Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
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pedro121
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Fórum Aves :: Aves :: Aves de Portugal
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Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
pedro121 escreveu:A Toutinegra-da-sardenha (Sylvia sarda) é um migrador de curta distancia, que aparentemente é afectado pelos ventos de leste, e tem deslocações laterais na migração primaveril, havendo uma serie de registos na Catalunha em Abril, não é à partida uma espécie provável em Portugal já que em princípio migra demasiado a leste para chegar cá, mas há uma questão curiosa, está espécie foi observada uma meia dúzia de vezes em Inglaterra, quase sempre em Abril, no que parece serem casos de overshoot, o que indicia uma maior capacidade de voo do que seria à partida previsível.
a que apareceu em Espanha não é a Sylvia balearica?
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Gonçalo Elias escreveu:
a que apareceu em Espanha não é a Sylvia balearica?
Essa não é uma raridade em Espanha, já que as ilhas baleares são espanholas... Será abordada no ultimo grupo.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Cuidado com a ID dos Phoenicurus em Portugal. Já vi variações em machos reprodutores de "P. ochrurus" com os francos e ventre ruivos que num dos casos se extendia a metade "pouco delimitada" da plumagem inferior. Região Centro-Norte e Litoral Oeste.
Algo semelhante a isto, mas > ou = a 2 anos: http://birdingfrontiers.com/2011/03/24/red-bellied-black-redstarts/4-black-redstarts-lincs-12-feb-2010-130-2-resize/
Algo semelhante a isto, mas > ou = a 2 anos: http://birdingfrontiers.com/2011/03/24/red-bellied-black-redstarts/4-black-redstarts-lincs-12-feb-2010-130-2-resize/
Paulo Lemos- Número de Mensagens : 1656
Local : Caldas da Rainha
Data de inscrição : 29/01/2012
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
pedro121 escreveu:Gonçalo Elias escreveu:
a que apareceu em Espanha não é a Sylvia balearica?
Essa não é uma raridade em Espanha, já que as ilhas baleares são espanholas... Será abordada no ultimo grupo.
ok só perguntei porque não tinha (não tenho) a certeza sobre a taxonomia que estás a seguir, se é que estás a seguir alguma...
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Gonçalo Elias escreveu:[
ok só perguntei porque não tinha (não tenho) a certeza sobre a taxonomia que estás a seguir, se é que estás a seguir alguma...
Como já indiquei nalguns posts atrás, não estou a seguir nenhuma taxonomia, estou simplesmente a indicar os taxas separáveis no campo.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Quase a acabar a listagem dos passeriformes que já apareceram em Espanha mas que nunca saltaram a fronteira chego ao penúltimo grupo, aos siberianos e similares, ou seja as espécies mega raras que tem como origem a sibéria, norte europeu ou a europa de leste e que se caracterizam por aparecerem em Outubro e Novembro, eu já listei outras espécies deste grupo anteriormente por terem mais registos mas as que se seguem são quase todas efectivamente muito raras não só em Espanha mas na Europa Ocidental
Começo como não podia deixar de ser por um dos passeriformes mais emblemáticos do WP e que é a maior exceção do grupo, tanto pela proveniência, como pelo número de registos, como pela sua ocorrência em alturas distintas.
Estou a falar da espetacular Calhandra-cornuda (Eremophila alpestris), esta mítica espécie do norte europeu inverna nas praias e campos costeiros de alguns países europeus, mas as principais áreas de invernada são em áreas de estepe a leste, mas o que muitos observadores não se apercebem é que há uma população nas montanhas de Marrocos, e que a população neartica é muito grande, e bem posicionada para ter indivíduos a serem arrastados para este lado do atlântico. Ela tem uma serie de registos em Espanha, que se podem dividir em 3 grupos, tem registos típicos para uma migradora em outubro e novembro, depois tem outro grupo de registos em Janeiro e fevereiro, provavelmente de aves deslocadas pelo frio, e por fim tem um registo muito giro em Maio, que pode ser de uma ave marroquina, já que é o único registo no sul de Espanha, dada a sua preferência por habitats costeiros é uma das espécies a ter em atenção quando se procura por escrevedeira-das-neves e escrevedeira-da-lapónia.
Pisco-de-garganta-vermelha (Calliope calliope), bem, vou fazer uma pequena batota, esta espécie não ocorreu nos últimos anos e a bem dizer não tenho a certeza de alguma vez ter aparecido em Espanha, mas é e aqui vou ter que usar uma expressão inglesa “the ultimate sibe!” ou seja é a espécie que personifica o que é um siberiano.
Pisco-azul-siberiano (Luscinia cyane), um registo em Outubro desta mega raridade ao nível do WP, costuma-se afirmar que sonhar não custa, mas neste caso nem em sonhos.
Tordo-de-naumann (Turdus naumanni) e Tordo-de-garganta-preta (Turdus atrogularis), registos em Outubro e Novembro, não é que seja impossível, mas não me parece.
Cigarrinha-ribeirinha (Locustella fluviatilis), um registo em Setembro, esta espécie em Portugal está reservada aos anilhadores e portanto podemos esquecer, a percentagem de raridades encontradas por anilhadores em Portugal é muito baixa, e mais baixa ainda é o número de registos para espécies crípticas.
E depois temos uma das espécies mais controversas que já ocorreram ou talvez não em Portugal, a Felosa-palustre (Acrocephalus palustris), está espécie já foi registada algumas vezes em Portugal por anilhadores, até aqui tudo bem, era o esperado, é uma espécie claramente mais fácil de identificar na mão do que no campo, o problema é que todos os registos foram feitos no início da década de 90 num espaço de 2-3 anos, e desde então nunca mais foram registados, isso é no mínimo estranho, a espécie tem que ocorrer em Portugal periodicamente, só é provável que seja detectada por um anilhador, mas porque é que foram anilhadas varias há 20 anos atras e depois nunca mais? O que mudou? Em espanha continua a ser registada periodicamente, tanto na passagem migratória outonal, como na primavera em overshoot.
A Felosa-das-moitas (Acrocephalus dumetorum), é uma das grandes dores de cabeça em termos de id na Europa Ocidental, é mais uma espécie que provavelmente só será detectada por um anilhador. Curiosamente o número de registos em Espanha indica uma abundancia similar à da Felosa-palustre que à partida seria mais abundante, mas talvez a Felosa-das-moitas seja mais fácil de identificar na mão e seja por isso que há tantos registos em Espanha?
Começo como não podia deixar de ser por um dos passeriformes mais emblemáticos do WP e que é a maior exceção do grupo, tanto pela proveniência, como pelo número de registos, como pela sua ocorrência em alturas distintas.
Estou a falar da espetacular Calhandra-cornuda (Eremophila alpestris), esta mítica espécie do norte europeu inverna nas praias e campos costeiros de alguns países europeus, mas as principais áreas de invernada são em áreas de estepe a leste, mas o que muitos observadores não se apercebem é que há uma população nas montanhas de Marrocos, e que a população neartica é muito grande, e bem posicionada para ter indivíduos a serem arrastados para este lado do atlântico. Ela tem uma serie de registos em Espanha, que se podem dividir em 3 grupos, tem registos típicos para uma migradora em outubro e novembro, depois tem outro grupo de registos em Janeiro e fevereiro, provavelmente de aves deslocadas pelo frio, e por fim tem um registo muito giro em Maio, que pode ser de uma ave marroquina, já que é o único registo no sul de Espanha, dada a sua preferência por habitats costeiros é uma das espécies a ter em atenção quando se procura por escrevedeira-das-neves e escrevedeira-da-lapónia.
Pisco-de-garganta-vermelha (Calliope calliope), bem, vou fazer uma pequena batota, esta espécie não ocorreu nos últimos anos e a bem dizer não tenho a certeza de alguma vez ter aparecido em Espanha, mas é e aqui vou ter que usar uma expressão inglesa “the ultimate sibe!” ou seja é a espécie que personifica o que é um siberiano.
Pisco-azul-siberiano (Luscinia cyane), um registo em Outubro desta mega raridade ao nível do WP, costuma-se afirmar que sonhar não custa, mas neste caso nem em sonhos.
Tordo-de-naumann (Turdus naumanni) e Tordo-de-garganta-preta (Turdus atrogularis), registos em Outubro e Novembro, não é que seja impossível, mas não me parece.
Cigarrinha-ribeirinha (Locustella fluviatilis), um registo em Setembro, esta espécie em Portugal está reservada aos anilhadores e portanto podemos esquecer, a percentagem de raridades encontradas por anilhadores em Portugal é muito baixa, e mais baixa ainda é o número de registos para espécies crípticas.
E depois temos uma das espécies mais controversas que já ocorreram ou talvez não em Portugal, a Felosa-palustre (Acrocephalus palustris), está espécie já foi registada algumas vezes em Portugal por anilhadores, até aqui tudo bem, era o esperado, é uma espécie claramente mais fácil de identificar na mão do que no campo, o problema é que todos os registos foram feitos no início da década de 90 num espaço de 2-3 anos, e desde então nunca mais foram registados, isso é no mínimo estranho, a espécie tem que ocorrer em Portugal periodicamente, só é provável que seja detectada por um anilhador, mas porque é que foram anilhadas varias há 20 anos atras e depois nunca mais? O que mudou? Em espanha continua a ser registada periodicamente, tanto na passagem migratória outonal, como na primavera em overshoot.
A Felosa-das-moitas (Acrocephalus dumetorum), é uma das grandes dores de cabeça em termos de id na Europa Ocidental, é mais uma espécie que provavelmente só será detectada por um anilhador. Curiosamente o número de registos em Espanha indica uma abundancia similar à da Felosa-palustre que à partida seria mais abundante, mas talvez a Felosa-das-moitas seja mais fácil de identificar na mão e seja por isso que há tantos registos em Espanha?
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Em relação ao A. palutris posso dizer alguma coisa, já que neste verão apanhei um individuo cujas biometrias batiam num (pequeno) ou um scirpaceus (grande), as outras diferenças em juvenis...Curiosamente a forma alar (tamanho de asa/notch), seguindo as "tabelas" ia bater em palustris, mas os "quadrados" ao lado eram dos que havia sobreposição entre as 2 espécies. Eu acabei por pedir opiniões a algumas pessoas que lidam com as 2 sp. regularmente e a ideia geral é que seria um scirpa. Muito possivelmente há uns anos atrás via-se as tabelas e onde ia parar era onde ficava...o que não quer dizer que não tenham sido alguns reais...
Luis Silva- Número de Mensagens : 492
Data de inscrição : 08/10/2010
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Parte 2
Deixando de lado espécies super complicadas de identificar e passando a uma espécie super gira e de fácil(?) id chegamos à Toutinegra-do-deserto-asiática (Sylvia nana), uma Sylvia fácil de identificar e que ao contrario da norma do género não é particularmente difícil de ver, existe apenas um registo em Espanha, feito em Novembro, mas existem mais registos da europa Ocidental feitos na mesma altura, uma sylvia muito castanha clarinha vai sempre chamar a atenção e penso que as duas Toutinegras-do-deserto são das espécies mais prováveis de virem a serem encontradas em Portugal
Próxima espécie, Felosa-verde-listada (Phylloscopus trochiloides plumbeitarsus ), bem, encontrar qualquer uma deste complexo de taxas seria muito bom, mas se um observador tiver a sorte de dar com uma aparente P. trochiloides vale a pena pensar noutras hipóteses.
A Felosa-de-radde (Phylloscopus schwarzi) é para mim um dos grandes enigmas, é uma espécie relativamente frequente na europa de Leste, em Espanha por exemplo tem perto de uma dezena de registos, e é geralmente considerada na europa como mais frequente que a Felosa-sombria (Phylloscopus fuscatus), no entanto em Portugal temos 7-8 registos de fuscatus e ZERO de schwarzi, não faz nenhum sentido, temos bastantes registos de uma espécie que é teoricamente menos abundante, mais difícil de observar e mais difícil de identificar do que a espécie mais fácil de observar e identificar? Porque?
Vou dar um salto taxonómico para tratar em ultimo dos Picanços
O Pintarroxo-de-bico-amarelo (Carduelis flavirostris) é uma simpática ave que apresenta a particularidade de no inverno ser “frequente” em meios próximos do mar, não só dunas e prados costeiros, mas também sapais, assim pode é uma das espécies a ter debaixo de olho quando se procura por escrevedeira-das-neves e escrevedeira-da-lapónia, existem registos não homologados desta espécie em Portugal, em Espanha aparece fundamentalmente em Novembro, sendo provavelmente um overshoot invernante? O seu habitat típico também não ajuda na sua deteção, e ser muito parecido com o pintarroxo-de-bico-preto menos ainda.
A Escrevedeira-de-barrete-branco (Emberiza leucocephalos), é uma daquelas espécies que na europa ocidental estão sempre na ideia dos observadores que passam a pente fino os bandos de escrevedeiras-amarelas, especialmente desde que se descobriu em Itália e França alguns indivíduos invernantes que voltaram durante vários anos aos mesmos locais. Em Espanha existem meia dúzia de registos, quase todos de inverno, dada a associação desta espécie a bando invernantes de escrevedeira-amarela é muito pouco provável a sua ocorrência em Portugal, alem disso se os machos são de fácil identificação, as fêmeas e os juvenis são complicados, o que torna mesmo muito complicado a sua detecção em Portugal.
Os Picanços são para mim um dos meus grupos favoritos, mas são estranhos pelo simples facto de em Espanha já terem ocorrido 8 espécies mais alguns taxa, em Portugal só tivemos as 3 espécies comuns, na realidade nunca cá apareceu um Picanço raro! E para mim a razão porque não damos com eles é porque não olhamos para eles!! Se o picanço estiver perto claro que vamos dar uma olhada, mas uma ave mais distante? Quem é que vai investir tempo a ver picanços?
Picanço-de-mascarilha (Lanius minor), esta espécie ocorria como reprodutora em Espanha até recentemente, e curiosamente existe no eBird um registo mesmo junto à fronteira portuguesa em 82 na localidade Aldeadavila de la Ribera. Existem dois cenários em que é possível o aparecimento desta encantadora espécie em Portugal, o 1º é no caso de overshoot primaveril, o que com o desaparecimento da população espanhola me parece menos provável, a outra hipótese é no outono uma ave que esteja a migrar “ao contrario”.
Picanço-isabel (Lanius isabellinus), esta maravilhosa espécie é talvez a mais provável de aparecer cá, porque apesar de teoricamente não ser das mais prováveis dada a sua área de distribuição, na pratica tem uma serie de registos na europa ocidental, incluindo aves que invernaram em espanha o que o torna um dos candidatos mais prováveis.
Picanço-castanho (Lanius cristatus), uma raridade a nível do WP, que apareceu pela 1ª vez em Espanha em 2014 e que invernou. Pois, quem sabe? Já cá apareceu um unicórnio branco, por isso quem sabe não aparece um castanho.
Picanço-da-núbia (Lanius nubicus), outra espécie a precisar de um novo nome e talvez o mais delicado dos picanços que ocorre no wp, os adultos são facilmente identificáveis, infelizmente os juvenis são mais prováveis de aparecerem cá e são muito semelhantes aos de picanço-barreteiro, outra espécie possível, quem sabe um dia em Sagres?
Deixando de lado espécies super complicadas de identificar e passando a uma espécie super gira e de fácil(?) id chegamos à Toutinegra-do-deserto-asiática (Sylvia nana), uma Sylvia fácil de identificar e que ao contrario da norma do género não é particularmente difícil de ver, existe apenas um registo em Espanha, feito em Novembro, mas existem mais registos da europa Ocidental feitos na mesma altura, uma sylvia muito castanha clarinha vai sempre chamar a atenção e penso que as duas Toutinegras-do-deserto são das espécies mais prováveis de virem a serem encontradas em Portugal
Próxima espécie, Felosa-verde-listada (Phylloscopus trochiloides plumbeitarsus ), bem, encontrar qualquer uma deste complexo de taxas seria muito bom, mas se um observador tiver a sorte de dar com uma aparente P. trochiloides vale a pena pensar noutras hipóteses.
A Felosa-de-radde (Phylloscopus schwarzi) é para mim um dos grandes enigmas, é uma espécie relativamente frequente na europa de Leste, em Espanha por exemplo tem perto de uma dezena de registos, e é geralmente considerada na europa como mais frequente que a Felosa-sombria (Phylloscopus fuscatus), no entanto em Portugal temos 7-8 registos de fuscatus e ZERO de schwarzi, não faz nenhum sentido, temos bastantes registos de uma espécie que é teoricamente menos abundante, mais difícil de observar e mais difícil de identificar do que a espécie mais fácil de observar e identificar? Porque?
Vou dar um salto taxonómico para tratar em ultimo dos Picanços
O Pintarroxo-de-bico-amarelo (Carduelis flavirostris) é uma simpática ave que apresenta a particularidade de no inverno ser “frequente” em meios próximos do mar, não só dunas e prados costeiros, mas também sapais, assim pode é uma das espécies a ter debaixo de olho quando se procura por escrevedeira-das-neves e escrevedeira-da-lapónia, existem registos não homologados desta espécie em Portugal, em Espanha aparece fundamentalmente em Novembro, sendo provavelmente um overshoot invernante? O seu habitat típico também não ajuda na sua deteção, e ser muito parecido com o pintarroxo-de-bico-preto menos ainda.
A Escrevedeira-de-barrete-branco (Emberiza leucocephalos), é uma daquelas espécies que na europa ocidental estão sempre na ideia dos observadores que passam a pente fino os bandos de escrevedeiras-amarelas, especialmente desde que se descobriu em Itália e França alguns indivíduos invernantes que voltaram durante vários anos aos mesmos locais. Em Espanha existem meia dúzia de registos, quase todos de inverno, dada a associação desta espécie a bando invernantes de escrevedeira-amarela é muito pouco provável a sua ocorrência em Portugal, alem disso se os machos são de fácil identificação, as fêmeas e os juvenis são complicados, o que torna mesmo muito complicado a sua detecção em Portugal.
Os Picanços são para mim um dos meus grupos favoritos, mas são estranhos pelo simples facto de em Espanha já terem ocorrido 8 espécies mais alguns taxa, em Portugal só tivemos as 3 espécies comuns, na realidade nunca cá apareceu um Picanço raro! E para mim a razão porque não damos com eles é porque não olhamos para eles!! Se o picanço estiver perto claro que vamos dar uma olhada, mas uma ave mais distante? Quem é que vai investir tempo a ver picanços?
Picanço-de-mascarilha (Lanius minor), esta espécie ocorria como reprodutora em Espanha até recentemente, e curiosamente existe no eBird um registo mesmo junto à fronteira portuguesa em 82 na localidade Aldeadavila de la Ribera. Existem dois cenários em que é possível o aparecimento desta encantadora espécie em Portugal, o 1º é no caso de overshoot primaveril, o que com o desaparecimento da população espanhola me parece menos provável, a outra hipótese é no outono uma ave que esteja a migrar “ao contrario”.
Picanço-isabel (Lanius isabellinus), esta maravilhosa espécie é talvez a mais provável de aparecer cá, porque apesar de teoricamente não ser das mais prováveis dada a sua área de distribuição, na pratica tem uma serie de registos na europa ocidental, incluindo aves que invernaram em espanha o que o torna um dos candidatos mais prováveis.
Picanço-castanho (Lanius cristatus), uma raridade a nível do WP, que apareceu pela 1ª vez em Espanha em 2014 e que invernou. Pois, quem sabe? Já cá apareceu um unicórnio branco, por isso quem sabe não aparece um castanho.
Picanço-da-núbia (Lanius nubicus), outra espécie a precisar de um novo nome e talvez o mais delicado dos picanços que ocorre no wp, os adultos são facilmente identificáveis, infelizmente os juvenis são mais prováveis de aparecerem cá e são muito semelhantes aos de picanço-barreteiro, outra espécie possível, quem sabe um dia em Sagres?
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
E para finalizar, temos as espécies que são residentes em Espanha e que nunca cá apareceram. Existem uma serie de passeriformes que nidificam em Espanha mas que nunca cá chegaram, na maior parte dos casos porque são espécies sedentárias que fazem apenas pequenas deslocações, mas em vários casos porque há questões de identificação associadas.
Começo pelos que já cá chegaram: a trepadeira-dos-muros é bem conhecida dos observadores Portugueses e é uma espécie que faz migrações de curta-media distancia para invernar a altitudes mais baixas do que as que usa na época reproductiva, o pardal-alpino faz movimentações altitudinais menores, mas tem sido documentado algumas movimentações maiores, que explicam o seu aparecimento cá.
As outras duas espécies que já cá apareceram são o Pintarroxo-trombeteiro que é um colonizador recente em Espanha e que faz movimentação pós-nupciais e a Felosa-real (Acrocephalus melanopogon) que faz movimentações para fora de algumas das zonas de reprodução, nomeadamente as mais do interior.
Milheirinha-serrana (Serinus citrinella), esta espécie pode fazer movimentos significativos no inverno, e é de longe a espécie mais provável de ocorrer em Portugal, é um especialista em pinhais de altitude, estando mesmo no inverno associada a Pinus nigra e P. sylvestris e a pastagens junto a pinhais, dada a localização dos núcleos populacionais em Espanha, parece-me que uma aposta na zona terminal do sistema montanhoso central será proveitosa, um pouco como com os Quebra-ossos. O outro local logico é o Parque Natural de Montesinho, dada a proximidade deste aos vários núcleos populacionais de Castila y Leon. A principal dificuldade na detecção desta espécie é o seu habitat, alem de ser facilmente confundida com lugres e chamarizes, isso aliado ao baixo número de observadores no interior norte, faz com que ao contrário de outras espécies com o mesmo perfil não haja avistamentos confirmados (ps: podem ter saído no anuário 9).
Chapim-palustre (Poecile palustris), este chapim está associado na PI a habitats de montanha, fazendo curtas deslocações provavelmente por aves imaturas no inverno, não é particularmente provável que cá apareça, mas não custa estar atento, especialmente quem vai ao extremo norte de Portugal
Trepadeira-do-norte (Certhia familiaris), é outra espécie que é principalmente sedentária na Espanha, com movimentações altitudinais, mas com poucos movimentos dispersivos, no entanto as aves do norte da Europa fazem movimentos de grande amplitude, esta espécie é provável que ocorra em Portugal, ninguém está é atento a essa hipótese.
Dadas as dificuldades de identificação e a não estar no radar dos observadores é pouco provável que alguém pense nela quando está a ver uma trepadeira, mas penso que é uma boa aposta para os observadores do interior norte saberem os chamamentos desta ave
A possibilidade de ocorrência desta espécie insectívora não é de todo descabida
Gralha-de-bico-amarelo (Pyrrhocorax graculus), esta espécie é fortemente sedentária, embora dentro da sua área de ocorrência possa fazer movimentos razoáveis, mas fora do habitat de alta montanha que prefere é muito rara, sendo excecionais os movimentos dispersivos, no entanto o facto de serem excecionais não significa que não ocorram, quer apenas dizer que são muito raros, e a espécie pode fazer movimentos até ao nível do mar.
Chapim-de-bigodes (Panurus biarmicus),uma espécie com preferências de habitat muito específicas, predominantemente sedentária embora possa fazer movimentos dispersivos, existem registos recentes não muito longe da fronteira portuguesa, no troço espanhol do Rio Guadiana, pessoalmente acho que é um dos passeriformes mais desejados, e a descoberta de um em Portugal seria sem duvida espetacular, a Barragem da Alfarófia em Elvas é um sitio que para mim tem bom aspecto para esta espécie, e ainda mais para Felosa-real.
Toutinegra-das-baleares (Sylvia balearica): é um migrador de curta distancia, que aparentemente é afectado pelos ventos de leste, e tem deslocações laterais na migração primaveril, havendo uma serie de registos na Catalunha em Abril, não é à partida uma espécie provável em Portugal já que em princípio migra demasiado a leste para chegar cá, mas há uma questão curiosa, está espécie foi observada uma meia dúzia de vezes em Inglaterra, quase sempre em Abril, no que parece serem casos de overshoot, o que indicia uma maior capacidade de voo do que seria á partida previsível.
Picanço-barreteiro (Lanius senator badius) um taxa que pode facilmente aparecer em Portugal e que está na calha para ser separado, é mais um daqueles taxas que compensa estar atento na passagem.
Começo pelos que já cá chegaram: a trepadeira-dos-muros é bem conhecida dos observadores Portugueses e é uma espécie que faz migrações de curta-media distancia para invernar a altitudes mais baixas do que as que usa na época reproductiva, o pardal-alpino faz movimentações altitudinais menores, mas tem sido documentado algumas movimentações maiores, que explicam o seu aparecimento cá.
As outras duas espécies que já cá apareceram são o Pintarroxo-trombeteiro que é um colonizador recente em Espanha e que faz movimentação pós-nupciais e a Felosa-real (Acrocephalus melanopogon) que faz movimentações para fora de algumas das zonas de reprodução, nomeadamente as mais do interior.
Milheirinha-serrana (Serinus citrinella), esta espécie pode fazer movimentos significativos no inverno, e é de longe a espécie mais provável de ocorrer em Portugal, é um especialista em pinhais de altitude, estando mesmo no inverno associada a Pinus nigra e P. sylvestris e a pastagens junto a pinhais, dada a localização dos núcleos populacionais em Espanha, parece-me que uma aposta na zona terminal do sistema montanhoso central será proveitosa, um pouco como com os Quebra-ossos. O outro local logico é o Parque Natural de Montesinho, dada a proximidade deste aos vários núcleos populacionais de Castila y Leon. A principal dificuldade na detecção desta espécie é o seu habitat, alem de ser facilmente confundida com lugres e chamarizes, isso aliado ao baixo número de observadores no interior norte, faz com que ao contrário de outras espécies com o mesmo perfil não haja avistamentos confirmados (ps: podem ter saído no anuário 9).
Chapim-palustre (Poecile palustris), este chapim está associado na PI a habitats de montanha, fazendo curtas deslocações provavelmente por aves imaturas no inverno, não é particularmente provável que cá apareça, mas não custa estar atento, especialmente quem vai ao extremo norte de Portugal
Trepadeira-do-norte (Certhia familiaris), é outra espécie que é principalmente sedentária na Espanha, com movimentações altitudinais, mas com poucos movimentos dispersivos, no entanto as aves do norte da Europa fazem movimentos de grande amplitude, esta espécie é provável que ocorra em Portugal, ninguém está é atento a essa hipótese.
Dadas as dificuldades de identificação e a não estar no radar dos observadores é pouco provável que alguém pense nela quando está a ver uma trepadeira, mas penso que é uma boa aposta para os observadores do interior norte saberem os chamamentos desta ave
A possibilidade de ocorrência desta espécie insectívora não é de todo descabida
Gralha-de-bico-amarelo (Pyrrhocorax graculus), esta espécie é fortemente sedentária, embora dentro da sua área de ocorrência possa fazer movimentos razoáveis, mas fora do habitat de alta montanha que prefere é muito rara, sendo excecionais os movimentos dispersivos, no entanto o facto de serem excecionais não significa que não ocorram, quer apenas dizer que são muito raros, e a espécie pode fazer movimentos até ao nível do mar.
Chapim-de-bigodes (Panurus biarmicus),uma espécie com preferências de habitat muito específicas, predominantemente sedentária embora possa fazer movimentos dispersivos, existem registos recentes não muito longe da fronteira portuguesa, no troço espanhol do Rio Guadiana, pessoalmente acho que é um dos passeriformes mais desejados, e a descoberta de um em Portugal seria sem duvida espetacular, a Barragem da Alfarófia em Elvas é um sitio que para mim tem bom aspecto para esta espécie, e ainda mais para Felosa-real.
Toutinegra-das-baleares (Sylvia balearica): é um migrador de curta distancia, que aparentemente é afectado pelos ventos de leste, e tem deslocações laterais na migração primaveril, havendo uma serie de registos na Catalunha em Abril, não é à partida uma espécie provável em Portugal já que em princípio migra demasiado a leste para chegar cá, mas há uma questão curiosa, está espécie foi observada uma meia dúzia de vezes em Inglaterra, quase sempre em Abril, no que parece serem casos de overshoot, o que indicia uma maior capacidade de voo do que seria á partida previsível.
Picanço-barreteiro (Lanius senator badius) um taxa que pode facilmente aparecer em Portugal e que está na calha para ser separado, é mais um daqueles taxas que compensa estar atento na passagem.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
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Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
E pronto, 59 espécies que já apareceram em Espanha mas não em Portugal
Papa-moscas-de-colar
Felosa-verde (Phylloscopus trochiloides)
Toutinegra-barrada (Sylvia nisoria)
Tagarela-europeia (Bombycilla garrulus)
Quebra-nozes (Nucifraga caryocatactes)
Picanço-real (Lanius excubitor)
Chasco-de-seebohm (Oenanthe seebohmi)
Chasco-triste (Oenanthe moesta)
Calhandra-das-dunas (Ammomanes cinctura)
Corvo-do-deserto (Corvus ruficollis)
Tentilhão-africano (Fringilla coelebs africana)
Engole-malagueta (Pycnonotus barbatus)
Toutinegra-do-deserto-africana (Sylvia deserti)
Picanço-assobiador (Tchagra senegalus)
Escrevedeira-doméstica-do-sara (Emberiza sahari)
Chapim-azul-norte-africano (Cyanistes teneriffae ultramarinus)
Petinha-fulva (Anthus rubescens)
Tordo-de-faces-cinzentas (Catharus minimus)
Juruviara-norte-americano (Vireo olivaceus)
Tordo-americano (Turdus migratorius)
Mariquita-de-rabo-vermelho (Setophaga ruticilla)
Tico-tico-musical (Melospiza melodia)
Junco (Junco hyemalis)
Mariposa-azul (Passerina cyanea)
Toutinegra-da-sardenha (Sylvia sarda)
Toutinegra-de-moltoni (Sylvia subalpina)
Toutinegra-de-bigodes oriental (Sylvia cantillans albistriata)
Toutinegra-do-levante (Sylvia rueppelli)
Felosa-do-levante (Phylloscopus orientalis)
Papa-moscas-de-meio-colar (Ficedula semitorquata)
Pardal-italiano
Escrevedeira de Cretzschmar's ( Emberiza caesia)
Escrevedeira-de-cabeça-preta (Emberiza melanocephala)
Rabirruivo-de-testa-branca oriental (Phoenicurus p. samamisicus)
Rabirruivo-comum oriental ( Phoenicurus ochruros phoenicuroides)
Calhandra-cornuda (Eremophila alpestris)
Pisco-de-garganta-vermelha (Calliope calliope)
Pisco-azul-siberiano (Luscinia cyane)
Tordo-de-naumann (Turdus naumanni)
Tordo-de-garganta-preta (Turdus atrogularis)
Cigarrinha-ribeirinha (Locustella fluviatilis)
Felosa-palustre (Acrocephalus palustris)
Felosa-das-moitas (Acrocephalus dumetorum)
Toutinegra-do-deserto-asiática (Sylvia nana)
Felosa-verde-listada (Phylloscopus trochiloides plumbeitarsus )
Felosa-de-radde (Phylloscopus schwarzi)
Pintarroxo-de-bico-amarelo (Carduelis flavirostris)
Escrevedeira-de-barrete-branco (Emberiza leucocephalos)
Picanço-de-mascarilha (Lanius minor)
Picanço-isabel (Lanius isabellinus)
Picanço-castanho (Lanius cristatus)
Picanço-da-núbia (Lanius nubicus)
Milheirinha-serrana (Serinus citrinella)
Chapim-palustre (Poecile palustris)
Trepadeira-do-norte (Certhia familiaris)
Gralha-de-bico-amarelo (Pyrrhocorax graculus)
Chapim-de-bigodes (Panurus biarmicus)
Toutinegra-das-baleares (Sylvia balearica)
Picanço-barreteiro (Lanius senator badius)
Papa-moscas-de-colar
Felosa-verde (Phylloscopus trochiloides)
Toutinegra-barrada (Sylvia nisoria)
Tagarela-europeia (Bombycilla garrulus)
Quebra-nozes (Nucifraga caryocatactes)
Picanço-real (Lanius excubitor)
Chasco-de-seebohm (Oenanthe seebohmi)
Chasco-triste (Oenanthe moesta)
Calhandra-das-dunas (Ammomanes cinctura)
Corvo-do-deserto (Corvus ruficollis)
Tentilhão-africano (Fringilla coelebs africana)
Engole-malagueta (Pycnonotus barbatus)
Toutinegra-do-deserto-africana (Sylvia deserti)
Picanço-assobiador (Tchagra senegalus)
Escrevedeira-doméstica-do-sara (Emberiza sahari)
Chapim-azul-norte-africano (Cyanistes teneriffae ultramarinus)
Petinha-fulva (Anthus rubescens)
Tordo-de-faces-cinzentas (Catharus minimus)
Juruviara-norte-americano (Vireo olivaceus)
Tordo-americano (Turdus migratorius)
Mariquita-de-rabo-vermelho (Setophaga ruticilla)
Tico-tico-musical (Melospiza melodia)
Junco (Junco hyemalis)
Mariposa-azul (Passerina cyanea)
Toutinegra-da-sardenha (Sylvia sarda)
Toutinegra-de-moltoni (Sylvia subalpina)
Toutinegra-de-bigodes oriental (Sylvia cantillans albistriata)
Toutinegra-do-levante (Sylvia rueppelli)
Felosa-do-levante (Phylloscopus orientalis)
Papa-moscas-de-meio-colar (Ficedula semitorquata)
Pardal-italiano
Escrevedeira de Cretzschmar's ( Emberiza caesia)
Escrevedeira-de-cabeça-preta (Emberiza melanocephala)
Rabirruivo-de-testa-branca oriental (Phoenicurus p. samamisicus)
Rabirruivo-comum oriental ( Phoenicurus ochruros phoenicuroides)
Calhandra-cornuda (Eremophila alpestris)
Pisco-de-garganta-vermelha (Calliope calliope)
Pisco-azul-siberiano (Luscinia cyane)
Tordo-de-naumann (Turdus naumanni)
Tordo-de-garganta-preta (Turdus atrogularis)
Cigarrinha-ribeirinha (Locustella fluviatilis)
Felosa-palustre (Acrocephalus palustris)
Felosa-das-moitas (Acrocephalus dumetorum)
Toutinegra-do-deserto-asiática (Sylvia nana)
Felosa-verde-listada (Phylloscopus trochiloides plumbeitarsus )
Felosa-de-radde (Phylloscopus schwarzi)
Pintarroxo-de-bico-amarelo (Carduelis flavirostris)
Escrevedeira-de-barrete-branco (Emberiza leucocephalos)
Picanço-de-mascarilha (Lanius minor)
Picanço-isabel (Lanius isabellinus)
Picanço-castanho (Lanius cristatus)
Picanço-da-núbia (Lanius nubicus)
Milheirinha-serrana (Serinus citrinella)
Chapim-palustre (Poecile palustris)
Trepadeira-do-norte (Certhia familiaris)
Gralha-de-bico-amarelo (Pyrrhocorax graculus)
Chapim-de-bigodes (Panurus biarmicus)
Toutinegra-das-baleares (Sylvia balearica)
Picanço-barreteiro (Lanius senator badius)
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Obrigado pela partilha, Pedro.
Ricardo Melo- Número de Mensagens : 1723
Idade : 46
Local : Paços de Ferreira
Data de inscrição : 24/10/2014
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Olá,
Já por várias vezes me interroguei sobre a Certhia familiaris e a possibilidade de aparecer no extremo N e NE.
A única coisa que posso dizer é que nunca vi nada que me despertasse o alarme, nem mesmo nas aves anilhadas em Atenor, Miranda do Douro. Mas também estaria à espera que aparecesse numa área mais de montanha ...
Pedro Cardia
Já por várias vezes me interroguei sobre a Certhia familiaris e a possibilidade de aparecer no extremo N e NE.
A única coisa que posso dizer é que nunca vi nada que me despertasse o alarme, nem mesmo nas aves anilhadas em Atenor, Miranda do Douro. Mas também estaria à espera que aparecesse numa área mais de montanha ...
Pedro Cardia
pedrocardia- Número de Mensagens : 845
Data de inscrição : 26/01/2009
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
pedrocardia escreveu:
nem mesmo nas aves anilhadas em Atenor, Miranda do Douro.
Pedro Cardia
Está é daquelas que diria que chama mais depressa a atenção no campo, que na mão
Luis Silva- Número de Mensagens : 492
Data de inscrição : 08/10/2010
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
pedrocardia escreveu:Olá,
Já por várias vezes me interroguei sobre a Certhia familiaris e a possibilidade de aparecer no extremo N e NE.
A única coisa que posso dizer é que nunca vi nada que me despertasse o alarme, nem mesmo nas aves anilhadas em Atenor, Miranda do Douro. Mas também estaria à espera que aparecesse numa área mais de montanha ...
Pedro Cardia
Creio que essa espécie não é muito dada a movimentos, ou estou enganado?
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Gonçalo Elias escreveu:pedrocardia escreveu:(...) Certhia familiaris e a possibilidade de aparecer no extremo N e NE.Pedro Cardia
Creio que essa espécie não é muito dada a movimentos, ou estou enganado?
Bem, se estivermos a pensar sempre assim vai ser mais difícil estar mentalmente preparado para ver com novos olhos e ouvir de ouvidos bem atentos se, ou quando, uma destas trepadeiras se cruzar conosco algures no campo...
Pedro Cardia
pedrocardia- Número de Mensagens : 845
Data de inscrição : 26/01/2009
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
pedrocardia escreveu:Gonçalo Elias escreveu:pedrocardia escreveu:(...) Certhia familiaris e a possibilidade de aparecer no extremo N e NE.Pedro Cardia
Creio que essa espécie não é muito dada a movimentos, ou estou enganado?
Bem, se estivermos a pensar sempre assim vai ser mais difícil estar mentalmente preparado para ver com novos olhos e ouvir de ouvidos bem atentos se, ou quando, uma destas trepadeiras se cruzar conosco algures no campo...
Pedro Cardia
De acordo, mas também não convém facilitar demasiado, porque os olhos são propensos a "ver aquilo que o cérebro manda ver"
Há espécies que são muito mais dadas a movimentos dispersivos que outros e apenas me pareceu relevante salientar isso
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Gonçalo Elias escreveu:
Creio que essa espécie não é muito dada a movimentos, ou estou enganado?
Estas parcialmente enganado, as populações do norte europeu são parcialmente migradoras, as populações do sul são mais sedentárias, de resto como seria de esperar.
Pessoalmente acho que esta é claramente uma das mais fortes candidatas a aparecer cá. Basta pensar que a trepadeira-comum é mais sedentária ainda e no entanto aparece com regularidade em Inglaterra onde é uma raridade.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Luis Silva escreveu:
Está é daquelas que diria que chama mais depressa a atenção no campo, que na mão
Sim, mas pelas vocalizações, não visualmente.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Gonçalo Elias escreveu:
De acordo, mas também não convém facilitar demasiado, porque os olhos são propensos a "ver aquilo que o cérebro manda ver"
Os olhos e os ouvidos enganam-se, ou melhor o cérebro engana-se a ele próprio com muita facilidade. A maquina fotográfica e o gravador do telemóvel são mais difíceis de enganar.
Gonçalo Elias escreveu:Há espécies que são muito mais dadas a movimentos dispersivos que outros e apenas me pareceu relevante salientar isso
Neste grupo de 60 há espécies mais prováveis de facto, mas para mim a Trapadeira está claramente no lote de mais prováveis.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Desde miúdo tenho estado atento para a detecção desta espécie, mas nunca vi nem ouvi nada. De qq modo não sou regular visitante do extremo Norte, muito menos nas épocas mais produtivas.
Paulo Lemos- Número de Mensagens : 1656
Local : Caldas da Rainha
Data de inscrição : 29/01/2012
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
pedro121 escreveu:Neste grupo de 60 há espécies mais prováveis de facto, mas para mim a Trapadeira está claramente no lote de mais prováveis.
O ponto de partida seria descobrir se há registos invernais em Espanha fora das zonas de nidificação conhecidas...
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Gonçalo Elias escreveu:pedro121 escreveu:Neste grupo de 60 há espécies mais prováveis de facto, mas para mim a Trapadeira está claramente no lote de mais prováveis.
O ponto de partida seria descobrir se há registos invernais em Espanha fora das zonas de nidificação conhecidas...
Há, de aves anilhadas, e melhor ainda há registos de aves de fora da PI
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
pedro121 escreveu:
Estou a falar da espetacular Calhandra-cornuda (Eremophila alpestris), esta mítica espécie do norte europeu inverna nas praias e campos costeiros de alguns países europeus, mas as principais áreas de invernada são em áreas de estepe a leste, mas o que muitos observadores não se apercebem é que há uma população nas montanhas de Marrocos, e que a população neartica é muito grande, e bem posicionada para ter indivíduos a serem arrastados para este lado do atlântico.
Depois de 4 registos homologados até ao final de 2011, e de uma ave em Maio de 2013, eis que "dá novamente à costa" uma calhandra-cornuda em Espanha.
http://www.reservoirbirds.com/viewimage.asp?lngImageId=7157&strLanguage=CAS
E em Portugal
Flávio Oliveira- Número de Mensagens : 605
Idade : 45
Local : Maia
Data de inscrição : 11/09/2011
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
Flávio Oliveira escreveu:
Depois de 4 registos homologados até ao final de 2011, e de uma ave em Maio de 2013, eis que "dá novamente à costa" uma calhandra-cornuda em Espanha.
http://www.reservoirbirds.com/viewimage.asp?lngImageId=7157&strLanguage=CAS
E em Portugal
è uma questão de tempo, com 3 fontes possiveis, e com o pessoal mais atento ao habitat mais dia menos dia lá vamos nós, desde que não aconteça como com a citrina...
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal
pedro121 escreveu:è uma questão de tempo, com 3 fontes possiveis, e com o pessoal mais atento ao habitat mais dia menos dia lá vamos nós, desde que não aconteça como com a citrina... Sad Sad
Achas mais provável aparecer mais a norte ou mais a sul Pedro?
João Tomás- Número de Mensagens : 4570
Idade : 34
Local : Batalha
Data de inscrição : 26/12/2010
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