Registos invulgares - Norte

Gonçalo Elias escreveu:

Tissot escreveu:Bom...para novos utilizadores acho que seria lógico que as primeiras contribuições fossem filtradas de forma a aferir se os protocolos de inserção estão a ser correctamente utilizados, independentemente de estarem a ser inseridos pardais, gansos-de-magalhães ou felosas-de-pallas.

Entendo o raciocínio, mas isso levanta vários problemas:
1. seria preciso definir critérios para poder "subir de nível";
2. seria necessário convencer os revisores regionais a terem de validar muitos registos de melros e pardais;
3. ainda tens o problema dos observadores estrangeiros; um observador de outro continente que venha pela primeira vez a Portugal e não tenha noção do que ocorre cá, facilmente começa a inserir registos incorrectos, como por exemplo P. aristotelis nas salinas de Tavira ou P. pyrrhocorax no porto de pesca de Portimão; teria de criar filtros adicionais para visitantes ocasionais.

...se estas propostas conseguirem garantir a qualidade das novas inserções, porque não?

Tissot escreveu:...se estas propostas conseguirem garantir a qualidade das novas inserções, porque não?

Vai haver é um sobrecarregamento de trabalho para os revisores, que não sei se vão achar uma boa ideia.

Tissot escreveu:
...se estas propostas conseguirem garantir a qualidade das novas inserções, porque não?

Porque a maioria das observações questionáveis não tem impacto estatístico, reforçam simplesmente o padrão.

repara numa coisa, todas as observações realmente estranhas são em principio apanhadas pelos filtros.

Muitas observações com fotos que estão erradas mas que não são apanhadas pelos filtros são sinalizadas pelos observadores

Muitos casos estranhos são sinalizados pelos utilizadores aqui no forum

Na realidade os erros são uma percentagem % muito baixa das observações totais e tem um impacto mínimo.

Mas nem sempre é assim, volto a falar da situação dos Sturnus

E volto a dar o exemplo dos Limosa na lagoa de Óbidos que estava completamente inquinada porque o valor do filtro estava demasiado alto para Lim lim facilitando o erro.

pedro121 escreveu:

Tissot escreveu:
...se estas propostas conseguirem garantir a qualidade das novas inserções, porque não?

Porque a maioria das observações questionáveis não tem impacto estatístico, reforçam simplesmente o padrão.

Ora, reforçar o padrão é impacto estatístico. Chama-se viés.

Mas...

Na realidade os erros são uma percentagem % muito baixa das observações totais e tem um impacto mínimo.

se isto realmente acontece, então o impacto é desprezível então podes admitir que aqui manda a lei dos grandes números e que estas observações são desprezíveis.

O Gonçalo periodicamente questiona se há alguém a analisar dados do eBird. Ora bem, Cornell tem uma equipa de cientistas que só analisa dados de eBird.
Nessas análises, há muita filtragem e listas muito longas, que percorram muitos quilómetros, entre outras, são completamente descartadas.

Mesmo que não se faça uma análise em Portugal, especificamente, para espécies comuns e pdarões a larga escala isso já é possível de fazer.

PNicolau escreveu:
se isto realmente acontece, então o impacto é desprezível então podes admitir que aqui manda a lei dos grandes números e que estas observações são desprezíveis.

Isso é verdade para espécies comuns. Para espécies menos comuns a lei dos grandes números não se ajusta tão bem...

PNicolau escreveu:O Gonçalo periodicamente questiona se há alguém a analisar dados do eBird.

De facto quando pergunto isso estou a pensar concretamente nos dados de Portugal.

PNicolau escreveu:Ora bem, Cornell tem uma equipa de cientistas que só analisa dados de eBird.

Já agora, seria interessante saber que tipo de análises fazem e que conclusões retiram.

http://ebird.org/ebird/view/checklist/S40101535

Pronto calhou-me a mim colocar aqui esta lista 

João Tomás escreveu:http://ebird.org/ebird/view/checklist/S40101535

Pronto calhou-me a mim colocar aqui esta lista 

Repara que até é possível que fosse mesmo um citrinela, embora com a descrição seja claramente uma fêmea de lugre.

pedro121 escreveu:

João Tomás escreveu:http://ebird.org/ebird/view/checklist/S40101535

Pronto calhou-me a mim colocar aqui esta lista 

Repara que até é possível que fosse mesmo um citrinela, embora com a descrição seja claramente uma fêmea de lugre.

Com tanto fringilideo nas áreas que não arderam, pode ser que aparece algum este ano

pedro121 escreveu:Repara que até é possível que fosse mesmo um citrinela, embora com a descrição seja claramente uma fêmea de lugre.

Não fosse a fonte haveria romaria! E é como o Luís diz, com os incêndios podem aparecer umas coisitas engraçadas fora dos locais típicos.

Será que houve incêndios nas zonas de ocorrência nos picos da Europa? alguém sabe?

pedro121 escreveu:Será que houve incêndios nas zonas de ocorrência nos picos da Europa? alguém sabe?

grandes incêndios acho que só por cá. Podes ver aqui que zonas arderam (os poligonos tem bastante precisão): http://effis.jrc.ec.europa.eu/static/effis_current_situation/public/index.html

Acho que vocês estão a sobrevalorizar a questão dos incêndios.

Gonçalo Elias escreveu:Acho que vocês estão a sobrevalorizar a questão dos incêndios.

Espécies florestais muito localizadas podem ser muito afectadas com os incêndios, não é bem o nosso caso. mas mesmo cá é só pensares que os sobreviventes dos incêndios vão deslocar-se para outras áreas florestais, aumentando as densidades.

Nas zonas fortemente atingidas as manchas florestais sobreviventes vão fazer de ilhas.

Gonçalo Elias escreveu:Acho que vocês estão a sobrevalorizar a questão dos incêndios.

Talvez...mas hoje já deu 2 Coccothraustes coccothraustes no Parque Urbano Moinhos de Santana em Lisboa.  

O que é que o Parque Moinhos de Santana tem a ver com os registos invulgares do Norte?

Nota - só acredito que os incendios têm algum efeito importante, se aparecer algum coc coc nos Açores.

Tissot escreveu:
Talvez...mas hoje já deu 2 Coccothraustes coccothraustes no Parque Urbano Moinhos de Santana em Lisboa.  

AndreVieira escreveu:O que é que o Parque Moinhos de Santana tem a ver com os registos invulgares do Norte?

Nota - só acredito que os incendios têm algum efeito importante, se aparecer algum coc coc nos Açores.

André, não há nenhuma relação directa entre os movimentos dos Coc co e os incêndios, está a haver uma grande movimentação dessa especie na Europa, com influxos muito significativos no UK por exemplo.

Estamos a especular que o aparecimento de bandos e aves isoladas em locais onde não costumam aparecer fazem parte desse mesmo movimento.

A única relação com os incêndios é que há agora menos habitat disponível para eles em algumas zonas, o que faz com que sejam mais fáceis de procurar.

e espero que encontre 1 nos Açores.

pedro121 escreveu:Nas zonas fortemente atingidas as manchas florestais sobreviventes vão fazer de ilhas.

Localmente sim, fora da região nem por isso.

Acresce que nem todas as aves terão conseguido fugir, muitas aves poderão ter morrido.

E têm sido partilhadas muitas fotos de aves carbonizadas

AndreVieira escreveu:E têm sido partilhadas muitas fotos de aves carbonizadas

Não percebi o teu ponto

AndreVieira escreveu:O que é que o Parque Moinhos de Santana tem a ver com os registos invulgares do Norte?

Nota - só acredito que os incendios têm algum efeito importante, se aparecer algum coc coc nos Açores.

Nada...tens razão...tem tanto a ver quanto os incêndios.

pedro121 escreveu:

Tissot escreveu:
Talvez...mas hoje já deu 2 Coccothraustes coccothraustes no Parque Urbano Moinhos de Santana em Lisboa.  

...pois...então aquelas zonas pretas nas aves afinal não eram penas chamuscadas!!!

...também tenho direito de divagar um bocado...ou não???

http://ebird.org/ebird/view/checklist/S38933229

Gonçalo Elias escreveu:
http://ebird.org/ebird/view/checklist/S38933229

...a dita albufeira de Valdanta não fica a cerca de 4 km do hotel????      

Pelo menos as observações do Rallus aquaticus e do Loxia curvirostra não foram validadas.

Tissot escreveu:...a dita albufeira de Valdanta não fica a cerca de 4 km do hotel????      

Exacto.

Tissot escreveu:Pelo menos as observações do Rallus aquaticus e do Loxia curvirostra não foram validadas.

O facto de determinadas observações não serem validadas não significa necessariamente que tenham sido rejeitadas.

Gonçalo Elias escreveu: O facto de determinadas observações não serem validadas não significa necessariamente que tenham sido rejeitadas.

Existe essa hipótese de rejeitar limiarmente uma observação?