do continente (Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria e Lisboa) por causa da agitação marítima que passará a laranja na quinta-feira, prevendo-se ondas com 5 a 7 metros.

"Vamos ter também aviso amarelo de vento. O vento vai atingir principalmente as terras altas do litoral norte e centro com rajadas de 80 a 110 quilómetros por hora na região da Serra da Estrela. Teremos também aviso amarelo de queda de neve nas terras do interior norte e centro, em cotas acima dos mil metros", referiu.

A neve, segundo o IPMA, deverá cair nas serras do Gerês, Montemuro, Montesinho, Marão e Estrela. "A partir de domingo os valores da temperatura vão subir, mas não para os valores que temos tido nos últimos dias. [contudo] serão mais elevados do que durante este episódio de tempo frio que teremos nos próximos dias", indicou. Existe ainda a possibilidade de queda de granizo e ocorrência de trovoada, com mais incidência na região norte do país.

https://www.jn.pt/nacional/temperaturas-vao-descer-ate-8-graus-devido-a-massa-de-ar-polar-da-irlanda-11508475.html

Vamos ver, a Islândia está muito fria e a Escandinávia está fresca. E é novembro. Os Usa também estão com uma vaga de frio. Bem pode ser que seja desta que vejo merganso-grande mas tendo em conta o ano meio louco pode ser que apareça uma bomba. Mas pronto um leucopsis já me deixa contente

pedro121 escreveu:tendo em conta o ano meio louco pode ser que apareça uma bomba. Mas pronto um leucopsis já me deixa contente

No inverno passado houve bomba

Gonçalo Elias escreveu:

pedro121 escreveu:tendo em conta o ano meio louco pode ser que apareça uma bomba. Mas pronto um leucopsis já me deixa contente

No inverno passado houve bomba

Houve?

Atão tiveste o eider-real, se isto não é uma bomba, é o quê?

Gonçalo Elias escreveu:Atão tiveste o eider-real, se isto não é uma bomba, é o quê?

Mas de onde vem os eideres e porque?

Bem, eu associei o termo bomba a algo muito raro, tipo um primeiro para PTc (foi o caso), se não era esse o sentido que estavas a dar ao termo, então qual era?

Gonçalo Elias escreveu:Bem, eu associei o termo bomba a algo muito raro, tipo um primeiro para PTc (foi o caso), se não era esse o sentido que estavas a dar ao termo, então qual era?

A questão não é ser bomba, o tópico é basicamente para falar de deslocações que tenham alguma relação com frio, nomeadamente devido à neve e ao congelamento de planos de agua, nada disso afectaria um eider, eles deslocam-se por causa do oceano congelar, mas basicamente é isso.

por isso eu nunca percebi o que faz os patos-marinhos moverem-se.

frio não é certamente, portanto deslocam-se porque? e vem de onde?

É mais fácil perceber as gavias, elas são caçadores visuais e agitação maritima prolongada complica-lhes a vida, mas os patos mergulhadores alimentam-se basicamente de moluscos e crustáceos (tirando os mergansos) e dão com eles em parte pelo tacto, mesmo em aguas com pouca visibilidade podem alimentar-se. Uma explicação é que também eles sejam vitimas de um desvio da rota IRIS, mas tal não explicaria o pato-fusco já que esse não faz essa rota.

No entanto é provável que haja mecanismos diferentes a actuar nas diferentes espécies e/ou populações, uma explicação para os fuscus é que podem ser transportados pelos patos-pretos, mas se assim é porque é que nunca foi visto 1 em Peniche com dezenas de milhares de nigras observados?

pedro121 escreveu:Uma explicação é que também eles sejam vitimas de um desvio da rota IRIS, mas tal não explicaria o pato-fusco já que esse não faz essa rota.

O que é a rota IRIS ?

Pedro

pedrocardia escreveu:

pedro121 escreveu:Uma explicação é que também eles sejam vitimas de um desvio da rota IRIS, mas tal não explicaria o pato-fusco já que esse não faz essa rota.

O que é a rota IRIS ?

Pedro

Sabes que eu trabalho principalmente em microbiologia, e nós usamos e abusamos de siglas.

Neste caso eu uso IRIS para a rota migratória que liga a Gronelândia até as Ilhas Britânicas, principalmente a Irlanda.

Portanto quer dizer Irlanda----Islândia (que para alem de fonte de migradoras é também um ponto de paragem)

Tipicamente as aves que fazem a rota IRIS são uma fonte de "raridades" em Portugal já que durante a travessia são facilmente deslocadas para sudoeste falhando assim a Irlanda e acabando no meio do atlântico, tipicamente aparecem gansos-de-bico-curto ao longo da costa, mas também branta-bernicla-horta isolados e com sorte Anser albifrons e Cisnes-bravos

Para alem desses que é fácil determinar a origem há um conjunto de espécies em que é razoável assumir que muitos dos indivíduos que cá aparecem tem origem nessa rota. Escrevedeira-das-neves é talvez o exemplo mais óbvio.

Portanto é uma das grandes origens de patos/gansos/cisnes raros e é a mais previsível das 5 fontes.

ps: para aqueles que gostam de procurar taxas obscuros e de difícil identificação, este ano será certamente um bom ano para procurar um Tordo-ruivo-islandês T. i. coburni .