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Espécies que estão a aumentar / regredir em Portugal

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Mensagem por Paulo Lemos Qui Abr 13, 2017 4:31 pm

Outras aves comuns que me parecem "regredir" por aqui nos últimos 4-5 anos, mais ou menos:

- Gavião (grande diferença em vários locais do Litoral Oeste e Beiras, em relação ao passado).

- Rouxinol-comum (entretanto desaparecem?)


Sem dúvida a aumentar nos concelhos de Caldas e Óbidos (pode ter relação com o caso anterior):

- Chapim-real

- Trepadeira-azul

- Súbito aumento de Picus viridis este ano. Mas esta espécie está sempre a variar em "abundância" local.

- Tentilhões machos mais audíveis. Mas a população local (cujos espécimes são em geral muito pouco coloridos, alarmam bastante e são pouco ou nada dispostos a cantar) mantém-se aparentemente inalterada nos "desinteressantes" pinhais e eucaliptais da região.
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Mensagem por Paulo Lemos Seg Abr 17, 2017 2:55 pm

Más novidades.
A olhos vistos, 3 espécies em "regressão (Concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos):

- Rola-brava
Como se fosse novidade... mas aqui nota-se grande mesmo grande contraste em relação ao passado (remoto < 10 anos), um silencio desta espécie onde havia por todo o lado.

- Açor.
De entre locais de nidificação "confirmada" desta espécie, antigamente identificados sem devida prospecção mais detalhada dos ninhos, foi este ano que dei com 5 dos "n" ninhos totais, no local exacto.
Só que, desses 5, em 3 faltam as aves adultas nos territórios, e nem nas proximidades as vejo... só ficaram os velhos ninhos e alguns despojos já com 3-4 anos no mínimo.

- Bufo pequeno.
Esta ave já foi das nocturnas mais abundantes e bem distribuídas nos 2 concelhos, ocorrendo em vários habitats com árvores, desde as manchas "florestais" mais remotas e contínuas, até aos limites das povoações com pequenos grupos de arborizados.
Bem... mas já me dou por contente ao ver este ano 2 ninhos com crias, um em cada dos concelhos. Curiosamente, velhos ninhos de açor.
Outra novidade, é que esta espécie se virou para presas algo menos prováveis (dantes havia mais roedores, pois até eu os apanhava facilmente). Por momentos, julguei que fossem mesmo zonas ocupadas por açores um tanto "terroristas e porcos" demais.
Deve ser das estrigiformes mais audazes nas caça, sem dúvida (é melhor calar-me aqui, quanto às presas que vi retraçadas nos locais Surprised).
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Mensagem por Paulo Lemos Qua maio 10, 2017 4:22 pm

Definitivamente, além de a coruja do mato ter aumentado nas áreas litorais dos concelhos de Peniche, Bombarral, Caldas, Alcobaça/Nazaré, confirma-se muito bem sucedida como nidificante e à vontade por toda a região. Tal ocorreu em menos de 2 décadas, onde praticamente não ocorria.

Já agora, aproveito para conhecer melhor esta espécie perto de casa (antigas oportunidades eram sempre longe, onde sempre observei a espécie comum mas com fraca disponibilidade para detalhes). A minha maior surpresa é notar que nidifica sobretudo em ninhos abandonados de outras espécies, em árvores (Butio, Àguias, Accipiter, gralhas). Deixa poucos vestígios de regurgitações debaixo do ninho, ao contrario de bufo-pequeno.

Ontem, uma jovem coruja ainda muito dependente, talvez devido a ter nascido num ninho em árvore ("habituada a ninhos"), aventurou-se para um grupo mais baixo de pinheiros e predou uma ninhada de pombo-torcaz. Nasceram a uns de 500-800m de um ninho de Açor.

Três territórios locais de açor, têm regurgitações desta espécie nas imediações do ninho. Vou tentar saber mais sobre possível relação (de antagonismo ou não durante a noite) nestas duas espécies.
Pelos vistos, o açor não lhe é ameaça ao nível que eu pensava. Pelo menos os adultos.

A abundância de bufo-pequeno é hoje uma miragem nestas áreas, seja qual for a relação entre ambas as nocturnas.

A coruja das torres também "regrediu" bastante.
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Mensagem por João Tomás Qui maio 18, 2017 3:23 pm

Embora saiba que não se encontra em expansão, dá-me a sensação (esta primavera) de haver trigueirões onde não costumava ver. Falo apenas do concelho da Batalha! Outro pormenor que poderá ser importante para esta "expansão" serão os pequenos campos de trigo que se plantaram este ano e que não costumava ver nos outros anos. Alguém tem a mesma percepção?
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Mensagem por Paulo Lemos Qui maio 18, 2017 6:52 pm

João Tomás escreveu:Embora saiba que não se encontra em expansão, dá-me a sensação (esta primavera) de haver trigueirões onde não costumava ver. Falo apenas do concelho da Batalha! Outro pormenor que poderá ser importante para esta "expansão" serão os pequenos campos de trigo que se plantaram este ano e que não costumava ver nos outros anos. Alguém tem a mesma percepção?

Eu costumo notar flutuações nessa espécie ao longo de anos, ou até de ano para ano (ou talvez alternância de territórios?). Não consigo perceber bem...
Uma outra que tenho "notado mais" (ou mais abundante e dispersa) nos últimos 5 anos, é a Cotovia-arbórea na minha região. Mas houve uma época em que mal se (ou)viam como por exemplo há uns 15 anos, mais ou menos.
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Mensagem por Paulo Lemos Sex maio 19, 2017 6:13 pm

Bem... quanto ao açor, aparentemente a ave mais "equivocada" em Portugal Cool, é facto, e tem sido, uma das rapinas mais comuns da minha região. E provavelmente de quase todo o país, se compararmos com os números de outras rapaces, incluído falconídeos. É, também, na minha opinião e desde há muitos anos (após períodos de contacto próximo desde miudo) uma espécie de grande importância ecológica, mas apenas deve ser considerada bio(eco)indicadora muito relativamente, em condições de habitat menos intocado pelo Homem e distante do mesmo.
"Relativamente comum", mas não deixando de enfrentar algumas ameaças...

Tudo isto para dizer que (finalmente) já fiz a prospecção, ainda que aproximada em resultados, dos territórios na minha região. E confirmo os números antes adiantados aqui.
Digo "aproximada, porque provavelmente o numero é algo superior: não varri todo o terreno a pente fino.. o meu método limitou-se a visitar apenas os locais que, após interpretação por "experiência pessoal" ao longo dos tempos (através de indícios seguros) vi como territórios de cria permanentes ou regulares.
Bateu tudo certo e ainda tive oportunidade de melhor identificar (por novas características aprendidas) velhos ninhos do passado e outros sinais mais subtis.

Já tinha lido um trabalho sobre esta espécie nosso país (não me lembro dos autores) mas só após 2000 que notei haver "algum equivoco" sobre esta espécie e mais tarde na internet. Em conversas iniciais com o Jorge Vicente há poucos anos, tive logo oportunidade de lhe dizer que a espécie pode mais abundante do que "se pensa", e do que se tem encontrado e considerado, mesmo por ele. Claro que ele não duvidou da minha apreciação, aliás cedo aqui encontrou mais 2 casais que posso juntar à "minha" lista (não contei com esses no numero adiantado posts atrás), e aliás ele e a Rita têm-ma apresentado, nos últimos anos, com "títulos" bem representativos (no contexto peri-urbano onde é bem sucedida, em muitos casos aproveitando recursos alternativos e complementos ao mais naturais, e também consome presas "mais silvestres". Como se não tivesse afectado muito a espécie, o Homem ter ocupado no passado áreas de maior valor ecológico/produtividade para seu usufruto, mas ainda dotadas de relativa riqueza ou produtividade que se reflecte na avifauna (por ex. estorninhos e outras aves de ocorrência rural e afins), onde há arvoredos apropriados.

Não vou aqui adiantar locais e pormenores (resultados), mas há curiosidades que interessa debater sobre espécie, aplicáveis a várias outras "florestais" (entre aspas pois o conceito de floresta é relativo): apesar de alguma versatilidade nesta espécie quanto ao tipo de floresta, e as raras escolhas por espécies de árvore autóctones, o nicho local mais escolhido para ninho é uma mistura coesa e intrincada de Pinus e eucalipto com aspecto "relíquia" (mas para tal não necessita de ser centenário) de preferência ambas espécies de árvore em simultaneamente no mesmo espaço!. Um aspecto aspecto desordenado e descuidado, e sobretudo o carácter abandonado do local (seja perto ou longe da civilização), não obrigatoriedade grandes extensões mas também "oásis" de árvores em campo aberro ou semi-aberto.
Em suma: aquilo que, por várias vias, se planeia hoje condenar à extinção no nosso país, sem a todo igual em temos de ecologia e biodiversidade. Alternativas a tais nichos seriam muito difíceis de repor/substituir, nunca em menos de um século usando espécies arbóreas em habitats que se apresentassem alternativos/equivalentes para a«alguns valores da biodiversidade. Não afectará só espécies como esta, mas também outras mais "viculadas" ao solo e sensíveis a alterações "mais" alterações no mesmo, e na vegetação que se tem sucedido (por muito degradada que pareça). Ou seja: mais alteração nem sempre é "bom", por melhor intenção que tenha, numa Era em que a biodiversidade não está em condições para enfrenta-la, especialmente se se tratam de populações residuais (não o açor, claro).

O que me parece, com elevada certeza suportada por observações continuadas durante anos e agora melhor confirmadas: o açor regrediu localmente. Não tanto quanto o Bútio, mas a ponto de aproximar bastante os números destas duas espécies (o Bútio tem mais azar, não encontra presas alternativas como o açor, sendo que as selvagens "regridem" também como roedores e coelhos)..
Para o açor, há menos presas "silvestres" sem duvida, mas algumas ruderais fazem parte mais importante da dieta, apesar de que também também diminuíram como no caso do pombo-doméstico (mas ainda assim há suficientes em fontes regulares pelo território, bem como a rola turca). O numero de pombos ferais/correios ou provenientes de quintas é hoje bastante mais reduzido do que comparativamente ao de há uns anos/décadas atrás. Em suma, há vários e bons hospots para a caça de presas, de fácil acesso e por vezes acedidas por vários casais nidificantes (esta observação já é antiga, bem como uma realidade que se observa anualmente).
Como qualquer outra espécie com capacidade para dispersar, possivelmente a rola turca vai evoluído nas suas capacidades para enfrentar esta espécie em qualquer habitat onde ocorra, e já nidifica fora dos limites da civilização (no seio e nos limites de território de açor, por casais experientes de rola), ou seja, talvez se vá tornando uma espécie mais difícil, mas em contrapartida mais comum.
Tal como já disse antes, curiosamente, a menor pressão da caça nos últimos anos parece não ter afectado positivamente o numero observável e nidificante destas espécies (bútio e açor), ao contrário de outras como o Tararanhão-ruivo por exemplo, calçada, etc. O habitat e os recursos parecem o mais importante.

Esta "abundância" local é muito provavelmente aplicável por grande parte do território nacional, que visitei ao longos dos tempos, confirmando a presença, bem como nichos propícios e presas (por vezes ninhos, apesar de não ter tido muito interesse nisso). Será certamente um predador "obrigatório" em n+1 milhares de spots nacionais, desde o Algarve (deve estar confirmada nidificação em Sagres, certo?), Ribatejo e Alentejo sobretudo onde são planadas monoculturas e estas sejam algo desleixadas (por vezes os únicos espaços de árvores apertadas). Nas Beiras: será aqui um pesadelo descobrir ninhos mas tenho uns poucos territórios confirmados, até este ano consegui um em Oliveira do hospital numa curta visita), e sobretudo pelo Litoral Norte onde vi bastante esta espécie. No Geres e Montesinho também observei adultos, apesar de tarde no ano para ter noção de "números" dos que possam nidificar.

Dicas para observação, acho que já dei algumas... Até de passagem dentro do carro, pode estar-se atento a esta espécie quando por sorte se movimenta ao alcance da vista (mais fácil de carro do que a pé, mas é uma actividade perigosa!). Ou então como faz o Jorge, vista de um ponto elevado "se o há).
O adulto, devido ao perfil, baixo voo entre copas e tipo de voo e amplitude de batimentos das asas, pode confundir-se com o pombo torcaz (será esta a confusão que o torna tão pouco observado: porque não identificado?). Nalgumas situações, quando foge ao chegarmos a um local, nem eu consigo distinguie bem, especialmente contra-luz e em determinadas posições menos de flanco.
Os ninhos passam despercebidos e às vezes até parecem abandonados, na maioria das vezes um conjunto banal de sinais, nem sempre notórios, inclusive o próprio ninho, e os vestígios pode ser lavados pela chuva. E os adultos nem sempre se expõem, alguns também criando cedo (já há juvenis a voar), e poucos alarmam.
Alguns ninhos ou locais de nidificação são extremamente difíceis de descobrir, ao percorrermos um pinhal/eucaliptal cerrados sem atenção a cada árvore (exemplos há absurdos, só por sorte voltei 1x atrás para descobrir um ninho quase "translucido" conta o céu num pequeno pinus, onde já tinha passado praticamente por baixo dele!!), e há casos insuspeitos à beira de caminhos e perto de habitação. Cada ninho resulta quase sempre em "boca aberta" de surpresa, na minha opinião. Às vezes escondido pelas circunstancias, noutras demasiado exposto, noutras num pinheirito baixo ou ramada lateral de uma árvore (parecendo lixo acumulado), ou escondido pela própria improbabilidade de procuramos espécies em local tão "deslavado" (aos nossos olhos) "Que ave estúpida ali fez ninho? Aquele ninho não deve ter nada, e parece mesmo não ter". Há ninhos sem grandes vestígios de presas próximo, pois os adultos depenam as presas no local de caçada e depois nos "devoradouros" comem até os ossos, só deixando os maiores (espécies acima de pombo, ou neste caso sobram fémures destes + parte da coluna e bacia e mais raramente externo)... isto, se nenhum predador os levar regularmente.

Não decidi ainda o que fazer da informação (e das imagens recolhidas), mas provavelmente envio ao Jorge e à Rita.

Ena, isto era para ser curto...
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Mensagem por Paulo Lemos Dom maio 21, 2017 1:45 pm

Ainda à cerca da rola-comum:

Tenho confirmado este ano no Litoral Oeste que se mantêm alguns dos mais antigos locais (territórios) de nidificação desta espécie, alguns com dezenas de anos. Todos batem certo com a proximidade da civilização, onde há grupos ou extensões de árvores com bastante mato (por vezes centenário) de estrado médio. Por aqui, a maioria dos ninhos são construídos em grupos densos de tojos altos e silvados, ou em árvores e arbustos cobertos pelos mesmos. Esta espécie obviamente logra de maior protecção contra predadores (diurnos e nocturnos), quando mais abundante e extenso for este detalhe de habitat e consequentemente menos previsível a detecção dos ninhos.

Não é novidade de que estes territórios, sucessivamente ocupados, são bons. Bem como eventuais casais mais idosos destas aves nos mesmos, e aliás é conhecimento corrente de que são mesmo fundamentais para a continuidade das populações de muitas espécies.

A minha pergunta é: em grande parte do território nacional, e especialmente no que tende a ser um dos actuais nichos mais importantes para esta espécie (pelo menos em certas regiões) qual tem sido o impacto do lobby das limpezas de florestas, além do impacto indiscutível da caça?
Diga-se também que, a probabilidade de incêndios e a gravidade dos mesmos em certas regiões, é tão reduzida que praticamente nem se justifica essa "manutenção" para fins de segurança. Não se justifica como tenho visto...
E tenho visto situações ridículas neste campo...


Última edição por Paulo Lemos em Dom maio 21, 2017 7:40 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Gonçalo Elias Dom maio 21, 2017 1:53 pm

Paulo Lemos escreveu:A minha pergunta é: em grande parte do território nacional, e especialmente no que tende a ser um dos actuais nichos mais importantes para esta espécie (pelo menos em certas regiões) qual tem sido o impacto do lobby das limpezas de florestas, além do impacto indiscutível da caça?

Resposta curta e rápida: ninguém sabe. Para se saber, seria necessário fazer estudos e neste momento que eu saiba esses estudos não existem.

Por isso a única opção disponível é mandar uns bitaites Cool
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Mensagem por Paulo Lemos Dom maio 21, 2017 2:38 pm

E ainda sobre o açor:

Não sei se há estudos sobre isto e se são aplicáveis aos nossos açores (duvido que fossem), mas sei por experiência que um macho pode ser fiel a um território durante mais de uma década (toda a sua vida). Mas, quanto às fêmeas, acho que algo não bate certo aqui na minha região.

Só este ano, uma desapareceu um durante o choco (o macho permanece sozinho), noutro local há outra fêmea de 2 anos que criou agora pelo 2 ano, num local que, nos últimos 4, já "viu" 3 diferentes (local com décadas de nidificação da espécie), e aparentemente há outra jovem a nidificar num velho território com pelo menos 3 anos.
O que se passa com as fêmeas? Morrem ao assaltar galinheiros? Morrem envenenadas por rolas que se alimentem nos passeios? Nos novos campos agrícolas anexos aos pinhais e eucaliptais? Migram? Serão predadas?
Se ninguém estudou isto, havia de ser estudado. De aspecto "idoso" > 4 anos, ainda só vi uma este ano.

Já agora, mais um exemplo caricato ou surpresa que tive com esta espécie, ainda que saiba interpretar qualquer indicio:.
Hoje decidi dar uma volta por um sitio no concelho vizinho (que não contou para o numero que quis confirmar), onde desde 2014, durante minhas observações de Saturnia pavonia no Litoral, detectei mais um território de nidificação de açor (tenho-os ouvido anualmente em cortejamento). Apesar de tão simples como atravessar uma estrada e procurar um ninho, só o fiz hoje (vulgaridades..... Very Happy Very Happy Very Happy).

Dei assim com mais um "Oasis" de troncos, numa mistura densa de Pinus e eucaliptos, e um ninho de aspecto velho, assimétrico e aparentemente débil num pinheiro médio/baixo, parecendo o ninho translucido e vazio, apesar de sinais de presença de exemplares um pouco "porcos" nas proximidades. Pensei que as crias tivessem já saído no ninho, que havia mais uma ninhada de coruja do mato (sujam bastante sob os galhos), mas nem sinal de crias de açor (estariam escondidas nos ramos junto ao tronco, muito quietinhas), nem dos adultos (comportamento idem, ou estariam a observar de longe, ou não se ausentavam muito, apesar de um regresso muito subtil mas eu daria com eles). Nada. Procurei crias caídas no chão, e nada também. Tudo quieto e ausente, um pombo torcaz a cantar e algumas passeriforme a alimentar a crias... e mais silencio.
Fartei-me de fazer barulho no local (o chão cheio de eucalipto seco não perdoa), tentando recolher provas de nidificação. Por fim, levantei 2 pinheiros caídos pois não havia poisos baixos e porreiros na área, do tipo que eles gostam" num local". Só não subi à árvore, nem lhe toquei senão com os pés, porque nunca estive seguro da não presença (apesar de nesta região nunca ter notado um abortar de nidificação nesta espécie por distúrbios menores, nem mesmo o corte de madeiras pela industria), mas porque sei, por experiência própria, que isso redobraria o convite a qualquer gineta a subir à árvore (e isto é regra certa, em tempo real ou não) devido ao meu cheio lá deixado.

Como nada mais consegui provar, e como não penso não voltar lá, tentei depois apanhar o ninho de vários ângulos para estudar as fotos em casa.
Já bem afastado, consegui topar uma brecha "impossível" entre as copas e meti um apetrecho na lente, para tentar uma foto fraquinha mas elucidativa mais na perpenducular, e por sorte tive visibilidade numa derradeira tentativa, notanto uma cabeça branca em movimento. Ahh! Very Happy
Chegado a casa, percebi que havia mais... fui observado o tempo todo (meia hora, incluindo fotografar uma lagarta de Saturnia), pela mãe de boca aberta (de calor) lá em cima...

https://i.servimg.com/u/f58/19/64/86/89/1110.jpg
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Mensagem por Paulo Lemos Dom maio 21, 2017 6:00 pm

Mais uma ajuda (para que não se interpretem mal ninhos deste tipo nas buscas para o novo atlas), e mais uma mensagem no fim:

https://i.servimg.com/u/f58/19/64/86/89/1112.jpg

https://i.servimg.com/u/f58/19/64/86/89/1210.jpg

https://i.servimg.com/u/f58/19/64/86/89/1310.jpg

Um mero exemplo de ninho, pequeno (a árvore média e esguia, note-se), neste caso "achatado", assimétrico talvez devido à reconstrução tosca, e em vários pontos vê-se o céu através do conjunto.
Se a ave estivesse na perpendicular, ficaria de a cauda de fora e eu tê-la-ia topado logo (mas nunca vi uma com a cauda de fora). Não são evidentes os típicos, mas não obrigatórios, ramos cortados frescos (de pinheiro neste caso), pois parecem da própria árvore.
Mais tarde, o ninho ficará ainda mais desfeito com as brincadeiras das crias. Os adultos, ou pelo menos um dos membros, parece presente durante todo o ano e deixa sinais subtis.
Há desses sinais também onde não ocorre nidificação, sobretudo no Ounono (pelo que percebi, de aves jovens e outras que circulam).

Como o suporte desse ninho parece estável, talvez seja usado durante mais anos (que é o caso quase certamente, desde 2014 pelo menos).
Houve corte e replantação frequentes nos terrenos anexos (há menos de 3 anos), ficando este grupo de árvores que é pouco largo (50-100m por 300m de comprido, talvez menos) destacado como o mais alto da grande área, à excepção de um pinhal sossegado, alto e maduro, paralelo a uns meros 300-400m (separado por uma faixa de jovens pinheiros), mas que não tem sido usado pela espécie Wink.

Esta é (e "sempre" foi, a meu ver desde que o nicho "floresta desordenada" existe), entre outras possíveis, a situação mais comum na minha zona, que se repetirá certamente por tantas outras no país, independentemente do relevo.
Sendo a minha região das mais fáceis de investigar.
Obviamente que a densidade diminuirá longe de zonas ricas em aves-presa.

Espécies que estão a aumentar / regredir em Portugal - Página 5 1510

Agora, só espero que reformem "bem" a floresta Twisted Evil .
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Mensagem por Gilberto Pinelas Ter maio 23, 2017 7:36 am

Paulo, a rola-comum na sua zona costuma fazer o ninho nos tojos e silvados?
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Mensagem por Paulo Lemos Ter maio 23, 2017 9:38 am

Gilberto Pinelas escreveu:Paulo, a rola-comum na sua zona costuma fazer o ninho nos tojos e silvados?

Sim, na sua maioria onde há tojos altos, ou outros arbustos "labirínticos" do género, que são localmente mais raros, mas sempre "matos" antigos, daqueles cujas espécies "se limpam" normalmente. Geralmente ninho a 1-2m do solo, às vezes menos.
Nos silvados, sempre vi em qualquer região (sob floresta mais fechada, semi-aberta ou em grupos de árvores ou arbustos).
Uma tosca plataforma de galhos suspensa em ramos finos, parecendo lixo acumulado depois de caído de estratos superiores.

Depois de criarem, mas antes da migração ou durante, as rolas acumulam-se para descansar durante o dia, por vezes em grandes quantidades, mais em zonas ribeirinhas ou charcos/zonas húmidas/bebedouros em campo aberto com grupos bastante densos de salgueiros, principalmente Salix atrocinerea (devia se proibir, se não for já proibida a caça, neste tipo de habitat). Não procuram água e sim este ambiente para descansar, o que talvez seja pouco conspícuo pois acumulam-se nos spots mais densos (só quem os penetra, descobre que são boas quantidades delas que vão saindo de mansinho, ou não... dependendo da nossa entrada Wink).
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Mensagem por Paulo Lemos Ter maio 23, 2017 10:03 am

Já agora, talvez devido à perda de ninhadas durante época de cria, ou a 3ªs ninhadas possivelmente, os ninhos tardios eram (e talvez sejam apesar de mais rara a espécie) muito frequentes.

Costumar-se acusar "que ainda há ninhos quando abre a caça"... mas, e números?
Se há duvidas, mais uma vez repito aqui que há "muitos" ninhos quando abre a caça.

Esse "muitos" é... muitos. Todos os anos encontrava vários ninhos desta espécie em Agosto, especialmente na zona do Bombarral e Cadaval onde eram especialmente previsíveis de descobrir. A probabilidade de se encontrarem nessa época era certa, vários num passeio às vezes, num simples destino por 2-3 grupos de árvores entre campos agrícolas (ninhos com ovos e crias). Era das espécies cuja época se estendia vulgarmente a Agosto, mais do que o pardal dos telhados "dizia-se" também localmente.
Isto não é um "estudo", mas é muito mais do que um bitaite... aliás, como é recorrente, tomara "estudos" (dos que por aí se fazem) compilarem tanta informação Wink.
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Mensagem por Gilberto Pinelas Ter maio 23, 2017 10:09 am

O Paulo não quererá dizer: zonas com arvores e ou arbustos “labirínticos” envolvidos ou ladeados com tojos altos e ou silvados?

Relativamente às zonas ribeirinhas com esse tipo de vegetação que descreve são de facto bons spots para observa-las. Eu próprio, por diversas vezes, já tive a oportunidade de confirmar isso.


Última edição por Gilberto Pinelas em Ter maio 23, 2017 10:31 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Gilberto Pinelas Ter maio 23, 2017 10:30 am


“…As boas condições que a Península Ibérica tem para a reprodução e para alimentação (bosques e culturas cerealíferas), são a razão pela qual alguns indivíduos se fixam no nosso país. É uma espécie cinegética bastante apreciada pelos caçadores.
O habitat preferido por esta espécie na Europa, compreende um mosaico de orlas, matos arbustivos, bosquetes e zonas abertas, onde se alimenta…”

“…O ninho é normalmente uma pequena plataforma de ramos finos, construído principalmente pela fêmea, na copa das árvores ou arbusto altos, podendo também ser feito no meio da vegetação (numa orla) ou em árvores isoladas. As posturas variam entre um a três ovos, sendo a média de dois. Podem realizar até três posturas com sucesso, embora possam construir mais ninhos e realizar mais posturas de substituição, no caso de se perder uma postura ou juvenis. A incubação dura 13-16 dias, e é realizada quer pelo macho como pela fêmea. Ambos cuidam das crias, e estas saem do ninho 20 dias depois da eclosão…”

“…Os estudos mostram que o número de tentativas de nidificação por casal diminui nos últimos 40 anos. Ao chegarem da migração, os adultos precisam de mais tempo para recuperar do esforço, pois levam mais tempo a encontrar alimento, e por isso atrasam a primeira postura. A necessidade de efetuar grandes deslocações para se alimentar, pode levar a que os adultos deixem de nidificar mais cedo, começando a preparar-se para a migração até aos locais de invernada…”

“…As modificações na paisagem agrícola alteraram o comportamento reprodutor e alimentar das rolas. A diminuição da área agrícola, apesar de não afetar o sucesso reprodutivo diretamente, contribui para a diminuição da condição física dos adultos (devido à menor disponibilidade de alimento e à maior distância percorrida entre o local de nidificação e as áreas de alimentação). Consequentemente o número de tentativas de postura será menor, diminuindo a taxa de reprodução…”

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Mensagem por Paulo Lemos Ter maio 23, 2017 10:33 am

Gilberto Pinelas escreveu:O Paulo não quererá dizer: zonas com arvores e ou arbustos “labirínticos” ladeados com tojos altos e ou silvados?

Relativamente às zonas ribeirinhas com esse tipo de vegetação que descreve são de facto bons spots para observa-las. Eu próprio, por diversas vezes, já tive a oportunidade de confirmar isso.

Também pode servir para descrever o ambiente em geral. Mas a intenção era mesmo dizer que os próprios arbustos onde se situa o ninho são algo "labirínticos". Não são construídos em qualquer tojo, giesta ou urze aprumadas e isoladas (nem demasiado densas e realmente fechadas e escuras onde nem caberia um braço), mas nas mais "artísticas", velhas, com diversas passagens possíveis entre ramos cruzados, etc. O ninho vê-se normalmente muito bem quando espreitamos contra-luz, daí que quanto mais habitat deste tipo houver num território, mais os ninhos se diluem no espaço (a procurar por um predador) e se confundem com muitos outros lixos dispersos, acumulados nos ramos.
Em suma: matos velhos, que são alvo de limpezas.


Última edição por Paulo Lemos em Ter maio 23, 2017 10:54 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Paulo Lemos Ter maio 23, 2017 10:51 am

Gilberto Pinelas escreveu:
“…As boas condições que a Península Ibérica tem para a reprodução e para alimentação (bosques e culturas cerealíferas), são a razão pela qual alguns indivíduos se fixam no nosso país. É uma espécie cinegética bastante apreciada pelos caçadores.
O habitat preferido por esta espécie na Europa, compreende um mosaico de orlas, matos arbustivos, bosquetes e zonas abertas, onde se alimenta…”

“…O ninho é normalmente uma pequena plataforma de ramos finos, construído principalmente pela fêmea, na copa das árvores ou arbusto altos, podendo também ser feito no meio da vegetação (numa orla) ou em árvores isoladas. As posturas variam entre um a três ovos, sendo a média de dois. Podem realizar até três posturas com sucesso, embora possam construir mais ninhos e realizar mais posturas de substituição, no caso de se perder uma postura ou juvenis. A incubação dura 13-16 dias, e é realizada quer pelo macho como pela fêmea. Ambos cuidam das crias, e estas saem do ninho 20 dias depois da eclosão…”

“…Os estudos mostram que o número de tentativas de nidificação por casal diminui nos últimos 40 anos. Ao chegarem da migração, os adultos precisam de mais tempo para recuperar do esforço, pois levam mais tempo a encontrar alimento, e por isso atrasam a primeira postura. A necessidade de efetuar grandes deslocações para se alimentar, pode levar a que os adultos deixem de nidificar mais cedo, começando a preparar-se para a migração até aos locais de invernada…”

“…As modificações na paisagem agrícola alteraram o comportamento reprodutor e alimentar das rolas. A diminuição da área agrícola, apesar de não afetar o sucesso reprodutivo diretamente, contribui para a diminuição da condição física dos adultos (devido à menor disponibilidade de alimento e à maior distância percorrida entre o local de nidificação e as áreas de alimentação). Consequentemente o número de tentativas de postura será menor, diminuindo a taxa de reprodução…”

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Surpreende-me mais a parte do ninho alto, que não coincide pelo menos nas várias regiões onde a vi nidificar.
Se vi um ninho a mais de 3m foi raro, em silvas altas ou que cobrem árvores, ou em ramos laterais finos e se há pequenas árvores muito juntas (já vi em jovens sobreiros em zonas áridas por exemplo, também muito cobertos de silvas e mato). Mas o resto vai de encontro ao meu comentário inicial sobre o muito provável sucesso junto à civilização, actualmente, em detrimento de outros habitats que vão perdendo recursos vários importantes para a espécie. Ainda que em suposta competição com a rola-turca, como é verificado aqui.
Não é novidade que muitas espécies se vão confinando aos limites das povoações, por vários motivos, incluindo a riqueza natural desses solos e localização especial. Inclusive migradores exigentes, como aconteceu na minha zona os últimos Oriolus, L. senator, etc, e acontece com outras residentes e até invernais.
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Mensagem por Paulo Lemos Ter maio 23, 2017 11:06 am

Por outro lado, continuo sempre a ouvir argumentos depreciativos sobre as criações tardias e sua importância em espécies A ou B, sob vários pretextos, desde a caça, às limpezas de florestas e outras actividades silvícolas...
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Mensagem por Gilberto Pinelas Ter maio 23, 2017 11:09 am

Paulo Lemos escreveu:
Gilberto Pinelas escreveu:O Paulo não quererá dizer: zonas com arvores e ou arbustos “labirínticos” ladeados com tojos altos e ou silvados?

Relativamente às zonas ribeirinhas com esse tipo de vegetação que descreve são de facto bons spots para observa-las. Eu próprio, por diversas vezes, já tive a oportunidade de confirmar isso.

Também pode servir para descrever o ambiente em geral. Mas a intenção era mesmo dizer que os próprios arbustos onde se situa o ninho são algo "labirínticos". Não são construídos em qualquer tojo, giesta ou urze aprumadas e isoladas (nem demasiado densas e realmente fechadas e escuras onde nem caberia um braço), mas nas mais "artísticas", velhas, com diversas passagens possíveis entre ramos cruzados, etc. O ninho vê-se normalmente muito bem quando espreitamos contra-luz, daí que quanto mais habitat deste tipo houver num território, mais os ninhos se diluem no espaço (a procurar por um predador) e se confundem com muitos outros lixos dispersos, acumulados nos ramos.
Em suma: matos velhos, que são alvo de limpezas.

Ah, ok, já percebi. Peço desculpa pela minha insistência mas estava a ficar um bocadinho "confuso". Assim está esclarecido. Obrigado.
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Mensagem por Gilberto Pinelas Ter maio 23, 2017 11:23 am

De grosso modo, junto á costa onde os ventos se fazem sentir com mais insistência e pujança, normalmente esta espécie procura construir o seu ninho num patamar mais baixo, exatamente para evitar eventuais varejamentos durante a nidificação. No caso dos ninhos mais altos também junto á costa, pelo que já vi, encontram-se quase sempre em copas de árvores que estão mais abrigadas da ação do vento...
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Mensagem por Paulo Lemos Ter maio 23, 2017 11:35 am

Em que regiões e que em árvores?
Não deve ser fácil confirmar ninhos de rola no alto de árvores, mas para mim sempre foi fácil confirmar os ninhos de cada território conhecido, sempre bastante baixos.

Não creio que dependa do vento, já que as zonas que vejo escolhidas para o ninho são sempre abrigadas, quanto mais não seja pela vegetação. Nas beiras, inclusive em vales, também sempre vi os ninhos bastante baixo e só em anos recentes certas regiões passaram a ter períodos de vento moderado (dantes eram algo raros)...
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Mensagem por Paulo Lemos Ter maio 23, 2017 12:06 pm

Ainda me lembro de uma frase, e não sei se ela não era mais um ditado popular: "à altura da vista" (o ninho).
Em tojos vejo mais baixo, mas de resto bate certo com a maioria deles, em qualquer lugar e região que tenha percorrido.
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Mensagem por Gilberto Pinelas Qua maio 24, 2017 8:30 am

Falo, sobretudo, na região de Cascais e Sintra.

Se conhecermos o seu canto, a sua silhueta em voo, os seus hábitos e preferências, bastará “perdermos” algum tempo e, com paciência, elas levam-nos aos seus ninhos. Aliás, vou contar-lhe um episódio que de certa forma demonstra o que lhe digo: Em Maio de 2015 na companhia de uma fervorosa adepta do birdwatching (grande compincha…), desloquei-me a Barrancos com o intuito de observarmos algumas aves. Entre papa-figos e outros tantos, a rola-comum era um dos objetivos, visto ela nunca ter conseguido fotografa-la… Para isso bastou localizarmos o seu canto, observarmos algumas das suas curtas deslocações e, num ápice, estavam duas delas centradas na mira da “canon”. Facílimo!

Em relação á altura dos ninhos, parece-me ser consensual que, regra geral, não é uma ave que tenha preferência/hábito em construir o seu ninho em grandes árvores, mesmo que as copas em termos de densidade sejam apetitosas. No entanto, já localizei um num grande cedro e outro numa grande azinheira de uma defesa. Em tojeiras e em silvados, especificamente, confesso que nunca vi um ninho de tal ave.
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Mensagem por Helder Vieira Qua maio 24, 2017 2:02 pm

João Tomás escreveu:Embora saiba que não se encontra em expansão, dá-me a sensação (esta primavera) de haver trigueirões onde não costumava ver. Falo apenas do concelho da Batalha! Outro pormenor que poderá ser importante para esta "expansão" serão os pequenos campos de trigo que se plantaram este ano e que não costumava ver nos outros anos. Alguém tem a mesma percepção?

Também diria que sim. No distrito do Porto apareceram 4 na última semana. O pessoal de Aveiro também deu com eles há 2 semanas.
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Mensagem por Gonçalo Elias Qua maio 24, 2017 2:07 pm

João Tomás escreveu:Embora saiba que não se encontra em expansão, dá-me a sensação (esta primavera) de haver trigueirões onde não costumava ver.

E já agora porque dizes que não se encontra em expansão?
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