Espécies que já apareceram em Espanha, mas não em Portugal

João Tomás escreveu:
Achas mais provável aparecer mais a norte ou mais a sul Pedro?

pedro121 escreveu:Dado que pode vir de norte, oeste ou sul, pode aparecer em qualquer lado, mas junto ao mar quase certamente, ou em serra se vier de Marrocos

João Tomás escreveu:
Ah então pode calhar a qualquer um depois é rezar para que haja disponibilidade para ir até ao litoral/sul.

pedro121 escreveu:Pessoalmente aposto numa neartica já que a população é muito maior que as outras, e são altamente migratórias, sítios onde costumam aparecer escrevedeiras-das-neves no litoral são obviamente boas zonas.

João Tomás escreveu:
Mas essa migração precisa de ser "forçada" certo? Falta de alimento, tempestade, ventos, etc?

pedro121 escreveu:Nem por isso, elas migram sempre, dado que as zonas de reprodução ficam debaixo de neve no inverno, agora a extensão da migração é outra coisa.

João Tomás escreveu:
O que eu queria dizer era: para migrarem até Portugal era necessário um grande nevão? E já agora a população de Marrocos para aparecer em PT seria mais uma dispersão certo?

pedro121 escreveu:Bem, elas não migram até Portugal, pelo menos as nearticas, mas nas condições certas, aves em migração junto à linha de costa, podem ser apanhadas por um sistema de baixas pressões muito cavado e rápido que atravesse o Atlântico e serem empurradas para cá. basicamente seria semelhante ao mecanismo que faz chegar à Europa os pardais e tordos americanos durante o inverno e que provavelmente traz também escrevedeiras-da-laponia e cotovias-de-cornichos, só que não sendo raridade no UK e Irlanda não há maneira de saber se as aves que aparecem são nearticas ou Palearticas

João Tomás escreveu: E já agora a população de Marrocos para aparecer em PT seria mais uma dispersão certo?

pedro121 escreveu:Esqueci-me destas, sim, mas neste caso é apenas uma teoria, de que elas podem fazer movimentos altidunais e/ou dispersivos, a ave espanhola de Maio de 2013 poderia ser marroquina, mas não há maneira de ter a certeza.

João Tomás escreveu:
Pois, estou a perceber. A origem é o que menos importa neste caso... importa é aparecerem

pedro121 escreveu:Sim, basicamente porque não é uma espécie que valha a pena procurar, como é tão pouco provável, se alguém tropeçar numa não interessa de onde veio, só interessa se fica tempo suficiente, depois temos tempo para discutir a origem.

pedro121 escreveu:
A Felosa-das-moitas (Acrocephalus dumetorum), é uma das grandes dores de cabeça em termos de id na Europa Ocidental, é mais uma espécie que provavelmente só será detectada por um anilhador. Curiosamente o número de registos em Espanha indica uma abundancia similar à da Felosa-palustre que à partida seria mais abundante, mas talvez a Felosa-das-moitas seja mais fácil de identificar na mão e seja por isso que há tantos registos em Espanha?

pedro121 escreveu:ferreirinha-siberiana seria tão fixe.

Gonçalo Elias escreveu:

há registos disso em Espanha?

pedro121 escreveu:Não, para já. teria alguma piada que aparecesse cá uma sem aparecer em espanha.

pedro121 escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:

há registos disso em Espanha?

Não, para já. teria alguma piada que aparecesse cá uma sem aparecer em espanha.

João Tomás escreveu:

Já agora que espécies já apareceram em Portugal continental que não apareceram em Espanha? E quais as que apareceram primeiro em PT?

pedro121 escreveu:

João Tomás escreveu:

Já agora que espécies já apareceram em Portugal continental que não apareceram em Espanha? E quais as que apareceram primeiro em PT?

Gaivota-marfim

pedro121 escreveu:
O Tordo-de-faces-cinzentas (Catharus minimus) com 1 registo em Setembro é uma hipótese muito provável já que é uma espécie neartica das mais frequentes no WP, os seus hábitos reclussivos e o excesso de cobertura vegetal em Portugal são o problema maior, mas é uma espécie para ter em mente durante o Outono

Samuel Patinha escreveu:Muito obrigado pela compilação Pedro, muito interessante

De espécies que apareceram cá e não em Espanha parece que temos a franga de água americana

pedro121 escreveu:
E por ultimo um taxa muito giro o Chapim-azul-norte-africano (Cyanistes teneriffae ultramarinus) que tem registos no Inverno e que sendo uma espécie que cria mesmo junto ao estreito talvez tenha tendência para dar o salto, depois só seria necessário um ventinho de leste e um observador perspicaz, e estava a festa feita. [/justify]

pedro121 escreveu:
Picanço-isabel (Lanius isabellinus), esta maravilhosa espécie é talvez a mais provável de aparecer cá, porque apesar de teoricamente não ser das mais prováveis dada a sua área de distribuição, na pratica tem uma serie de registos na europa ocidental, incluindo aves que invernaram em espanha o que o torna um dos candidatos mais prováveis.

pedro121 escreveu:
Segue-se o Juruviara-norte-americano (Vireo olivaceus) com registos em Outubro tal como no UK e que sendo uma espécie arborícola é problemática em Portugal