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Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal

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Mensagem por pedro121 Seg Jan 25, 2016 11:37 am

Eu por rotina faço um levantamento das raridades que vão aparecendo aqui ao lado, e é surpreendente a diferença, particularmente em passeriformes já apareceram em Espanha pelo menos 40 espécies que nunca apareceram em Portugal e se nalguns casos tal não causa estranheza, já que são espécies mega raras ao nível do WP, noutras causa devido ao numero de registos na Europa ocidental e especialmente em Espanha.

Noutros grupos a diferença é menor, e pode ser explicada pela geografia e pelo menor cobertura, mas em passeriformes é quase cómico, o Papa-moscas-de-colar é um exemplo típico, tem mais de 60 registos em Espanha e ZERO em Portugal, a Felosa-verde (Phylloscopus trochiloides) é outro exemplo, com mais de 20 registos em Espanha e 0 por cá, alguma da escassez de registos de espécies "comuns" na europa ocidental pode ser explicada pelas rotas migratórias/geografia/cobertura, mas eu acho que parte do problema é que os observadores não as tem no radar.
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Mensagem por João Tomás Seg Jan 25, 2016 12:49 pm

Pedro não queres deixar aqui a lista dessas mais de 60 espécies? Laughing
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Mensagem por pedro121 Seg Jan 25, 2016 1:06 pm

João Tomás escreveu:Pedro não queres deixar aqui a lista dessas mais de 60 espécies? Laughing

Vou deixar, mas tenho que fazer render o peixe Very Happy , alem de que a lista em si não tem para mim tanto interesse do que tentar perceber o porque de ser tão extensa.
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Mensagem por Gonçalo Elias Seg Jan 25, 2016 1:20 pm

Para além da lista propriamente dita seria interessante saber a repartição geográfica dos registos dessas espécies.
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Mensagem por pedro121 Seg Jan 25, 2016 1:48 pm

Gonçalo Elias escreveu:Para além da lista propriamente dita seria interessante saber a repartição geográfica dos registos dessas espécies.

Sim, mas é mais ou menos a esperada.
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Mensagem por Gonçalo Elias Seg Jan 25, 2016 2:17 pm

Suponho que isso signifique que a Catalunha abarca a maioria dos registos.

Já agora, quando escreves "Espanha" isso inclui as Canárias?
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Mensagem por pedro121 Seg Jan 25, 2016 2:34 pm

Bom, antes de mais quero referir que a analise que fiz foi com base nos dados do site http://www.rarebirdspain.net/ e que portanto vão só até 2000, eu eventualmente vou adicionar à base de dados os registos que constam nos relatórios de raridades do comité espanhol, mas isso vai levar algum tempo, eu comecei a fazer esta recolha de dados para tentar perceber quais os padrões de ocorrência das raridades á escala ibérica, focando-me principalmente nas espécies que ainda não vi em Portugal, mas com algum esforço também para as espécies que tendo visto em Portugal, o numero de registos em Portugal é muito pequeno, sendo útil a comparação com os Espanhóis.

Isto para dizer que a recolha de dados está muito incompleta, já que começa em 2000, e está muito centrada em espécies que são quase todas Mega raridades em Portugal e/ou Espanha .

Bom, então começando pela espécie com maior numero de registos:
Papa-moscas-de-colar (registos no final de abril)

Esta espécie migra a leste da península ibérica, mas curiosamente ao contrario de quase todas as outras espécies que usam o corredor central e/ou leste, nesta espécie os registos em Espanha são quase todos na migração primaveril, e quase todos na Catalunha, o único outro taxa, que migrando a leste tem um padrão semelhante é o da:

Alvéola-amarela-balcânica (Motacilla flava feldegg)

Isso parece indicar que o Papa-moscas como a Alvéola migram relativamente a oeste na primavera, sendo suscetíveis de serem arrastados por ventos de oeste, pelo menos no caso do Papa-mosca isso confirma-se por ocorrem só nalguns anos, quando está a haver ventos fortes de lestes no mediterrâneo.

Duas espécies menos raras, que migram mais a oeste e que ocorreram também em Portugal parecem sofrer da mesma influência, a Felosa-icterina (registos em Maio) em particular tem quase todos os registos em Espanha na Primavera, sendo raríssima na passagem outonal, já a felosa-florestal tem um gráfico mais clássico, com dois picos correspondentes as duas passagens mas com maior expressão na primavera.

Será que todas estas espécies passam mais a oeste na primavera e mais a leste no outono? Um pouco ao contrário da felosa-aquática?


Última edição por pedro121 em Qui Fev 04, 2016 3:24 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por pedro121 Seg Jan 25, 2016 2:37 pm

Gonçalo Elias escreveu:Suponho que isso signifique que a Catalunha abarca a maioria dos registos.

Sim, em numero total, mas não necessariamente numa analise espécie a espécie, ou seja existem espécies com muitos registos na Catalunha, mas existem outras sem nenhum, o que acontece é que as espécies que ocorrem na Catalunha são as que sofrem de desvios laterais na migração, por isso ocorrem em grandes números

Gonçalo Elias escreveu:Já agora, quando escreves "Espanha" isso inclui as Canárias?

Não, mas inclui as ilhas Baleares apesar de ser discutível se deveriam ser incluídas.
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Mensagem por pedro121 Seg Jan 25, 2016 2:48 pm

A Felosa-verde (Phylloscopus trochiloides) com dezenas de registos, centrados em Setembro e Outubro, tem o perfil do típico migrador da Europa central muito semelhante ao Pintassilgo-Carmim por exemplo.

Pisco-de-cauda-azul (enquanto não sai o próximo anuário) e a Toutinegra-barrada (Sylvia nisoria) são outras espécies que tem o padrão típico de ocorrência em Outubro dos migradores siberianos embora em muito menores números que a Felosa-verde., a Toutinegra tem origem no centro-leste europeu deve ser um migrador relativamente tardio, é portanto uma falsa siberiana. Smile

Estas 3 espécies ocorrem tipicamente na Galiza e nos hotspots da migração outonal no sul de Espanha, são na realidade espécies com um comportamento típico, a única coisa estranha é que a felosa já deveria ter ocorrido em Portugal se pensarmos nos números que ocorrem em Espanha.
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Mensagem por Luis Silva Seg Jan 25, 2016 2:49 pm

pedro121 escreveu:

Será que todas estas espécies passam mais a oeste na primavera e mais a leste no outono? Um pouco ao contrário da felosa-aquática?



Eu tinha ideia que seria precisamente o contrario, i.e. no outono mais a oeste e primavera mais a este. Referindo apenas espécies não reprodutoras (na zona de Coimbra) e relativamente comuns na migração outonal, mas que raramente ou nunca vejo na primavera(mesmo sabedo que a migração para cima é mais rápida e as populações menores a diferença de números parece-me demasiada): S. communis, S borin, A. schoenabaenus, L. naevia, F. hypoleuca, M. striata.

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Mensagem por João Tomás Seg Jan 25, 2016 3:40 pm

pedro121 escreveu:Vou deixar, mas tenho que fazer render o peixe Very Happy , alem de que a lista em si não tem para mim tanto interesse do que tentar perceber o porque de ser tão extensa.

Vamos rezar para que haja ventos um tudo ou nada fortes esta primavera Smile
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Mensagem por pedro121 Ter Jan 26, 2016 7:07 am

Luis Silva escreveu:Eu tinha ideia que seria precisamente o contrario, i.e. no outono mais a oeste e primavera mais a este. Referindo apenas espécies não reprodutoras (na zona de Coimbra) e relativamente comuns na migração outonal, mas que raramente ou nunca vejo na primavera(mesmo sabedo que a migração para cima é mais rápida e as populações menores a diferença de números parece-me demasiada): S. communis, S borin, A. schoenabaenus, L. naevia, F. hypoleuca, M. striata.

Luís, repara que as espécies que referes são espécies comuns, e são comuns precisamente por migrarem mais a oeste no Outono, e algumas usarem a península ibérica como zona de estagio antes de atravessarem, as que estamos a falar são raras precisamente por não fazerem isso e nalguns casos como a icterina e o papa-moscas-de-colar os dados disponíveis indicarem que fazem o contrario, mas nota que o papa-moscas usa o corredor central e de leste portanto ele pode ocorrer em Espanha em condições favoráveis no outono, só que é muito menos detectavel nessa altura, já a felosa icterina deve efectivamente passar mais a leste já que a sua detectabilidade não deve variar assim tanto nas passagens.
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Mensagem por pedro121 Ter Jan 26, 2016 8:44 am

Bom, vou só abordar 3 espécies polémicas, 2 delas porque vou considerar que para efeitos práticos não ocorreram, e a outra porque é uma espécie críptica de difícil identificação.

Tagarela-europeia (Bombycilla garrulus), sim, eu sei que há registos antigos, e sim até pode ter realmente ter já ocorrido, mas vamos fazer de conta que não, para podermos falar nesta espécie que está certamente no topo da lista das mais desejadas dos observadores nacionais, e que tem um padrão muito giro em Espanha, porque é uma ave que ocorre em resultado de ciclos de falta de comida nas suas regiões de origem que conjugada com uma produção fraca de bagas na europa central causa um deslocamento para oeste de alguns indivíduos, para alem desse padrão cíclico, tem um padrão típico de espécies que vem parar à península ibérica como overshoot nas suas deslocações de inverno, ou seja tem chegadas no final de novembro até meio de Fevereiro, em suma uma espécie que não vale a pena procurar a não ser que seja um ano deles, e em que tenham aparecido em Espanha, e ai sim! É ver todas as árvores/arbustos que produzam bagas no interior norte e esperar pelo milagre!

O Quebra-nozes (Nucifraga caryocatactes) outra espécie algo polemica pelas mesmas razões que o Bombycilla, mas que surpreendentemente tem apenas dois registos em Espanha, e 1 deles referente a uma ave morta, sendo outra espécie que faz movimentação cíclicas devido a quebras das fontes alimentares, e que pode em overshoot chegar á península ibérica, difere da Tagarela-europeia por ter populações mais sedentárias na europa central, sendo as aves que fazem normalmente irrupções da subespécie macrorhynchos da Asia, sendo portanto necessárias condições excecionais para cá chegarem… quem sabe um dia…

O Picanço-real (Lanius excubitor) uma espécie críptica tem um padrão em tudo semelhante, mas com uma zona de ocorrência mais limitada ao pais basco, alem disso existe a questão da identificação, mas o problema desta espécie passa por ninguém olhar para os Picanços! É absolutamente incrível como nunca foi encontrado um Picanço raro em Portugal! Com pelo menos 5 espécies possíveis…
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Mensagem por pedro121 Qua Jan 27, 2016 4:10 am

Continuando, agora com as espécies com menos registos, e mudando de continente, as espécies norte africanas são pela sua proximidade a Portugal uma fonte potencial de novas espécies, não só em passeriformes mas noutros grupos também.

A ocorrência de espécies africanas na península ibérica (PI) acontece por varias razões, sendo a mais fácil e previsível a de overshoot migratório, ou seja as espécies que migram para o norte de africa para se reproduzirem podem com alguma facilidade fazerem mais uns km e virem parar à PI.

Tal acontece normalmente com migradores nocturnos como foi o caso do Chasco-de-barrete-branco (Oenanthe leucopyga) em Março de 2001, mas pode acontecer com diurnos em situações de arrastão, como no caso do Abelharuco-persa (Merops persicus) em Abril de 2014, essas espécies chegam normalmente em Março e Abril com alguns casos em Maio.

Uma das espécies mais prováveis de aparecer cá é o Chasco-de-seebohm (Oenanthe seebohmi) em Abril, é um típico overshoot primaveril, esta espécie tem um grande potencial para o Algarve na primavera, e não está provavelmente na ideia de muitos observadores Portugueses que correm o risco de deixar passar um como sendo mais um Chasco-cinzento.

O Chasco-triste (Oenanthe moesta) também tem registos em Abril, também em overshoot, mas neste caso a espécie dá mais nas vistas, por isso quem sabe?

A Calhandra-das-dunas (Ammomanes cinctura) em Abril e Maio, é uma espécie que pode ocorrer em overshoot em Abril, mas talvez também em dispersão em anos de seca, e não é a única hipótese entre as “cotovias” africanas, apenas a mais provável.

Para mim uma das espécies mais surpreendentes registada em Espanha é o Corvo-do-deserto (Corvus ruficollis), infelizmente no caso dos corvídeos levanta-se sempre a questão da proveniência, mas porque não?

E por fim temos não uma espécie (para já) mas um taxa muito interessante, Tentilhão-africano (Fringilla coelebs africana) que tem registos em Abril, provavelmente arrastado em bandos de tentilhões comuns que invernam no norte de África
Em suma, para os observadores do sul do pais, Abril é sem dúvida um mês para estar atento aos africanos! Smile

Outro fenómeno com as espécies africanas é a colonização do sul da PI por varias espécies, no últimos anos temos assistido a varias colonizações bem sucedidas, entre as quais o Andorinhão-cafre que actualmente cria por cá, o Andorinhão-pequeno e o Trombeteiro (Bucanetes githagineus), mas agora temos mais uma espécie a tentar, e só o tempo dirá se não chegará um dia a Portugal:

O Engole-malagueta (Pycnonotus barbatus), é uma espécie muito tolerante ao ser humano que está a começar a colonizar a zona de Tarifa, tendo criado com sucesso em 2014 e 2015, é muito cedo ainda para ver se vai ter sucesso a longo prazo, mas se tiver e se chegar cá, temos que arranjar outro nome para a espécie…

Por fim temos os fenómenos de dispersão pos-nupcial e de movimentações estivais e as associadas a secas, estes movimentos são pela sua própria natureza algo erráticos, tirando os associados a secas que são mais previsíveis mas que afectam menos os passeriformes, um exemplo de uma movimentação numa altura algo estranha é o Rabirruivo-mourisco (Phoenicurus moussieri) de Sagres em Novembro de 2006, esta espécie em Espanha tem também alguns registos de Inverno, mas a maioria do registos são em Março e Abril, como seria de esperar.

A Toutinegra-do-deserto-africana (Sylvia deserti) é uma espécie espectacular, que tem um registo em Outubro em Alicante, dispersão?

O Picanço-assobiador (Tchagra senegalus) tem um registo em Maio possivelmente em dispersão pós-nupcial.

A Escrevedeira-doméstica-do-sara (Emberiza sahari) é uma espécie potencialmente muito interessante já que tem um elevado potencial de colonização, e tem se expandido para norte, estando actualmente a criar quase no estreito de Gibraltar, mas tem os registos principalmente em Setembro e Outubro.

E por ultimo um taxa muito giro o Chapim-azul-norte-africano (Cyanistes teneriffae ultramarinus) que tem registos no Inverno e que sendo uma espécie que cria mesmo junto ao estreito talvez tenha tendência para dar o salto, depois só seria necessário um ventinho de leste e um observador perspicaz, e estava a festa feita. Smile
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Mensagem por Gonçalo Elias Qua Jan 27, 2016 5:52 am

Qual a taxonomia que usas?
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Mensagem por pedro121 Qua Jan 27, 2016 7:22 am

Gonçalo Elias escreveu:Qual a taxonomia que usas?

Estou a ser flexível Very Happy Very Happy Estou a colocar taxas identificáveis no campo, mas não estou a seguir nenhuma taxonomia particular já que umas reconhecem uns e outras outras! Evil or Very Mad

Ou seja não estou a ser coerente nem do ponto de vista taxonómico nem dos nomes comuns, já que o objectivo é alertar os observadores para a possibilidade de ocorrência de determinados taxas (espécies ou não), mesmo que nalguns casos não sejam reconhecidos como espécie ou mesmo como subespécie.
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Mensagem por Paulo Lemos Qua Jan 27, 2016 3:56 pm

Provavelmente uma Sylvia nisoria foi observada por um amigo meu em Madeirã (Oleiros) nos 80s, mas desconheço a data exacta. Essa observação deu origem a anos de conversa (ocasional) mas dado que éramos os 2 bastante experientes na ID de passeriformes e a ave foi observada de perto (e imediatamente identificada, pois conhecíamos as espécie descritas e ilustradas pelos guias disponíveis na época), fiquei convencido.
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Mensagem por Gonçalo Elias Qua Jan 27, 2016 4:03 pm

Paulo Lemos escreveu:Provavelmente uma Sylvia nisoria foi observada por um amigo meu em Madeirã (Oleiros) nos 80s, mas desconheço a data exacta. Essa observação deu origem a anos de conversa (ocasional) mas dado que éramos os 2 bastante experientes na ID de passeriformes e a ave foi observada de perto (e imediatamente identificada, pois conhecíamos as espécie descritas e ilustradas pelos guias disponíveis na época), fiquei convencido.

Nota que os guias disponíveis nos anos 80 deixam muito a desejar em termos de rigor, nomeadamente no que aos desenhos diz respeito.

É claro que na altura era o que havia e era melhor que nada, mas quem conheça os guias de hoje e pegue num dessa época é capaz de ficar com os cabelos em pé...
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Mensagem por Paulo Lemos Qui Jan 28, 2016 7:10 am

A identificação de aves até então nunca vistas por um observador, pode ser facilitada pela sua experiência com espécies mais comuns e pela mínima noção acerca das espécies ainda por ver. E a Sylvia nisoria parece-me ser daquelas espécies inconfundíveis quando em plumagem plena, sendo um Sylviidae no comportamento.

Apesar de às vezes "puxarem" em demasia o "movimento" e contornos típicos da espécie ou taxo em ilustração, sempre fui apreciador das ilustrações de Lars Jonsson (sabendo interpretá-los claro, porque de facto há a possibilidade de observadores menos experientes não conseguirem identificar as espécies através de algumas ilustrações do livro, necessitando em vez disso de algo menos dinâmico com perspectivas mais rigorosas, cores vivas e contrastes elevados.
Além disso, não falhávamos um único documentário de TV e às vezes lá passava algo mais do que só "leões, elefantes e hienas..."
Eu tinha este: http://biblioteca.avesdeportugal.info/passaros.html
Havia este e outros da colecção na biblioteca da escola: http://www.coisas.com/Aves-Terrestres,name,221291919,auction_id,auction_details, etc.
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Mensagem por pedro121 Qui Jan 28, 2016 8:55 am

Hoje vou só abordar o bloco das espécies neárticas, ao contrário das espécies provenientes de outras localizações o número de passeriformes neárticos em Espanha é pequeno, e as possibilidades são muito maiores do que as que já apareceram.

No entanto uma análise rápida das espécies que já apareceram em Espanha indicia que eles sofrem do mesmo problema que nós quando se trata de passeriformes neárticos, tem excesso de árvores, o que dificulta e muito darmos com os Wood Warblers esse grande grupo de passeriformes que como o nome indica gosta de bosques, assim não é de estranhar que poucos membros desse grupo tenham alguma vez sido vistos na PI, e que a maioria dos registos de passeriformes neárticos pertençam a grupos menos florestais.

Em Portugal a situação é ainda mais dramática já que temos apenas dois registos de passeriformes neárticos, um dos quais é complexo, em março de 2009 apareceu um Spizella passerina em Cascais que na altura levantou algumas questões sobre a proveniência mas que se encaixa bem na ocorrência de “pardais” americanos no WP, e depois temos é claro o Mariquita-de-mascarilha (Geothlypis trichas) de 2010, um macho de 1º inverno que ficou vários dias em Outubro em Vilamoura.

A situação em Espanha é pouco melhor, mas curiosamente tem 2 registos de um macho adulto de Mariquita-de-mascarilha (Geothlypis trichas), esta espécie é considerada um Wood-Warbler, mas a sua preferência por zonas húmidas torna a sua detecção mais fácil do que a dos seus congéneres.

A grande diferença da situação Espanhola é o incrível numero de registos de Petinha-fulva (Anthus rubescens) que com meia dúzia de registos é a americana mais frequente, e talvez a mais provável de aparecer cá pelos tempos de migração, o que torna estes registos interessantes é que são muito superiores aos de Tordo-de-faces-cinzentas (Catharus minimus) e de Juruviara-norte-americano (Vireo olivaceus) que no UK e na Irlanda são de longe mais comuns, só que lá está, ambos são florestais, a petinha não.

O Tordo-de-faces-cinzentas (Catharus minimus) com 1 registo em Setembro é uma hipótese muito provável já que é uma espécie neartica das mais frequentes no WP, os seus hábitos reclussivos e o excesso de cobertura vegetal em Portugal são o problema maior, mas é uma espécie para ter em mente durante o Outono

Segue-se o Juruviara-norte-americano (Vireo olivaceus) com registos em Outubro tal como no UK e que sendo uma espécie arborícola é problemática em Portugal

Depois temos o Tordo-americano (Turdus migratorius) que em Espanha tem um registo 1 em Novembro, e que é uma espécie com poucos registos na Europa, a esperança é que neste caso, estamos a falar de uma espécie que não é muito tímida, é de fácil identificação (em adulto) e que pode aparecer em qualquer zona em que haja melros.

Ocorreram depois algumas espécies mais complexas em Espanha, Mariquita-de-rabo-vermelho (Setophaga ruticilla) em Novembro, Tico-tico-musical (Melospiza melodia) em Março, e em linha com os registos de inverno e primavera dos pardais americanos, um registo muito estranho de Junco (Junco hyemalis) em Julho nas ilhas Baleares, e o muito suspeito registo de uma Mariposa-azul (Passerina cyanea) em Abril.

Em suma, tal como em Portugal, os registos de passeriformes neárticos em Espanha são poucos, a espécie que temos que estar atentos é claramente a Petinha-fulva (Anthus rubescens) que sendo uma espécie que ocorre em habitats semelhantes ao da petinha-ribeirinha é mais fácil de encontrar, alem disso é uma espécie que parece invernar, ou seja existem registos de invernada tanto no UK como em Espanha.

Quanto aos restantes, acho que é absolutamente imprevisível, tudo pode aparecer, a questão do habitat vai ser sempre complicada para os Wood-Warblers e tordos americanos, mas será menos problemática para os “pardais”-americanos.

Portanto, fins de setembro e Outubro para os Wood-Warblers e tordos americanos, outono e inverno para a petinha e os “pardais”.
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Mensagem por Gonçalo Elias Qui Jan 28, 2016 9:04 am

pedro121 escreveu:
O Picanço-real (Lanius excubitor) uma espécie críptica tem um padrão em tudo semelhante, mas com uma zona de ocorrência mais limitada ao pais basco, alem disso existe a questão da identificação, mas o problema desta espécie passa por ninguém olhar para os Picanços! É absolutamente incrível como nunca foi encontrado um Picanço raro em Portugal! Com pelo menos 5 espécies possíveis…
[/justify]

Não sei bem o que entendes por críptica, eu não acho nada mas mesmo nada que o Lanius excubitor seja uma espécie críptica, pelo menos no que à plumagem diz respeito...
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Mensagem por pedro121 Qui Jan 28, 2016 9:12 am

Gonçalo Elias escreveu:
Não sei bem o que entendes por críptica, eu não acho nada mas mesmo nada que o Lanius excubitor seja uma espécie críptica, pelo menos no que à plumagem diz respeito...

É críptica pelas suas semelhanças ao Lanius meridionalis, a maioria dos observadores (eu incluído) ao ver um picanço cinzento pousado num fio, não vai pensar que é melhor verificar se é um Lanius excubitor
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Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal Empty Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal

Mensagem por Gonçalo Elias Qui Jan 28, 2016 9:16 am

Bem eu já vi L. excubitor na Suécia e aquilo que mais me saltou à vista é a sua brancura, digamos que por baixo pareceu um bocado branco como a neve, o L. meridionalis é mais tipo branco sujo, às vezes com nuances rosadas
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Mensagem por pedro121 Qui Jan 28, 2016 9:19 am

Gonçalo Elias escreveu:Bem eu já vi L. excubitor na Suécia e aquilo que mais me saltou à vista é a sua brancura, digamos que por baixo pareceu um bocado branco como a neve, o L. meridionalis é mais tipo branco sujo, às vezes com nuances rosadas

Sim, mas isso depende um pouco de que excubitor estamos a falar, o que eu vi na holanda era muito claro, nada a ver com meridionalis, mas existem aves mais escuras, por isso pode não ser assim tão directo
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Mensagem por pedro121 Qui Fev 04, 2016 3:23 am

Abril, águas mil, é um antigo ditado popular, que pode ser transformado em Abril, raridades mil, já que abril é um mês muito propício ao aparecimento de raridades especialmente passeriformes, a lista que se segue é um bocadinho deprimente já que realisticamente a maioria das espécies nunca vai aparecer cá.

A Toutinegra-da-sardenha (Sylvia sarda) é um migrador de curta distancia, que aparentemente é afectado pelos ventos de leste, e tem deslocações laterais na migração primaveril, havendo uma serie de registos na Catalunha em Abril, não é à partida uma espécie provável em Portugal já que em princípio migra demasiado a leste para chegar cá, mas há uma questão curiosa, está espécie foi observada uma meia dúzia de vezes em Inglaterra, quase sempre em Abril, no que parece serem casos de overshoot, o que indicia uma maior capacidade de voo do que seria à partida previsível.

Toutinegra-de-moltoni (Sylvia subalpina) tem registos em Abril, mas vai ser um taxa mesmo muito difícil de apanhar em Portugal, talvez no outono, um aninhador tenha sorte! E o mesmo é valido para a Toutinegra-de-bigodes oriental (Sylvia cantillans albistriata)

A Toutinegra-do-levante (Sylvia rueppelli) daria sem dúvida nas vistas, mas as toutinegras tem todas os mesmo problema, não se mostram facilmente, tem espécies similares, e uma coisa é aparecer uma na costa leste espanhola outra bem diferente é aparecer uma cá.

Uma espécie bem mais provável é a Felosa-do-levante (Phylloscopus orientalis) que basicamente é uma felosa de bonelli oriental, e que tem registos em abril e maio, eu tenho fé nesta espécie pelo numero de registos em Espanha mas também em Inglaterra, por outro lado é chata de identificar sem ser pelo chamamento.

Outra missão impossível é o Papa-moscas-de-meio-colar (Ficedula semitorquata), que tem dois registos nas ilhas baleares em Abril, mais uma vez o problema é a distância, o caracter excepcional do seu aparecimento em Espanha, e as dificuldades de id

Mais um que não vai acontecer, Pardal-italiano, 2 registos em Abril nas ilhas baleares.

Escrevedeira de Cretzschmar's ( Emberiza caesia) 1 registo em Maio, a única diferença é que neste caso a espécie apareceu mesmo no inicio de maio, mas o problema é o mesmo das restantes
E depois da depressão, eis que surgem as possibilidades mais interessantes!

1º a Escrevedeira-de-cabeça-preta (Emberiza melanocephala), 1 registo em abril, 2 em maio e 1 em junho, pessoalmente acho que é utópico esperar esta espécie na primavera, mas no outono já me parece viável

O Rabirruivo-de-testa-branca oriental (Phoenicurus p. samamisicus) e o Rabirruivo-comum oriental ( Phoenicurus ochruros phoenicuroides) são dois taxa bastante interessantes, passiveis de chegarem cá, os registos em Espanha são na primavera, mas não há razão para não aparecerem cá em Outubro e Novembro.
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