Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
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Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Francisco Pires escreveu: ...
O carregamento de fotos em eBird não é um processo cujos factores de variação estejam controlados (talvez nem seja possivel de o serem). Por esse motivo a análise estatística de variações entre períodos com grande granularidade (maior que a do período de um ano, diria eu) não terá grande valor, se algum tem, porque não são explicáveis com base em factores de variação. Daí a que não haja lugar a tirar conclusões pois serão sempre especulativas.
Como mostrei acima, a comparação entre períodos homólogos de 2021 e 2022 revela que 2022 não se mostra pior que 2021, tem um crescimento de 1.5%. É tudo o que acho se pode dizer para já.
E até Fevereiro não voltarei a este debate pois tenho muitas fotos de 2022 ainda por carregar.
Não quero contribuir para que o ano seja mau neste aspecto!
Fevereiro chegou!
Afinal como se comportou 2022 quanto a upload de fotos em eBird?
Fotografias carregadas em eBird - Últimos 5 anos
Location: Portugal
ANO A 1-Dez.-22 A 1-Fev.-23 Variação % Evolução anual
2018 43625 43757 +0,30% +28,4%
2019 52311 52479 +0,32% +19,9%
2020 64869 65046 +0,27% +23,9%
2021 90689 90827 +0,15% +39,6%
2022 78359 90325 +15,27% - 0,6%
Conclusões:
a) Há continuamente upload de fotografias de anos anteriores (carregamento de listas/registos históricos), no valor de cerca de 0,2-0,3% do total de cada ano;
b) Nos últimos dois meses (Dez e Jan) foram carregadas mais de 15% do total de fotografias do ano de 2022;
c) A 1 de Fevereiro de 2023, 2022 está apenas 0,6% inferior ao ano anterior, 2021, um ano excepcional de crescimento, de quase 40%, sobre o ano anterior;
d) Face ao comportamento dos uploads, é posssível que 2022 venha ainda a ultrapassar 2021 em número de fotos carregadas em eBird.
Valeu a pena esperar por Fevereiro.
Um outro facto interessante é que o crescimento cumulativo do número de fotos nos últimos 5 anos é de 248% (de 120407, em 2018, para 419084 em 2022, up-to-date).
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Para além das fotografias, lembrei-me de uma outra métrica interessante relativamente ao uso do eBird: o número de espécies necessário para entrar no top-100 de observadores num dado país.
Fui ver em que dava, fiz uma série a partir de 2005. Estes dois gráficos permitem comparar Portugal e Espanha. Usando a linha do centésimo observador é razoavelmente evidente que perto de 2005 o uso do eBird em Portugal estava em crescendo, mas não tanto em Espanha e que nos últimos cinco anos há uma tendência de estagnação nesta indicador em PT que não se verifica no país vizinho.
Concordam? Para populações muito grandes de observadores teríamos de mudar do top-100 para top-500, talvez, mas aqui na península ainda me parece que faz sentido.
Fui ver em que dava, fiz uma série a partir de 2005. Estes dois gráficos permitem comparar Portugal e Espanha. Usando a linha do centésimo observador é razoavelmente evidente que perto de 2005 o uso do eBird em Portugal estava em crescendo, mas não tanto em Espanha e que nos últimos cinco anos há uma tendência de estagnação nesta indicador em PT que não se verifica no país vizinho.
Concordam? Para populações muito grandes de observadores teríamos de mudar do top-100 para top-500, talvez, mas aqui na península ainda me parece que faz sentido.
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Olá Bruno
Há algo que eu não compreendo no gráfico de Portugal. Eu no top 100 sou o 99º (= 100 °) e conto com 294 espécies. No gráfico o 100º está com 200 espécies. Isto não bate muito certo.
Há algo que eu não compreendo no gráfico de Portugal. Eu no top 100 sou o 99º (= 100 °) e conto com 294 espécies. No gráfico o 100º está com 200 espécies. Isto não bate muito certo.
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Francisco,
Estes números são anuais. Em 2022 o Francisco viu 246 espécies, ficando em 43º no top-100. Em 2015, esse mesmo número de espécies daria 12º e em 2007, antes do boom aparente de observações (de utilizadores do eBird) teria sido o segundo observador mais profícuo do ano.
Estes números são anuais. Em 2022 o Francisco viu 246 espécies, ficando em 43º no top-100. Em 2015, esse mesmo número de espécies daria 12º e em 2007, antes do boom aparente de observações (de utilizadores do eBird) teria sido o segundo observador mais profícuo do ano.
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
“Top 100 do ano”. Ah! Assim já faz sentido e os gráficos também têm mais interesse!
Uma coisa salta imediatamente à vista: a regularidade ou consistência da prática do Top 1 em Portugal parece ser maior do que em Espanha. Se esta análise é válida, é bem interessante.
Uma coisa salta imediatamente à vista: a regularidade ou consistência da prática do Top 1 em Portugal parece ser maior do que em Espanha. Se esta análise é válida, é bem interessante.
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Francisco Pires escreveu:Uma coisa salta imediatamente à vista: a regularidade ou consistência da prática do Top 1 em Portugal parece ser maior do que em Espanha. Se esta análise é válida, é bem interessante.
Nota que o Top 1 de cada ano não é exactamente uma estatística robusta. Representa sim o esforço do observador que nesse ano em concreto mais andou à cata de raridades, a fazer um big year ou algo parecido. Ou seja, o top 1 depende unicamente do esforço de uma pessoa em particular e não depende do desempenho dos 99 observadores seguintes.
Já o Top 100 resulta de um volume de dados muito mais alargado e pode ser considerado uma boa medida do volume de esforço da comunidade.
Portanto penso que o Top 100 é mais indicado para aferir a intensidade da utilização da plataforma.
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
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Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Gonçalo Elias escreveu:
.... . Ou seja, o top 1 depende unicamente do esforço de uma pessoa em particular e não depende do desempenho dos 99 observadores seguintes.
Gonçalo,
Não entendo o teu ponto. Podes p.f. explicar melhor esta independência do "top 1" relativamente aos "top 99" seguintes?
Gonçalo Elias escreveu:
Já o Top 100 resulta de um volume de dados muito mais alargado e pode ser considerado uma boa medida do volume de esforço da comunidade.
Portanto penso que o Top 100 é mais indicado para aferir a intensidade da utilização da plataforma.
Bruno Morais escreveu:
Para além das fotografias, lembrei-me de uma outra métrica interessante relativamente ao uso do eBird: o número de espécies necessário para entrar no top-100 de observadores num dado país.
Fui ver em que dava, fiz uma série a partir de 2005. Estes dois gráficos permitem comparar Portugal e Espanha. Usando a linha do centésimo observador é razoavelmente evidente que perto de 2005 o uso do eBird em Portugal estava em crescendo, mas não tanto em Espanha e que nos últimos cinco anos há uma tendência de estagnação nesta indicador em PT que não se verifica no país vizinho.
Gonçalo e Bruno,
Concordo com as virtualidades do "Top 100" para aferir a intensidade da utilização da plataforma eBird. Mas considero que o valor relativo "(% do total)" é um melhor indicador que que o valor absoluto do número de espécies observadas ("Espécies"). Como é diferente o número de espécies reconhecidas como ocorrendo livremente na narureza em Portugal e em Espanha (para 2022, respectivamente, 421 e 487), penso que o valor relativo é um indicador mais fiel para estudos comparativos da evolução da intensidade utilização da plataforma ano a ano.
Só para exemplo, "% do total" para o ano de 2022 (valores de hoje 2023-02-05):
-- "% do total"-- Portugal (421 espécies) / Espanha (487 espécies)
Posição 1º 76,72% 81,72%
Posição 100º 48,22% 56,06%
@ Bruno, se concordar, pode p.f. fazer os gráficos equivalentes aos anteriores para evolução entre 2005 e 2022? Obrigado!
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Quando penso neste indicador e nestes gráficos, a intenção é facilitar a visualização da evolução da comunidade de um país. Como no tópico estava (está) por esclarecer se o uso do eBird está a estabilizar em Portugal e em crescendo em Espanha, achei que estes instrumentos ajudariam a esclarecer.
Não vejo que essa alteração mude a visualização pretendida. Mas quando tiver um tempo livre, vou experimentar.
Não vejo que essa alteração mude a visualização pretendida. Mas quando tiver um tempo livre, vou experimentar.
Francisco Pires gosta desta mensagem
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Francisco Pires escreveu:Gonçalo Elias escreveu:
.... . Ou seja, o top 1 depende unicamente do esforço de uma pessoa em particular e não depende do desempenho dos 99 observadores seguintes.
Gonçalo,
Não entendo o teu ponto. Podes p.f. explicar melhor esta independência do "top 1" relativamente aos "top 99" seguintes?
No ranking anual dos 100, há em alguns anos, um subgrupo, que são as pessoas que nesse ano estão a fazer Big year, isso causa flutuações de até 10% no numero de espécies vistas pela pessoa que está no topo, já o valor do último a entrar no ranking (do Top 100) é muito mais estável.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
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Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Francisco Pires escreveu:
Concordo com as virtualidades do "Top 100" para aferir a intensidade da utilização da plataforma eBird. Mas considero que o valor relativo "(% do total)" é um melhor indicador que que o valor absoluto do número de espécies observadas ("Espécies"). o!
Não é. E não é por causa do Corvo, a % do total é um valor inútil porque é demasiado influenciável pelas raridades, pelo valor subjetivo das mesmas, e pelo efeito Corvo.
O valor absoluto é melhor, porque pode ser atingido sem raridades, e porque representa mais fielmente o esforço feito pelo observador comum.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
pedro121 escreveu:No ranking anual dos 100, há em alguns anos, um subgrupo, que são as pessoas que nesse ano estão a fazer Big year, isso causa flutuações de até 10% no numero de espécies vistas pela pessoa que está no topo, já o valor do último a entrar no ranking (do Top 100) é muito mais estável.
Exacto, ou seja o top 1 do ano vai variar dependendo de haver ou não alguém a fazer um big year. Se não dado ano não houver ninguém a fazer um grande esforço nesse sentido, o top 1 pode voltar a ficar abaixo dos 300.
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
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Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Gonçalo Elias escreveu:
Exacto, ou seja o top 1 do ano vai variar dependendo de haver ou não alguém a fazer um big year. Se não dado ano não houver ninguém a fazer um grande esforço nesse sentido, o top 1 pode voltar a ficar abaixo dos 300.
Sim, num caso extremo podes ter num ano 340 e no seguinte 290.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Mesmo o top-1 mostra uma tendência, mas tem maior variabilidade. Contudo, pode ser usado em séries mais longas para medir e visualizar o tamanho/esforço de uma comunidade. Em 100 observadores hardcore haverá uma número muito variável de gente em bigyears e isso vai causar oscilações fortes. Por outro lado, em 1000 observadores, haverá sempre um número razoável de bigyears a decorrer e a variabilidade do indicador é menor.
Isso pode ver-se, por exemplo, fazendo uma linha de desvio face à média dos 6 anos anteriores. Se este número variar aleatoriamente, a comunidade é pequena. Se este número for consistente e positivo, a comunidade está a aumentar, se o número for consistentemente negativo, o esforço da comunidade está a diminuir.
A ver..
Isso pode ver-se, por exemplo, fazendo uma linha de desvio face à média dos 6 anos anteriores. Se este número variar aleatoriamente, a comunidade é pequena. Se este número for consistente e positivo, a comunidade está a aumentar, se o número for consistentemente negativo, o esforço da comunidade está a diminuir.
A ver..
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Bruno Morais escreveu:Mesmo o top-1 mostra uma tendência, mas tem maior variabilidade. Contudo, pode ser usado em séries mais longas para medir e visualizar o tamanho/esforço de uma comunidade. Em 100 observadores hardcore haverá uma número muito variável de gente em bigyears e isso vai causar oscilações fortes. Por outro lado, em 1000 observadores, haverá sempre um número razoável de bigyears a decorrer e a variabilidade do indicador é menor.
Isso pode ver-se, por exemplo, fazendo uma linha de desvio face à média dos 6 anos anteriores. Se este número variar aleatoriamente, a comunidade é pequena. Se este número for consistente e positivo, a comunidade está a aumentar, se o número for consistentemente negativo, o esforço da comunidade está a diminuir.
A ver..
Em principio no universo português quem faz Bigyear será pessoas dos Top100, seria difícil a alguém que não seja regular no Top100 fazer um BY com um resultado significativo ou seja >300, e muito menos um que fosse relevante >330
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
pedro121 escreveu:Francisco Pires escreveu:Gonçalo Elias escreveu:
.... . Ou seja, o top 1 depende unicamente do esforço de uma pessoa em particular e não depende do desempenho dos 99 observadores seguintes.
Gonçalo,
Não entendo o teu ponto. Podes p.f. explicar melhor esta independência do "top 1" relativamente aos "top 99" seguintes?
No ranking anual dos 100, há em alguns anos, um subgrupo, que são as pessoas que nesse ano estão a fazer Big year, isso causa flutuações de até 10% no numero de espécies vistas pela pessoa que está no topo, já o valor do último a entrar no ranking (do Top 100) é muito mais estável.
Pedro,
Concordo com o que dizes mas isso não explica o ponto do Gonçalo.
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
pedro121 escreveu:Francisco Pires escreveu:
Concordo com as virtualidades do "Top 100" para aferir a intensidade da utilização da plataforma eBird. Mas considero que o valor relativo "(% do total)" é um melhor indicador que que o valor absoluto do número de espécies observadas ("Espécies"). o!
Não é. E não é por causa do Corvo, a % do total é um valor inútil porque é demasiado influenciável pelas raridades, pelo valor subjetivo das mesmas, e pelo efeito Corvo.
O valor absoluto é melhor, porque pode ser atingido sem raridades, e porque representa mais fielmente o esforço feito pelo observador comum.
Aqui não posso concordar. Não é um esforço igual num ano fazer 300 espécies em Portugal ou fazer 300 espécies em Espanha. Este esforço só é comparável pelo valor relativo, para o caso, 71,25% em Portugal e 61,60% em Espanha.
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Francisco Pires escreveu:
Aqui não posso concordar. Não é um esforço igual num ano fazer 300 espécies em Portugal ou fazer 300 espécies em Espanha. Este esforço só é comparável pelo valor relativo, para o caso, 71,25% em Portugal e 61,60% em Espanha.
Imagina, num determinado ano tens 400 espécies possíveis em Espanha. certo? E tens 400 em PT, só que no ano seguinte em Espanha podes ter 410 ou 390, portanto tens um total possível que oscila pouco e que terá uma cobertura razoável, vamos dizer que das espécies que aparecem 90% são colocadas no ebird por membros do Top 100, e que essa percentagem é consistente. Mas em PT tens um problema, tens uma variação enorme no numero de espécies (diferenças anuais que podem ser superiores a 50), mas tens também uma variação enorme nas espécies vistas pelo Top100, tudo depende de quem está no Corvo e nas restantes ilhas, exemplo, em 2014 o n. 1 viu 311 o que equivale a 79,13% do total, mas em 2019 o n. 1 viu 316 o que equivale a 75,06% ou seja com mais espécies teve uma percentagem menor. e em 2023 viu 323 o que equivale a uns "míseros" 76.72%, mas atenção que o numero de 2014 total não pode mudar, são 311, mas a % pode variar, basta colocar todas as espécies vistas no Corvo em 2014 que não estão no eBird e o valor de % baixa.
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Francisco Pires escreveu:
Concordo com o que dizes mas isso não explica o ponto do Gonçalo.
O meu ponto é que a posição da pessoa que está em primeiro num dado ano não depende do esforço de mais ninguém e não ser do próprio e por conseguinte isso não é uma boa métrica do esforço global de utilização da plataforma e sim uma medida do esforço da pessoa em concreto (o Manel, o Joaquim, o António) que naquele ando em particular andou à cata de raridades.
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Apenas te dá a variância entre o nº máximo e o nº do 100º observador, isto é, a janela do nº de espécies. De resto concordo.Gonçalo Elias escreveu:Francisco Pires escreveu:
Concordo com o que dizes mas isso não explica o ponto do Gonçalo.
O meu ponto é que a posição da pessoa que está em primeiro num dado ano não depende do esforço de mais ninguém e não ser do próprio e por conseguinte isso não é uma boa métrica do esforço global de utilização da plataforma e sim uma medida do esforço da pessoa em concreto (o Manel, o Joaquim, o António) que naquele ando em particular andou à cata de raridades.
Samuel Patinha- Número de Mensagens : 889
Local : Aveiro
Data de inscrição : 27/10/2017
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
pedro121 escreveu:Francisco Pires escreveu:
Aqui não posso concordar. Não é um esforço igual num ano fazer 300 espécies em Portugal ou fazer 300 espécies em Espanha. Este esforço só é comparável pelo valor relativo, para o caso, 71,25% em Portugal e 61,60% em Espanha.
Imagina, num determinado ano tens 400 espécies possíveis em Espanha. certo? E tens 400 em PT, só que no ano seguinte em Espanha podes ter 410 ou 390, portanto tens um total possível que oscila pouco e que terá uma cobertura razoável, vamos dizer que das espécies que aparecem 90% são colocadas no ebird por membros do Top 100, e que essa percentagem é consistente. Mas em PT tens um problema, tens uma variação enorme no numero de espécies (diferenças anuais que podem ser superiores a 50), mas tens também uma variação enorme nas espécies vistas pelo Top100, tudo depende de quem está no Corvo e nas restantes ilhas, exemplo, em 2014 o n. 1 viu 311 o que equivale a 79,13% do total, mas em 2019 o n. 1 viu 316 o que equivale a 75,06% ou seja com mais espécies teve uma percentagem menor. e em 2023 viu 323 o que equivale a uns "míseros" 76.72%,...
Sim, não vejo nisso nada de menos normal: se o nº de aves que ocorrem em Portugal aumentar ano a ano, à mesma quantidade de espécies obervadas por um dado ebirder ano a ano, corressponde uma "cobertura" (% do total) inferior. Seja ele o que terminou na posição 1, posição 100, ou 200 do ranking.
pedro121 escreveu: .... mas atenção que o numero de 2014 total não pode mudar, são 311, mas a % pode variar, basta colocar todas as espécies vistas no Corvo em 2014 que não estão no eBird e o valor de % baixa.
Aqui é que não entendo: as espécies vistas num dado ano, se não estiverem no eBird não contam para o indicador "Top 100" do eBird desse ano. Sejam elas do Corvo ou de Freixo-de-Espada-à-Cinta! Ou estou enganado?
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Gonçalo Elias escreveu:Francisco Pires escreveu:
Concordo com o que dizes mas isso não explica o ponto do Gonçalo.
O meu ponto é que a posição da pessoa que está em primeiro num dado ano não depende do esforço de mais ninguém e não ser do próprio e por conseguinte isso não é uma boa métrica do esforço global de utilização da plataforma e sim uma medida do esforço da pessoa em concreto (o Manel, o Joaquim, o António) que naquele ando em particular andou à cata de raridades.
Discordo.
A pessoa que está em primeiro, a que está em décimo, ou a que está numa posição qualquer do ranking, quando sabe pelas listas do eBird (alertas do eBird, etc.) que uma determinada espécie (seja menos comum, ou seja uma raridade) - que, por qualquer motivo, ainda não teve oportunidade de observar no ano em curso - foi observada num dado local, desloca-se para esse local para a conseguir contabilizar na sua conta, tirando obviamente partido do esforço feito por outros ebirders. Todos conhecemos os movimentos "migratórios" de ebirders, por todo o país, originados por observações de outros ebirders. E ainda bem que é assim.
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Francisco Pires escreveu:
Aqui é que não entendo: as espécies vistas num dado ano, se não estiverem no eBird não contam para o indicador "Top 100" do eBird desse ano. Sejam elas do Corvo ou de Freixo-de-Espada-à-Cinta! Ou estou enganado?
Porque não estão no eBird, imagina, tens um observador que esteve 4 semanas no Corvo, viu 20 espécies em 2014 que mais ninguém viu, e que portanto não estão no eBird, um belo dia faz uma lista e a % do 1º vai baixar porque essas espécies não foram vistas pelo observador nº 1, passados uns dias o revisor invalida a lista porque é uma lista para 3 semanas, sobe a %, uns dias depois o observador do Corvo parte a lista em varias e a % volta a descer, mas depois vê-se que trocou fotos e algumas fotos são assinaladas e a % sobe.
No decorrer de tudo isto o nº de espécies vistos pelo observador que ficou em 1º está constante.
O cenário é um obvio exagero, mas tudo o que descrevi acontece, e causa uma variação pequena mas constante na %
pedro121- Número de Mensagens : 16049
Idade : 49
Local : Obidos
Data de inscrição : 14/02/2008
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Francisco Pires escreveu:
Discordo.
A pessoa que está em primeiro, a que está em décimo, ou a que está numa posição qualquer do ranking, quando sabe pelas listas do eBird (alertas do eBird, etc.) que uma determinada espécie (seja menos comum, ou seja uma raridade) - que, por qualquer motivo, ainda não teve oportunidade de observar no ano em curso - foi observada num dado local, desloca-se para esse local para a conseguir contabilizar na sua conta, tirando obviamente partido do esforço feito por outros ebirders. Todos conhecemos os movimentos "migratórios" de ebirders, por todo o país, originados por observações de outros ebirders. E ainda bem que é assim.
Não necessariamente, porque algumas raridades são descobertas e divulgadas por pessoas que nem sequer usam o eBird.
De qualquer forma, independentemente da métrica que usemos, o ponto que eu pretendia salientar é que a posição do 1º classificado do ano depende sobretudo do número de raridades observadas e não da intensidade de utilização da plataforma. Aliás, a pessoa que conseguiu o total de 2021 (que se mantém como recorde até agora) inseriu muito poucas listas completas nesse ano e muitos dos registos que inseriu foram casuais. Daqui se conclui que a correlação entre número de listas completas inseridas no ano e número de espécies observadas no ano pode ser baixa.
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25658
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Gonçalo Elias escreveu: Daqui se conclui que a correlação entre número de listas completas inseridas no ano e número de espécies observadas no ano pode ser baixa.
Estive a comparar estes dados com os de outros países (porque fiquei mesmo satisfeito com a visualização) e até encontrei um caso extremo - o número um em França ou em Inglaterra, num certo ano que já não me lembro, tem zero listas completas.
Embora a correlação entre listas e esforço seja fraca/muito fraca, a correlação entre número de espécies e o esforço é melhor.
Re: Reflexões de um novato (e autodidata) - o e-bird...
Gonçalo Elias escreveu:
O meu ponto é que a posição da pessoa que está em primeiro num dado ano não depende do esforço de mais ninguém e não ser do próprio e por conseguinte isso não é uma boa métrica do esforço global de utilização da plataforma e sim uma medida do esforço da pessoa em concreto (o Manel, o Joaquim, o António) que naquele ando em particular andou à cata de raridades.
Gonçalo Elias escreveu:Francisco Pires escreveu:
Discordo.
A pessoa que está em primeiro, a que está em décimo, ou a que está numa posição qualquer do ranking, quando sabe pelas listas do eBird (alertas do eBird, etc.) que uma determinada espécie (seja menos comum, ou seja uma raridade) - que, por qualquer motivo, ainda não teve oportunidade de observar no ano em curso - foi observada num dado local, desloca-se para esse local para a conseguir contabilizar na sua conta, tirando obviamente partido do esforço feito por outros ebirders. Todos conhecemos os movimentos "migratórios" de ebirders, por todo o país, originados por observações de outros ebirders. E ainda bem que é assim.
Não necessariamente, porque algumas raridades são descobertas e divulgadas por pessoas que nem sequer usam o eBird.
Gonçalo,
Só me dás razão! Além de depender, ou se servir, do esforço feito por outros ebirders, serve-se também das observações que lhe interessam divulgadas por quem não usa o eBird!
É, portanto, muito, muito questionável que a posição da pessoa que está em primeiro num dado ano não dependa do esforço de mais ninguém.
Gonçalo Elias escreveu: ...
Aliás, a pessoa que conseguiu o total de 2021 (que se mantém como recorde até agora) inseriu muito poucas listas completas nesse ano e muitos dos registos que inseriu foram casuais.
...
Pergunto:
- Porque será que muitos dos registos que essa pessoa inseriu foram casuais?
- Serão todas essas "casualidades" devidas a um grande esforço pessoal para localizar a ave, ou uma boa parte delas por ter ido ao spot, que alguém indicou, apenas para "catar a raridade" ou a espécie que ainda lhe faltava para fazer o número?
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